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Joseph d’Arbaud
Cinquenta e dois anos antes deste romance (que é de 1926) — a minha mão hesitou, antes de ceder a esta fórmula que tão pouco se harmoniza com a sua prosa dominada pelo silêncio dos pântanos, por um céu desmesurado, que tão pouco se conforma às conveniências de uma verdadeira narrativa de ficção romântica — Joseph d’Arbaud nasceu [4 de Outubro de 1874] na herdade La Petite Bastide em Meyrargues, o que é dizer Provença-Alta-Costa-Azul, à beira do Mediterrâneo, terra de um orgulhoso dialecto e ainda hoje com gente que o prefere ao francês; numa família com antepassados que deixavam, na desenvoltura e no prestígio, bem marcada a sua aristocracia; agarrada a tradições; com um avô e uma mãe que já tinham escrito versos provençais na língua d’oc, e só por circunstância e contingência falavam o francês. Joseph frequentou um colégio de jesuítas em Avinhão, fez o seu direito na universidade de Aix-en-Provence e também quis — quando sentiu a sedução das letras — prolongar-se nas tradições literárias da sua família como escritor da língua d’oc. «A todos tu dominas», dizia-lhe Fréderic Mistral, mesmo sem saber que se antecipava ao que muitos viriam a ter como irrecusável verdade. — Escreve em francês, escreve em francês — diziam-lhe também outros — ou nunca serás reconhecido na literatura deste país. […] Joseph d’Arbaud morreu com setenta e seis anos de idade em Aix-en-Provence, no dia 2 de Março de 1950, e foi sepultado em Barjois sob o triplo signo da Cruz do Languedoque, do tridente da Camarga e do loureiro de Arles. Há uma lápide comemorativa em sua honra, iniciativa da Confraria dos Guardadores, instalada «à beira do Étang Redon, para memória do autor de “O Animal do Vaccarès”». [Aníbal Fernandes, «Apresentação», O Estranho Animal do Vaccarès] ARTIGOS RELACIONADOS
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