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[…] Romain Rolland:

«Nos primeiros dias de Janeiro de 1921, foi-me entregue uma carta que vinha do Hospital de Nice. Tinha sido encontrada no corpo de um desesperado que acabava de dar um golpe na garganta. Havia poucas esperanças de que ele sobrevivesse ao ferimento. Li-a e fui invadido pelo tumulto do génio. Um vento que queimava na planície. Era a confissão de um novo Gorki dos países balcânicos. Conseguiram salvá-lo. Eu quis conhecê-lo. Encetámos uma correspondência. Ficámos amigos.

«Chama-se Istrati. Nasceu em Braila, em 1884, filho de um contrabandista que ele não conheceu e de uma camponesa romena, uma admirável mulher com uma vida de trabalho sem tréguas que lhe foi dedicada. Apesar do afecto que tinha por ela, aos doze anos deixou-a, dominado por um demónio da vagabundagem, ou antes, pela devoradora necessidade de conhecer e amar. Vinte anos de vida errante, de extraordinárias aventuras, de extenuantes trabalhos, de vadiagens e sofrimento, queimado pelo sol, encharcado pela chuva, sem pousada e perseguido pelos guardas nocturnos, esfomeado, doente, possuído por paixões e a morrer de miséria. Trabalha em todas as profissões: empregado de café, pasteleiro, serralheiro, caldeireiro, mecânico, servente de pedreiro, cabouqueiro, descarregador, criado, homem- sanduíche, pintor de tabuletas, pintor de paredes, jornalista, fotógrafo… Durante um tempo participa em movimentos revolucionários. Percorre o Egipto, a Síria, Jaffa, Beirute, Damasco e o Líbano, o Oriente, a Grécia, a Itália, muitas vezes sem dinheiro, uma vez a esconder-se num barco onde é durante o caminho descoberto, e de onde é na primeira escala atirado para a costa. Está destituído de tudo mas armazena uma porção de memórias e acontece-lhe com frequência enganar a fome a ler com voracidade, sobretudo os mestres russos e os escritores do Ocidente.

«É um contador de histórias nato, um contador de histórias do Oriente que encanta e se comove com as suas próprias narrativas; e de uma tal forma se prende a elas, que uma vez começada a história ninguém sabe, nem ele próprio sabe, se vai durar uma hora ou mil e uma noites. O Danúbio e os seus meandros… Este genial contador de histórias é tão irresistível, que na carta escrita na véspera do suicídio interrompe duas vezes os lamentos desesperados para narrar duas histórias humorísticas da sua vida passada.

«Decidi anotar uma parte destas narrativas; ele comprometeu-se a executar uma obra de grande extensão, com dois volumes já neste momento escritos. É uma evocação da sua vida; e a obra poderia ser, como a sua vida, dedicada à Amizade, porque ela é neste homem uma paixão sagrada. Ao longo de todo o seu caminho ele pára perante a memória das figuras que encontra; todas têm o enigma do seu destino, que ele tenta penetrar. E cada capítulo do romance forma como que uma novela. Nos volumes que eu conheço, três ou quatro destas novelas são dignas dos mestres russos. Diferem deles pelo temperamento e pela luz, pela decisão do espírito, por uma graça trágica, essa alegria do contador de histórias que liberta a alma oprimida.

«E devemos também lembrar-nos de que o homem que escreveu estas páginas tão vigilantes só aprendeu o francês há sete anos, a ler os nossos clássicos.» 

[…]

Em 1929, anti-soviético e de novo na França, sentiu que devia escrever um livro político, exterior à saga zograffiana, o que veio a chamar-se Em Direcção a Outra Chama. E se o desiludido Céline escreveu em condições idênticas Mea Culpa, e se o desiludido André Gide escreveu Regresso da URSS e Retoques ao meu Regresso da URSS, Istrati ultrapassou-os na incendiária indignação sobre «prisões em guetos», «asilos psiquiátricos», «gangrena totalitária», no «homem explorado pelo homem» na «burocracia, expressão maligna do poder estalinista».

Isto teve, como era de prever, desagradáveis consequências. O «Istrati-traidor» viu-se apontado e vilipendiado por uma esquerda francesa onde ainda não havia Sartre; recebeu uma carta de Romain Rolland, que era uma carta de «separação» (só voltariam a corresponder-se em Março de 1935); sentiu-se numa França hostil que lhe cuspia, que lhe voltava a cara, que o fez regressar à Roménia, o seu país natal, onde foi sentido como um grande escritor.

Mas este prestígio nas letras romenas não chegava para o seu sonho de viver com folga material, sustentado apenas pelos direitos devidos à sucessiva publicação da sua obra literária. Não tardou que sentisse a realidade de um Istrati mal pago (ou mesmo não pago); e que se visse obrigado a um trabalho menor, o que fazia dele um leitor de manuscritos de leitura fácil, destinados a uma editora de romances populares.

Panait Istrati já não tinha mais histórias da sua vida para contar; a saga de Adrien Zograffi tinha chegado literariamente ao fim. E a sua saúde, com progressos sub-reptícios de uma velha e persistente tuberculose, internou- o com muito maus prognósticos num hospital de Bucareste.

Morreu em 16 de Abril de 1935. Tem uma lápide no cemitério de Bellu, em Bucareste, aonde foi parar sem serviços religiosos. A sua fama política incomodava a ortodoxia romena. Tinha escrito Em Direcção a Outra Chama? Sim, mas era ainda assim «um comunista».

[Aníbal Fernandes]

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Patricia Delayti Telles nasceu no Brasil mas já é quase portuguesa. Investigadora do Centro de Estudos de Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP) da Universidade de Coimbra e do Centro de História da Arte e Investigação Artística da Universidade de Évora (CHAIA/UE), instalou-se no Alentejo há mais de dez anos, onde adoptou a cidade de Borba e dois gatos...

Doutora em História da Arte (2015), fez Mestrado em Arts Administration pela Columbia University (Nova Iorque, 1996). Licenciou-se em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ, 1988), onde fez como pós-graduação uma especialização em História da Arte e Arquitetura no Brasil (1989).

Completou a investigação sobre o conde da Barca, o cavaleiro Brito e a sua relação com os artistas da “missão” francesa ao Brasil, graças a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian (2015/2016) e à simpatia de cariocas e minhotos.

Venceu em 2011 o Dahesh Museum Prize da Association of Historians of Nineteenth Century Art (AHNCA) por uma apresentação sobre retratos de D. Carlota Joaquina na City University of New York (CUNY). Em 2016, por sua tese de doutoramento, recebeu outro prémio: Fernão Mendes Pinto, da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP).

Atualmente, continua a estudar pintura em Portugal e no Brasil, entre finais do século XVIII e o início do XIX, mas graças a uma bolsa de pós-doutoramento da Fundação para a Ciência de Tecnologia (FCT) [SFRH/BPD/115974/2016] dedica-se particularmente aos retratos em miniatura e às suas relações no contexto da pintura internacional como vetores estéticos.

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Nasceu em Aix-en-Provence no dia 19 de Janeiro de 1839. Viveu e trabalhou entre a terra natal e Paris, o verdadeiro centro de gravidade da sua criação artística e da projecção que a obra teve no seu tempo e na posteridade. Manteve, desde a juventude, uma profunda amizade com Émile Zola, que não se cansou até o convencer da sua verdadeira vocação de pintor, levando-o a contrariar a vontade e os desígnios paternos. Na escola católica Saint-Joseph adquiriu uma sólida formação clássica. Aí conheceu Henri Gasquet, pai de Joachim Gasquet, o autor de O Que Ele Me Disse... Diz-nos Aníbal Fernandes, o tradutor e apresentador desta obra, que em 2012 veio a lume na Sistema Solar: «Embora Cézanne fosse amigo de infância do seu pai, Joachim só o conheceu em Abril de 1896 (o ano do retrato onde hoje o vemos, exposto na Galeria de Arte Moderna de Praga e com um aspecto difícil de associar aos vinte e três anos de idade que nessa altura ele tinha). Entre os dois houve um convívio intenso, os quatro anos de encontros e cartas que veremos reflectidos em O Que Ele Me Disse…, aos quais outros se sucederam de relativo afastamento até ao desacordo político que em 1904 definitivamente os separou.» Morreu em Aix-en Provence no dia 22 de Outubro de 1906. 

 

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Paul Verlaine (26 anos de idade em 1870): Um tempestuoso drama, fermentado com violência verbal e tiros, nasce na palavra e na inocência de algumas cartas. Tinha havido deambulações a dois — apaixonadas e complicadas com absinto: Paris, Bruxelas e Londres. O grande poeta estragava já um casamento e dispunha-se a coleccionar uma boa dose de hospitais e prisões. (Com Rimbaud muito longe, atrás de um silêncio inquebrável, feito pelo maior desprezo perante a literatura.) Os últimos anos foram vividos num Paris de sombra, dividido pelo álcool, por amores efémeros e pela devoção do terço. Quando lhe pediram um apontamento autobiográfico, meteu lá dentro isto: A sua mãe, que outro filho não tinha, quis fazer dele advogado ou engenheiro. Deu em poeta. Teria ela razão? [Aníbal Fernandes]

 

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O seu pai tinha um sangue africano misturado, à boa maneira colonial, com sangue francês da ilha Maurícia, aquela que ficava lá em baixo, no Índico, a dois meses de navios lentos que chegavam de Marselha sem atravessar o Suez. E o seu sobrenome crioulo, que parecia soar menos bem como Tulete, foi afrancesado até ao Toulet prestigiado por senhores de terras que só a gesto largo podiam dar ideia de um vasto poder em plantações onde crescia e morria, a perder de vista, uma imensidade de canas-de-açúcar.

De um deles, casado com uma francesa da França que o afastava e aproximava com intermitências dos Baixos Pirenéus e de Béarn, é que nasceu Paul, segundo filho destinado a um contacto materno de poucos dias porque a sua mãe, entregue em Junho de 1867 a uma medicina provinciana e oitocentista, morreria das complicações de um parto que tudo teve para correr mal.

O pai Toulet, com exigências sopradas de muito longe pela ilha Maurícia, viu-se obrigado a entregar a sua filha e o seu filho a parentes dispostos a sustentá-los. Coube a Paul a tutela de um tio que nunca lhe fez esquecer o vazio da mãe inexistente, do pai esfumado atrás do oceano, da irmã que vivia afastada de si. Mais tarde, por escrito, lembrou-se de que tinha vindo ao mundo num Béarn de formosas pedras; com um ar tão puro que se fazia uma volúpia, quase um perfeito sofrimento, bastando por vezes respirar o que descia das montanhas. Mas isto compensava mal o que era, para ele, uma dolorosa e central ausência. Flutuava à minha volta uma presença confusa que eu não distinguia bem da água que corre, dos animais, das instáveis nuvens. Logo que aprendeu a escrever assinalou-a por todo o lado em papéis, em paredes, em tudo o que a sua mão ainda mal treinada tocava, e o seu lápis podia riscar: Aqui jaz Emma Toulet, que morreu poucos dias depois de o Paul nascer.

[…]

As suas outras obras literárias hoje apreciadas são póstumas. O romance La Jeune Fille verte é de 1920, publicado logo a seguir à sua morte; o seu livro de versos Contrerimes, um perito desequilíbrio de ritmos e rimas, só muito mais tarde foi admirado.

À sua saúde, cada vez mais exigente em cuidados, calharia bem uma esposa vigilante e sofredora, que aliviasse um peso às obrigações dos seus familiares. Dez anos antes de morrer, o seu desespero de vida descolorida e marginal já era insuportável. Metido numa casa dos subúrbios de Paris, gritava à sua irmã: Não tenho vontade de sair daqui. E não tenho, também, vontade de aqui continuar. Não tenho vontade de nada, de viver e ainda menos de morrer. Adeus. Estou triste com estes jardins de subúrbio onde só crescem cacos de garrafa.

O que me resta fazer, senão casar-me?, diz em 1902 numa carta. Desde há várias horas penso nisto; gostaria de casar-me com uma viúva, porque uma mulher esclarecida vale por duas, o que me dispensaria, pelo menos uma vez, de a enganar. Em 12 de Junho de 1916 casa-se com Marie Vergon, que mostra nesse noivado a sua grande vocação para esposa-enfermeira. Instalado finalmente em Guéthary, na Aquitânia junto dos Pirenéus Atlânticos, foi-lhe concedida a companheira tardia e destinada a uma viuvez, se não com data marcada, pelo menos próxima. A senhora Debussy teve numa carta direito a esta acidulada franqueza: Farta de tratar de mim, a minha família casou-me; havia na Rafette qualquer coisa parecida com uma capela ou um oratório que nunca tinha servido para nada daquele género, e um padre jesuíta desocupado. […] Todos estavam com um ar de pessoas satisfeitas. Fazia um tempo de Junho muito agradável; e as senhoras choravam decentemente na prédica de circunstância.

O seu amigo ópio, uma penumbra de cortinados corridos, uma desarrumada companhia de jornais, livros e papéis, a gata Ubu-Reine e a grande vontade de mais um livro que se chamaria Le Meuble d’ébène acompanharam-no durante quatro anos. A hemorragia cerebral matou-o ao meio-dia de 6 de Setembro de 1920.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», A Minha Amiga Nane]

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Doutorada em Filosofia pela Universidade de Lisboa, com a tese Ordem e Ser. Ontologia da Relação em Agostinho de Hipona (Lisboa, 2007). Investigadora no Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, tendo colaborado, mediante publicações e organização de colóquios internacionais, em vários projectos de investigação de âmbito internacional e interdisciplinar (v.gr.: História do Pensamento Filosófico Português, dir. Pedro Calafate; Filosofia, Medicina e Sociedade, dir. Adelino Cardoso). Realizou um programa de Pós-Doutoramento na Universidade de Lisboa, sobre a presença de Santo Agostinho na tradição ocidental, tendo analisado e traduzido neste âmbito obras de Anselmo de Canterbury, Petrarca e Lorenzo Valla. Desde 2009, é Investigadora Auxiliar no Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Tem participado em diversos colóquios internacionais nas áreas da Filosofia Medieval e Escolástica Ibérica e publicado diversos artigos. É membro de várias sociedades científicas para o estudo da filosofia medieval e renascentista. Dirige projectos de investigação em Escolástica Ibérica, no domínio da Metafísica, Ética e da Filosofia do Homem. 

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É bacharel em Comunicação Social – Cinema, pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diplomata, vinculado ao Ministério das Relações Exteriores. Nessa qualidade, participou, em 2004, como membro da delegação brasileira, do processo negociador da Convenção da Unesco sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais. Serve atualmente no Secretariado Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), como Assessor Político-Diplomático. Publicou, em 1995, o ensaio Rimas do mundo – O ethos fabulador (Editora Sette Letras). Participou, em 2014, do livro Dimensões e desafios políticos para a diversidade cultural (EDUFBA), organizado por Paulo Miguez, José Márcio Barros e Giuliana Kauark.

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Poeta e editor, nasceu em Lisboa no dia 19 de Setembro de 1953.

Começa a publicar versos aos dezanove anos de idade, ainda durante a ditadura. Da pouco mais de meia centena de títulos (não nobiliárquicos, apesar do seu espírito aristocrático) que se lhe conhecem, pode ler-se no livro Carmina [carmes], de 1995, um friso de vida literária entre surrealistas, relapsos e desertores.

A sua conflituosa passagem, quer pela imprensa periódica, ficando registada no livro Vaga (1990), quer pela estupidez crónica, com registo nos livros Judicearias e Corrida de Galgos com Lebre Mecânica (ambos de 2000), de par com os tumultos suscitados pela sua condução dos trabalhos de co-organizar e fazer imprimir a antologia poética Sião (1987), cobriram-no por um estigma público de "mau feitio" somente clarificado aquando da publicação do panegírico Narrativa, em 2009.

Paralelamente, é conhecido como editor da Frenesi, e aí - autodidacta filho de seu pai desenhador cartográfico - fez das artes gráficas uma girândola implacável no seio do nojo estético que pulula pelos escaparates das livrarias. Mas como filho de peixe para saber nadar precisa de seguir o cardume, cedo (logo em 1972) procurou e encontrou no mentor da casa & etc a esteira para os seus destino e deriva, de que deu há pouco notícia pessoal no livro de homenagem a Vitor Silva Tavares, & etc uma editora no subterrâneo.

De-novo-de-novo, há a assinalar os títulos das suas obras mais recentes (entre 2004 e 2012): novas versões de Gogh Uma Orelha Sem Mestre e de Asfalto, e Nas Alturas e O Homem Quase Novo, que fecham o ciclo-frenesi; de regresso aos velhos hábitos, publica consecutivamente na & etc A Escrita (2010), Averbamento (2011) e Versos Abrasileirados (2012).

Edições mais recentes: A Morte dos Outros (Companhia das Ilhas, 2014), Voici la Poésie ce Matin (Averno, 2014), Cal (Averno, 2015), Narrativa (Alambique, 2016), A Céu Aberto (Averno, 2017).

Por último: contra a vontade governamental, continuará a escrever na língua portuguesa.

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É professor, ensaísta e curador; presidente da Associação Internacional de Críticos de Arte – Portugal.

É licenciado e mestre em Filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Dá aulas na Universidade Católica Portuguesa e na Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich.

É autor de Tudo é outra coisa. O desejo na Fenomenologia do Espírito de Hegel, Colibri, 2006; e de muitos ensaios para revistas, livros e catálogos de exposições colectivas e individuais (de Alberto Carneiro, Ana Vieira, Ana Hatherly, Carlos Nogueira, Marta Wengorovius, Rui Chafes, Fernanda Fragateiro, Tomás Cunha Ferreira, Anne-Valérie Gasc e Vasco Araújo, entre outros).

Entre as exposições que comissariou, destacamos: Ana Vieira – Muros de Abrigo, CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, 2011; João Jacinto – Tendas no deserto, Fundação Carmona e Costa, 2011; Rui Chafes – Inferno, Galeria Esteves de Oliveira, 2011; Tarefas Infinitas, Museu Calouste Gulbenkian, 2012; Tratado dos Olhos, Atelier-Museu Júlio Pomar, 2014; Visitação. O Arquivo: Memória e Promessa, Museu de São Roque, 2014; Pliure (Prologue), Fondation Calouste Gulbenkian, Paris, 2015; Pliure (Épilogue), Palais des Beaux-Arts, Paris, 2015; Graça Pereira Coutinho – A outra mão, Fundação Carmona e Costa, 2015; Lourdes Castro – Todos os Livros, Museu Calouste Gulbenkian, 2015; Não te faltará a distância, Igreja de São Cristovão-CML, 2016.

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Nasceu na Ericeira, em 1966. Vive e trabalha em Santa Rita, Torres Vedras.

Frequenta o curso de Doutoramento em Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2009); Pós-graduação em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2005); Licenciatura em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (1997).

Participa em exposições individuais e colectivas, no país e no estrangeiro, desde 1990.

Está representado nas seguintes colecções: BANIF MAIS, Lisboa, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisboa; Fundação PLMJ, Lisboa; Culturgest - Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa; ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações, Lisboa; Colecções privadas em Portugal, Espanha e Suíça.

 

«Tem vindo a desenvolver, desde o final da década de oitenta, um percurso artístico sólido e radicalmente individual, impermeável a modismos ou tendências diáfanas e talvez seja por isso que a sua obra não tem tido a visibilidade merecida.» [Isabel Carlos]

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Nasceu em Lisboa, em 1963.

Antropólogo, professor do Departamento de Antropologia do Instituto Universitário de Lisboa e professor visitante do PPGAS da UFSC, Brasil. É investigador e vice-presidente do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA). Colabora com diversas estruturas e colectivos artísticos; teve formação teatral; fez curadoria de vários eventos que pensam a relação entre arte e política em cruzamentos transdisciplinares (No Performances’s Land?, 2011; Arte e Política Reloaded, 2016; Ciclo de Cinema Cidades Rebeldes, 2018; Corpos Dissidentes, 2019). A sua investigação sobre performances culturais e estéticas, movimentos sociais, artivismo, património imaterial, espaço público foi reunida em diversas publicações nacionais e internacionais. Autor de vários livros, entre eles Por detrás da Máscara. Ensaio em Antropologia da Performance (2011, ICM), em co-autoria com Vânia Cardoso, John Dawsey e Teresa Fradique, A Terra do Não-lugar. Diálogos entre Performance e Antropologia (2014, EdUFSC – Instituto Brasil Plural). E tem neste momento no prelo um outro livro, em co-autoria com Scott Head e Allende Renck, Cidades Rebeldes. Invisibilidades, Silenciamentos, Resistências e Potências (2019, EdUFSC – Instituto Brasil Plural). Define-se como investigador-criador-activista.

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Paulo Tavares (1977) é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas e é professor de Português e Inglês nos Ensinos Básico e Secundário. Antigo bolseiro da FCT, está actualmente a terminar uma tese de doutoramento na área dos Estudos Literários. Foi investigador do CECL (Centro de Estudos de Comunicações e Linguagens), participando no projecto «A Ficção e as Raízes da Cibercultura», e é actualmente investigador do CETAPS (Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies), ambos centros de investigação da Universidade Nova de Lisboa.
 
Para além de poeta com cinco títulos publicados (Pêndulo, Quasi Edições, 2007; Minimal Existencial, Artefacto, 2010; Linhas de Hartmann, &etc, 2011; Capitais, ed. de autor, 2012; Quinteto, AA. VV., Artefacto, 2012), Paulo Tavares é o editor das Edições Artefacto e o director da revista Agio – Cadernos de ideias, textos e imagens. É responsável pelo Departamento Literário da Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul desde 2010.

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Pedro Antonio de Alarcón nasceu a 10 de Março de 1833, em Guadix, Espanha. Em 1847 muda-se para Granada para iniciar os seus estudos universitários, mas as dificuldades financeiras da família levam-no a regressar à sua cidade natal. Embora não tivesse vocação para clérigo, a sua estada num seminário inicia-o nas lides literárias, levando-o a escrever, entre 1848 e 1849, quatro obras para teatro, que revelaram a sua criatividade e capacidade efabulatória e romântica. Em 1853 decide abandonar a via eclesiástica e rumar para Cádiz, onde virá a dirigir a revista literária El Eco de Occidente, onde incluiu os seus primeiros contos. Em 1853 funda um jornal anticlerical e antimilitarista, que chega a alcançar grande popularidade. Em 1854 encabeça o movimento liberal em Granada, encontrando-se no período mais romântico da sua vida. Em 1859 ingressa voluntariamente no exército e escreve uma série de crónicas sobre cenários de guerra que foram compiladas no livro Diario de um Testigo de La Guerra de África. Em 1865 casa-se e dez anos mais tarde é eleito membro da Real Academia Espanhola. Um derrame cerebral provoca-lhe a morte, a 19 de Julho de 1891.

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Pedro Bandeira (1970), arquitecto (FAUP 1996), é Professor Auxiliar na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho. A Convite do Instituto das Artes e do Ministério da Cultura integrou a exposição Metaflux na representação portuguesa na Bienal de Arquitectura de Veneza (2004) e representou Portugal na Bienal de Arquitectura de São Paulo (2005). Participou na exposição «Portugal Now: Country Positions in Architecture and Urbanism» (2007) organizada pela Escola de Arquitectura, Arte e Planeamento da Universidade de Cornell (EUA). É autor do livro Projectos Específicos para um Cliente Genérico – uma antologia de trabalhos desenvolvidos entre 1996 e 2006 (Porto: Editora Dafne). Em 2007 concluiu a tese de doutoramento sob o título Arquitectura como Imagem, Obra como Representação: Subjectividade das Imagens Arquitectónicas. Foi comissário da região norte da edição 2006-2008 do Portugal Habitar, co-comissário do seminário internacional Imagens de Arquitectura e Espaço Público em Debate (FAUP, 2010) e do seminário internacional Megaestruturas: Arquitectura e Jogo, integrado no Congresso Internacional ICSA (UM, 2010). Em Dezembro de 2011 foi galardoado com o Prémio SIM (promovido pela Samsung) pelo projecto Casa Girassol, desenvolvido em co-autoria com a Arq.ª Dulcineia Santos e o Eng.º Filipe Bandeira. Mais recentemente concebeu para a Trienal de Arquitectura de Lisboa a performance The Future is the Beginning, a instalação Weisses Rauschen na Biblioteca de Arte Sitterwerk em St. Gallen e ainda a Proposta de Relocalização da Ponte D. Maria Pia em co-autoria com Pedro Nuno Ramalho.

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Nasceu em Lisboa, em 1956, e é um dos artistas portugueses mais conhecidos da actualidade. Participou em exposições internacionais de renome: entre outras, o seu trabalho foi exposto na 9.ª Documenta de Kassel e na 24.ª Bienal de São Paulo. Em 2003, representou Portugal na Bienal de Veneza. A obra de Pedro Cabrita Reis inclui uma multiplicidade de meios, dos desenhos sobre papel utilizando grafite e pastel, passando pela pintura em grande escala, até às instalações de dimensões arquitecturais. Os meios que utiliza individualmente fluem uns nos outros sem perderem o seu carácter próprio. Esculturas transformam-se em imagens. Fotografias que surgem nas instalações conseguem abrir infinitos espaços de memória e reflexão. A «natureza» aparece no seu trabalho de uma forma extremamente filtrada, como um espaço para o pensamento. A perda da natureza como ideia referencial é uma força motivadora no trabalho de Pedro Cabrita Reis. O artista vê a arquitectura como tomando o seu lugar, e percebe-a como disciplina mental ou «exercício de realidade» através do qual nos medimos a nós mesmos e ao mundo. [Galeria Miguel Nabinho]

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Investigador e Professor na Universidade do Minho. Doutoramento em Sociologia da Cultura na FCSH, Univ. Nova de Lisboa (2002). Ensina na área de cibercultura. Principais áreas de pesquisa: museus de arte e ciência, comunicações digitais e literacias, redes sociais digitais (Web 2.0/Web 3.0), metodologias e hipermédia. Coordenador de vários projectos de investigação financiados pela FCT: Literacia Científico-Tecnológica e Opinião Pública: o caso dos museus de ciência; Comunicação Pública da Arte: o caso dos museus de arte locais/globais. Actividades em artes plásticas, cinema experimental (Paris Film Coop), hibrimédia, jogos digitais: Body Cinema (imagens e música a partir da humidade e temperatura do corpo, 1976), 2.ª pintura digital em Portugal (1985); primeira webpage cultural Portuguesa (1995); Hybrilog (blog híbrido, 2006); Jogos Sociológicos (em Flash e Action Script, 2006); Novela GeoNeoLógica (enredo fundado em GPS, 2009); Sites Social-Semânticos (2011).

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É historiador, crítico de arte e curador, formado em História da Arte pela Universidade Nova de Lisboa e em Comunicação Empresarial pela Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Tem colaborado em várias actividades e projectos de investigação, curadoria, divulgação, crítica, escrita e produção no âmbito da Arte Contemporânea. Actualmente colabora com o Atelier-Museu Júlio Pomar, onde produz e comissaria exposições, e integra a secção portuguesa da AICA — Associação Internacional de Críticos de Arte.  

 

Is an historian, art critic and curator. He graduated in Art History at Universidade Nova de Lisboa and in Business Communication at Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Faro has collaborated in various activities and projects of research, curation, promotion, criticism, writing and production within the scope of Contemporary Art. He currently collaborates with the Atelier-Museu Júlio Pomar, where he curates exhibitions, and is part of the Portuguese section of AICA — International Association of Art Critics.

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Professor Adjunto do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ, antigo IUPERJ). Foi professor de Teoria do Direito no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Gama Filho de 2011 a 2014. Doutorou-se em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (antigo IUPERJ), em 2009. Durante o doutorado, estudou com bolsa sanduíche do convênio DAAD/CAPES no Otto-Suhr-Institut für Politikwissenschaft (Instituto de Ciência Política Otto Suhr) na Freie Universität Berlin (Universidade Livre de Berlim), na Alemanha. Concluiu o mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, (2000) e graduou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio,(1997). Tem experiência de ensino e pesquisa na área de Teoria Política, Teoria do Estado e Teoria do Direito. É autor do livro Secularização Inacabada: Política e Direito em Carl Schmitt, publicado em 2011 no Brasil e também na Alemanha, em 2013, com o título Die unvollendete Säkularisierung. Politik und Recht im Denken Carl Schmitts. Também publicou em 2014 o livro Estado, Direito e Cidadania em Perspectiva Comparada.

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É professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e director artístico do Museu Coleção Berardo. Foi durante onze anos director do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado e de 2004 a 2008 curador da Ellipse Foundation. Foi também professor convidado da Escola das Artes da Universidade Católica de Lisboa. É doutorado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Comissariou muitas exposições em todo o mundo, das quais se destacam as retrospectivas de Amadeo de Souza-Cardoso (Museu Pushkin, Moscovo), James Coleman (MNAC-MC, Lisboa), Stan Douglas, Interregnum (Museu Colecção Berardo, Lisboa) ou as colectivas More Works About Buildings and Food (Hangar K7, Oeiras), Disseminações (Culturgest, Lisboa), Cinco Pintores da Modernidade Portuguesa (Fundació Caixa Catalunya, Barcelona; Museu de Arte Moderna, São Paulo). Em 2001 foi o curador da representação portuguesa à Bienal de Veneza. Foi co-autor do primeiro catálogo raisonné realizado em Portugal, dedicado à obra de Joaquim Rodrigo e é autor de muitas publicações individuais sobre arte moderna e contemporânea, portuguesa e internacional. O Grémio Literário atribuiu-lhe o Grande Prémio de 2008 e o Ministro da Cultura de França, Frédéric Mitterrand, concedeu-lhe a distinção de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres, em 2010. Prémio de Crítica e Ensaística de Arte e Arquitetura AICA/Fundação Carmona e Costa 2015/2016 (2.º Prémio ex-aequo) com o livro Joaquim Rodrigo, a contínua reinvenção da pintura, Documenta, 2016.

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Nasceu em 1967. Viveu e trabalhou em várias cidades: Rio de Janeiro, Porto, Barcelona, e São Francisco. Actualmente em Lisboa, desempenha a sua actividade profissional partilhada entre a prática do projecto, a docência e a investigação.

Iniciou o seu percurso académico como docente na Universidade da Califórnia, em Berkeley, em 1996. Actualmente é director do Departamento de Arquitectura e Urbanismo da Universidade Lusófona de Lisboa, e convidado para diversos Seminários e Conferências Internacionais.

Desde 2010 é coordenador do European Workshop on Waterfront Urban Design no âmbito da sua investigação centrada na reconversão de frentes ribeirinhas em contexto urbano. No seu atelier, em Lisboa, procura combinar teoria e prática em projectos de arquitectura, desenho urbano e no desenvolvimento de estudos e ideias para valorizar cada realidade cultural. O seu trabalho tem sido amplamente publicado em livros, revistas e encontros internacionais.

É autor do livro Plataforma Tejo — O regresso ao rio, a frente ribeirinha de Lisboa e o século XXI. Recebeu vários prémios e bolsas de instituições de prestígio, como a Fundação Calouste Gulbenkian, e em 2010 recebeu o Prémio de Arquitectura Pancho Guedes.

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Professor Titular de Filosofia da Universidade de Alcalá (História do Pensamento Antigo e Medieval). Subdirector-geral do Ministerio de Educación y Ciencia (1987-1996). Recebeu a Encomienda con Placa de la Orden de Alfonso X el Sabio, al Mérito Docente, del Ministerio de Educación y Ciencia e a Cruz José de Calasanz del Gobierno de Aragón al Mérito Educativo. Director da Sociedad de Filosofía Medieval, SOFIME (desde 2004). Membro do Conselho de Redacção da Revista Española de Filosofía Medieval (desde 2004). Presidente do V Congreso de Filosofía Medieval «El pensamiento político en la Edad Media», realizado na Universidad de Alcalá, Dezembro de 2008. Publicações desde o ano 2004: «La plenitudo potestatis en el De ecclesiastica potestate de Egidio Romano», XI Congresso Internacional de Filosofia Medieval, in Mediaevalia. Textos e estudos, 23 (2004) Porto; B. Bayona y P. Roche: Marsilio de Padua. Sobre el poder del Imperio y del Papa. El defensor menor. La transferencia del Imperio, Biblioteca Nova, Madrid, 2005. «Iglesia y poder en el De ecclesiastica potestate de Egidio Romano», Anales de Historia de la Filosofía de la Universidad, Univ. Complutense, 2007; «Temporalia et dominium ecclesiae en el De ecclesiastica potestate de Egidio Romano», in José Luis Cantón Alonso (ed.), in Maimónides y el pensamiento medieval, IV Congresso da Sociedad de Filosofía Medieval (SOFIME), Servicio de Publicaciones Universidad de Córdoba, Córdoba, 2007; «San Agustín y Egidio Romano: de la distinción a la reducción del poder temporal al poder espiritual», in Revista Española de Filosofía Medieval, XV (2008); «Dos poderes, una autoridad: Egidio Romano o la culminación del pensamiento teocrático medieval», in El Pensamiento político en la Edad Media, Fundación Ramón Areces, Madrid, 2010; «Al César lo que es del César. Dos lecturas sobre el poder temporal: Hugo de San Víctor y Egidio Romano», in Patristica et Mediaevalia, XXXI (2010); (coord.), El pensamiento político en la Edad Media, Fundación Ramón Areces, Madrid, 2010; «Desde San Agustín al agustinismo político en el De ecclesiastica potestate de Egidio Romano», in Universalità della Ragione. Pluralità delle filosofie nel Medioevo. Atti del XII Congresso Internazionaledi Filosofia Medievale de la Société Internationale pour l’Étude de la Philosophie Médiévale (SIEPM), Palermo, 17-22 settembre 2007, a cura di A. Musco e G. Musotto, vol. II.1, pp. 539-547, 2012.

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Estudou na School of the Museum of Fine Arts, Boston e no International Center of Photography (ICP), em Nova Iorque. Entre 1978 e 1985 foi fotógrafo/investigador do Centro Nacional de Referência Cultural (CNRC com Aloísio Magalhães e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) onde foi o responsável pela documentação fotográfica para os processos de inclusão na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO das cidades de Olinda, Ouro Preto, Salvador, Santuário do Bom Jesus de Matosinhos e São Miguel das Missões. Em suas séries fotográficas, nas favelas cariocas — “Arquitetura de Sobrevivência” — nas prisões de Carandiru e Medellin — “Espaços Aprisionados” — utiliza a fotografia de arquitetura como meio de retratar a condição humana. Tem exposto regularmente seu trabalho, em individuais ou em colectivas, no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos, na Dinamarca, na Alemanha, na China e na Colômbia. Sua obra figura em diversas coleções públicas e particulares. Recebeu o V prêmio Marc Ferrez, as bolsas CAPES-Fulbright e a Vitae de Fotografia. Em 2020, publica o livro NOT YET, coedição da Documenta (PT) e da Tempo d’Imagem (BR), que resultou em exposições individuais no circuito de fotografia em Lisboa. Há vários anos reside em Borba, Portugal, trabalhando na Europa e no Brasil.

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Pedro Valdez Cardoso (Lisboa, 1974), vive e trabalha em Lisboa.

Expõe regularmente desde 2001, tendo participado em inúmeras exposições individuais e colectivas em Portugal e no estrangeiro.

A obra que tem vindo a desenvolver, com um maior foco na escultura e na instalação, centra-se sobretudo em problemáticas relacionadas com a identidade (social, sexual e cultural), e questões pós-coloniais.

Encontra-se representado em diversas colecções públicas das quais se destacam: Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Arquipélago–Centro de Artes Contemporâneas, Açores; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Fundação Carmona e Costa, Lisboa; DA2-DOMUS ARTIUM 2002, Salamanca, Espanha; IVAM–Instituto Valenciano de Arte Moderna, Valência, Espanha; MUDAS-Museu de Arte Contemporânea da Madeira, Calheta, Madeira; Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto; Fundação PLMJ, Lisboa; MACUF-Museu de Arte Contemporânea Union Fenosa, A Coruña, Espanha.

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Houve quem reparasse — com a Índia, o Egipto e Pitágoras bem firmados na sua cultura — que Augustine Joséphine Agnès Marie de Rohan Chabot tinha nascido numa época em que a alma de George Sand, ansiosa e fora de corpo, vagueava entre Nohant e Paris à procura de um novo alojamento; e que teria encontrado em Paris, na madrugada de 24 de Maio de 1876 e numa das casas elegantes da rua De La Tour-Maubourg (numa família de sociedade alta, como convinha à alma de Sand, baronesa de Dudevant) a recém-nascida ideal para a sua transmigração. Diziam esses convictos que Sand se entregara de alma a uma futura escritora; que lhe transmitira talentos literários e desenvolturas de comportamento capazes de esgrimir contra a apertada condição feminina da sua época. Convenhamos, porém, que isto se fazia em tom menor. Sand tinha posto um ostensivo George masculino no seu nome da literatura; vestira trajos masculinos e olhara o mundo com um charuto viril, aceso entre os dedos (contradições numa luta que achava útil travestir-se até ao homem para reivindicar os direitos da mulher). A futura Princesa Lucien Murat, essa, iria manter-se com bem visíveis atributos do seu sexo. George Sand entregava- se masculinizada a Chopin e a Musset, desviando para o leito uma bem aceite sugestão homossexual; mas Marie (escolhamos este nome próprio entre os quatro que lhe enfeitaram o baptismo) amaciava o Lucien masculino do seu nome literário com o atributo bem feminino de Princesa, e nos amores mostrava-se (seja dado este nome a ligações só muito vinculadas a compromissos sociais) integralmente mulher. Foi durante toda a vida «grande dama» da sociedade francesa, embora hostil às limitações impostas ao seu sexo; e sem se importar de dizer, para mostrar desenvoltura: Eu preferiria ter má reputação do que não ter nenhuma.

[…]

Aos setenta e cinco anos de idade uma congestão cerebral deixou-a paralisada. O seu sobrinho, duque de Rohan, escreveu: «Contemplava-nos com um ar interrogativo e inquieto, como um pássaro sem asas. Encolhida na ponta da cama, dir-se-ia que era uma rapariguinha frágil. O seu velho marido, tão apaixonado por ela como no primeiro dia, desamparado e infeliz esforçava-se por não deixar cair a conversa dizendo-nos como era favorável à eleição de André Gide na Academia Francesa.» A sua alma george-sandesca teria por sua vez transmigrado para outra escritora do seu país? Que uma mesa de pé-de-galo nos responda. 

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», A Vida Apaixonada da Grande Catarina]

 

Fotografia de Berenice Abbott.

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