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Solteiro, misógino, com um azedume que lhe chegava das rotinas de manga-de-alpaca no Ministério do Interior, assim foi sentido J.-K. Huysmans nos seus trinta e três anos de vida literária.

[...]

Na literatura, onde deixou o seu nome flamengo semi-inventado (o verdadeiro era Charles Marie Georges Huysmans [Paris, 5 de Fevereiro de 1848-Paris, 12 de Maio de 1907]) bebido numa ilustre cepa de pintores da Flandres, foi exemplo de um notável domínio da palavra. E com essa frase «pintada», que pretendeu sentir como metamorfose em escrita da pincelada flamenga, pretendeu terçar armas pelo «naturalismo» — quase uma obrigação, um preço exigido pela sua convivência apertada com Émile Zola.

[...]

Mais tarde, quando os socialistas de Jaurès expulsaram com o seu combate anti-clerical de 1902 a maioria das congregações católicas, Huysmans regressou a Paris e recolheu-se na vizinhança dos beneditinos da rua Monsieur. Apesar do tempo que a devoção lhe pedia, este burguês cheio de incertezas e ressentimentos conseguiu ser presidente da Academia Goncourt desde 1900 a 1906. E foi escrevendo. Da pena saíram-lhe ortodoxias enfeitadas por boa prosa, e no capítulo dos sentimentos ainda encontrou ânimo e disponibilidade para uma admiração apaixonada, a que dedicou a Henriette du Fresnel, a jovem que em dias finais parece abrandar-lhe a misoginia.

J.-K. Huysmans abeirou-se dos sessenta arrasado por novenas, comunhões e jejuns que talvez negociassem o perdão divino para a sua obra literária de vinte anos atrás. Em 1907 morreu, apesar disto, com os grandes sofrimentos físicos de um cancro e aterrorizado com o exame rigoroso que o esperava à porta estreita de São Pedro.

«Sim», veio a dizer dele outro escritor católico, Barbey d’Aurevilly, «das duas uma: ou era um desses casos que se resolvem de pistola na boca, ou com a humilhação aos pés da cruz!»

Aníbal Fernandes

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James Hogg [Escócia, 1770-1835], poeta, romancista e ensaísta. Na sua juventude foi trabalhador agrícola e pastor, por isso a sua educação foi maioritariamente autodidacta, através da leitura. Foi amigo de grandes escritores da sua época, como Sir Walter Scott, de quem mais tarde escreveu uma biografia não autorizada. Memórias Íntimas e Confissões de um Pecador Justificado, de 1824, é o seu romance mais conhecido. Muito criticada na altura da sua publicação, acusada de ser um «grave atentado contra a religião e um insulto ao gosto moderno», a obra permaneceu na sombra até 1947, quando foi republicada com um posfácio entusiástico de André Gide. Outras obras de James Hogg incluem o longo poema The Queen's Wake (1813), a colecção de canções Jacobite Reliques (1819), e os dois romances The Three Perils of Man (1822) e The Three Perils of Woman (1823).

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Es catedrático de Historia Medieval de la Universidad de Navarra, director del Instituto Empresa y Humanismo, y miembro del grupo «Religión y sociedad civil» del Instituto Cultura y Sociedad (ICS) de la misma Universidad. Entre sus publicaciones destacan Authoring the Past. History, Autobiography and Politics in Medieval Catalonia (The University of Chicago Press, 2012), La historiografía medieval, entre la historia y la literatura (Universitat de València, 2017), La escritura de la memoria, de los positivismos a los postmodernismos (Universitat de València, 2.ª edición de 2017) y un estudio sobre las autobiografías de historiadores del siglo XX: Theoretical Perspectives on Historians’ Autobiographies (Routledge, 2016). Ha editado el volumen colectivo Rethinking History in the Twenty-First Century (Routledge, 2017). Es miembro del consejo editorial de la revista Rethinking History (saurell@unav.es).

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Jean Cocteau [Maisons-Laffitte, 1889 – Milly-la-Forêt, 1963] foi poeta, dramaturgo, encenador, cineasta, pintor e escultor. Participou em todos os movimentos da sua época, desde os Ballets Russes ao surrealismo, de cujo grupo foi membro activo. Enveredou também pela música e escreveu libretos para obras de Stravinski, Darius Milhaud e Eric Satie. As suas relações de amizade e colaborações incluíam artistas de todas as áreas, entre eles Pablo Picasso, Modigliani, Apollinaire, Satie, Jean Anouilh, Jean Marais, Henri Bernstein e Édith Piaf. Em 1919, publicou o seu primeiro livro, Le Potomak, seguido de Thomas l’imposteur (1923), Orphée (1926), Le Livre blanc (1928), Les Enfants terribles (1929), La Voix humaine (1930), La Machine infernale (1934), Les Parents terribles (1938) e Bacchus (1951), entre romances, peças de teatro e poesia.

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Professor associado do Departamento de Humanidades na Universidade Aberta e investigador integrado no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde participa em duas linhas de investigação: O Cinema e o Mundo — Estudos sobre Espaço e Cinema e RIAL — Realidade e Imaginação nas Artes e na Literatura. Em 2016-2017, foi investigador convidado no Departamento de Estudos Visuais e Ambientais na Universidade de Harvard. Entre as suas publicações, incluem-se trabalhos sobre Mark Strand, Wallace Stevens, Ralph Waldo Emerson, Edward Hopper e D.W. Griffith. Em 2018, publicou uma tradução da obra poética do poeta simbolista português Camilo Pessanha (Clepsydra — The Poetry of Camilo Pessanha [Lisbon Poets & Co.]) e, mais recentemente, coordenou a publicação do livro Espelhos do Film Noir (Documenta, 2019).

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Andrzejewski [Varsóvia, Polónia, 19 de Agosto de 1909 – 19 de Abril de 1983], este escritor polaco, «jovem grande e magro que usava óculos de armação de massa», acompanhou as constantes mudanças políticas e a instabilidade da Polónia. Chamavam-lhe moralista. Gombrowicz, por exemplo, chegou a chamar-lhe «padre» numa das páginas do seu diário. Outros tantos acabaram por chamar-lhe «uma puta respeitável». Filho de pai merceeiro e de mãe filha de um médico de província, nasceu em 1909. Interessou-lhe estudar na universidade de Varsóvia literaturas polacas, mas saiu de lá sem grandes preocupações em trazer consigo um diploma. Conhecendo desde cedo as suas orientações sexuais, sabe-se homossexual sem querer admitir essa homossexualidade. A vontade de uma vida normal faz com que se case por duas vezes. A primeira seria com Nona Siekierzyska, mas sobre este curto casamento corria o rumor de não ter sido consumado, pois Andrzejewski desapareceu com uma das suas testemunhas, um músico chamado Eugeniusz Biernacki. O segundo casamento seria com Maria Abgarowicz, que duraria mais e dar-lhe-ia dois filhos; esta sabia da homossexualidade do marido e, ao que parece, até concordava com ela.

Os seus primeiros trabalhos literários aparecem; com vinte e sete anos de idade publica Caminhos Inevitáveis, e dois anos mais tarde aparece A Harmonia do Coração, livros de contos que já tinham surgido na revista de direita Prosto z Mostu. Era um jovem fascinado por escritores como Georges Bernanos, Joseph Conrad e François Mauriac. Ficaria com a fama de «Mauriac polaco».

[…]

Engordado por excessos de vodka, já pouco saía de casa; e muito tempo não passaria até que, a 19 de Abril de 1983, a morte provocada por um ataque cardíaco encontrou-o em Varsóvia, no seu apartamento da rua Nowiniarska com vista para o gueto. Deixaria por terminar um romance sobre o imperador Heliogábalo, figura celerada que devia muito certamente ser do seu interesse.

[Diogo Ferreira, Apresentação de As Portas do Paraíso]

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É professora de Craft e Vice-Prefekt of Research na HDK-Valand, University of Gothenburg, Suécia. Estudou Design Têxtil na Rhode Island School of Design, concluindo o BFA (Honors) em 1999 em Comparative Literature (África/Ásia) na University of London’s School of Oriental and African Studies, tendo concluído o MA (Distinction) em 2000. O seu PhD, atribuído pela University of Edinburgh em 2006, foi publicado por Kalliope Paperbacks sob o título Yvonne Vera: The Voice of Cloth (2008). Editou, em 2010, uma coleção de ensaios com o título In the Loop: Knitting Now, publicados por Black Dog e, em 2012, The Textile Reader (Berg) e escreveu Warp & Weft (Bloomsbury). O projeto editorial e curatorial Cultural Threads: Transnational Textiles Today é um livro sobre a escrita pós-colonial e a prática têxtil contemporânea (Bloomsbury: 2015), que foi acompanhado pela exposição itinerante Migrations (2015-2017). Em 2020-2021 é Rita Bolland Fellow no Research Centre for Material Culture, Países Baixos.

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É deputada portuguesa, feminista negra interseccional e activista anti-racista.

Nasceu na Guiné-Bissau em 1982, no seio de uma família guineense e cabo-verdiana, tendo imigrado para Portugal com 8 anos de idade.

É licenciada em História Moderna e Contemporânea, mestre em Estudos do Desenvolvimento e doutorada em Estudos Africanos pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. As suas áreas de estudo e de intervenção são os Estudos do Desenvolvimento, Estudos de Género, violência, política e movimentos sociais.

Mentora e fundadora do INMUNE – Instituto da Mulher Negra em Portugal, criado em 2018 para lutar contra a invisibilização e o silenciamento da mulher negra na sociedade portuguesa, tem participado activamente no debate público sobre o Colonialismo e a Escravatura em Portugal, fazendo parte de diversos grupos de trabalho e de reflexão nacionais e internacionais.

 

 

 

Fotografia: © Veríssimo Dias

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Historiadora de arte, investigadora no Laboratório de Artes da Montanha – Graça Morais, Instituto Politécnico de Bragança, membro colaborador do Instituto de História da Arte da NOVA FCSH, onde lecciona desde 2018. Licenciada em Artes Plásticas – Escultura (2005), Mestre em Museologia (2009) e Doutora em História da Arte – especialização em Museologia e Património Artístico (2014). Foi bolseira de Pós-Doutoramento (2016-2019) na NOVA FCSH e na École Normale Supérieure (Paris), com investigação à circulação artística entre Portugal e França no século XX. Colabora com diversas instituições em projectos dedicados à história da arte e da cultura em Portugal nos séculos XIX a XXI, e é autora de artigos e ensaios publicados em Portugal, Espanha, Brasil e França.

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(Rio de Janeiro, 1975). É performer, encenadora e dramaturgista. Vive em Lisboa desde 2017. É formada em Filosofia/USP e mestra em Filosofia-Estética/FCSH-UNL. A sua criação mais recente, Rasante, estreou no Festival Alkantara 20’, no âmbito do ciclo «Terra Batida». Nos últimos dez anos tem-se dedicado a projetos experimentais e colaborativos que forjam uma cena atravessada por diferentes linguagens (da performance ao teatro, da dança ao pensamento filosófico) e que evocam relações de tensão, expressas em contextos e conflitos urbanos, (pós-)coloniais e de género. Recentemente, colaborou com Carlota Lagido, Sónia Baptista, Rita Natálio, Gustavo Ciríaco, Julia Salem, entre outros. Anteriormente, no Brasil, destacam-se as suas criações Museu Encantador (MAM – RJ), em colaboração com Rita Natálio; Rózà (Casa do Povo – SP), em parceria com Martha Kiss Perrone; e In_Trânsito (Prémio Montagem Cénica – RJ), codirigido por Isabel Penoni/Cia Marginal. É cooperadora da Penha Sco_arte cooperativa (Lisboa), onde realiza programação de artes performativas e gestão de projetos.

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É licenciada em Relações Internacionais pela Universidade Nova de Lisboa e pós-graduada em Comunicação Estratégica pela Universidade da Beira Interior. Realizou um programa de mobilidade académica na Universidade Católica de Louvain- la-Neuve, com foco na vertente de informação e comunicação e pesquisa em comunicação em organizações culturais. Tem desenvolvido a sua atividade profissional em diversas organizações internacionais, tais como Nexes Interculturals de Joves per Europa e Aflatoun International, onde colaborou na área de comunicação e programas de cooperação para o desenvolvimento. Atualmente, é assistente na unidade de coordenação política na Direção-geral de Energia da Comissão Europeia. As suas principais áreas de interesse são comunicação em organizações não governamentais, relações públicas, média sociais e comunicação política.

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É professora associada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e investigadora do Grupo Intermedialidades do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa. Autora do livro O Erro de Hamlet: Poesia e Dialética em Murilo Mendes (Prémio de Ensaio Murilo Mendes), responsável pelas antologias Um Beijo Que Tivesse Um Blue, de Ana Cristina Cesar, e Passagens: Poesia, Artes Plásticas; co-responsável (com Luís Adriano Carlos) pela edição fac-similada dos Cadernos de Poesia, e (com Rosa Maria Martelo e Luís Miguel Queirós) pela antologia Poemas com Cinema. Tem publicado estudos no campo dos Estudos Interartes e de Intermedialidade, e a sua actividade crítica tem-se repartido por autores das literaturas portuguesa e brasileira modernas e contemporâneas. Em 2014-2015, publicou as colectâneas de ensaios Repto, Rapto e Cinefilia e Cinefobia no Modernismo Português; em 2018, publicou O Murmúrio das Imagens (Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho/APE).

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Artista portuguesa (pianista-compositora)

O seu trabalho é marcado pela transdisciplinaridade, experimentação e pela procura de diferentes (des)formatos artísticos. A solo no palco, mas em colaboração com o realizador Daniel C Neves, criou a trilogia à escuta | o aberto que constituiu o tema do seu doutoramento (2020) em Performance (Música) na Universidade de Aveiro, enquanto bolseira da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia. A trilogia é constituída por through this looking glass (2010/11); Elogio da Desordem (2013); à escuta: o aberto (2016), tendo todas as peças sido estreadas no Teatro Municipal Maria Matos, em Lisboa. Estudou em Lisboa, Paris, Castelo Branco e Colónia, tendo recebido uma bolsa INOV-ART (Ministério da Cultura) em 2009/10. ‘a body as listening – resonant cartography of music (im)materialities’ é um trabalho com múltiplos outputs autónomos, mas complementares – livro, instalação virtual, disco, performance, conferência-performance, etc.

Joana é 1⁄2 de Almost a Song (com Luís J Martins, guitarra), 1/3 do Powertrio (com Luís J Martins, guitarra, Eduardo Raon, harpa), 1/5 da Turbamulta (com os mesmos e ainda Luís André Ferreira, violoncelo e Nuno Aroso, percussão), 1⁄2 do duo com a cantora grega Savina Yannatou. Tem-se apresentado em importantes programações nacionais e internacionais e editou diversos discos a solo e com outras formações pelos selos da Clean feed, blinker – Marke für Rezentes, Shhpuma, etc. Gravou ainda para a Deutschland Funk, SWR2 Südwestrundfunk 2 e Antena 2.

Com Luís J Martins fundou e é diretora artística de à escuta – www.aescuta.pt — colectivo de criação artística e reflexão interdisciplinar desenvolvido em e com comunidades da Serra da Estrela, parceiros científicos, movimentos cívicos e colaboradores de diversas áreas. No âmbito de à escuta foram realizados os projetos à escuta: catálogo poético (2021) e à escuta: CasaFloresta (2022-23).

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Artista plástica, nasceu em Lisboa, em 1970. Vive e trabalha em Avis desde 2012.

Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian para a residência Location One em Nova Iorque (2010/11). Foi artista residente na Guest House da Fundação Qattan em Ramallah (2014). Foi selecionada pela EUNIC-European Union National Institutes for Culture para participar no workshop Rethink Palestine, em Jericó, na Palestina (2015). Em Dezembro 2015 participou na conferência “Walter Benjamin in Palestine”, em Ramallah, na Palestine.

Desde 2016 está a desenvolver o projeto Mar com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Grupo Bensaúde.

Colabora regularmente em teatro, com a criação de cenografias para produções apresentadas em vários teatros nacionais. É responsável pelos desenhos/ilustrações dos cartazes e programas mensais do Teatro do Bairro. É coautora, com Mafalda Ivo Cruz, do livro Emma (Cavalo de Ferro). É coautora, com ilustrações suas, de Tia Mira (Libelinha, uma chancela Livros Cotovia).

Em 2018, inaugura o seu atelier Officina Mundi, em Avis.

O seu trabalho está representado na Colecção MAAT-Fundação EDP, quARTel Colecção Fernando Ribeiro, Diocese de Beja e em várias colecções particulares em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Reino Unido, Estados Unidos da América e Palestina.

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Em 1468, morreu o cavaleiro valenciano mossèn Joanot Martorell, deixando «ventilado» (que pode interpretar-se como «definitivamente concluído») o romance de cavalaria Tirant lo Blanc, a cuja redacção se dedicara desde Janeiro de 1460, quando o escritor teria cerca de quarenta e cinco anos; dedicou-o ao infante D. Fernando de Portugal, que residiu em Barcelona em 1464 e 1465, pelo menos, na corte e séquito do seu irmão D. Pedro, o Condestável, «rei dos catalães», e do qual podia ser considerado presumível sucessor à coroa de Aragão, o que explica que o nosso romancista o tenha chamado «rei expectante».

Joanot Martorell morreu solteiro e sem filhos, e os seus papéis, sem dúvida por disposição testamentária, passaram para outro cavaleiro valenciano, evidentemente seu amigo, mossèn Martí Joan de Galba, de quem sabemos que tinha dois manuscritos de Tirant lo Blanc e que fez uma revisão do original de Martorell sem evitar a tentação de intervir e refazer as passagens que ele, com razão ou sem ela, considerava incompletas ou necessitadas de revisão. Galba decidiu publicar o romance do seu amigo Martorell, por ele revisto, através do meio então recente da imprensa (introduzida em Valência em 1474); com efeito, de acordo com os contratos assinados a 7 de Agosto e a 28 de Setembro de 1489, o impressor Nicolau Spindeler procedeu, em Valência, à impressão do Tirant lo Blanc, que ficou concluída a 20 de Setembro de 1490, sete meses depois da morte de Martí Joan de Galba.

O Tirant lo Blanc apareceu, então, como obra duplamente póstuma e muito depois do seu início: Joanot Martorell, o seu autor principal e decisivo, trabalhou nele a partir de 1460, ou seja, trinta anos antes da sua publicação, altura em que dificilmente se imaginaria que seria difundida em 715 exemplares impressos, processo de divulgação de uma obra literária que abria perspectivas inimagináveis.

É difícil e arriscado determinar a intervenção de Martí Joan de Galba no Tirant, talvez intensa a partir do capítulo 276, ainda que trabalhando sempre sobre um texto escrito por Martorell, que deve ter reformulado e ampliado com acrescentos seus de diversas dimensões. Parece que Galba utilizou fontes literárias que Martorell não teve em conta, como o famosíssimo The Travels, de Sir John Mandeville, ou a Història de Leànder i Hero, de Joan Roís de Corella. Galba exacerbou o retoricismo da prosa e encarou o problema da comunicação linguística quando no romance dialogam personagens de diferentes línguas, aspecto nunca tido em conta por Martorell, como ocorre em muitos romancistas antigos e modernos. O certo é que Martorell deixou um original, sem dúvida mais breve na quarta parte do livro, mas que concluía o romance, como revelam algumas afirmações da dedicatória que Galba fez imprimir tal como as tinha escrito. Por outro lado, nada sabemos da personalidade de Martí Joan de Galba que nos permita aproximar-nos da sua fisionomia.

O contrário acontece com a personalidade de Joanot Martorell. Nascido no reino de Valência, provavelmente em Gandia, entre 1413 e 1415, pertencia a uma linhagem do braço militar ligado aos Montpalau e aos March (Isabel, irmã do romancista, foi a primeira mulher do grande poeta Ausias March) e imerso em brigas cavaleirescas e controvérsias. Em 1437, Martorell desafiou para um duelo o primo Joan de Montpalau por este ter desonrado a sua irmã Damiata Martorell e recusar-se a casar com ela. Os dois primos trocaram entre si um epistolário insultuoso, provocador e engenhoso sobre este assunto em cartas de desafio divulgadas em todo o reino de Valência, até que os dois contendores se puseram de acordo em dirimir o problema num combate único até à morte perante um juiz competente e imparcial. Joanot Martorell foi então a Inglaterra e convenceu o rei Henrique VI a ser o juiz do combate cavaleiresco; todavia, Joan de Montpalau não compareceu no dia marcado, enviou procuradores para que solucionassem o assunto sem derramamento de sangue, intervindo também com uma atitude pacificadora a rainha Maria, de Castela, mulher de Afonso, o Magnânimo. Tudo se resolveu, algum tempo depois, com uma compensação económica que Joan de Montpalau pagou aos Martorell, mas Damiata ficou solteira durante toda a sua vida. A estada de Joanot Martorell em Inglaterra, entre Março de 1438 e Fevereiro de 1439 (certificada com documentos de origem inglesa), foi sem dúvida decisiva na formação do escritor e na concepção do que viria a ser o Tirant lo Blanc. Conheceu a fundo a corte inglesa, que tão bem descreve na primeira parte do romance, e leu livros da biblioteca do rei, como é o caso do romance de Guy de Warwick, que Joanot Martorell seguirá nos primeiros capítulos da sua narrativa.

Regressado a Valência, nunca mais terá uma vida sossegada: os seus vassalos de Murla e de Benibafrim (em Vall de Xaló, no marquesado de Dénia) tentaram livrar-se das suas obrigações para com ele e aquelas localidades ser-lhe-ão sequestradas; no Verão de 1442, foi desafiado para um combate pelo cavaleiro errante Filip Boïl, outro valenciano que alcançara prestígio em Londres, mas Martorell não quis e recusou-se a lutar com ele numa carta que acaba com estas palavras significativas: «Quem quer carne vai a um talho, e não a casa do lobo». Naquele mesmo ano, o nosso romancista foi desafiado, ainda, pelo jovem cavaleiro Jaume de Ripoll.

Está documentada uma viagem de Joanot Martorell a Portugal em 1443, onde deixou dívidas em dinheiro que pedira emprestado a uns judeus. Em 1444, o escritor vendeu os feudos conflituosos de Murla e Benibafrim a D. Gonçalbo d’Híxer, comendador de Montalbà, e o pagamento das quantias estipuladas produziu tão grandes divergências entre os dois, que Joanot Martorell e o seu irmão Jofre mandaram avisos de desafio a D. Gonçalbo; apesar das tentativas de concórdia e soluções amigáveis propostas pelo rei de Navarra (o futuro João II) e alguns nobres valencianos, o romancista desafiou o seu adversário, com cartas de insultos difamantes, para um combate até à morte, enquanto D. Gonçalbo tentava resolver o assunto pelas vias da justiça normal e acusava Joanot Martorell de difamação. Isto ocorria em 1450, ano em que é provável ele ter feito uma nova viagem a Inglaterra.

Pouco mais sabemos de Joanot Martorell. Em 1454, viajou para o reino de Nápoles; documentalmente consta que morreu no ano de 1468, não sabemos onde.

[Martí de Riquer, in «Introdução»]

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João A. Silva Appleton, engenheiro civil pelo Instituto Superior Técnico (1971). Especialista e investigador coordenador pelo LNEC, conselheiro do Conselho Superior de Obras Públicas e Transportes (aposentado). Assistente e professor convidado do IST (1971-1997) e professor catedrático convidado da Universidade de Évora (1992-2007) e da Universidade Católica Portuguesa (2007-2013). Sócio e director técnico de A2P Consult, Estudos e Projectos, Lda. Prémio Reabilitação Engenharia Tektónica em 2011 e 2019, e Prémio de Carreira SIL Engenharia em 2014. Membro conselheiro e especialista em estruturas da Ordem dos Engenheiros. Autor de mais de quinhentas publicações técnicas, incluindo livros, relatórios, artigos, comunicações e palestras e projectista de numerosas obras novas e de conservação, restauro e reabilitação do património arquitectónico, monumental e habitacional. Algumas dezenas de projectos de estruturas que coordenou foram premiados em diversas instâncias.

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Nasceu a 26 de Abril de 1940 em Alter do Chão. Estudou Filologia Germânica na Faculdade de Letras de Lisboa (1958-1964). Foi leitor de Português na Universidade de Hamburgo (1965-1968), e docente de Literatura Alemã e Comparada na Faculdade de Letras de Lisboa (1969-1986). Foi professor associado convidado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (1986-2002). Colaborou no jornal Público e na maior parte das revistas literárias portuguesas, bem como nalgumas estrangeiras. É ensaísta e tradutor de literatura de língua alemã. Publicou treze livros de ensaio, crítica e teoria literária, e algumas centenas de artigos. Foi vice-presidente do PEN-Clube Português (1994-2003); vice-presidente da Associação Portuguesa de Germanistas (1994-1996); presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Tradutores (1989-1997) e da Associação Portuguesa de Literatura Comparada. Foi professor convidado e conferencista na Áustria, Bélgica, e em várias universidades alemãs e brasileiras. É membro de diversas organizações literárias e científicas. Recebeu numerosos prémios e condecorações nacionais e internacionais; publicou algumas centenas de artigos e ensaios, nas áreas da teoria da literatura e da tradução, das literaturas de língua alemã, da literatura comparada e da literatura portuguesa; e algumas dezenas de traduções de autores de língua alemã, especialmente poesia do século XX, teatro contemporâneo, Goethe e Walter Benjamin. Pelo conjunto da sua obra, foi galardoado com o Prémio Camões 2023.

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João Pedro Bénard da Costa [Lisboa, 1935 – Lisboa, 2009] foi crítico de cinema e ensaísta.

Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1959. Em 1963, tornou-se co-fundador e, mais tarde, chefe de redacção e director da revista O Tempo e o Modo. Seis anos depois, assumiu a coordenação do Sector de Cinema do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian, função que desempenharia até 1991. Entre 1973 e 1980 foi professor de História do Cinema da Escola Superior de Cinema do Conservatório Nacional, e, em 1980, foi nomeado subdirector da Cinemateca Portuguesa, tornando-se, em 1991, seu director.

Publicou, ao longo da sua vida, várias obras de filosofia, pedagogia e história do cinema. Entre outras homenagens, foram-lhe concedidas, em 1990, as comendas de Oficial das Artes e das Letras de França e a Ordem do Infante D. Henrique; em 1995, foi destacado com o Prémio de Estudos Fílmicos da Universidade de Coimbra; em 1997, foi nomeado Presidente da Comissão do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas — cargo, aliás, que continuaria a ocupar nos anos seguintes; e, em Dezembro de 2001, foi galardoado com o Prémio Pessoa.

Publicou, ao longo da sua vida, várias obras de filosofia, pedagogia e história do cinema. Entre outros títulos, destacam-se os livros Alfred Hitchcock (1982), Luis Buñuel (1982), Fritz Lang (1983), Nicholas Ray (1984), Emmanuel Mounier (1960), Os Filmes da Minha Vida (1990), Histórias do Cinema Português (1991), Muito Lá de Casa (1993) e O Cinema Português Nunca Existiu (1996).

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(n. 1979, Portalegre). 

Artista plástico e curador. Licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e mestrado em Museologia pela Universidade Nova de Lisboa. O seu trabalho tem sido apresentado em exposições individuais e coletivas em diferentes instituições e galerias como a Galeria Fundação Amélia de Mello (UCP); SE8 Gallery; Galeria Municipal do Porto; Galeria Quadrum; Fórum Braga; Fundação Leal Rios; Carpe Diem Arte
& Pesquisa; Fundação Carmona e Costa; Whitechapel Art Gallery; Fábrica da Pólvora; MoCA Skopje; Mala Stanica Multimedia Center; CAE Portalegre ou Luís Serpa Projetos.

 

Visual artist and curator. He holds a bfa in Painting from the Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa and a Masters’ degree in Museology from Universidade Nova
de Lisboa. His work have been presented in solo and group exhibitions at venues such as: Galeria Fundação Amélia de Mello (UCP); SE8 Gallery; Galeria Municipal do Porto; Galeria Quadrum; Fórum Braga; Carpe Diem Arte & Pesquisa; Fundação Carmona e Costa; Whitechapel Art Gallery; Fábrica da Pólvora; MoCA Skopje; Mala Stanica Multimedia Center; Cae Portalegre and Luís Serpa Projetos.

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João Botelho (Lamego, 1949) frequentou a Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Foi dirigente do CITAC. Integrou os cineclubes de Coimbra e Porto. Foi professor na Escola Técnica de Matosinhos, ilustrador de livros infantis e profissional de artes gráficas a partir de 1970. Frequentou a Escola de Cinema do Conservatório Nacional. Foi crítico de cinema em jornais e revistas e fundou a revista de cinema M. Iniciou-se na realização com duas curtas-metragens para a RTP e o documentário de longa-metragem Os Bonecos de Santo Aleixo para a cooperativa Paz dos Reis. Teve filmes premiados nos festivais da Figueira da Foz, Antuérpia, Rio de Janeiro, Veneza, Berlim, Salsomaggiore, Pesaro, Belfort, Cartagena e Varna, entre outros. Foi distinguido duas vezes com o prémio da OCIC, da Casa da Imprensa e dos Sete de Ouro. Todas as suas longas-metragens tiveram exibição comercial em Portugal, quase todas em França e algumas em Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e Japão. Foram exibidas retrospectivas integrais da sua obra em Bergamo (1996), em La Rochelle, com edição de uma monografia (1998) e na Cinemateca de Luxemburgo (2002). Foi distinguido com a Comenda de mérito cultural da Ordem do Infante (2005).

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Nasceu a 26 de Junho de 1937, em Lisboa, e aí faleceu em 5 de Janeiro de 2021. Vivia e trabalhava em Évora desde 1985. Frequentou os ateliers de António Pedro, Jorge Barradas e António Duarte de 1946 a 1950, tendo feito a sua primeira exposição individual (Tentativas Plásticas) em 1951, com 14 anos, em Reguengos de Monsaraz, onde apresentou esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.

Em 1953 ingressou na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, onde esteve até 1955, e expôs trabalhos seus no VII e no VIII Salão Geral de Artes Plásticas da Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa. No final desse ano, foi para Londres, onde se fixou e frequentou, entre 1955 e 1959, a Slade School of Art. Aí, foi aluno de Reg Butler, tendo recebido três prémios no final do curso: composição, figura e cabeça. Nessa época trabalhou durante seis meses como assistente de Reg Butler e expôs na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa (1957), e duas vezes na galeria Young Contemporaries, AIA, em Londres (em 1957 e 1959).

Datam de 1964 as primeiras figuras articuladas, e de 1966 o início do uso de ferramentas eléctricas, para o trabalho da pedra, utilizando essencialmente o mármore, de que fazia surgir, além das figuras femininas, as paisagens, as caixas e as árvores. Ao longo da década de 1960, Cutileiro fez diversas exposições em Lisboa e uma no Porto.

Em 1970 regressou a Portugal e instalou-se em Lagos, criando aí uma das suas obras de referência, D. Sebastião, elemento central construído para uma praça naquela cidade, que constituiria, nas palavras de José-Augusto França, «a ruptura escandalosa» com a tradição escultórica que se vivia nessa época em Portugal, e abriria definitivamente o caminho à mudança que as artes plásticas vinham anunciando.

No ano seguinte, conquistou uma menção honrosa no Prémio Soquil e, cinco anos mais tarde, as suas esculturas e mosaicos foram expostos na Unikat-Galerie, em Wuppertal (na Alemanha), seguindo-se exposições na Royal Academy of Arts, em Londres e no Museu de Lagos (1978), na XV Bienal Internacional de São Paulo, Brasil (1979) e em Évora (1979 e 1981), entre outras. Em 1980, a sua obra voltaria à Alemanha (Munique e Wuppertal), tendo exposto também nos Estados Unidos, no II Congresso da International Association of Sculptors realizado em Washington, entre muitas outras exposições,colectivas e individuais, que o consagraram, nas décadas seguintes, como grande criador em Portugal e além-fronteiras.

Em 2018, no Centro Internacional de Arte José de Guimarães, a exposição intitulada Constelação Cutileiro ensaiaria, finalmente, conforme consta do catálogo então publicado, «uma espécie de cartografia celeste da geometria das relações, afectos e interacções de que Cutileiro, espécie de astro solar, foi o ponto referencial e o campo magnético de uma conjugação energética» que viria a transformar radicalmente a escultura portuguesa do século XX, aportando contributos essenciais para a sua definição no século XXI.

Em Évora foi o motor, com o Ar.Co, da organização do I Simpósio Internacional de Escultura em Pedra, em 1981, que constituiu um marco fundamental no espectro da produção escultórica em Portugal no século XX, reunindo nesta cidade, onde haveria de fixar-se definitivamente em 1985, um grupo excepcional de escultores estrangeiros, nomeadamente Sergi Aguilar (Espanha), Andrea Cascella (Itália), Minoru Niizuma (japonês naturalizado norte-americano), Syoho Kitagawa (Japão) e Pierre Szekely (húngaro residente em França), e um grupo de jovens escultores portugueses, Rui Anahory, Brígida Arez, José Pedro Croft, Amaral da Cunha, Pedro Fazenda, Luísa Periennes, Pedro Ramos, Manuel Rosa e António Campos Rosado. Muitos destes farão parte da «constelação Cutileiro» a que já aludimos — artistas que, pela influência directa, pela cumplicidade criativa, pelo estímulo ou pela convivialidade, constituem parte da herança cultural e artística de João Cutileiro.

João Cutileiro foi condecorado com a Ordem de Sant’Iago da Espada, Grau de Oficial, a 3 de Agosto de 1983. Receberia ainda doutoramentos Honoris Causa pela Universidade de Évora e pela Universidade Nova de Lisboa, este último concedido em 2017.

Consciente do seu papel, e generoso na convicção de que um seu legado poderia contribuir para o desenvolvimento cultural do seu país e para estímulo e oportunidade de trabalho de outros, particularmente de novas gerações de escultores, entregou ao Estado português a sua casa de Évora, que compreende o seu atelier, todo o seu arquivo pessoal e uma importante selecção de obras representativas do seu percurso artístico.

João Cutileiro é, indiscutivelmente, um dos mais singulares artistas portugueses do século XX. Excessivo, festivo, generoso, o seu trabalho marcou decisivamente a paisagem artística e cultural em Portugal a partir do final dos anos 1950 e início dos anos 1960.

Em reconhecimento do inestimável trabalho de uma vida dedicada à arte, à criação artística e à divulgação e fomento da escultura, difundindo amplamente, em Portugal e no estrangeiro, a Cultura portuguesa, o Governo português concedeu-lhe, em 2019, a Medalha de Mérito Cultural.

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Nasceu no dia 20 de Maio de 1950, em Lisboa. No curto período em que fez crítica de música (revistas, rádio, televisão) foi autor do programa radiofónico na RDP FM Estéreo «A Idade do Rock» (1977-1980), para o qual reuniu materiais que são grande parte da antologia bilingue de poesia Estro in Watts publicada pela Documenta. Na área cultural foi também fundador e primeiro presidente da cooperativa de produção de cinema e de produção de espectáculos Era Nova, e na área social foi presidente da SOMA-Associação Antiproibicionista, que promoveu a actual legislação de descriminalização do consumo de drogas em Portugal. Com licenciatura em Direito (Lisboa) e post-graduação em Altos Estudos Europeus pelo Colégio da Europa (Bruges), desenvolveu grande parte da sua actividade profissional na área da integração europeia, como advogado, diplomata (Bruxelas), negociador (chefe da delegação nacional nos Comités de Redacção do Tratado de Adesão de Portugal às Comunidades Europeias e do Tratado de Lisboa, respectivamente em 1985 e 2007), deputado à Assembleia da República (1991-1995), e professor universitário. Foi ainda empresário nas indústrias da construção (EUROAMER) e da requalificação ambiental (ECOSOROS), fundador e dirigente da Associação FORUM PORTUGAL GLOBAL criada para apoio da participação na Comissão Trilateral, de que foi membro.

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(Lisboa, 1979) Estudou Artes Gráficas na António Arroio e licenciou-se em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. O seu trabalho parte do desenho para explorar várias das suas possibilidades enquanto motor de criação de imagens, passando pela ilustração, cinema de animação, banda desenhada e pintura. Trabalha regularmente como ilustrador para a imprensa desde 2000, assinando ilustrações para diversas publicações nacionais e internacionais. Atualmente colabora regularmente com a New Yorker, The New York Times e a Visão. Deu aulas de ilustração no Ar.Co e é hoje professor na FBAUL. Ilustrou diversos livros, capas de discos, cartazes de cinema e campanhas institucionais. É autor, com Marte, da série de BD Loverboy, e com Pedro Brito, da novela gráfica Tu és a mulher de minha vida, ela a mulher dos meus sonhos. Realizou os filmes de animação Café, em parceria com Alex Gozblau, Algo Importante e Sem Querer, ambos com argumento de João Paulo Cotrim, e Mesa, apresentado em 2020. No mesmo ano estreou no Teatro Luís de Camões o espectáculo da sua autoria Grande Estrondo, dando continuidade ao trabalho desenvolvido com o espectáculo Retrato Falado, criado com Pedro da Silva Martins e estreado em 2014 no Teatro Maria Matos, em Lisboa, e depois apresentado em vários pontos do país. Dos vários prémios que o seu trabalho recebeu destacam-se o Prémio de Ilustração BIG – Bienal de Ilustração de Guimarães, em 2018, Prémio Nacional de Ilustração, 2015, o World Illustration Award atribuído pelo Association of illustrators (UK) e pelo Directory of Illustration(USA) na categoria de ilustração para livros em 2017, o Grande Prémio Stuart – El Corte Inglês de Desenho de Imprensa, 2007, e o Prémio António Gaio – Melhor filme de animação Português, no Festival Cinanima, para o filme Sem Querer, em 2011. Foi ainda várias vezes distinguido pela Society of Illustrators NY, Society of News Design, 3X3 Proshow, Communication Arts e American Illustration. Participou em diversas exposições coletivas e individuais um pouco por todo o mundo. Atualmente vive e trabalha em Lisboa, depois de uma década a viver em Londres.

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Nasceu em Mafra, em 1966. Trabalha em Lisboa. Em 1985 iniciou os seus estudos artísticos na ESBAL. Leccionou entre 1989 e 1992 no Ar.Co em Lisboa. É, desde 1999, professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Expõe individualmente desde 1987, tendo participado em inúmeras exposições individuais e colectivas. A sua obra encontra-se representada em várias colecções: CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Caixa Geral de Depósitos, Lisboa, Colecção António Cachola – MACE – Elvas, Fundação PLMJ, Lisboa, Museu do Chiado (Depósito Isabel Vaz Lopes), Lisboa, Museo Extremeño Iberoamericano de Arte Contemporaneo, Badajoz, Veranneman Foundation, Kruishoutem, Bélgica, Art Collectors, Genebra, Fine Arts Gallery, Bruxelas, Renate Schröder Gallery, Colónia, Gallery Catherine Clerc, Lausanne, Collection Kierbaum & Partner, Colónia, Fundação Carmona e Costa, Lisboa, entre outras.

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Ecólogo, professor no Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora, tendo colaborado com outras universidades em ensinos graduados e pós-graduados. Responsável por formações de pós-graduados em ecologia humana e sustentabilidade. Ensina e publica nas áreas da ecologia aquática e da ecologia humana. Tem participado em diversos projectos no domínio dos recursos hídricos e da gestão e conservação de ecossistemas aquáticos. Foi consultor do Instituto da Água e colaborou com a administração central nos domínios da conservação da natureza, ecologia de águas interiores e salobras e caudais ecológicos. Participou na elaboração do primeiro Plano Nacional da Água. Como representante do governo português participou na implementação da Directiva-Quadro da Água da União Europeia relativamente à qualidade ecológica, tendo integrado diversos grupos de trabalho e coordenado o grupo da Intercalibração de rios mediterrânicos.

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Natural da Covilhã, Portugal, é doutorando em Comunicação na Universidade da Beira Interior, onde se licenciou, e tem um mestrado em Estudos Europeus na Universidade de Salamanca, Espanha, e uma pós-graduação em Marketing Político pela Universidade Independente / Universidade de Madrid. É membro do Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão. Poeta e romancista, recebeu nove prémios literários pelas suas obras e foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cívico e Cultural, oficializada pela República Federativa do Brasil, pelo seu trabalho de investigação sobre Pedro Álvares Cabral. Recebeu ainda o Troféu «Cristo Redentor» pelo seu trabalho em prol da cultura luso-brasileira, entregue pela Academia de Letras e Artes de Paranapuã – Rio de Janeiro. É presidente da Casa do Brasil – Terras de Cabral. Saber mais em: www.joaomorgado.net.

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João Mourão (Alegrete, 1975) é atualmente diretor do Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas dos Açores e co-curador da Representação Oficial Portuguesa na Bienal de Veneza de 2022. Entre 2009 e 2016 desempenhou funções de Diretor das Galerias Municipais de Lisboa e, no biénio 2014-2015, foi diretor do departamento de Ação Cultural da CML.

Em dupla com Luís Silva fundou em 2009 a Kunsthalle Lissabon que co-dirigiu até 2020. Com Silva foi curador da secção de Desenho da Artissima, Turim, dos solo projects da Zona Maco Sur, Cidade do México, dos solo projects da Arte BA, Buenos Aires e da secção de Performance na Art Dubai, Dubai. Curaram exposições em instituições como MAAT, Lisboa; Fundação Arpad-Szenes Viera da Silva, Lisboa; MACE, Elvas; David Roberts Art Foundation, Londres; Fondazione Giulliani, Roma; Pivô, São Paulo; Institut for Contemporary Art, Filadélfia; Extra City, Antuérpia. Nestas exposições apresentaram trabalhos de Ângela Ferreira, Francisco Tropa, Mariana Caló e Francisco Queimadela, André Guedes, Pedro Barateiro. Com Silva, curou exposições individuais de Ângela Ferreira, Eduardo Batarda, Leonor Antunes, Laure Prouvost, Petrit Halilaj, Mariana Castillo Deball, entre muitas outras. No Arquipélago, curou a retrospetiva de Maria José Cavaco e uma individual de Ana Hatherly.

Foi, com Luís Silva, contributing editor da revista CURA. e os seus textos foram publicados naArtreview, Kaleidoscope e Contemporânea. Foram convidados para debates sobre modelos institucionais em Londres, Nova Iorque, Cairo, Oslo, Beirute, etc. São nomeadores para o Pinchuk Art Prize, Kiev e Veneza; Nasher Prize, Dalas e para o Battaglia sculpture prize, Milão. Integrou o comité de aquisições da Gulbenkian e foi júri dos prémios EDP.

Foi professor convidado do mestrado em Cinema na Escola das Artes da Universidade Católica, Porto e foi professor convidado da pós-graduação em Curadoria de Arte na FCSH da UNL.

 

João Mourão (Alegrete, 1975) is the director of Arquipélago – Contemporary Art Center (São Miguel, Azores, PT), and previously directed the Lisbon Municipal Galleries (PT). Together with Luís Silva, founded Kunsthalle Lissabon in 2009, which was co-directed until 2020. Jointly, they curated the “Disegni” section at Artissima (Turin), solo projects section of Zona Maco Sur (Mexico City), solo projects section of Arte BA (Buenos Aires), and the performance section of Art Dubai (Dubai). They have also curated projects at institutions such as MAAT (Lisbon), Arpad-Szenes Vieira da Silva Foundation (Lisbon), MACE (Elvas), David Roberts Art Foundation (London), Fondazione Giuliani (Rome), Pivô (São Paulo), Institute for Contemporary Art (Philadelphia), Extra City (Antwerp).

Moreover, they were contributing editors for CURA magazine, and have texts published in Artreview, Kaleidoscope and Contemporânea. They have also been invited to participate in debates on institutional models in London, New York, Cairo, Oslo, Beirut, etc; and were nominators for the Pinchuk Art Prize (Kiev and Venice), Nasher Prize (Dallas) and for the Battaglia Sculpture Prize (Milan).

Mourão was a member of the Gulbenkian acquisitions committee and has been jury for the EDP awards.

 

Fotografia: © Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas

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João Paulo Feliciano (Caldas da Rainha, 1963).

Artista visual e músico, é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade de Lisboa.

Um percurso muito pouco linear tem levado João Paulo Feliciano a experimentar múltiplos campos de expressão, diversas formas artísticas e até diferentes actividades. No entanto é a partir do seu trabalho como artista plástico que Feliciano tem afirmado o essencial da sua linguagem. Na sua obra encontramos instalação, objectos, pintura, desenho, fotografia, vídeo, luz, som, música, design gráfico, arquitectura, performance

Em 2009, em conjunto com o seu irmão Mário Feliciano, criou o Real Combo Lisbonense – uma orquestra de música de dança.

Entre 2015 e 2016 realizou o projecto «Xabregas City», um importante levantamento fotográfico da zona oriental de Lisboa, publicado online e agora em livro. 

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Nascido em 1983, João Pedro Cachopo é musicólogo e filósofo.

Lecciona na Universidade Nova de Lisboa, onde integra o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical.

É o autor de Callas e os Seus Duplos: Metamorfoses da Aura na Era Digital (Documenta, 2023) e d’A Torção dos Sentidos: Pandemia e Remediação Digital (Documenta, 2020; Elefante, 2021), traduzido para inglês como The Digital Pandemic: Imagination in Times of Isolation (Bloomsbury, 2022). Baseado na sua tese de doutoramento, Verdade e Enigma: Ensaio sobre o Pensamento Estético de Adorno (Vendaval, 2013) recebeu o prémio do PEN clube português na categoria de primeira obra em 2014. Co-editou Rancière and Music (Edinburgh University Press, 2020), Estética e Política entre as Artes (Edições 70, 2017) e Pensamento Crítico Contemporâneo (Edições 70, 2014).

Entre 2017 e 2019, foi Marie Skłodowska-Curie Fellow na University of Chicago. Leccionou como professor visitante na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2016), na Universidade Estadual de Campinas (2016) e na Universidade de Brasília (2022).

Traduziu para português Georges Didi-Huberman, Jacques Rancière e Theodor W. Adorno.

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Vive e trabalha em Paris. Foi professor auxiliar convidado do Departamento de Arquitectura, na Universidade Autónoma de Lisboa; trabalhou como professor auxiliar convidado do Mestrado de Gestão de Mercados de Arte (ISCTE, Lisboa); foi presidente da Secção Portuguesa da Associação International dos Críticos de Arte (AICA); director de programação do Museu de Arte Contemporânea de Elvas (2007-2010) – Colecção António Cachola, que tinha organizado em 1999; participou em numerosos júris de exposições e Prémios de Arte em Portugal, Espanha e Brasil; em numerosas conferências em Portugal, Espanha, México, Brasil, Rússia e França; colaborou na imprensa como crítico de arte entre 1984 e 2001 (no jornal Público foi responsável pela secção de artes plásticas entre 1990-2000); tem também colaboração em revistas especializadas portuguesas e internacionais (Arte Ibérica, Flash Art, Neue Kunst in Europa, Spazio Umano, Arena...). É consultor artístico e responsável pela programação de exposições da Fundação EDP, desde 2000, onde organizou mais de uma centena de exposições e catálogos; organizador dos Prémios de Arte da Fundação EDP (Prémio EDP – Novos Artistas e Grande Prémio EDP); responsável pela Colecção de Arte da Fundação EDP; comissário e coordenador do Programa da Fundation EDP «Arte e Arquitectura em Barragens»; comissário e coordenador do Programa de Arte Pública do Parque de Escultura Contemporânea do Parque Almourol (Vila Nova da Barquinha); projecto de intervenção na paisagem na zona da Barragem do Alqueva (Aldeia da Luz/Museu da Luz); é comissário de numerosas exposições individuais e colectivas em museus nacionais e internationais (Espanha, França, Rússia, México, Brasil).

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É doutor e professor agregado em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa — instituição onde exerce a sua actividade académica e científica (Instituto de Comunicação da Nova/ICNova), com responsabilidades lectivas por diversas unidades curriculares na área de estudos sociais da comunicação. Tem ainda leccionado com regularidade em outras universidades, em Portugal e no Brasil, cursos de pós-graduação (a nível de mestrados e doutoramentos). Além de artigos em revistas científicas e de capítulos de livros, publicados em Portugal e no estrangeiro, é autor dos livros: Comunicação Política e Democracia (2019), Sociologia da Comunicação (2012; 2.ª ed. 2016), O Espaço Público e os Media (2005), Espaço Público e Democracia (2003 — edição em Portugal e no Brasil) e A Ética da Comunicação e os Media Modernos (1998; 2.ª ed.2003; 3.ª ed. 2007). Como responsável editorial, publicou os livros: Comunicação e Identidades Sociais (2008), Media e Sociedade (2002; 2.ª ed. 2009) e Niklas Luhmann — A Improbabilidade da Comunicação (1993). Organizador dos seguintes números de revistas da especialidade: Revista de Comunicação e Linguagens — n.º 15/16 (1992) e n.º 51 (2020), Revista Media e Jornalismo — n.º 18-vol 10/n.º 1 (2011) e Mediapolis — n.º 14 (2021).

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Nasceu em 1957, em Lisboa, cidade onde vive e trabalha.

Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1984. Entre 1989 e 2002 leccionou Desenho, Pintura e Teoria de Arte no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa, onde foi um dos responsáveis pelo Curso Avançado de Artes Plásticas.

Em 2000 foi-lhe atribuído o Prémio EDP de Desenho. É distinguido também com o Prémio AICA 2011 pela exposição Silvae (Culturgest, Lisboa, 16/X/2010 - 16/I/2011).

Lê-se num texto de apresentação de Silvae: «Por volta de 1998, João Queiroz passou a tomar o género da paisagem como quadro de referência do seu trabalho, radicalizando uma investigação sobre a pintura e o desenho como campos de construção de novos modos de percepção e de conhecimento, de relação do sujeito com as coisas, os seres e os acontecimentos. As suas obras curtocircuitam os hábitos de percepção, as convenções culturais, a linguagem como sistema de ordenação, classificação e hierarquização. Como o artista afirmou em diversas ocasiões, enquanto interpretação (sem o motivo à vista) da experiência de observação atenta da natureza, as suas pinturas mobilizam não apenas a visão e o intelecto, mas o corpo inteiro e as memórias da experiência sensível que esse corpo incorpora. Esta exposição, a primeira antológica do trabalho de João Queiroz, ocupa as duas galerias da Culturgest, reunindo um conjunto muito vasto de pinturas e de desenhos realizados ao longo dos últimos vinte anos. Um convite a descobrir ou redescobrir uma obra de extraordinária singularidade, de enorme rigor e vitalidade, que se reinventa permanentemente na sua incessante averiguação das possibilidades da pintura e do desenho como construção de novos modos de ver.»

Está representado, entre outras, nas seguintes colecções públicas: Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Fundação EDP, Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, Ar.Co, Centro de Arte e Comunicação Visual, Colecção António Cachola, Colecção Museu Estremeño e Iberoamericano de Arte Contemporánea, Museu de Arte Moderna, Funchal.

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(Braga, 1979). João Ribas é diretor executivo do REDCAT (Roy and Edna Disney/ CalArts Theatre), em Los Angeles, e vice-presidente para as parcerias culturais do California Institute of the Arts (CalArts). Dirigiu o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, instituição onde também desempenhou o cargo de director-adjunto e curador sénior (2014-2018). Foi curador do MIT List Visual Arts Center (2009-2013) e do Drawing Center, Nova Iorque (2007-2009). Venceu quatro prémios consecutivos da AICA (2008-2011) e o Emily Hall Tremaine Exhibition Award (2010). Foi também o curador da 4.ª Bienal do Ural (2017) e da representação portuguesa na 58.ª Bienal de Veneza (2019). Os seus textos encontram- -se publicados em inúmeras publicações, tais como a Artforum, Afterall, Artnews, Frieze, Mousse, The Exhibitionist, e Spike. O seu livro In the Holocene, editado pela Sternberg Press (2014), propõe a arte como uma forma de ciência especulativa. Leccionou na Universidade de Yale, na Rhode Island School of Design, na School of Visual Arts, na Universidade Católica do Porto, e na Universidade Lusófona do Porto.

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Após mais de vinte anos na publicidade, dez dos quais como CEO da agência BBDO, dedicou-se nos últimos quatro a explorar os temas da criatividade, autoria e busca da singularidade, através da alta cozinha. Depois de se preparar no centro de formação de Alain Ducasse em Paris, viajou à volta do mundo para descobrir o que podemos aprender, para além da cozinha, com alguns dos chefs mais influentes da actualidade. Gastrónomo apaixonado e observador atento da cozinha de vanguarda, é actualmente keynote speaker sobre temas da inovação, criatividade e cultura empresarial. É co-fundador da consultora WB.

 

Former CEO of advertising agency BBDO in Lisbon, spent the last four years exploring the themes of creativity, authorship and the search for singularity, through haute cuisine. After his training at the Alain Ducasse Centre de Formation in Paris he traveled around the world to discover what we can learn from today’s most influent chefs, beyond cooking. A passioned gastronomer and a keen observer of the developments at the forefront of fine dining, João Wengorovius is also a regular keynote speaker on the subjects of innovation, creativity and company culture. Co-founder of the consultancy WB.

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É licenciado em Gestão pela UCP, tem um mestrado em Estudos do Desenvolvimento no ISCTE-IUL e frequentou cursos para executivos no INSEAD, Stanford University, Kellogg School of Management e Harvard Business School. Coordena o Gabinete de Apoio ao Bairro de Intervenção Prioritária (GABIP) da Mouraria da Câmara Municipal de Lisboa e é professor convidado de Gestão de Organizações Sem Fins Lucrativos no ISCTE-IUL.Já foi presidente da TESE (uma associação para o desenvolvimento empenhada na promoção da inovação social, em Portugal e nos PALOP, em parceria com a Young Foundation), director financeiro da associação Chapitô e técnico na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e na Roland Berger – Strategy Consultants. Foi Comissário do Simpósio «Reinventar a Solidariedade (em tempo de crise)», promovido pela Conferência Episcopal Portuguesa. Escreveu crónicas no Diário Económico. Vive em Lisboa.

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Nasceu em 1940. Professou nos Salesianos de Dom Bosco em 1958 e foi ordenado sacerdote em 1970. É licenciado em Filosofia Escolástica (Roma, 1964), Teologia (Roma, 1970) e Filosofia (Lisboa, Faculdade de Letras, 1976), e doutorado em Filosofia (Lisboa, UCP, 1995). Como Professor na Faculdade de Teologia, na Faculdade de Ciências Humanas e no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, leccionou, além de Filosofia Antiga, Filosofia Moderna, Filosofia Contemporânea e Filosofia da Linguagem, as disciplinas de Antropologia Filosófica, Ética e Teologia Filosófica, disciplinas que, sob a égide de São Tomás de Aquino, constituem as suas principais áreas científicas de investigação em Filosofia. Foi membro dos Conselhos Científicos da Faculdade de Ciências Humanas e do Instituto de Estudos Políticos. Aposentado desde Agosto de 2011, continua a dirigir alguns seminários nos mestrados de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas e no Mestrado Integrado em Teologia da Faculdade de Teologia. Integra a direcção do Centro de Estudos de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas e é membro da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa. Algumas publicações: Ipseidade e Alteridade: Uma Leitura da Obra de Paul Ricoeur, Lisboa, INCM, 2004, 2 vols., 485 + 466 pp.); «A Filosofia Moral de São Tomás de Aquino», Didaskalia 37 (2007), fasc. 1 [«Gramáticas da Plenitude: Homenagem à Professora Maria Manuela de Carvalho»], pp. 345-361; «As aporias da identidade pessoal em John Locke (1632-1704): Análise do texto “Da identidade e da diversidade” (Essay, II, 27)», in C. Morujão / L. Loia (org.), John Locke: Nos 300 Anos da Sua Morte, Lisboa, Universidade Católica Editora, 2009, pp. 79-111; «Ética da autenticidade», em Charles Taylor, A Ética da Autenticidade (trad. do inglês). Lisboa: Ed. 70, 2009, pp. 211-232; «Elogio da Filosofia», in [Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa] (org.) Razão e Liberdade: Homenagem a Manuel José do Carmo Ferreira, vol. I. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2010, pp. 693-706; «Festa e Identidade», in Comunicação & Cultura, n.º 10 (2010), pp. 15-31.

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John Ford — hoje com um homónimo mais célebre do que ele, forte presença no western do cinema norte-americano — pertence a esse isabelino tardio, contemporâneo de Carlos I. A seu respeito, biograficamente pouco se sabe; há a certeza de que nasceu em Ilsington (Devonshire) no ano 1586; de que frequentou o Exeter College de Oxford e foi aos dezasseis anos de idade para Londres com o aparente propósito de frequentar o Middle Temple, onde se faziam prestigiados estudos de Direito, haja embora a suspeita de que o seu ostensivo comportamento de gentleman, a sua vocação mundana e as suas obsessões teatrais, o mantivessem bastante distraído desse propósito.

Mas também podia no Middle Temple frequentar-se um cenáculo literário e teatral com forte reputação londrina — o que teria para ele muito maior sedução. E frequentou-o, de facto, até à desastrada Primavera de 1606 (o ano do seu primeiro poema — Fame‘s Memorial e do ensaio Honour Triumphant) em que foi expulso do seu convívio por inaceitáveis e lesivos comportamentos financeiros.

Teve depois disto sete anos londrinos onde não se encontram sinais literários ligados ao seu nome; mas em 1613 foi autor de Christ‘s Bloody Sweat, um longo poema religioso e do ensaio The Golden Mean. No entanto, a que viria a ser a sua mais significativa expressão literária começou por lhe levantar hesitações e receios; sentia-se pouco preparado para enfrentar os problemas oficinais da escrita dramática, para superar literariamente aquele confronto de emoções exigido, no seu tempo, pelo êxito das representações teatrais. […]

Depois de 1639, o ano em que a última peça teatral de John Ford foi impressa, nenhum conhecimento biográfico existe a seu respeito. Pensa-se que morreu nesse mesmo ano, com cinquenta e três anos de idade, ou um pouco mais tarde em ano incerto. Nunca foi identificado o seu túmulo.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», Má Sorte Que Ela Fosse Puta]

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John Main (Londres, 21 de Janeiro de 1926 – Montreal, 30 de Dezembro de 1982) nasceu no seio de uma família católica irlandesa. Diplomou-se em Direito no Trinity College. Inscreveu-se no Serviço Britânico dos Estrangeiros e foi colocado na Malásia, que se revelaria uma estação providencial. Aí contactou com as formas de meditação e oração orientais. No seu regresso tornou-se monge beneditino, na Abadia Beneditina de Ealing em Londres. O seu grande contributo foi recuperar e repropor a experiência contemplativa para as pessoas comuns dentro da tradição Cristã. Nos ensinamentos de João Cassiano (século IV) e dos Padres e Madres do Deserto, ele aprofundou o significado da chamada «oração pura» e compreendeu que esta forma de oração poderia facilitar a busca de uma vida espiritual mais profunda. Em 1977 foi convidado pelo Arcebispo de Montreal, Canadá, a fundar um pequeno Mosteiro Beneditino, dedicado à prática e ao ensino da Meditação Cristã.

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(Lisboa, 2/11/1919 – Santa Barbara, CA, 4/6/1978). Poeta, romancista, contista, dramaturgo, ensaísta, crítico literário e professor universitário. Formado em engenharia civil pela FEUP, profissão que exerceu até partir para o exílio no Brasil em 1959. Professor então de Teoria e Crítica e Literatura Portuguesa nas Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (primeiro a de Assis e depois Araraquara), obtendo o título de livre-docente nesta última em 1964 com uma tese sobre Camões. Em 1965, parte para novo exílio, nos Estados Unidos, estabelecendo-se primeiro em Madison (Universidade de Wisconsin) e depois em Santa Barbara (Universidade da California). Em suas próprias palavras: “Nenhuma forma de arte (em especial a arquitetura e a respectiva história geral e nacional) ou de pensamento me é alheia, por tendência própria ou por intenção cultural… ao fazer qualquer coisa pela primeira vez num ano (por exemplo, comer cerejas no tempo delas), sempre pedi três coisas e pela seguinte ordem: ser feliz como poeta, como homem e como profissional da profissão que tivesse. O destino tem baralhado tudo isto, quer nas preferências e quer em tomar demasiado ao pé da letra o pedido… Tudo o mais, ou não digo, ou está tudo dito nos poemas, na peça magna, menos o que falta dizer, se é que falta, o que não posso saber senão depois.” (Carta a José-Augusto França, 9/1/1951)

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Jorge Fazenda Lourenço (Covilhã, 1955) é poeta e professor de literatura. Pedra de Afiar (1983) foi o seu primeiro livro de poesia, seguido de Uma Surda Cegueira (1990), Derivas (2002) e Cutucando a musa com verso longo e curto e outras coisas leves e pesadas (2009). Em tradução: XIX Poemas, de E.E. Cummings (1991; 2.ª ed., 1998), Harmónio, de Wallace Stevens (2006), O Spleen de Paris, de Charles Baudelaire (2007), e seis poemas de Robert Lowell (Nervo, n.º 10, 2021). Em 2006, organizou, prefaciou e anotou A Invenção da Modernidade (Sobre Arte, Literatura e Música), de Charles Baudelaire. Entre 1972 e 1988, frequentou medicina, cursou jornalismo, fez o PREC, foi professor-cooperante na República Democrática de São Tomé e Príncipe, funcionário da Siderurgia Nacional e crítico literário. Entre 1988 e 1993, estudou e ensinou na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, doutorando-se com uma tese sobre A Poesia de Jorge de Sena: Testemunho, Metamorfose, Peregrinação (1998; edição revista, 2021). Entre 2009 e 2016, foi coordenador-editor das Obras Completas de Jorge de Sena na Guimarães Editores, continuando uma colaboração com Mécia de Sena iniciada em 1984. Publicou ainda, entre outras obras, Poemas Escolhidos, de Fernando Pessoa (1985; 2.ª ed., 1988), O Essencial sobre Jorge de Sena (1987; nova edição, 2019), O Brilho dos Sinais. Estudos sobre Jorge de Sena (2002), Matéria Cúmplice. Para Jorge de Sena (2012) e Azares da Poesia (poemas e ensaios, 2018).

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Nasceu em 1984.

Licenciou-se em Artes Visuais em 2009 pela Universidade do Algarve e adquiriu o grau de mestre em 2012 pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha.

Desenvolve trabalho em áreas tão distintas como pintura, desenho, escultura, fotografia e vídeo. O seu trabalho mais recente, independentemente do medium que utiliza, centra-se na repetição do gesto. No desmontar do gesto e da repetição que criam rituais autónomos e intuitivos.

EXPOSIÇÕES:

2015: Exposição colectiva "Oilgarve" – Farpa Lab, Faro;

2013: Exposição colectiva "Replica - Reflexão sobre gravura" – Casa das Artes, Tavira;

2013: Exposição colectiva "Improprio para consumo" – Galeria Trem, Faro;

2012: Exposição colectiva "Finalistas do Mestrado em Artes Plásticas 2009/2011" – Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha;

2011: Exposição colectiva "90-10, 20 anos de Artes Plasticas ESAD.cr" – Somafre, Lisboa;

2011: Exposição colectiva “Quem são eles?” 40 anos da Galeria Nova Ogva – Óbidos;

2010: Exposição colectiva "Take B" – Museu Bernardo, Caldas da Rainha;

2010: Exposição colectiva “Andaime” – Antiga Fábrica da Cerveja, Faro;

2009: Exposição colectiva “MobileHome” – Lagar das Portas do Céu, Loulé.

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Nasceu em Lisboa, em 1966. 

Estudou no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa (1992-93), e concluiu o mestrado em Belas-Artes na School of Visual Arts, Nova Iorque (1997-99).

Expôs o seu trabalho nos Estados Unidos da América e pela Europa, destacando-se as exposições individuais na Fundação Carmona e Costa, Lisboa (2012), Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto (2007); Horst-Janssen-Museum, Oldenburgo (2006) e no Künstlerhaus Bethanien, Berlin (2004), onde fez uma residência artística. Participou na Bienal de Rennes (2016); 4ª Bienal de Berlim (2006), 26ª Bienal de São Paulo (2004) e na 50ª Bienal de Veneza (2003). 

Foi distinguido com o Prémio Artes Plásticas 2015 da Associação Internacional dos Críticos de Arte.

Após um longo período a viver em Berlim, actualmente vive e trabalha em Lisboa.

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Licenciado em Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mestre em Literaturas Comparadas pela Universidade Nova de Lisboa e doutorado em Estudos de Cultura pela Universidade Católica Portuguesa, tem um percurso multifacetado no panorama cultural, com expressão sobretudo na música e na literatura.

O trabalho literário inclui obras de poesia (A Lenta Rendição da Luz), conto, ensaio (sobretudo, Jorge de Sena: Sinais de Fogo como Romance de Formação [Prémio PEN Clube 2010 e Prémio Jorge de Sena 2011] e Porquê Ler os Clássicos) e tradução (Ciência Nova de Giambattista Vico [Prémio de Tradução Científica e Técnica FCT/União Latina 2006]; Canções de Inocência e de Experiência de William Blake; Vida Nova de Dante Alighieri; obras de ficção e ensaio de Umberto Eco; Tolstoi ou Dostoievski de George Steiner; Ulisses de James Joyce [Grande Prémio de Tradução Literária APT/SPA 2015]; Emma de Jane Austen; Diários e Viagens de Virginia Woolf; Sobre o Infinito, o Universo e os Mundos de Giordano Bruno; O Livro do Cortesão de Baldassarre Castiglione; Vida Nova, Convívio e Divina Comédia de Dante Alighieri).

Foi director da Orquestra Nacional do Porto, liderando o processo de construção da formação sinfónica, e director do Instituto das Artes. É professor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa.

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É doutorado em Sociologia, na especialidade de Sociologia da Comunicação, pelo ISCTE-IUL, e agregado em Ciências da Comunicação pela UBI.

É professor na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL), instituição da qual foi presidente (2010-2018) e vice-presidente (2005-2010). Foi diretor do mestrado em Publicidade e Marketing desta escola, e é o atual diretor da licenciatura em Publicidade e Marketing.

Leciona, também, no programa doutoral em Ciências da Comunicação (ISCTE- -IUL/ESCS).

É investigador no CECS — Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, do ICS da Universidade do Minho, e investigador associado no CIES-IUL — Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do ISCTE-IUL.

Foi coordenador do Observatório da Publicidade (2001-2010), cujos resultados foram objeto de várias comunicações internacionais, artigos e outras publicações. É membro da European Advertising Academy (EAA) e da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM).

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Nasceu em Alcobaça, em 1953.

É licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Durante largos anos exerceu a sua actividade profissional em organismos governamentais na área da Cultura, tendo sido presidente do Instituto Português do Livro e da Leitura (1987-1991). Posteriormente assumiu o cargo de director da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian (1992-2012).

Publicou várias obras nas áreas do livro e leitura, bibliotecas e novas tecnologias, quer em Portugal quer no estrangeiro, designadamente A Edição de Livros e a Gestão Estratégica (Booktailors, 2009), com tradução na Argentina.

Foi docente em várias instituições do ensino superior, nomeadamente no Curso de Pós-Graduação em Edição – Livros e Novos Suportes Digitais da Universidade Católica Portuguesa. É membro da Comissão de Honra do Plano Nacional de Leitura 2027.

Paralelamente, desenvolveu diversas actividades no âmbito da Fotografia decorrentes da sua formação profissionalizante no Instituto Português de Fotografia (1981-1984), onde foi posteriormente docente de História da Fotografia.

Expõe desde 1984. Exposições individuais (selecção): «Das Áfricas», Ministério das Finanças / Galeria Cómicos, Lisboa,1991; «Linha de Costa», Museu da Água, Lisboa, 1996; «Imagens do Vale do Ave», Encontros de Imagem de Braga, 2001; «Paisagem Fim de Século» (com Alberto Picco), Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, 2002; «A Ocupação do Espaço. Fotografias 1998-2000», Galeria Municipal de Arte de Almada, 2004; «Canada do Inferno», Galeria Diferença, Lisboa, 2005. Exposições colectivas (selecção): «Buques en el Muelle / Billetes de Andén», Projecto Lusitânia, Madrid, 1992; «Vale do Mondego» (com Debbie Fleming Caffery e Albano Silva Pereira), 13ºs Encontros Fotográficos de Coimbra, 1992; «Tajo Tejo - Doce objetivos fotográficos», Sala Júlio González, Madrid, 1998; «Rondom Porto», Kunsthal, Rotterdam, 2000; «Luz do Sul – Mês da Fotografia», Palácio D. Manuel, Évora, 2004; «Uma Extensão do Olhar. Entre a fotografia e a imagem fotográfica. Obras da colecção da fundação PLMJ», Centro de Artes Visuais, Coimbra, 2005; «A Fotografia no Douro: Arqueologia e Modernidade / Photography in Douro: Archeology and Modernity», Royal College of Arts, London, 2006; «Por Estes Lugares Adentro», m|i|mo, Leiria, 2012.

Publicou, entre outros catálogos e livros fotográficos: Das Áfricas (com Maria Velho da Costa), Difusão Cultural, 1991; Os Quatro Rios do Paraíso (com Clara Pinto Correia e Cristina Castel-Branco), D. Quixote, 1994; Linha de Costa (prefácio de Bernardo Pinto de Almeida), Contemporânea Editora, 1996; Canada do Inferno (introdução de Maria do Carmo Serén), Edição do Autor, 2005; Contaminações — Minas Abandonadas (Fotografias 1994-2009), Documenta, 2019.

Para além de diversas colecções particulares, está representado nas colecções do Instituto Camões (Ministério dos Negócios Estrangeiros), do Centro de Estudos de Fotografia de Coimbra, da Fundação Belmiro de Azevedo, da Fundação PLMJ, da Colecção Nacional de Fotografia do Ministério da Cultura, do Musée de L'Élysée, Lausanne e do Département des Estampes et de la Photographie da Bibliothèque Nationale de France.

Traduziu On Photography, de Susan Sontag (Ensaios sobre Fotografia, Quetzal, Lisboa, 2012).

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Docente convidado na Universidade de Évora, onde lecciona disciplinas da área da história e teoria do teatro, da estética e da programação cultural. Desenvolve investigação na área do teatro, teatro de marionetas, edição, curadoria e programação. Tem colaboração dispersa em vários jornais e revistas, nacionais e internacionais. Dirigiu e produziu o Festival Escrita na Paisagem (2004-2012), no âmbito do qual programou projectos e criações de artistas nacionais e internacionais de âmbito transdisciplinar. Foi o curador português do projecto INTERsection: Intimacy and Spectacle, integrado na Quadrienal de Praga 2011. Dirigiu e programou os «Ciclos de São Vicente», em Évora (2011-2017). Foi director artístico do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida (2018-2023). Além de textos dispersos por catálogos e revistas, publicou os livros Uma Discreta Invençam (2004), sobre Gil Vicente; Da Vida das Marionetas, sobre os Bonecos de Santo Aleixo (2015). Editor de vários títulos, dos quais se destacam Escrita na Paisagem (2005), Autos, Passos e Bailinhos (2007), Teatro do Vestido. Um Dicionário (2018). Colabora com várias organizações ministrando cursos e seminários.

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Licenciado em Filosofia pela Universidade de Mogi das Cruzes, Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo, Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (1980) e Doutor em Filosofia pela Universidade Nova de Lisboa (2001). Professor Titular Jubilado da Universidade Federal de Goiás. Investigador Integrado do Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Fundador (1981) e primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Filosofia Medieval (até 1991), membro da Société Internationale pour l’Étude de la Philosophie Médiévale (SIEMP). Autor de livros: As Relações de Poder na Idade Média Tardia: Marsílio de Pádua, Álvaro Pais O. Min. e Guilherme de Ockham O. Min. (EST Edições, Porto Alegre, 2010); O Pensamento Social de Santo António (Edipucrs, Porto Alegre, 2001). Coordenador de livros: O Reino e o Sacerdócio. Pensamento Político na Alta Idade Média e O Reino de Deus e o Reino dos Homens. As Relações entre os Poderes Espiritual e Temporal na Baixa Idade Média (Edipucrs, Porto Alegre, 1995 e 1997, respectivamente), e As Relações de Poder: do Cisma do Ocidente a Nicolau de Cusa (EST Edições, Porto Alegre, 2011). Capítulos de livros: «Guillermo de Ockham y el dualismo político», in La Filosofia Medieval (G. Burlando e Francisco Bertelloni [eds.], Trotta, Madrid, 2002). Autor de numerosos artigos: «Uma visão introdutória à 3.ª Parte do Diálogo de Guilherme de Ockham», Theologica, 46 (2011); «Os deveres do Imperador e dos Reis na Opera Política de Ockham», Itinerarium, 56 (2010); «A causa final do poder secular ou temporal no pensamento de Álvaro Pais», Eborensia, 43 (2009); «As causas eficiente e final do poder espiritual na visão de D. Frei Álvaro Pais», Anales del Seminario de Historia de la Filosofía, 25 (2008); «João Duns Escoto, O. Min. (1266-1308): Sobre a origem da Propriedade e da Autoridade Secular», Revista Portuguesa de Filosofia, 64 (2008); «Santo Antonio e a Ordem Franciscana», Boletín de Teología, Buenos Aires, 37 (2003); «Il programma antoniano di comportamentomorale per l’episcopato e il clero secolare», Il Santo, XLI (2001).

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Professor auxiliar no Departamento de Comunicação e Artes da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior. Doutor e mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior e licenciado em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa, Lisboa. É membro integrado da unidade de investigação PRAXIS — Centro de Filosofia, Política e Cultura da Universidade da Beira Interior. Director do 2.º Ciclo de Estudos em Ensino de Filosofia no Ensino Secundário da Universidade da Beira Interior. Director da colecção Ta Pragmata — Livros de Filosofia Prática, da editora LabCom.IFP. Co-director da LusoSofia, Biblioteca On-line de Filosofia e Cultura. Publicação recente: (co-editor com António Bento e José Maria Silva Rosa), Secularização e Teologia Política, Lisboa, Documenta, 2019 (domingues@ubi.pt).

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Cartoonista, fotógrafo e humorista, Lisboa, 1962. Começou a publicar como cartoonista político em 1983 em jornais portugueses. Trabalhou para, entre outros, os jornais O Século, Tal & Qual, Diário Popular e Diário de Lisboa. Publica diariamente tiras cómicas no Diário de Notícias e no Jornal de Notícias. Participou em diversas exposições individuais e colectivas em Portugal e no estrangeiro. Está representado no Sammlung Karikaturen & Cartoons Basel, Suíça, e na antologia Os Melhores Cartoons Políticos da Actualidade, edição de 1992. Publicou fotografia em revistas portuguesas e trabalhou para a Infordesporto como director criativo nas áreas de geração gráfica para televisão e multimédia para Internet. Fundou, com Nuno Artur Silva, Carlos Fogaça e Fernando Marques, a empresa Bandeira Digital.

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Doutorado pela Universidade de Lisboa (2019). É investigador do Centro de Estudos Comparatistas, onde integra o projecto RIAL — Realidade e Imaginação nas Artes e na Literatura, que co-fundou. Publicou, na Documenta, Imagens em Fuga: Os Fantasmas de François Truffaut (2016), Sobreimpressões: Leituras de Filmes (2019) e Espectros do Cinema: Manoel de Oliveira e João Pedro Rodrigues (2020). Co-organizou os volumes A Escrita do Cinema: Ensaios (com Clara Rowland, Documenta, 2015), Morte e Espectralidade nas Artes e na Literatura (com Fernando Guerreiro, Húmus, 2019) e Imitações da Vida: Cinema Clássico Americano (com Fernando Guerreiro e Clara Rowland, Bookbuilders, 2020). Com Margarida Medeiros, editou o n.º 53 da Revista de Comunicação e Linguagens, dedicado ao tópico «Photography, Cinema, and the Ghostly».

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Nasceu na Covilhã, em 1950.

É investigador integrado do CIAC — Centro de Investigação em Arte e Comunicação e professor coordenador jubilado do Departamento de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), instituição em que, desde 1981, exerceu também várias funções de direcção, nomeadamente como vogal da Comissão Instaladora e como director do Departamento de Cinema.

Estudou Jornalismo na Faculdade de Filosofia da Université Libre de Bruxelles (ULB). Formou-se em Psicologia pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA). Fez o Curso de Cinema da Escola de Cinema do Conservatório Nacional. É doutorado em Psicologia, especialidade de Psicanálise, pelo Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA-IU).

Na sequência da formação em cinema e de uma primeira experiência profissional na Equipa TV/Cinema da Secretaria de Estado da Emigração (1977-1978), na actividade profissional no cinema exerceu várias funções, com destaque para as de produtor na Trópico Filmes (1985-1995).

Como bolseiro do governo italiano, desenvolveu no Centro Sperimentale di Cinematografia de Roma (1979-1981) uma investigação sobre «Ponto de vista em cinema e neo-realismo cinematográfico», trabalho que prosseguiu, a par de toda a sua actividade docente, na sua tese de doutoramento focada na experiência fílmica enquanto experiência paradoxal do espectador.

No âmbito da representação internacional do Departamento de Cinema que, desde 1990, assegurou no CILECT — Centre International de Liaison des Écoles de Cinéma et de Télévision, foi membro do Comité Executivo do GEECT — Groupement Européen des Écoles de Cinéma et de Télévision (1993-1997) e membro do Comité de Acompanhamento do projecto VISIONS — Atelier europeu de Realização documental dedicado à formação e produção de projectos de documentário (1992-1999), participando na reflexão sobre o ensino do cinema e nas actividades promovidas no seio destas associações em que estão filiadas as mais importantes escolas de cinema.

Para além de artigos em jornais e revistas, publicou Empatia e Alteridade: A Figuração Cinematográfica como Jogo (2014) e Se Confinado Um Espectador: O Cinema como Metamorfose da Experiência Interior (2022), e editou, com Manuel Guerra, Descasco as Imagens e Entrego-as na Boca: Lições António Reis (2020).

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Com uma licenciatura em Química pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, é investigador no CeNTI há mais de dez anos, onde tem desenvolvido atividades de I&D na área dos Materiais Inteligentes. Ao longo do seu percurso profissional adquiriu competências na área da investigação e desenvolvimento (I&D), através da sua participação em diferentes projetos de I&D (nacionais e europeus) e eventos científicos, tendo acumulado experiência e competências necessárias nas áreas das tecnologias de processamento e caracterização de sistemas eletrónicos convencionais e impressos, utilizando diferentes tipos de substratos, na criação de cápsulas e matrizes inorgânicas, para retenção e libertação de compostos ativos, e em técnicas de caracterização de materiais e estruturas orgânicas e inorgânicas. Desempenha funções de Team Leader relacionadas com o processamento de materiais orgânicos e inorgânicos, através de tecnologias de impressão rolo-a-rolo e folha-a-folha, sendo ainda responsável pela sua caracterização morfológica, estando envolvido na aplicação destes sistemas e materiais inteligentes em substratos e soluções técnicas diversas.

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É investigador-coordenador com equiparação a professor catedrático da Universidade Aberta e Titular da CIDH – Cátedra FCT/Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização (Universidade Aberta/Polo do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa). Membro da Academia Portuguesa da História. Doutorou-se em História e Civilizações pela EHESS de Paris e em Cultura pela Universidade de Aveiro, sendo mestre em História Moderna pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da mesma Universidade. Concluiu com sucesso a coordenação de vários projetos de investigação de grande fôlego, entre os quais os volumes do Dicionário histórico das ordens, a Obra completa do Padre Manuel Antunes em catorze volumes e o projeto Arquivo secreto do Vaticano em três volumes. Da sua vastíssima bibliografia destacam-se os estudos aprofundados sobre Vieira, os Jesuítas e o Marquês de Pombal, entre eles O mito do Marquês de Pombal (2004) e O mito dos Jesuítas (2006). Coordenou ainda o Dicionário dos antis e a edição das obras completas do Padre António Vieira.

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José Fontes [Abrantes, 1940] iniciou a frequência do Curso de Medicina em Lisboa. Foi membro da Comissão Pró-Associação de Estudantes e aí fundou a Secção de Intercâmbio e Turismo. Continuou a frequência do Curso de Medicina em Coimbra e nesse período, conjuntamente com António Portugal, fundou a Secção Fotográfica da Associação Académica de Coimbra. Organizou cursos de fotografia conjuntamente com outros médicos e professores ilustres. Voltou a frequentar a Faculdade de Medicina de Lisboa, onde dirigiu o departamento fotográfico (primeiro como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e depois como bolseiro do Instituto de Alta Cultura). No Instituto de Anatomia montou um serviço de radiologia e um departamento de microangiografia para apoio a doutorandos e outros investigadores. Paralelamente, como associado do Foto Club 6 × 6 (membro do International Federation of Fotografic Art — FIAP), fez parte do seu Conselho Artístico e participou em concursos nacionais e internacionais, tendo igualmente efectuado exposições individuais.

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Filósofo e ensaísta português, nascido em 1939, em Moçambique. Estuda Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Muda-se para Paris e inscreve-se em Filosofia, concluindo a respectiva licenciatura em 1968, na Faculdade de Letras de Paris. No ano seguinte, faz o mestrado com uma tese sobre a moral de Kant, e em 1982 conclui o doutoramento com «Corpo, Espaço e Poder», editada em livro em 1988. É professor de filosofia no ensino secundário entre 1965 e 1973. Coordenador do Departamento de Psicanálise e Filosofia da Universidade de Paris VIII. Em 1976, regressa a Portugal para ser adjunto do secretário de Estado do Ensino Superior e da Investigação Científica. Foi Directeur de Programme do Collège International de Philosophie de Paris e professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa até 2010, tendo leccionado Estética e Filosofia Contemporânea. Autor de extensa obra ensaística em torno, entre outros temas, da poética de Fernando Pessoa (Fernando Pessoa ou a Metafísica das Sensações, 1987; O devir-eu de Fernando Pessoa, 2010; ou O Espaço Interior, 1994), de reflexões sobre o corpo (Metamorfoses do Corpo, 1981) ou estudos sobre as mentalidades (sobretudo Portugal, Hoje — O Medo de Existir (2004). Publica também três livros de ficção (A Crucificada, Cemitério dos Desejos e Ao meio dia, os pássaros). Em 2005, a revista Nouvel Observateur integra-o na lista dos 25 grandes pensadores do mundo. Nos últimos anos tem feito intervenções no espaço público, sobretudo nas áreas da educação e da política.

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Professor auxiliar convidado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde lecciona Filosofia Social e Política e História das Ideias na Europa Contemporânea. Doutorou-se em Filosofia Política na FLUL, com uma dissertação sobre James Madison. Trabalha num pós-doutoramento sobre federalismo, no horizonte da filosofia política moderna e contemporânea. Membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e do Centro de Investigação do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Publicou diversas obras e artigos sobre teoria política, entre as quais Filosofia Kantiana do Direito e da Política (co-editor, CFUL, 2006), Razão e Liberdade. O Pensamento Político de James Madison (Esfera do Caos, 2012) e Challenges to Democratic Participation. Antipolitics, deliberative democracy and pluralism (co-editor, Lexington Books, 2014).

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É professor catedrático da Escola de Comunicação, Arquitectura, Artes e Tecnologias da Informação (ECATI) da Universidade Lusófona de Lisboa. Doutorou-se em Filosofia pela Universidade de Salamanca, na especialidade de Estética e Teoria das Artes, com uma tese intitulada «Natureza Humana e Artifício em David Hume: Elementos para uma compreensão estética das novas tecnologias» (2002). Fez estudos de pós-doutoramento em Teoria dos Media na Universidade de Humboldt, Berlim, sob a supervisão de Friedrich Kittler. É subdirector da ECATI, onde tem desempenhado diversos cargos de direcção. Tem variados trabalhos publicados sobre Estética e Teoria da Arte, Teoria dos Media, Filosofia da Técnica e Filosofia da Comunicação. Organizou, com José A. Bragança de Miranda, o volume «Carl Einstein: Reflexões sobre arte e estética» (2012) e, com Maria Teresa Cruz, o livro Artes Tecnológicas e a Rede Internet em Portugal (2009).

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José Manuel Belbute fez o seu doutoramento em 1997 pela Universidade de Évora e o seu mestrado em 1991, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade (Técnica) de Lisboa. É professor catedrático no departamento de Economia da Universidade de Évora, onde iniciou funções como assistente em 1987. Os seus principais interesses de investigação e de ensino residem na área da Macroeconomia, e em particular no crescimento económico e na sua articulação com a problemática do desenvolvimento sustentável. Nos últimos quinze anos tem dedicado especial atenção ao às políticas macroeconómicas de combate e mitigação das alterações climáticas, assim como da avaliação e medição dos custos associados aos objetivos da neutralidade carbónica.

É autor de mais de trinta publicações científicas em revistas internacionais com revisão anónima por pares, sobre temáticas que se encontram na fronteira entre a Economia e o Ambiente. Grande parte da sua produção científica incide sobre temas nacionais.

É membro (fundador) integrado do Center for Advanced Studies in Management and Economics of the Universidade de Évora (CEFAGE-UE) e participa regularmente em conferências internacionais apresentando os resultados da sua investigação. Tem ampla experiência de gestão de projectos de investigação.

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Nasceu em Lisboa, licenciou-se em Direito e exerce a advocacia. Poeta, ensaísta e tradutor, publicou vários livros de poesia, o último dos quais, A Mão na Água que Corre (Assírio & Alvim). Tem colaboração crítica e ensaística dispersa pelas principais revistas literárias e jornais portugueses. Tem escrito igualmente sobre pintura, nomeadamente em catálogos de exposições. Participou em diversos Colóquios e Encontros literários em Portugal e no estrangeiro. Traduziu poetas como Federico García Lorca, Eugenio Montale e Umberto Saba. É membro da direcção da Associação Portuguesa de Escritores, tem-se interessado pela divulgação da literatura italiana, sendo colaborador do Osservatorio Permanente Sugli Studi Pavesiani nel Mondo. Tem poemas traduzidos em várias línguas.

 

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José María Merino (Corunha, 1941) é um escritor espanhol, autor de obra vasta e diversificada, na qual ocupa lugar privilegiado a ficção narrativa, em todos os seus géneros, mas onde avultam o conto e o microconto. Licenciado em Direito, Merino foi director do Centro de las Letras Españolas do Ministério da Cultura de Espanha e colaborou em diversos projectos da Unesco dirigidos ao mundo hispano-americano. É membro da Real Academia Española, para a qual foi eleito em Março de 2008, e Doutor Honoris Causa pelas Universidades de León (2014) e Saint Louis (2018), distinções a que se somam numerosos prémios literários, de que o mais recente é o Premio Nacional de las Letras Españolas (2021). O conto incluído nesta antologia foi publicado no volume Cuentos del Barrio del Refugio (1994), posteriormente integrado em Historias del otro lugar (2010), que reúne os contos dados à estampa entre 1984 e 2004.

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Licenciatura, mestrado, doutoramento em Filosofia Medieval (2005) na Universidade Católica Portuguesa (UCP, Lisboa). De 1993 a 2002, professor na UCP em Filosofia, Teologia, Ciências Religiosas, Ciências da Comunicação e Serviço Social. Desde 2002, docente na Universidade da Beira Interior (UBI, Covilhã). Actualmente Professor Associado e presidente da Faculdade de Artes e Letras da UBI. Foi Professor Bibliotecário da UBI de 2103 a 2017. Investigador em vários centros de investigação e membro de associações científicas nacionais e internacionais. Os seus principais interesses académicos situam-se nos domínios do Pensamento Antigo, Patrístico e Medieval (especialmente Santo Agostinho), Fenomenologia, História e Filosofia da Religião e Teologia Política. Entre 2013-2017 investigador da COST Action IS130: «New Communities of Interpretation: Contexts, Strategies and Processes of Religious Transformation in Late Medieval and Early Modern Europe». De entre livros publicados: Em Busca do Centro. Investigações sobre a Noção de Ordem na Obra de Santo Agostinho (Período de Cassicíaco), Lisboa, Universidade Católica Editora, 1999; O Primado da Relação. Da Intencionalidade Trinitária da Filosofia, Lisboa, Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, 2007; (ed. e autor) Da Autonomia do Político. Entre a Idade Média e a Modernidade, Lisboa, Documenta, 2012; (ed. e autor com António Bento) Revisiting Spinoza’s Theological-Political Treatise, Georg Olms Verlag, Hildesheim-Deutschland/ Zürich-Suisse/New York-EUA, 2013; (ed. e autor com Ricardo António Alves) A Lã e a Neve de Ferreira de Castro. Releituras, Travessias, Metamorfoses, Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2017; (ed. e autor com António Bento e José Domingues) Secularização e Teologia Política, Lisboa, Documenta, 2019 (jrosa@ubi.pt).

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Nasceu em Leiria a 22 de Janeiro de 1933.

Historiador e professor catedrático na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Autor de uma extensa bibliografia, é especialista na História Medieval portuguesa, destacando-se as suas obras Ricos-Homens, Infanções e Cavaleiros, Fragmentos de Uma Composição Medieval, O Reino dos Mortos na Idade Média e Identificação de Um País. Ensaio sobre as Origens de Portugal (1096-1325) (vol. I: Oposição; vol. II: Composição), sucessivamente premiada com o Prémio de História Medieval Alfredo Pimenta e o Prémio Ensaio do P.E.N. Clube Português.

Dirigiu também uma edição de oito volumes da História de Portugal (1993-1995).

Prémio Pessoa, em 1987.

Morreu no dia 8 de Julho de 2023.

 

 

Fotografia: António Pedro Ferreira.

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José Pedro Croft nasceu no Porto em 1957. Actualmente vive e trabalha em Lisboa. Entre 1976 e 1981, frequentou o curso de Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Em 2001 vence o Prémio Nacional de Arte Pública Tabaqueira e o Prémio EDP - Desenho. Em 2002 o Centro Cultural de Belém organiza uma grande exposição retrospectiva do seu trabalho. Expõe individualmente com regularidade desde 1981, de onde se destacam, das exposições mais recentes: Chiado 8 - Arte Contemporânea (2011), Lisboa; Galeria Mário Sequeira (2011), Braga; Projecto Contentores P28 (2010), Docas de Alcântara, Lisboa; Galeria Filomena Soares (2009), Lisboa; Galería SENDA (2009), Barcelona; Marília Razuk Galeria de Arte (2009), São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo - Museu de São Paulo de Arte Contemporânea (2009), São Paulo; Galería SCQ (2009), Santiago de Compostela; Pavilhão Centro de Portugal (2008), Coimbra; Galeria Helga de Alvear (2008), Madrid; La Caja Negra (2008), Madrid; Fundação Calouste Gulbenkian (2007 e 2006), Lisboa; MAM - Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro (2006), Rio de Janeiro; Museu de Arte da Pampulha (2006), Belo Horizonte; e Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães-MAMAM (2005), Recife, Brasil. A sua obra encontra-se presente em diversas colecções públicas e privadas, tais como: Banco Central Europeu, Frankfurt; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; CAM-Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Centro Galego de Arte Contemporâneo, Santiago de Compostela; Fundação de Serralves, Porto; Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisboa; Fundación Caixa Galiza, La Coruña; Fundación La Caixa, Barcelona; MEIAC, Museo Extremenho y Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz; Ministério da Cultura, Portugal; Museo de Cantábria, Espanha; Museo de Zamora, Espanha; Museo Nacional, Centro de Arte Reina Sofia, Madrid; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; Sammlung Albertina, Viena; e Colecção Berardo, Lisboa.

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José António Inácio de Sousa Quitério nasceu em Tomar, a 10 de Abril de 1942, cidade onde completou os estudos liceais. Frequentou, sem o concluir, o curso de Direito na Universidade de Coimbra e (após 4 anos, 2 meses e 15 dias de serviço militar obrigatório, com estada forçada em Angola) na de Lisboa. Entrou para os jornais em 1973, para o saudoso O Século, como documentalista. Estreou-se como cronista / crítico gastronómico em 1975, na efémera revista Tilt. Em 1976 foi convidado a fundar a coluna gastronómica do Expresso, que manteve até meados de 2014, tendo sido documentalista, colaborador e redactor (de 1990 até à reforma em Abril de 2007) deste jornal. Entre 1990 e 2006 assinou também a coluna sobre vinhos deste semanário. De 1989 a 1991 publicou textos de gastronomia literária na revista LER – Livros & Leitores. Durante todo o ano de 1993 assinou e leu uma crónica gastronómica na RDP – Antena 1. Criou e dirigiu, desde 1994, a colecção de livros de gastronomia «Coração, Cabeça e Estômago» da editora Assírio & Alvim. Ao longo dos anos 1980 e 1990, além de membro ou presidente de júris de diversos concursos, participou e apresentou comunicações em vários congressos e colóquios de temática gastronómica e/ou literária. Autor de dois guias «100 Restaurantes / 100 Livros» (1995 e 1998) distribuídos com o Expresso.

Autor das seguintes obras: Livro de Bem Comer (1987), Histórias e Curiosidades Gastronómicas (1992), Comer em Português (1997), Escritores à Mesa (e outros artistas) (2010) e Bem Comer & Curiosidades (2015).

Entre os galardões que lhe foram atribuídos (e outros que recusou), destaca: «Mérito Turístico», concedido pela Secretaria de Estado do Turismo, em 1987, «por grande e valioso contributo que tem prestado através dos seus artigos à gastronomia, doçaria e vinhos portugueses»; «Personalidade do Ano / Gastronomia – 1987», revista Portugal, Turismo, Actualidade; «Prémio Especial Jornalismo / Crítica», Revista de Vinhos, 1992; «Medalha de Honra», ARESP, 2007; «Personalidade do Ano na Gastronomia», revista Wine, 2013; «Prémio Universidade de Coimbra», 2015; «Prémio Carreira», ARESP, 2015; «Prémio Gazeta de Mérito», 2016; «Medalha de Honra (Grau Ouro) do Município de Tomar, 2017.

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Nasceu em 1965, na ilha da Madeira.

Doutorado em Teologia Bíblica, em Roma, é actualmente cardeal, arquivista do Arquivo Apostólico do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica Vaticana, tendo tomado posse em 1 de Setembro de 2018. Anteriormente foi professor e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa e também director da Faculdade de Teologia.

Editou o seu primeiro livro de poesia, Os Dias Contados, em 1990, e desde então tem diversificado a sua extensa obra como ensaísta, tradutor e poeta, ocupando um lugar de destaque na poesia portuguesa contemporânea. A sua poesia reunida em A Noite Abre Meus Olhos está publicada na Assírio & Alvim.

A sua obra tem sido distinguida com vários prémios, entre eles o Prémio Cidade de Lisboa de Poesia (1998), o Prémio PEN Clube de Ensaio (2005), o italiano Res Magnae, para obras ensaísticas (2015), o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE (2016), o Grande Prémio APE de Crónica (2016), o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural (2020).

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Doutor e mestre em Ciência Política e Relações Internacionais pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEP-UCP) e licenciado em Direito (Universidade Lusíada). É, desde 2000, docente no IEP-UCP, onde leccionou cadeiras no âmbito das suas áreas de especialização como Teoria Política Contemporânea, Regimes Políticos, Teoria do Estado, Teoria da Constituição e Pensamento Político Islâmico. Entre 2011 e 2014 foi professor auxiliar convidado na Universidade da Beira Interior, onde ministrou as cadeiras de Teoria Política, Teoria do Estado, História das Ideias Políticas e Políticas Públicas. As suas áreas preferenciais de investigação incidem na teoria política, nomeadamente em temas como o pluralismo, o conservadorismo, o pensamento utópico, o terrorismo político, as origens intelectuais do radicalismo islâmico e o legado filosófico-político do Al-Andaluz.

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Cinquenta e dois anos antes deste romance (que é de 1926) — a minha mão hesitou, antes de ceder a esta fórmula que tão pouco se harmoniza com a sua prosa dominada pelo silêncio dos pântanos, por um céu desmesurado, que tão pouco se conforma às conveniências de uma verdadeira narrativa de ficção romântica — Joseph d’Arbaud nasceu [4 de Outubro de 1874] na herdade La Petite Bastide em Meyrargues, o que é dizer Provença-Alta-Costa-Azul, à beira do Mediterrâneo, terra de um orgulhoso dialecto e ainda hoje com gente que o prefere ao francês; numa família com antepassados que deixavam, na desenvoltura e no prestígio, bem marcada a sua aristocracia; agarrada a tradições; com um avô e uma mãe que já tinham escrito versos provençais na língua d’oc, e só por circunstância e contingência falavam o francês.

Joseph frequentou um colégio de jesuítas em Avinhão, fez o seu direito na universidade de Aix-en-Provence e também quis — quando sentiu a sedução das letras — prolongar-se nas tradições literárias da sua família como escritor da língua d’oc. «A todos tu dominas», dizia-lhe Fréderic Mistral, mesmo sem saber que se antecipava ao que muitos viriam a ter como irrecusável verdade. — Escreve em francês, escreve em francês — diziam-lhe também outros — ou nunca serás reconhecido na literatura deste país.

[…]

Joseph d’Arbaud morreu com setenta e seis anos de idade em Aix-en-Provence, no dia 2 de Março de 1950, e foi sepultado em Barjois sob o triplo signo da Cruz do Languedoque, do tridente da Camarga e do loureiro de Arles. Há uma lápide comemorativa em sua honra, iniciativa da Confraria dos Guardadores, instalada «à beira do Étang Redon, para memória do autor de “O Animal do Vaccarès”».

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», O Estranho Animal do Vaccarès]

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É Maxine Elliot Professor no Department of Comparative Literature e no Program of Critical Theory na University of California, Berkeley. Exerceu as funções de director-fundador do Critical Theory Program. Recebeu o seu Doutoramento em Filosofia pela Yale University em 1984. É autora de Subjects of Desire: Hegelian Reflections in Twentieth-Century France (1987), Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity (1990), Bodies That Matter: On the Discursive Limits of “Sex” (1993), The Psychic Life of Power: Theories of Subjection (1997), Excitable Speech (1997), Antigone’s Claim: Kinship Between Life and Death (2000), Precarious Life: Powers of Violence and Mourning (2004), Undoing Gender (2004), Who Sings the Nation-State?: Language, Politics, Belonging (com Gayatri Spivak, 2008), Frames of War: When Is Life Grievable? (2009), Is Critique Secular? (escrito em conjunto com Talal Asad, Wendy Brown e Saba Mahmood, 2009) e Sois Mon Corps (2011), em co-autoria com Catherine Malabou. Os seus livros mais recentes incluem: Parting Ways: Jewishness and the Critique of Zionism (2012), Dispossessions: The Performative in the Political, em co-autoria com Athena Athanasiou (2013), Senses of the Subject (2015) e Notes Toward a Performative Theory of Assembly (2015). Os seus projectos futuros incluem trabalhos sobre gestos messiânicos em Kafka e Benjamin, ficções filosóficas na obra de Freud, e o género na tradução. É também activa nas políticas gender e sexuais, nos direitos humanos, nas políticas antiguerra, e faz parte da comissão científica da Jewish Voice for Peace. Recebeu o Andrew Mellon Award for Distinguished Academic Achievement in the Humanities (2009-2013). Recebeu o Prémio Adorno da cidade de Frankfurt (2012) devido às suas contribuições para a filosofia feminista e moral, o Prémio Brudner da Yale University pelo seu papel fundamental nos gay and lesbian studies, e o louvor de Research Lecturer na UC Berkeley em 2005. Recebeu também previamente várias bolsas de investigação, que incluem: Guggenheim, Rockefeller, Ford, American Council of Learned Societies, e foi Fellow no Institute for Advanced Study em Princeton e no Collège des Hautes Études em Paris. Recebeu o título Honoris Causa da Université Bordeaux-III, Université Paris-VII, Grinnell College, McGill University, University of St. Andrews, Université de Fribourg, e da Universidad de Costa Rica. Em 2014, foi galardoada com o Diploma de Chevalier da Ordem das Artes e Letras pelo Ministério da Cultura francês.

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Jules Boissière [n. 12 de Abril de 1863, em Clermont-l´Hérault] tinha vinte e quatro anos de idade quando partiu em 1886 para a Indochina como secretário de Paulin-Alexandre Vial, representante do governo em Annam e Tonquim. O sonho do Oriente, nessa época exacerbado pela cultura europeia, o que dava solas de vento a Rimbaud, excitava Flaubert, Gautier, Nerval, Loti e Farrère, fez-se-lhe irrecusável quando o seu pai abandonou por outra aventura o lar conjugal e graves dificuldades financeiras surgiram. [...]

Diário de um Fuzilado destaca-se pela intransigência da sua recusa ao «politicamente correcto». Se Palavras de um Fumador de Ópio apenas nos revela a experiência pessoal do autor na sua relação com a droga, a personagem central do Diário é ficcionada nesta mesma relação com um soldado elitista e xenófobo que deserta do exército francês e se introduz no exército rebelde anamita, não por aprovar a luta desses colonizados contra o poder imperialista, mas saber que poderá nas suas fileiras fumar ópio sem as punições que o exército do seu país lhe destina para o dissuadir do vício. [...]

Jules Boissière morreu subitamente no dia 12 de Agosto de 1897, aos trinta e quatro anos de idade, com uma oclusão intestinal provocada pela maldade dos trópicos e pelo ópio. E teve tempo, nessa agonia violenta, de dizer que desejava ficar sepultado num cemitério de Hanói. [...] tinha em Paris um incondicional amigo — Stéphane Mallarmé, o que lhe tinha influenciado no tom e nos artifícios os primeiros versos. [Aníbal Fernandes]

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Era, pela certidão do baptismo, Jules Gabriel Verne [Nantes, 1828-Amiens, 1905]; e o seu pai, um magistrado de Nantes, desde os seus tempos de berço sonhava-o a brilhar na mesma profissão. Mas bastaram-lhe onze anos de vida e umas quantas e emocionantes leituras para fugir de casa levando consigo um desejo de mar e aventura (e a decisão, muito mais prática, de trazer um colar de coral para oferecer à sua prima Caroline, por quem estava apaixonado) tudo isto vivido — não mais lhe consentiria a idade — como grumete num barco-correio. Sobressaltado, M. Verne foi a tempo de capturá-lo em Paimbæuf, um pequeno porto do Loire-Atlântico. «Pois bem», prometeu a criança frustrada e ingloriamente retida nos seus altos voos, «só vou viajar em sonho». — Quem poderia prever que estas palavras, proferidas numa tão tenra idade, deviam ser tomadas à letra?

É verdade que Jules Verne, para satisfazer os desejos do seu pai chegou à Sorbonne e à licenciatura que poderia dar-lhe o sonhado futuro como magistrado; mas sobrepôs-se a toda esta sabedoria em Direito uma irresistível fascinação literária. De regresso a Nantes, e frustrado por ver a mulher que amava casada com outro homem, voltou para a capital. Parto porque fui desprezado, escreveu numa carta ao músico Aristide Heignard, mas todos verão de que matéria é feito o pobre rapaz a que chamam Jules Verne.

[...] Esteve em Lisboa por duas vezes, em 1878 e em 1884.

A idade mais avançada deu-lhe diabetes, má visão e uma perna coxa que nunca se recompôs de um tiro de espingarda, saído em má hora das mãos de um sobrinho louco. Começou a escrever menos, e até a não escrever. Na minha idade as palavras fogem e as ideias já não entram, pode ler-se numa carta sua.

Morreu em 1905, derrotado por diabetes e cegueira.

O século XX fez dele um clássico; tirou algumas das suas obras da esfera adolescente para acompanhar a de grandes clássicos centrais. Michel Butor é peremptório: «Temos de colocar a sua obra nos grandes conjuntos de romances do século XIX.» E Roland Barthes dedicou-lhe todo um capítulo do seu Mythologies, onde compreende o lado-cárcere dos seus grandes espaços: «A imaginação da viagem corresponde em Verne a uma exploração da clausura. […] O barco pode muito bem ser o símbolo da partida; mas é profundamente a cifra da clausura.» […] «O navio é um facto habitacional, antes de ser um meio de transporte.»

Nenhum outro dos seus livros leva mais à letra estas palavras do que o seu Chancellor.

[Aníbal Fernandes]

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Julião Sarmento (1948-2021) nasceu em Lisboa e viveu e trabalhou no Estoril. Estudou pintura e arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Foi um artista interdisciplinar e, ao longo da sua carreira, trabalhou nos mais diversos suportes: pintura, desenho, escultura, fotografia, cinema, vídeo, performance, som e instalação. Desenvolveu vários projectos específicos de locais significativos e teve inúmeras exposições individuais e colectivas em todo o mundo nas últimas cinco décadas. Representou Portugal na 46.ª Bienal de Veneza (1997). Foi incluído na Documenta 7 (1982) e na Documenta 8 (1987), na Bienal de Veneza (1980 e 2001) e na Bienal de São Paulo em 2002. O seu trabalho está representado em muitas colecções públicas e privadas na América do Norte e do Sul, Europa e Japão.

 

Julião Sarmento (1948-2021) was born in Lisbon, Portugal, having lived and worked in Estoril. He studied painting and architecture in Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. An interdisciplinary artist, throughout his long career Sarmento worked with multiple media: painting, drawing, sculpture, photography, cinema, video, performance, sound and installation. He developed several site specific projects and presented numerous solo and collective exhibitions all over the world in the last five decades. Julião Sarmento represented Portugal at the 46th Venice Bienalle (1997). Hs works were included in documenta 7 (1982) and documenta 8 (1987), the Venice Bienalle (1980 and 2001) and the São Paulo Bienalle in 2002. His work is represented in many public and private collections in North and South America, Europe and Japan.

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Pseudónimo literário do médico e escritor Joaquim Guilherme Gomes Coelho, nasceu no Porto a 14 de Novembro de 1839.

É autor, entre outras obras, de As Pupilas do Senhor Reitor, Uma Família Inglesa, A Morgadinha dos Canaviais, Serões da Província, Os Fidalgos da Casa Mourisca.

Sobre ele escreve, n'As Farpas, Eça de Queirós: «Tréguas por um instante nesta áspera fuzilaria irónica! Esta página é um parêntesis tranquilo e meigo, onde pomos a lembrança de Júlio Dinis. Que as pessoas delicadas se lembrem dele e se recolham um momento: recordá-lo é aprender a amá-lo; e nós, ainda sabemos recordá-lo bastante. Tanto é o nosso mal que este espírito excelente não ficou popular: a nossa memória, fugitiva como a água, só retém aqueles que vivem ruidosamente, com um relevo forte: Júlio Dinis viveu de leve, escreveu de leve e morreu de leve!».

Morreu no Porto a 12 de Setembro de 1871

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Nasceu em Lisboa a 10 de Janeiro de 1926. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e as Escolas de Belas-Artes de Lisboa e do Porto. No início da sua carreira, foi um dos animadores do movimento neo-realista, desenvolvendo uma larga intervenção crítica em jornais e revistas. Dedicou-se especialmente à pintura, mas realizou igualmente trabalhos de desenho, gravura, escultura e assemblage, ilustração, cerâmica e vidro, tapeçaria, cenografia para teatro e decoração mural em azulejo. Foram-lhe atribuídos vários prémios, nomeadamente o Prémio de Gravura (ex aequo) na sua I Exposição de Artes Plásticas, em 1957, o 1.º Prémio de Pintura (ex aequo) na II Exposição de Artes Plásticas, em 1961, o Prémio Montaigne em 1993, o Prémio AICA-SEC em 1995, o Prémio Celpa / Vieira da Silva, em 2000, e em 2003 o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso. Além de diversos textos publicados em revistas e catálogos, sobre outros artistas e sobre a sua própria obra, Pomar é autor de livros de ensaios sobre pintura. Morreu em Lisboa a 22 de Maio de 2018.

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