ESGOTADO
Entre os grandes motivos de Heidegger, a Arte é decerto um dos mais constantes, originais e, talvez, menos controversos, sendo recorrente em conferências e publicações durante cerca de 40 anos, que revelam até que ponto esta questão é central na sua trajectória filosófica. A esta questão junta-se-lhe a da Técnica que se entrelaça com a primeira, a ponto de podermos afirmar que, em muitos aspectos, é a sua outra face. São como o alfa e o ómega do mostrar-se veritativo do ser nas múltiplas configurações do seu pôr-se em obra, num discurso que não só é língua, mas também imagem, gesto, corpo: manifestação articulada do sentido das coisas e dos humanos no seu tempo e espaço próprios. São as duas cabeças do divino Jano: início e fim duma mesma dinâmica ontológica no espaço-tempo geo-histórico que habitamos.