Onírico e surrealista.
Audaciosamente erótico.
Irreprimivelmente subversivo.
«A eternidade; eis o sumptuoso teatro onde a liberdade e o amor se chocam para me possuir. Por todos os lados a eternidade me rodeia como uma casca de ovo imensa; e eis que a liberdade, bela leoa, me convida a segui-la. E são caminhos de areia debaixo de um céu uniforme, grandes dunas, nuvens idênticas. Mas a liberdade, bela leoa, a seu bel-prazer se transforma. Aqui a tendes tempestade convencional sob nuvens imóveis; aqui a tendes mulher com boné frígio, viril nas tribunas da Convenção e na Esplanada dos Frades Bernardos. Mas, já mulher, ainda conseguirá ser esta maravilhosa, ser ainda esta predestinada palavra no olimpo das minhas noites, mulher flexível, e seduzida, e já o amor? O amor com os seus seios rudes e o seu colo frio. O amor com braços aprisionadores, o amor com vigílias movimentadas a dois numa cama coberta de rendas.» [Robert Desnos]