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Henri de Régnier

Henri de Régnier: — nascido em 1864 numa família aristocrática de Honfleur (cidade dessa Normandia junto ao mar, onde Alphonse Allais também veio ao mundo e foi longamente frequentada por Baudelaire, Satie, Mallarmé…); numa família imbuída de preconceitos nobiliários, de um catolicismo refractário na França da Revolução e com folgado poder económico, que bem cedo o desviou para o colégio Stanislas de Paris, e depois para uma Faculdade de Direito de onde saiu ilustrado em leis mas a preferir outra e melhor vida, a só possível de ser vivida com uma caução de largos rendimentos.

Régnier, a olhar com tédio para a advocacia e para qualquer outra profissão trivial do mundo do trabalho, mas a sentir-se pouco confortável quanto a bens materiais que lhe permitissem viver uma vida cheia de viagens e roupas caras (e onde só as terças-feiras de Mallarmé lhe proporcionavam um prazer de baixo preço), sujeitou-se a um jornalismo que o ajudava um pouco nas despesas mensais e lhe dava, pelo menos, a oportunidade de fazer-se conhecer como escritor. Régnier cultivava uma impecável elegância de bengala com castão de prata (chamavam-lhe Monsieur Stick) e de uma roupa que teria de ser admirada pelo bom corte; fazia uma vida com um pé na França e outro na Itália, frequentava todos os meios onde pudesse mostrar-se com o que então se chamava «libertinagem de espírito» e dizia-se com vontade de ser um escritor empenhado na «recuperação do sentido perdido das coisas».

Foi desde 1885, com vinte e um anos de idade, poeta publicado, e logo se notou que havia nele um apreciável domínio da forma, um belo tom melancólico e sumptuoso que a alguns pareceu situado «entre Verlaine e Valéry». Mas só nove anos depois, e com sete livros de poemas já a circular, se mostrou o prosador que hoje prevalece sobre o poeta em verso; o autor, por vezes com temas escabrosos para a época, que soube reinventar reconhecíveis tons do século XVIII e casá-los habilmente com o simbolismo e a sua religião do estilo, e depois com os tons realistas postos na moda por Zola; o que é hoje mais lembrado por La Double maîtresse (1900), um romance freudiano; Mariage de minuit (1903); Les vacances d’un jeune homme sage (1903); La Peur de l’amour (1907); La Pécheresse (1920); L’Escapade (1925); títulos aqui escolhidos para exemplo, entre os muitos que formam a sua extensa bibliografia de ficcionista em prosa.

[…]

Em 23 de Maio de 1936, com setenta e um anos de idade, Henri de Régnier morreu e foi enterrado no cemitério do Père Lachaise.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», O Encontro — Uma História Incerta]

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