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Fala Mariam é natural de Lisboa (1962).

 

Exposições individuais

2021 — «Pintura-Pintura de Fala Mariam de Lisboa», Galeria ZÉ DOS BOIS, Lisboa, curadoria de Natxo Checa;

2017 — «The Swimmer, Resenha e Som: 3 Imagens por Fala Mariam, 2009-2016», Projecto EMPTY CUBE, Appleton Square, Lisboa, curadoria de João Silvério;

2015 — «Friso das Consequências da Noite» Galeria, SÃO MAMEDE, Lisboa, livro-catálogo com texto de José-Augusto França e notas da pintora;

2009/10 — «O Abismo e Outras Imagens», Galeria SÃO MAMEDE, Lisboa, catálogo com entrevista à pintora;

2007 — Exposição Retrospectiva Galeria dos Paços do Concelho, Tomar; — «Os Dois Espíritos, A Porta e Os Primeiros Anti-Símbolos», Galeria SÃO MAMEDE, Lisboa, catálogo com texto de Rui-Mário Gonçalves;

2004 — «Pintura 1983-2003 / Obras Escolhidas», Fundação Mário Soares, Lisboa, catálogo com texto de José-Augusto França;

2003 — «As Capelas Orientais», Banco de Portugal, Lisboa;

2002 — «Colour and Symbol», REVERSO, Lisboa, catálogo com texto de Gisela Rosenthal;

2001 — «Monochromes» REVERSO, Lisboa;

1998 — «Mitografias», Galeria Municipal de Vila Franca de Xira, catálogo com texto de Cristina Azevedo Tavares;

1995 — Galeria de Arte Moderna da SNBA, Lisboa, catálogo com texto de Rui-Mário Gonçalves;

1992 — Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, catálogo com textos de Fernando de Azevedo e de José-Augusto França;

1987 — Galeria ANA ISABEL, Lisboa, introdução pelo Pintor Fernando de Azevedo;

1986 — Galeria de Arte Moderna da SNBA, Lisboa.

 

Exposições colectivas (selecção)

2022 — «A Exposição da ZDB», CIAJG, Guimarães;

2016 — «Rui-Mário Gonçalves, homenagem», Salão da SNBA, Lisboa;

2013 — «Quinze Anos», REVERSO, Lisboa;

2012 — «Fernando de Azevedo / um texto – uma obra» SNBA, Lisboa; — «O Novo Ofício» Museu Colecção Berardo, Lisboa, curadoria de Pedro Gomes;

2009 — 7.ª Edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante;

2005 — «Cristo, Palavra e Imagem» SNBA, Lisboa;

2003 — 2.ª Edição do Grande Prémio Banif, Lisboa;

2002 — «100 anos / 100 artistas» Salão da SNBA, Lisboa;

2000 — «Mote e Transfigurações», Salão da SNBA, Lisboa;

1999 — Dez finalistas para a atribuição da bolsa Arpad Szenes: Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, Paris; Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, Lisboa;

1998 — «Sensibilidades Femininas do Nosso Tempo», Palácio Foz, Lisboa;

1997 — 4.ª Edição do Prémio Nacional de Pintura Júlio Resende, Gondomar;

1995 — Bienal da Maia; — «A Música e Outras Imagens», Estremoz;

1992 — Bienal de Chaves.

 

Outros dados

2014 — Participação em «Longing for Darkness», de Alexandre Estrela;

2008 — Prémio de Pintura da Academia Nacional de Belas-Artes;

2002 — Prémio Maluda;

1997/98 — Projecto de Criação Artística subsidiado pela Fundação Calouste Gulbenkian;

1992 — Prémio de Pintura da ONU (em colaboração com a SPA e a Casa da Imprensa); — Prémio de Aquisição, Bienal de Chaves;

1986/88 — Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian.

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Nasce em Gáfete, Crato, Portalegre.

É licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra, em Cinema pela Escola Superior de Teatro e Cinema, e pós-graduada em Artes Performativas. Actualmente dá aulas de argumento cinematográfico na ESTC e faz o doutoramento em Artes.

Inicia o seu trabalho no cinema em 1990, como anotadora e assistente; e no teatro em 1993, com a encenação de Menina Júlia, na Casa Conveniente, em Lisboa. O trabalho no teatro revelar-se-ia episódico, no cinema passará a sua vida profissional. Trabalha, entre outros, com os realizadores Fernando Lopes, João César Monteiro, António da Cunha Telles, Catherine Breillat e Fernando Trueba.

Entre 1997 e 2011 realiza, e escreve, quatro filmes. O argumento de um deles — Mais Tarde, de 2001 —, foi premiado pela Associação Portuguesa de Argumentistas e Dramaturgos. Partilhou, entretanto, a escrita de argumentos com outros autores nos filmes Aparição, Raiva — prémio de melhor argumento adaptado da Academia Portuguesa de Cinema — e na série  «Três Mulheres», todos estreados em 2018.

Desse ano é também o Grande Prémio do INATEL para Novos Textos de Teatro, que vence com a peça Bro. Em tudo isso pode estar e ser. É disso que fala nas aulas, é disso que fala nos filmes e nas coisas que escreve. Foi aluna de António Reis.

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Nasceu em Terni, Itália, em 1973.

Doutorado pela Universidade de Lisboa, é professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Roma «Tor Vergata» e responsável científico da Cátedra Agustina Bessa-Luís.

Entre os seus estudos destacam-se: Com a Noite de Perfil. Ensaios sobre Eugénio de Andrade (Lisboa, 2024); No Reino Terrível da Pureza. Bibliografia da Prosa Dispersa Não Ficcional de Sophia de Mello Breyner Andresen e Três Ensaios (Lisboa, 2022); Almadilha. Ensaios sobre Sophia de Mello Breyner Andresen (Lisboa, 2019); Noite e Dia da Mesma Luz. Aspectos da Poesia de Eugénio de Andrade (Lisboa, 2010); Con la Notte di Profilo. Brevi saggi su Eugénio de Andrade (Roma, 2011); Por Mares Que só Eu Sei. Le canzoni, il teatro, la prosa di Chico Buarque (Roma, 2011).

Traduziu e organizou as edições italianas de Luís de Camões, D’Amor sì Dolcemente. Antologia di sonetti (Livorno, 2019); Maria Teresa Horta, Mia Signora di Me (Livorno, 2018); Al Berto, Orto di Incendio (Firenze, 2017); Sophia de Mello Breyner Andresen, Come un Grido Puro (Milano, 2013); David Machado, Lasciate Parlare le Pietre (Roma, 2012); Orlando Ribeiro, Portogallo. Il Mediterraneo e l’Atlantico (Roma, 2012); José Maria Vieira Mendes, Mia Moglie (Roma, 2008); Eugénio de Andrade, Dal Mare o da Altra Stella (Roma, 2006); José Cardoso Pires, Gli Scarafaggi (Roma, 2006); Ivo Castro, Storia della Lingua Portoghese (Roma, 2006); Lygia Fagundes Telles, Ragazze (Roma, 2006), entre outros.

 

Fotografia de Miguel Silva.

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Nasceu em Milão em 15 de Setembro de 1969. Depois de uma longa passagem por França e Alemanha, voltou a Itália onde leccionou filosofia da arte e fenomenologia das artes contemporâneas na Academia de Belas Artes de Brera.

Foi bolseiro do CNR de Génova e da Akademie Schloss Solitude de Estugarda. Foi membro do Collège International de Philosophie de Paris e foi convidado por várias instituições italianas e estrangeiras importantes. Em 2020 fundou, com Andrea Cortellessa e Riccardo Venturi, a revista Antinomie, dedicada à relação entre imagens e palavras.

Entre suas obras destacamos: La comunità errante. Georges Bataille (Lanfranchi, Milão 1997), Nudità. Per una critica silenziosa (Lanfranchi, Milão 1999), Lo spazio critico. Per una decostruzione dell'istituzione museale (Sossella, Roma 2004), Costellazioni. Saggi sull’immagine, il tempo e la memoria (Lanfranchi, Milão 2006), Sub specie aeternitatis. Arte e etica (Diabasis, Reggio Emilia 2008), Il re è nudo. Aristocrazia e anarchia dell’arte (Sossella, Roma 2011), Arte essenziale (Silvana, Milão 2011), L’insieme vuoto. Per una pragmatica dell’immagine (Johan & Levi, Milão 2013), L’anarca (Mimesis, Milão 2014), Visioni. Scritti sull’arte (Lanfranchi, Milão 2016), Oscillazioni. Frammenti di un'autobiografia (SE, Milão 2016; Teerão 2019) e, com Jean-Luc Nancy, La pelle delle immagini (Bollati Boringhieri, Turim 2003; Berlim 2004; Paris 2006; Nova Iorque 2014), Iconografia dell’autore (Sossella, Roma 2006; Paris 2005, Tóquio 2008) e La fin des fins (Editions Cécile Defaut, Nantes 2015; 2.ª ed. ampliada, Kimé, Paris 2018).

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Fernando Manuel Salvado Capela e Silva é doutorado em Biologia pela Universidade de Évora. Professor associado no Departamento de Ciências Médicas e da Saúde, da Escola Superior de Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade de Évora, é investigador (Membro Integrado) no MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, Universidade de Évora. As suas áreas de interesse são a biologia dos tecidos orais; determinantes das escolhas alimentares e seus efeitos na saúde das pessoas e populações; alimentação, saúde e sociedade e abordagem «Uma Saúde». Tem desenvolvido investigação na área de escolhas alimentares e tem participado em diversos projectos, sendo autor de vários capítulos de livros e artigos científicos em periódicos internacionais indexados e com factor de impacto [ORCID: 0000-0001-8301-7702; ID do autor Scopus: 23484534000; ID do investigador: L-3261-2014]

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Docente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e e investigador do Projecto RIAL — Realidade e Imaginação nas Artes e na Literatura do Centro de Estudos Comparatistas. Para lá de artigos sobre literatura e cultura francesas dos séculos XVII a XIX (do Classicismo às Luzes e ao Romantismo), tem escrito sobre a problemática da representação na pintura, na fotografia e no cinema (nomeadamente as relações entre Fernando Pessoa, o grupo de Orpheu e o cinema). Publicou, entre outros, os livros de ensaios Monstros Felizes — La Fontaine, Diderot, Sade, Marat (2000), O Caminho da Montanha (2001), O Canto de Mársias — Por Uma Poética do Sacrifício (2001), Italian Shoes (2005), Teoria do Fantasma (2011), Cinema El Dorado — Cinema e Modernidade (2015) e Imagens Roubadas (2016)

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Poeta, ensaísta e tradutor, nasceu no Porto no dia 3 de Fevereiro de 1928. Formado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, exerceu funçoes de docência no ensino secundário e de investigação no ensino superior.

É um dos mais especializados críticos de poesia portuguesa contemporânea. Publicou vários livros de poesia e ensaio, tendo alargado também a sua actividade à ficção e ao teatro.

Os seus livros de ensaio referem-se à literatura portuguesa desde o século XIX à actualidade e a questões relacionadas com a estética e a filosofia da arte. Recebeu os prémios de tradução de poesia da Fundação Calouste Gulbenkian e Paulo Quintela da Faculdade de Letras de Coimbra. Obras de poesia e ensaio suas receberam vários prémios literários, nomeadamente da Associação Portuguesa de Escritores, do Pen Clube e da Associação Internacional de Críticos Literários.

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Pintor, artista gráfico e fotógrafo, nasceu em Lisboa, em 1926. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio e pintura no curso livre da Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa. Definiu-se inicialmente como surrealista, pintando, desenhando, escrevendo poesia e fotografando. Em 1952 expôs, com Marcelino Vespeira e Fernando Azevedo, na Casa Jalco, em Lisboa. Nesse mesmo ano abandona a fotografia e em 1953 fixa residência em São Paulo, Brasil, naturalizando-se brasileiro alguns anos mais tarde. Ao longo dos anos de 1950 dedicou-se ao desenho, vencendo o Prémio Nacional Brasileiro na Bienal de São Paulo de 1957; trabalhou em artes plásticas, design gráfico e industrial e publicidade. Em 1961 participou com quatro desenhos na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, FIL, Lisboa. Em 1994 expôs individualmente no CAM da Fundação Calouste Gulbenkian, e venceu o Prémio Anual de Fotografia, concedido pelo Centro Português de Fotografia, Porto, em 2001. Morreu no dia 17 de Dezembro de 2019, em São Paulo, Brasil.

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Poeta, tradutor, crítico literário e professor universitário, nasceu em Lisboa no dia 12 de Maio de 1960. 

Licenciou-se e doutorou-se em Literaturas Românicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde é professor.

Colabora regularmente no jornal Público e nas revistas Ler e Colóquio Letras. Tem comissariado alguns eventos dedicados à literatura, nomeadamente , "100 Livros do Século", ou a comitiva de escritores portugueses no Salão do Livro de Genève. Em 1990 publicou o seu primeiro livro de poesia, Acédia, a que se seguiram A Escada de Jacob (1993), Às Cegas (1997) e Poesia Reunida 1990-2000. De entre os seus ensaios destaque-se O Mosaico Fluido - Modernidade e Pós-modernidade na Poesia Portuguesa mais Recente (1991). Traduziu, entre outros, Baudelaire, Verlaine, Borges.

Foi comissário do Plano Nacional de Leitura de 2009 a 2017.

Em 2012 publicou a colectânea de poesia Paliativos, numa edição de tiragem reduzida. Em 2016 veio a lume o seu mais recente livro de poesia, Manual de Cardiologia.

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Fernando Sampaio Amaro é doutorado em História da Arte Moderna e Contemporânea pela Universidade de Lund, Suécia, e é docente na licenciatura em Artes Visuais da Universidade do Algarve, onde é responsável pela área da Fotografia.

Paralelamente à investigação sobre a Imagem Fotográfica, desenvolve o seu trabalho artístico em duas linhas distintas: uma investigação plástico-formal na área da pintura e do desenho, e, essencialmente através da utilização do dispositivo da instalação, de matriz conceptual, uma outra linha de investigação onde utiliza, por exemplo, anagramas como títulos das peças, de configuração deliberadamente ambígua, propondo ao observador a possibilidade quase infinita de conceber interpretações alternativas.

Se na sua configuração inicial o título remete, enquanto âncora, para proclamações e situações históricas e culturais específicas, as modalidades desconstrutivas dos anagramas dos títulos abrem todo um vasto leque de possíveis significados, todos eles válidos e falsos ao mesmo tempo.

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É Professora Auxiliar Convidada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde tem leccionado as disciplinas de Filosofia Medieval, Idealismo Medieval e Neoplatonismo Antigo e Medieval, entre outras. É doutorada em Filosofia pela Universidade de Lisboa, tendo defendido uma tese intitulada Figuras da Luz. Uma leitura estética da metafísica de São Boaventura. Desenvolveu o projecto de pós-doutoramento «Ontologia das ideias de João Escoto Eriúgena». É membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, da Sociedade Portuguesa de Filosofia Medieval e da Société Internationale pour l’Étude de la Philosophie Médiévale (SIEPM), tendo participado em diversos projectos de investigação, tais como «A Questão de Deus. História e Crítica» (coordenado por Maria Leonor Lamas de Oliveira Xavier e financiado pela FCT), e «Literarische Filmpraxis» (coordenado por Dagmar von Hoff e financiado pela DAAD). Tem publicado artigos e apresentado comunicações em Portugal e no estrangeiro (Yale University, Universität Heidelberg e Universität Mainz) sobre a filosofia de Boaventura, o pseudo-Dionísio, e ainda sobre estética contemporânea e medieval.

(filipa.a.afonso@gmail.com).

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Trabalhou como curadora independente de 2002 a 2014. Em Janeiro de 2015 assumiu a direcção artística do Fórum Eugénio de Almeida, em Évora, instituição para a qual delineou uma nova missão. Nesta categoria, comissariou inúmeras exposições individuais e colectivas, colaborando com instituições como a Kettle’s Yard (Reino Unido), a John Hansard Gallery (Reino Unido), a Tate Modern (Reino Unido), a Fundação Calouste Gulbenkian (França), a Crac Alsace (França), a Kunstverein Springhornhof (Alemanha), a Mead Gallery (Reino Unido), a Frieze Projects (Reino Unido), entre outras. Em 2009-10 foi curadora convidada da série de exposições Portuguese Waves no Threshold Artspace, na Escócia; e em 2012 do Satellite Project no Jeu de Paume, em Paris, onde comissariou as exposições individuais de Jimmy Robert, Tamar Guimarães, Rosa Barba e Filipa César. Foi curadora assistente da 28.ª Bienal de São Paulo. Actualmente a colaborar com a Artforum, Filipa Oliveira conta com uma extensa lista de ensaios publicados em catálogos e outras publicações.

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Marcel Proust, que enchia o tempo perdido com personagens da vida real ajustadas aos exemplos da sua criação, inspirou-se em Francis de Croisset para aquele Albert Bloch, autor dramático de origem judaica que fala afectadamente de Racine e mais tarde, com fama conquistada e estranho nome — Jacques du Rozier — surge com atitudes e sobrancerias de um sofisticado chic inglês. A sua literatura copiou, da convivência com Croisset, o que lhe pareciam tiques de uma frívola e petulante transformação.

Ora, o verdadeiro Bloch vivia em Paris e era um Franz Wiener (ainda não Francis nem De Croisset) judeu de origem belga nascido em 1877 numa família abastada de Bruxelas. Com mãe inglesa que lhe tinha feito soar desde a infância o bom e altivo sotaque de Oxford; com um pai pintor e um avô paterno, gravador famoso a quem cabia a honra de ter gravado o primeiro selo de correio belga. No entanto, estas garantias de vida não molestada por dificuldades materiais não chegavam para dar uma resposta aceitável às suas maiores aspirações. Franz Wiener, com vinte anos de idade acrescentou-se à lista dos belgas fascinados pelos encantos culturais de Paris. E para lá foi a fazer versos, a escrever prosas onde se pressentiam o tom e a agilidade que denunciam boas vias para o jornalismo, a mostrar que amava a vida com tudo o que ela oferecia aos de uma sociedade culta e mundana, a impressionar pela invulgar graça snob do trato, a que lhe garantiu boa presença e fama nos salões. Protegido desde logo por Octave Mirbeau e por Clemenceau, que acreditaram na promessa literária que brilhava nos constantes rasgos do seu talento verbal, escreveu para Le Figaro, para Le Gaulois, para a Revue des Deux Mondes.

Mas Franz Wiener, com um apelido que o deixava preso ao desconforto da sua ascendência judaica numa época abalada a cada passo por fortes reacções anti-semitas, queria ser francês por inteiro. E conseguiu-o, registado como cidadão da França nos papéis da identidade e a poder mostrar-se sob a maior inocência de um nome que era Francis Wiener de Croisset. (Ele explicava ao espanto dos mais próximos o seu De Croisset por um apego sentimental a Flaubert, que datava a sua correspondência de um lugar com este nome.) No entanto, Wiener talvez soasse excessivamente a germânico e a judaico para os seus desejos de «inegável autenticidade francesa»: esqueceu-o, portanto, e amputou-o para poder chamar-se (na literatura e fora dela) apenas Francis de Croisset.

[…]

Os seus últimos três anos de vida, desde 1934 a 1937, foram vividos de novo em Paris e na avenida Gabriel, ali tão perto da praça da Concórdia, numa moradia hoje referenciada com o seu nome. Em 1935 publicou La Dame de Malacca, um romance; no ano seguinte, o Thêatre des Ambassadeurs levou à cena Le Pélican ou Une étrange famille, uma peça escrita por si mas adaptada de Somerset Maugham; mas já não conseguiu terminar La Côte de Jade, onde fazia o relato de uma sua viagem à Indochina francesa. Francis de Croisset somava patologias com forte probabilidade de uma falência orgânica. Morreu com sessenta anos de idade no hospital americano de Neuilly-sur-Seine.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», As Magias do Ceilão]

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Francis de Miomandre [1880-1959], com vinte e sete anos de idade e a poucos dias de fazer vinte e oito, teve o Prémio Goncourt a distinguir-lhe o romance Écrit sur de l’eau… «O meu Goncourt não foi para ninguém um acontecimento, nem mesmo para mim.» A surpresa da atribuição — o Goncourt «descido» a um novato, e a um livro de vivacidade leve e quase frívola — encheu o meio literário parisiense de anedotas. No entanto, a habitual acidez de Jules Renard abrandou no seu terrível Diário para mostrar alguma simpatia pelo «rapaz»: «Muito jovem, vinte e sete anos, um pequeno mosqueteiro, um miúdo cheio de aprumo, muito decidido a não ter um ar contrafeito, apesar de isso lhe acontecer.» Francis de Miomandre era filho de um negociante «excêntrico», uma típica figura do comércio de Marselha, tudo menos um marido, tudo menos um pai; mas o seu lado materno orgulhava-se de ter um pé bem metido na História porque um dos seus antepassados — com um nome duplamente santificado: François de Miomandre de Sainte-Marie de Saint-Pardoux — tinha defendido com braço forte Maria Antonieta durante o assalto do Povo da Revolução ao palácio de Versalhes.

[…]

Este enérgico literato começou a aparecer com artigos em muitos jornais (mas em paralelo com a sua intensa vida das letras não hesitou em propor-se como o gigolô mundano que um dia fez a Marie Gaspar este pedido cheio de franqueza: «Não conhece nenhuma velha condessa alemã ou uma qualquer velha dama que precise de um leitor e seja capaz de dar-me cento e cinquenta francos mensais para eu lhe ler um determinado número de horas por dia, e mais tarde seja capaz de deitar-me ao comprido no seu testamento?» E noutra carta também lhe conhecemos este regozijo: «A pouco e pouco, a minha reputação como jovem precioso e amigo das damas espalha-se entre as pessoas e ganho simpatias. Deixo a coisa correr. Acabarei por ser célebre.»)

[…]

Miomandre, com o frenesi sexual de um láparo, fez Paul Claudel e André Suarès começarem a tratá-lo por «coelhinho»; mas houve nesses mesmos dias Apollinaire a mostrar-se com a simpatia de avaliá-lo em La Phalange e de considerá-lo um autor «puro» e «subtil». Foi em 1909, neste auge de premiado pelo Goncourt e de uma competência que encantava mulheres entradas na idade e saudosas de ternura e sexo, que Miomandre foi a Bruxelas e encontrou uma viúva belga dez anos mais velha do que ele, com posses não negligenciáveis e um nome íntimo, capaz de soar divertidamente aos ouvidos portugueses: Mijette.

[…]

Miomandre passou a Segunda Guerra Mundial em Corrèze, com uma indiferença pelos assuntos políticos idêntica à que tinha mostrado na guerra anterior. Em 1941 publicou as três novelas de Le Fil d’Ariane, com alguns críticos a chamarem-lhes obra-prima; em 1944 foi eleito membro da Academia Mallarmé.

Mas a literatura do pós-guerra estava a mudar de tom, a mudar de género, a mudar de face. Apareciam os Sartre, os Camus, os Vailland, que não encontravam lugar na sua matriz. Françoise Sagan mereceu-lhe o intenso desprezo escrito que fê-lo dar à expressão «Bom-dia tristeza» um sentido acrimonioso e contrário ao eluardiano, da escritora.

Miomandre não foi, apesar disto, esquecido. Em 1950 ganhou o Grande Prémio da Sociedade da Gente de Letras pelo conjunto da sua obra. Tinha cerca de uma centena de obras publicadas.

Mas viveu os seus últimos anos desiludido, até à irremediável crise de uremia que o hospitalizou e fez morrer em Paris, em 2 de Agosto de 1959. Diz-se que seduziu no hospital as enfermeiras.

[Aníbal Fernandes, in «Apresentação» de A Biografia de Vénus, Deusa do Amor]

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Francisco Pinheiro (Lisboa, 1981) é artista plástico e a sua prática situa-se entre o desenho, a escultura e o som. Investigando em torno de narrativas colectivas, paisagem e seu significado, recentemente foi convidado a criar uma escultura para a exposição City Flux: Art, Architecture & Grand Rapids no contexto do ArtPrize 8 (Grand Rapids, EUA); fez parte da exposição colectiva Os Índios da Meia-Praia na Galeria 111 (Lisboa, PT); e teve uma exposição individual no Camões — Instituto da Cooperação e da Língua, com curadoria de Nuno Faria. Expôs em espaços como A Montra (Lisboa, PT), The Lab (São Francisco, EUA), 1038 Project Space (São Francisco, EUA), MACE – Museu de Arte Contemporânea de Elvas (Elvas, PT) ou a Biblioteca Camões (Lisboa, PT). A par do seu trabalho individual, tem criado projectos colaborativos através do West Coast, uma plataforma nómada de criação e debate em torno de culturas costeiras, ciência e ecologia. Fez o mestrado pela San Francisco Art Institute (EUA, 2014) como bolseiro Fulbright/Fundação Carmona e Costa e é licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2005).

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Lisboa, Portugal, 1968. Vive e trabalha em Lisboa. A escultura tem sido um interesse constante no percurso de Francisco Tropa, artista que começou a expor no início da década de noventa e cujo trabalho tem obtido uma significativa atenção por parte das instituições e da crítica. Foi o representante de Portugal na edição de 2011 da Bienal de Veneza, e participou ainda na Bienal de Rennes (2012), na Bienal de Istambul (2011), na Manifesta (2000), na Bienal de Melbourne (1999) e na Bienal de São Paulo (1999).

Diversos meios são utilizados por Tropa, como a própria escultura, o desenho, a performance, a fotografia ou o filme, para convocar uma série de reflexões introduzidas por diferentes tradições da escultura. Temas como o corpo, a morte, a natureza, a paisagem, a memória, a origem ou o tempo, estão sempre presentes nos seus trabalhos, num processo interminável de remissão a ideias da história da arte, a outras obras de arte, a trabalhos anteriores do próprio artista, e a autores específicos.

As noções de dispositivo e de espectador são também fundamentais para a compreensão da sua prática, que desafia as categorias tradicionais da arte quer de representação quer de percepção.

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