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Vive e trabalha em Lisboa e Porto.

Estudou na Escola António Arroio / atelier livre com Pedro Morais, na S.N.B.A. com João Vieira, no Ar.Co com Graça Costa Cabral, Sergio Taborda, Francisco Rocha, Rui Sanches, Rolney Barreto e Angela Ferreira.

A produção artística de Edgar Massul abrange uma ampla variedade de disciplinas, incorporando pintura, desenho, escultura, objectos, fotografia, vídeo, instalações e projectos site-specific. Seu trabalho dialoga com a história da arte e a natureza ancestral – entre a impermanência da matéria orgânica e a permanência da memória das coisas.

Colaborou com José Nuno da Câmara Pereira e com a Universidade do Algarve / CIAC / Artes Visuais onde participou em projectos com Pedro Cabral Santo, Mirian Tavares, Tiago Batista e Xana. Foi colaborador de Pedro Cabrita Reis em diversos projectos.

Realiza exposições individuais desde 1986. Recentemente, o seu trabalho tem sido exposto em vários espaços, dos quais se destacam: Mercado P’LA ARTE (Lisboa), Appleton Square (Lisboa), Arte em São Bento 2020 (Lisboa), Galeria Diferença (Lisboa), Wadden Tide (Dinamarca), Parque da Devesa (Vila Nova de Famalicão), 289 (Faro), Electricidade Estética (Caldas da Rainha), British Bar (Lisboa), Casa da Cerca (Almada), Armazém 22 (Vila Nova de Gaia), D. Luís / Fundação Pisão (Cascais), Anozero Bienal de Coimbra, Galeria Giefarte / Fundação Carmona e Costa (Lisboa), Galeria Trem (Faro), Whitechapel Gallery (Londres).

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Nasceu na cidade de Nova Iorque, em 1862, e faleceu em Paris, em 1937. De origens aristocratas, passou grande parte da sua infância na Europa, recebendo instrução de professores particulares. Casou com Edward Wharton em 1885, treze anos mais velho que Edith. The House Of Mirth (A Casa da Alegria), o seu primeiro romance, apareceu em 1905, e conseguiu estabelecer quase imediatamente a grande reputação da autora. Aclamada pelo público, mudou-se para Paris, onde conheceu um jovem norte-americano, por quem se apaixonou, Morton Fullerton, prosseguindo a sua carreira como romancista. Em 1912 obteve o divórcio, apresentando como fundamento a infidelidade do marido, pelo que assumiu a sua relação com Morton Fullerton. Voltou aos Estados Unidos da América apenas para receber o Prémio Pulitzer, que lhe foi atribuído em 1921, graças à publicação de The Age of Innocence (A Idade da Inocência).

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Doutor em Filosofia pela Universidade de Coimbra com uma dissertação sobre a filosofia política de Hegel, publicada com o título Povo, Eticidade e Razão (INCM, 2006). Desde então tem dedicado a sua actividade à docência universitária e à escrita de livros, destacando-se A Individuação da Sociedade Moderna (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011), Public Spaces, Power and Communication / Espaços Públicos, Poder e Comunicação (editor, Afrontamento, 2007) e Still Reading Hegel – 200 Years after the Phenomenology of Spirit (coordenador, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2009). Redigiu vários artigos em revistas científicas, como a DEDiCA, o European Journal of Pragmatism and American Philosophy e a Revista Filosófica de Coimbra. As suas áreas de investigação preferenciais são a filosofia social e política, estética e ética, com enfoque no estudo de Hegel e Luhmann.

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Eduardo Batarda [Coimbra, 1943] frequentou a Faculdade de Medicina entre 1960 e 1963, ano em que foi admitido e se matriculou na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Terminou os respetivos Cursos, Geral e Complementar, de Pintura em 1967 e 1968, e cumpriu serviço militar obrigatório entre 1968 e 1971. Neste mesmo ano começou a frequentar, em Londres, o Royal College of Art, Faculty of Fine Art, School of Painting, onde se diplomou em 1974 (MaRCA). De 1976 até 2008 foi professor na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Expôs pela primeira vez em 1966, e realizou exposições individuais a partir de 1968. Destas, a última teve lugar no Porto, em 2013. Foram organizadas várias retrospetivas do seu trabalho: em 1975, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, do seu trabalho como bolseiro em Londres; em 1998, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (Eduardo Batarda. Pinturas, 1965-1998); em 2009, no Centro de Arte Manuel de Brito, em Oeiras (Eduardo Batarda no CAMB); e em 2011, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto (Outra Vez Não. Eduardo Batarda). Em Maio de 2016, no Pavilhão Branco do Museu de Lisboa — Palácio Pimenta, realizou-se uma exposição antológica, intitulada Mise en abyme. Recebeu em 2007 o Grande Prémio Fundação EDP Arte.

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Filósofo e ensaísta, nasceu a 23 de Maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco (Almeida – Guarda) e morreu a 1 de Dezembro de 2020, em Lisboa.

Dele nos diz Guilherme d'Oliveira Martins, aquando da atribuição do Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes (2020):

«[…] Falar de Eduardo Lourenço é invocar o grande intérprete de Portugal. E o certo é que a sua reflexão abre horizontes, recusando uma visão fechada ou retrospetiva da nossa identidade, abrindo-lhe novas dimensões, não mitológicas, mas capazes de integrar o imaginário crítico num diálogo diacrónico e sincrónico de diversos tempos e culturas. […]

Ensaísta enciclopédico, eis como podemos definir o lugar de Eduardo Lourenço na cultura portuguesa. Não há autor fundamental do século XIX e XX da literatura portuguesa que tenha passado despercebido ao ensaísta e crítico. Como leitor incansável, pôde encontrar, mesmo em referências menos notórias, um significado, com uma capacidade única de relacionamento no tocante a uma cultura, com naturais limitações, que, sempre que se abriu e se deixou influenciar, que adicionou às suas características próprias e originalidades os elementos miméticos alheios, tantas vezes reconfigurados, com extraordinárias surpresas. Em lugar de alimentar uma ilusão sobre qualquer lusofonia paternalista ou uniformizadora, o ensaísta alerta-nos para a exigência de entendermos a modernidade como um ponto de encontro entre a racionalidade, o idealismo e a emotividade, dramática e poética. […]

Nascido em S. Pedro do Rio Seco na raia beirã em 1923, aluno do Colégio Militar, licenciado e professor na Universidade de Coimbra, onde lhe foi outorgado o Doutoramento honoris causa, lecionou em Heidelberg, em Montpellier, na Bahia e sobretudo na Universidade de Nice — ao lado de Annie Salomon, grande hispanista e sua mulher de uma vida. Fundador da revista Vértice, manteve colaboração muito ativa nas revistas culturais e na imprensa, sendo uma das referências de O Tempo e o Modo e Raiz e Utopia. Escreve não para recuperar o país, que não perdeu, mas para o "pensar" com a mesma paixão e sangue-frio intelectual com que pensava quando "teve a felicidade melancólica de viver nele como prisioneiro de alma"».

 

Fotografia de Susana Rodrigues

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Nasceu em Paris no ano de 1755  — «no mesmo ano em que nasce Maria Antonieta, no mesmo ano em que o terramoto da cidade de Lisboa levará Voltaire, e Rousseau respondendo-lhe, a dar a conhecer publicamente o que pensam sobre a inevitabilidade de fenómenos desta natureza, sobre o Bem e o Mal, ficando claras as divergências», como refere Maria Etelvina Santos na apresentação da sua tradução de Memórias — Os anos do exílio em Itália (1º volume).

Foi uma das grandes retratistas do seu tempo. Tendo nascido no seio da pequena burguesia, acabará por encontrar o seu lugar entre os grandes do reino, especialmente junto do rei e da sua família, acabando por se tornar a pintora oficial da rainha Maria Antonieta.

A sua vida atravessou momentos cruciais da história de França, antes e depois da Revolução Francesa, tendo acabado por se ver forçada a sair de França, em doze longos anos de exilio que a levaram a viver em vários países europeus, como a Itália, a Áustria e a Rússia. No seu percurso durante os anos de exilo o talento de Élisabeth Vigée Le Brun foi sendo reconhecido por diversas academias artísticas.

Onde quer que tenha estado, nos momentos e nos ambientes mais aprazíveis e nos mais atribulados, nunca parou de pintar e, ao mesmo tempo, de contactar directamente com as obras dos grandes artistas contemporâneos e do passado. É disso que nos falam as suas Memórias, uma verdadeira galeria de «pintura» de um tempo incontornável da história de França e da Europa.

Morreu em Paris no ano de 1842.

 

 

 

 

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É doutorada em Zootecnia pela Universidade de Évora (2009) e mestre em Doenças Metabólicas e Comportamento Alimentar pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (2014). É investigadora auxiliar (ao abrigo do programa de contratação de doutorados CEEC individual da FCT) no MED – Instituto Mediterrâneo de Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, Universidade de Évora e tem colaborado na leccionação da disciplina de Fisiologia do ComportamentoAlimentar, da referida instituição, desde a sua criação em 2016. As suas áreas de interesse são as determinantes biológicas do comportamento alimentar, trabalhando fundamentalmente na área da percepção oral e da bioquímica salivar associada a essa percepção. Orientou diversos alunos de doutoramento, mestrado e licenciatura nas referidas áreas. É editora associada de quatro revistas (duas em Nutrição e duas em Ciência Animal), sendo autora de dois livros e vários capítulos de livros e artigos científicos em periódicos internacionais indexados e com factor de impacto. Está, actualmente, na co-coordenação da Rede de Instituições de Ensino Superior para a Promoção e Salvaguarda da Dieta Mediterrânica [ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9370-1337]

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Era filha única do advogado José Pardo Bazán y Mosquera Rivera, que deu um forte apoio parlamentar ao reconhecimento do catolicismo como religião do Estado Espanhol. Agradecido por estas bem sucedidas diligências, o papa Pio IX enviou de Roma uma carta onde sugeria que lhe fosse concedido o título de conde; o rei Amadeo de Saboia (El Rey Caballero) concordou, e este conde-advogado com residência mais assídua na rua Tabernas da Corunha, mas com outras que lhe davam alternativas em Sangenjo e no Pazo de Meirás, passou a ter solicitações políticas que o faziam descer da Galiza e frequentar quase todo o ano a corte de Madrid.

Emilia, a sua filha, muitos anos depois também viria a ser condessa — desta vez por graça do rei Afonso XIII; e pôde assim, nos seus últimos treze anos de vida, acrescentar uma nobreza heráldica aos seus prestígios de escritora e figura pública com um nome resumido a três palavras mas que simplificava outro — o nome-ladainha do seu baptismo — aquele que nos dá direito a perda de fôlego e a algum espanto: Emilia Antonia Socorro Josefa Amalia Vicenta Eufemia Pardo Bazán y de la Rúa-Figueroa Somoza.

Esta Emilia, com nome a perder de vista, teve uma infância protegida e folgada numa Corunha que as suas ficções literárias viriam a chamar Marineda. Teve preceptores que a defenderam indesejáveis convivências populares, impossíveis de afastar numa escola pública. E lia muito. Diz-se que fez versos aos nove anos; diz-se que aos quinze escreveu o primeiro conto. E diz-se que ela, para se demarcar do que parecia então inevitável, recusou a banalidade das lições de piano e das aulas de música, nesses anos a infalível prenda das raparigas bem nascidas.

[…]

Em 1886, esta autora de «histórias impróprias numa mulher saída de um tão honrado extracto social», e a quem chegaram a chamar puta, marimacho, gorda y fea — embora houvesse outros que já a reconheciam como um dos grandes escritores da literatura espanhola — chegou a atrever-se ao romance Los Pazos de Ulloa, que não hesitava em passear por amores incestuosos (é verdade que praticados com o desconhecimento do parentesco que os amaldiçoava), e que as bibliotecas públicas foram proibidas de ter à disposição dos seus leitores, por se deter de forma tão intolerável sobre a nobreza degradada, sobre a decadência do mundo rural galego. (Note-se que uma das explicações centrais desta decadência galega é por ela argumentada de um modo pouco usual entre os espanhóis: É claro que no atraso da Galiza há um problema histórico relevante, que vai deixar uma profunda pegada. Depois da sua amputação de Portugal, a Galiza fica como membro destroncado, sem vida própria. Quando Portugal se eleva e domina o Oceano […], a Galiza anula-se. Enquanto a irmã do Além-Minho se veste de brocado e ouro, a do Aquém solta entristecida o seu velho alaúde, retira-se para a montanha, calça tamancos de pastora; e só quando a tarde morre e recolhe os seus gados, entoa uma qualquer copla rústica.)

[…]

No dia 12 de Maio de 1921 morreu. Nessa manhã tinha começado a escrever mais uma novela: La Esfinge.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», Contos Bravios]

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Nasceu em 1964, Lisboa, Portugal. Conservadora e curadora para a área da Fotografia e Novos Media, no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, Lisboa. Mestre em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Investigadora de História da Fotografia, tendo publicado a obra João Martins – Imagens de um tempo descritivo desolador, Mimesis, Porto, 2001. Tem diversos ensaios publicados sobre história da fotografia portuguesa. Desenvolve uma actividade regular na área da crítica, bem como na realização de seminários e conferências, em diversas instituições. Comissariou as exposições «1980-2004 - anos de actualização artística nas colecções do Museu do Chiado-MNAC», Museu Francisco Tavares Proença Júnior, Castelo Branco, 2004; «Joshua Benoliel (1873-1932) - repórter fotográfico», LisboaPhoto, Cordoaria Nacional, Lisboa, 2005), Batalha de Sombras: «Colecção de Fotografia dos anos 50 do Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado», Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira, 2009 e co-comissariou a exposição «Amália - Coração Independente» no Museu Berardo, Lisboa; a apresentação da exposição «Joshua Benoliel», na Casa Museu Zavala, Cuenca, no âmbito da PhotoEspaña 2009 e da exposição «Batalha de Sombras»: «Colecção de Fotografia dos anos 50 do Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado», na Casa Museu Zavala, Cuenca, no âmbito da PhotoEspaña 2010. Ainda no ano de 2010 comissariou a exposição «Annemarie Schwarzenbach (1908-1942) - Auto-retratos do Mundo», no Museu Berardo, Lisboa. Coordenadora do Projecto Objectiva – Base de Dados Online para a História da Fotografia Portuguesa, com o apoio da FCG e Direcção-Geral das Artes. Investigadora portuguesa convidada do projecto FOTOFO - The History of 20th Century European Photography, com o apoio da FCG.

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Emmanuel Bove morreu em Julho de 1945, aos quarenta e sete anos de idade; e com razões clínicas — «caquexia e falência cardíaca, consequências de uma série de ataques palustres super-agudos» — que podem causar-nos surpresa quando as lemos sem mais explicações na sua certidão de óbito. Mas existia para esta malária um desleixado convívio com os mosquitos da Argélia; o seu, vivido durante dois anos nessa terra de influência nazi menos directa, a alimentar-se com sonhos de fuga para a Inglaterra do general De Gaulle, aquela onde a «sua» força armada coleccionava uns quantos franceses exilados na ilha britânica. São deste tempo e do lazer desta ansiosa espera os seus últimos romances: A Armadilha, Départ dans la nuit, e Non-lieu.

[…] A guerra mobilizou-o em 1940 como trabalhador militar integrado numa fundição de Cher. Foi desmobilizado em Julho — por si próprio, com um certificado em que a sua própria assinatura o desmobiliza, como será explicado pela personagem (até certo ponto autobiográfica) de A Armadilha. O sonho de Londres tinha-o levado até Argel mas o paludismo devolveu-o à França de Outubro de 1944, a França libertada, a de uma recuperada situação política que já permitia a publicação de A Armadilha, o seu melhor romance, posto à venda em Abril de 1945, na véspera do seu aniversário, dois meses antes da sua morte.

Bove já não pôde ter conhecimento de todo um entusiasmo que repetia outro, velho de vinte e um anos, suscitado pela novidade de Mes Amis, nem o artigo de Les Lettres Françaises em 26 de Maio de 1945, que dizia pela mão de Louis Parrot: «Uma arte tão contida e, podemos dizê-lo, tão cheia de desconfiança, desde há muito faz deste escritor uma das mais discretas e sensíveis testemunhas do nosso tempo. […] No livro que Emmanuel Bove agora publica, A Armadilha, é que as suas qualidades de romancista “realista” são postas em evidência com maior mestria. […] Quando se termina a leitura deste livro ofegante, que se lê de um trago sem sentirmos o mais leve cansaço e com últimos capítulos animados por uma força dramática intensa […], extraídos do nosso mundo quotidiano, a este mundo cruel que nos rodeia, não nos cansamos a todo o momento de ficar maravilhados.» 

[Aníbal Fernandes, «Apresentação» de A Armadilha]

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[…] Neste ambiente cheio de jovens com uma energia pouco amável e dirigida a tudo que parecesse «normas burguesas», Ungaretti — que já tinha um Enrico Pi nas suas relações — acrescentou-as com um Enrico Pea.

Enrico Pea, sete anos mais velho do que ele, naquele momento ganhava ali a sua vida. Tinha nascido em Seravezza [29 de Outubro de 1881], uma pequena povoação da comuna de Lucca, na Toscânia, e trazia consigo cruéis memórias da infância. Em Setembro de 1885 uma inundação destruíra a casa da sua família, e dois meses depois o seu pai tinha morrido num acidente de trabalho; a mãe, que só conseguia ganhar a vida como criada, foi para longe; pôs dois irmãos seus, mais velhos, a viver com a família paterna e Enrico ao cuidado do seu tio Ermenegildo, um ferreiro que o empregou como aprendiz. Mas em 1890 o muito jovem Enrico, farto de malhar em ferros fugiu para a casa do seu avô materno que vivia num vinhedo, perto de Ripaino. O muito jovem Enrico palmilhou os quilómetros que o levavam à esperança de afectos sentidos numa verdadeira família; e viveu até aos treze anos com este avô (forte presença na futura novela Moscardino) saído há pouco de um manicómio onde o tinham internado depois de uma tentativa de suicídio, e com um distúrbio mental rotulado pela medicina como «ciúme obsessivo».

Não frequentou nenhuma escola. O avô ensinou-o a ler; e não só lhe incutiu comportamentos que o faziam sentir a vida como uma aventura quotidiana, liberta dos constrangimentos que a sociedade organizada impõe aos seus cidadãos, mas fê-lo apaixonar-se por essas histórias que uma sabedoria antiga lhe contava em noites aquecidas pelas chamas da lareira. Só mais tarde, quando esteve internado num hospital por lhe ser diagnosticada uma tuberculose, Enrico chegou à leitura corrente e aos rudimentos de uma cultura depois acrescentada com uma perseverança indiferente às disciplinas do ensino oficial.

[…]

O fascismo italiano de Mussolini estava atento às rebeldias que não reflectissem os valores da sua política e da sua moralidade. Em 1943 Enrico Pea, escritor e empresário teatral, foi acusado de ser antifascista e teve de suspender as suas actividades ligadas ao jornalismo e ao teatro. Saiu de Viareggio e refugiou-se em Lucca, onde podia levar uma vida recatada e menos acessível aos esbirros do regime. E só em 1948, numa Itália já livre do mussolinismo, começou a colaborar no Corriere d’informazione, onde publicou os seus últimos artigos.

[…]

Em 11 de Agosto de 1958 morreu na sua casa de Forte dei Marmi com reincidências da tuberculose que o acompanhou, mais ou menos vigilante, desde a infância. […]

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», Moscardino]

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Enzo Bianchi, escritor e religioso italiano, nasceu no dia 3 de Março de 1943, em Castel Boglione. Em 1965 fundou a Comunidade Monástica de Bose, precisamente no dia em que se encerrava o Concílio Vaticano II (8 de Dezembro). Estes anos afirmaram-no como uma das vozes espirituais mais surpreendentes do nosso tempo. Autor de importantes textos sobre a espiritualidade das tradições cristãs, mantém um diálogo permanente e exigente com o mundo contemporâneo. Bianchi cita muitas vezes a carta a Diogneto, um escrito do século II, que define assim os cristãos: «vivem na sua pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cidadãos, mas separam-se de tudo como estrangeiros. Moram na terra, mas têm a sua cidadania no céu». Para aprofundar o sentido desta cidadania prefere o termo grego políteuma — que a Bíblia de King James traduz como conversação. Mergulhado radicalmente no mundo, o cristão é chamado a entender a vida como conversa com Deus.

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Nasceu em Tréguier, Bretanha, no dia 27 de Fevereiro de 1823.

Escreveu sobre livros do Antigo Testamento, assumindo o papel de implacável filólogo mas evitando sempre posições demasiado radicais. Le cantique des cantiques é de 1860. La vie de Jésus (1863) é o ponto alto da sua carreira de escritor e um dos grandes acontecimentos literários do século XIX. Aí recusa o Jesus divino, restituindo-o à sua dimensão humana. Escritor controverso, dividiu e extremou opiniões mas acabou por ser reconhecido, no seu país, como importante figura nacional. Foi professor das línguas hebraica, caldaica e siríaca no Collège de France, de onde foi suspenso devido às suas ideias. Readmitido mais tarde, ascendeu à direcção deste estabelecimento de ensino e teve direito a um lugar na Academia Francesa.

Morreu em Paris no dia 2 de Outubro de 1892.

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Nasceu numa vila da Cantábria em 1961, mudou-se depois com a sua família para a cidade de Torrelavega, onde, durante o bacharelato, teve o primeiro contacto com a filosofia, chegando a doutorar-se nesta área em 1994 com uma tese sobre o pensamento político de Ockham em Dialogus. Antes tinha também estudado teologia, sendo ordenado sacerdote em 1988. Foi pastor em diversas paróquias da diocese de Santander, onde actualmente tem a seu cargo quatro pequenas comunidades.
Também desde 1988 é professor no Instituto de Teologia de Monte Corbán, em Santander, filiado depois à Universidade Católica de Salamanca. Ensina aí várias matérias filosóficas, desde Metafísica e Ética, passando por Teodiceia ou História da Filosofia.
De 1994 a 1998 trabalhou também numa biblioteca da referida Universidade, primeiro como subdirector e depois como director. Além da publicação da sua tese (melhorada — Encuentro, 2005), publicou diversos artigos, geralmente a expressão escrita da sua participação em vários congressos. Também se destaca a sua actividade como tradutor, tanto de filosofia como de teologia. Prepara a memoria de licenciatura em Teologia sobre a heresia em Ockham.

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Tem cerca de 70 anos e é uma opuraheiva (rezadora/xamã) do povo Ava Guarani. Ela vive no tekoha (território tradicional) Potrero Guasu, no município de Paranhos, em Mato Grosso do Sul – uma área declarada como Terra Indígena desde o ano 2000, mas ainda não demarcada pelos órgãos oficiais, apesar de historicamente pertencer aos povos falantes de guarani. Com uma população atual de 200 pessoas, o tekoha está na região de fronteira seca com o Paraguai. À espera da demarcação e proibidos de usufruir plenamente de seu território, os Ava Guarani em Potrero Guasu vivem obrigados a uma relação desigual com o mundo não indígena e expostos a violências e pressões desmedidas de fazendeiros, de igrejas e do Estado, em detrimento de suas práticas de conhecimento e do bem viver.

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Nasceu em Maputo, Moçambique, em 1987.

Concluiu os seus estudos de fotografia no Market Photo Workshop, em Joanesburgo. Os seus interesses pela História levaram-na a trabalhar temáticas relacionadas com os espaços de metamorfoses, mitologias, manipulações culturais, ou seja, a cultura como poder.

Foi membro fundador do PAN! C, uma plataforma para espaços independentes de arte contemporânea no continente africano, bem como da e.a.st. (Estação Arquivística Ephemeral ), um laboratório de pesquisa artística.

Participou na 12.ª Bienal de Dak’Art, no Senegal (2016); na 3.ª Bienal de Casablanca (2016); na Galeria SMAC, Stellenbosch, África do Sul (2016); no MUSART, Maputo & Ansteys Building, Joanesburgo (2015); Framer Framed, Amsterdão (2014); Fundação Centro de Arte de Blachère, Apt, França (2014); e Bonendale, Douala, Camarões (2014).

O seu trabalho mais recente inclui performances e exposições como: Feedback, Art Africa and the 80s, Iwalewahaus, Bayreuth (2018); Being Her(e), Banco Económico, Luanda (2017); Infecting the City Festival, Cidade do Cabo (2017);Mistake! Mistake! disse o galo… e desceu do pato, Lumiar Cité, Lisboa (2017); e (Co)Habitar, Casa da América Latina, Lisboa (2016).

Tem ainda desenvolvido várias residências artísticas, como exemplificam as que realizou no Centro Cultural Português do Maputo (2016) e no Hangar, Lisboa (2016) ou, mais recentemente, na Maison des Arts, George e Claude Pompidou, Cajarc (2018).

Actualmente reside em Paris e prepara a primeira exposição individual, intitulada Scores of Labour, a ocorrer em Novembro de 2018. 

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É professor titular nomeado pelo senado do estado de Berlim em Corporate Communication na HMKW, University of Applied Sciences; e investigador no CECS, Universidade do Minho. Doutorado pela Universidade do Minho (Dr. phil.) e pela Universidade de Leipzig (Dr. rer. pol.), Evandro Oliveira apresentou e publicou mais de trinta trabalhos no contexto académico, e investiga na área de comunicação estratégica, política e organizacional, entre outras. Evandro foi visiting scholar/lecturer na Universidade Complutense, Universidade de São Paulo, Universidade da Beira Interior, ISCAP e INP. Após uma carreira de jornalista desde 1996, em que colaborou, entre outros, com a LUSA, SIC, e O Primeiro de Janeiro; decidiu dedicar--se às RP a partir de 2002. Como consultor senior internacional em comunicação estratégica, colaborou, entre outros, com a Agência Espacial Europeia, Comissão Europeia, Greenpeace, Amnistia Internacional, Quadriga Art – Nova Iorque, Pay Pal e Air Berlin.

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