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DIÁRIOS PORTUGUESES (1969-1976)
LITERATURAVOLTAR ATRÁS
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SINOPSE

O que Meyer-Clason fez na Lisboa entre a primavera marcelista e o período pós-PREC poucos o fizeram: chega a Lisboa e em pouco tempo muda a paisagem cultural de uma Cidade meio adormecida e espartilhada pela censura de uma ditadura disfarçada, isolada e já descrente de si mesma.

 

 

Curt Meyer-Clason não precisa de apresentações em Portugal. A sua acção cultural, no sentido mais amplo do termo, durante os sete anos em que dirigiu o Instituto Alemão de Lisboa, constitui credencial suficiente para quem, nesta cidade e neste país, está minimamente atento ao que se passa à sua volta. […] Ao longo das suas 400 páginas o discurso flui, variado e vivo, cheio de nuances e de uma invulgar capacidade de observação de pessoas e de factos, que nunca valem por si, mas sempre por aquilo que revelam de uma situação existencial, política e cultural. É uma crónica literária de um dia a dia cheio de revelações e descobertas, em que as mais pequenas coisas, mesmo a conversa aparentemente mais estéril ou o mais seco papel oficial, se transformam num meio de chegar às mais recônditas e por vezes insuspeitadas formas de pensar e agir de dois povos e de dois mundos, entre os quais Meyer-Clason se situa. Situação nada cómoda para quem, desde que pôs pé neste país, procurou agir à margem de (entenda-se: quase sempre contra) receios diplomáticos, intereses económicos e estratégias políticas, e assim transformar o seu Instituto num dos mais vivos e abertos fóruns culturais de Lisboa, uma Cidade antes entorpecida e reprimida, e depois um pouco perdida na doce anarquia dos primeiros tempos da Revolução.

[João Barrento — Diário de Notícias, 2.º caderno/Cultura, 4 de Setembro de 1980]

 

O que Meyer-Clason fez na Lisboa entre a primavera marcelista e o período pós-PREC poucos o fizeram: chega a Lisboa e em pouco tempo muda a paisagem cultural de uma Cidade meio adormecida e espartilhada pela censura de uma ditadura disfarçada, isolada e já descrente de si mesma. E fá-lo entrando pela porta da esquerda, de uma esquerda certamente não coesa, marcada por tonalidades que os Diários espelham, e que vão da mais ortodoxa à mais festiva. Mas também  abrindo portas que o regime normalmente fechava, trazendo ao seu Instituto figuras, alemãs e não só, que só aí poderiam ser vistas e ouvidas, fazendo germinar sementes que o terreno estéril da ditadura não conhecia. Aí, no «Goethe» desses anos, como escrevi algures, «podiam pensar-se coisas que cá fora eram impensáveis». O homem e o livro formam uma unidade e apresentam-se-me hoje, na releitura, na reescrita da tradução e na rememoração de muitos episódios que também vivi, como um todo heterodoxo e assistemático, colorido e vibrante, sem deixar de ter uma linha de pensamento clara. Estes Diários lêem-se como uma narrativa empolgante, cheia de suspense, ironia e humor. O resultado é um retrato único de Portugal e dos Portugueses antes e depois de Abril — fascinante, reverberante, apaixonado e crítico, e as mais das vezes intuitivamente certeiro. E é também um retrato bastante fiel do Curt Meyer-Clason que conheci nos anos de que se ocupam os seus Diários Portugueses.

[João Barrento — Depois de traduzir os Diários Portugueses, 25 de Fevereiro de 2013]

INFORMAÇÕES
Tradução: João Barrento
Data:
Abril, 2013
Acabamento:
Brochado, com badanas
Formato:
16 x 22 cm
Páginas:
416
Peso:
620
EAN:
9789898618450
OBSERVAÇÕES

Fotografias a preto e branco.

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