Marcelo Rebelo de Sousa: «António é um mundo feito de milhões de mundos, tantos, tão variados e tão mutantes, que neles cabem todos, uns os que foram e já não são e os que ainda não são, mas serão. Isso os torna, a si e à sua obra, perenes e ajuda a tornar perenes alguns que, de outra forma, nunca o seriam.»
Pode dizer-se que António é hoje um digno sucessor do maior caricaturista português de sempre — Rafael Bordalo Pinheiro, que teve uma actividade extremamente profícua e multifacetada. E se podemos dispor de matéria-prima para um Álbum das Glórias dos tempos modernos é, com a criação de António, de um modo fecundo e único, que contamos.
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Contra qualquer tentação pacificadora, a caricatura como exercício da livre expressão do pensamento e marca de desassossego é um factor fundamental para a vida da democracia e para a construção da cidadania. Eis porque cinquenta anos de humor e de sentido crítico são fundamentais. Parabéns, António! Longa vida à vitalidade justa da caricatura.
[Guilherme d’Oliveira Martins]
Edição bilingue: português-inglês.
Com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.