0,00€
A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

A.calpi, Lisboa, 1952.

IADE, fotografia, 1972. Aluno fundador do Ar.Co, serigrafia e teoria da cor, 1973. Escola Superior de Teatro do Conservatório Nacional, Lisboa, 1977. The Lee Strasberg Theatre Institute, Nova Iorque, 1982. The Common Basis Theatre, Nova Iorque (bolseiro FCG), 1997. Colaborou com: Osório Mateus, Nuno Carinhas, Norberto Barroca, Lúcia Sigalho e Richard Foreman, teatro, Luz da Camara e Luís Guerra, performance, Pedro Ramos, dança, Luís Noronha da Costa, Manoel de Oliveira, João Mário Grilo, Cristina Hauser, cinema.

Exposições: *colectiva – Espaço AZ, 2016, + MORRE PR’AÍ ou DROP DEAD ou DIE HARD, acção dramática. *Boninas - Museu Geológico, 2017 *De-A-a-A, Calpi & Camarao – Espaço Cultural Mercês, 2018, com Alexandre Camarao. *Casa Teatro – A Montanha, 2018, com Ana Cardoso e Manuel Caldeira. *Segunda Categoria – Atelier Alexandre Camarão, Bernardo Simões Correia, 2018, colectiva. *Uma Pequena História da Linha – Casa da Cerca, 2018, colectiva.

Colecções: Figueiredo Ribeiro. Ana Jotta. Ar.Co.

Publicação Símil, Companhia das Ilhas, 2016.

Livros relacionados
 

Nasceu em Chacim (Macedo de Cavaleiros) em 1941.

Licenciou-se em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra. Foi professor do Ensino Secundário em Vila Real, animador cultural e coorganizador das Jornadas Camilianas.

Publicou poesia, teatro, romance, conto, ensaio e crítica.

O seu romance O Cónego (2007) foi distinguido com o Grande Prémio de Literatura DST e aos seus livros de poesia Douro: Pizzicato e Chula (2004) foi atribuído o Prémio D. Dinis – Fundação Casa de Mateus. Com a obra As têmporas da cinza (2008), venceu o Prémio Luís Miguel Nava 2009. Em 2010, publica a coletânea de contos O porco de Erimanto e outras fábulas pela qual recebe o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco de 2010.

Grande parte da sua vasta obra, que se inciciou em 1974 com Algures a Nordeste (edição de autor), está publicada na editora Livros Cotovia.

Livros relacionados
 
 

Nasceu em 1971, em Lisboa, cidade onde vive e trabalha.

Licenciada em História de Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (1994) e mestre em História Contemporânea pela mesma Instituição (1999). Concluiu ainda o Curso de Curadoria e Organização de Exposições da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian (2003).

Iniciou funções técnicas como Especialista em Arte Contemporânea no IAC – Instituto de Arte Contemporânea, em 2001, sob a direcção de Fernando Calhau. Com a transição do IAC para IA – Instituto das Artes, passou a coordenar o Gabinete de Internacionalização. Em 2006, assumiu as funções de subdirectora do IA. Dirigiu várias representações de Portugal às Bienais Internacionais de Artes Visuais e de Arquitectura, em Veneza e em São Paulo. Em 2007, assumiu o projecto de renovação da Bienal Internacional de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe e foi comissária-geral da 5.ª (2008) e da 6.ª (2011) edições. Foi docente de Curadoria no Curso de Pós-Graduação em Curadoria e Programação das Artes da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, entre 2012 e 2015. Em 2016 recebeu uma bolsa anual da Fundação Calouste Gulbenkian, para um projecto internacional de investigação e qualificação profissional sobre Born Digital / Software based art.

É curadora do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, em Lisboa, desde 2008. Autora de projectos vários na área da curadoria e historiografia, tem obra publicada desde 1994.

 

B. Lisbon, 1971, lives and works in Lisbon. Adelaide Ginga has a degree in History of Art from the Faculty of Social Sciences and Humanities of the New University of Lisbon (1994) and a master’s in Contemporary History from the same institution (1999). She has also completed the Course in Curating and Exhibition Organisation at the Higher School of Fine Arts of Lisbon in partnership with the Calouste Gulbenkian Foundation (2003).

She began working as a specialist in contemporary art at the IAC (Institute of Contemporary Art), in 2001, under the direction of Fernando Calhau. When the IAC became the IA (Arts Institute), she was made coordinator of the Internationalisation Office. In 2006, she took on the role of deputy director of the IA. She directed several representations of Portugal in International Biennales of Visual Arts and Architecture, in Venice and São Paulo. In 2007, she took on the renovation project of the International Biennale of Art and Culture of São Tomé and Príncipe and was the general-commissioner of the 5th (2008) and 6th (2011) editions. She taught curating in the Post-Graduate Course in Curating and Arts Programming at the Faculty of Human Sciences of the Catholic University of Portugal, Lisbon, between 2012 and 2015. In 2016 she received an annual grant from the Calouste Gulbenkian Foundation, for an international research project and professional qualification in Born Digital / Software based art.

She has been curator of the National Museum of Contemporary Art – Chiado Museum, in Lisbon, since 2008, and is the author of several projects in the field of curating and historiography. She has published work since 1994.

Livros relacionados
 
 
 

Nasceu em 1976, em São Paulo, Brasil. Tem dupla nacionalidade, brasileira e portuguesa. É doutoranda em Ciências da Arte e do Património na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, e Mestre em Ciências da Conservação, Restauro e Produção de Arte Contemporânea na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2016), tendo apresentado uma dissertação sobre Jorge Barradas e a sua azulejaria. É licenciada em Conservação e Restauro em Artes (Revestimentos Arquitectónicos) pela Escola Superior de Artes Decorativas Ricardo Espírito Santo Silva, Lisboa (2013), e em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil, com a monografia Athos Bulcão e a Moderna Azulejaria Brasileira (2010). Desde 2015, trabalha na conservação e restauro de azulejaria, pinturas murais e outros revestimentos.

Livros relacionados
 
 
 
 

Nasceu em Ferreira do Alentejo em 1933. Estudou no Magistério Primário de Faro, onde concluiu o curso em 1955.

Para além de professor primário foi também funcionário público, bibliotecário das bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, revisor tipográfico e livreiro, mas foi no jornalismo que encontrou a sua ocupação principal, aquela que exerceu até à reforma, passando pelos jornais República, Vida Mundial, O Século, O Século Ilustrado, Portugal Hoje, France Press e A Capital, onde ao longo de doze anos assinou a «Crónica do Planeta Terra».

Destacou-se pela autoria de inúmeros artigos sobre temas que até então não eram abordados, como a poluição dos rios, a plantação de eucaliptos, a ocupação industrial de Sines ou a central nuclear de Ferrel e também foi dos primeiros a escrever sobre defesa do consumidor. Após a Revolução de 1974, fundou o Movimento Ecológico Português, onde criou e dirigiu o jornal Frente Ecológica.

Em 1960 publicou o seu primeiro livro de poesia, Espaço Mortal, a que se seguiu O Nariz (1961). Recentemente, voltou a dar livros à estampa com a publicação de Campa Rasa e Outros Poemas (2011) e Lama e Alvorada — Poesia Reunida 1953-2015 (2017).

Lutador incansável pela Liberdade e pela defesa do nosso Planeta, ecologista militante, humanista activo, também defensor da causa animal, foi um dos fundadores das lutas ecologistas em Portugal há mais de cinquenta anos.

Faleceu no dia 29 de Junho de 2018, com 85 anos de idade.

Livros relacionados
 
 

(Porto, 1979) é doutorada em Ciências da Comunicação: Comunicação e Artes pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese «Mapeamento do Espaço entre Arte e Ciência na Cultura Contemporânea: Ligação e Intervalo» (2019), na qual tenta aproximar o pensamento de Hermínio Martins às práticas artísticas. Bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (2012-2016). É professora auxiliar convidada na secção Multimédia da Faculdade de Belas- -Artes da Universidade do Porto, investigadora do ICNOVA e colaboradora do I2ADS. Membro fundador do Colectivo Embankment e da Plataforma Ma nos quais desenvolveu projectos sobre as ligações técnicas e os imaginários da arte. Trabalha com Maria Mire numa dupla artística que recentemente preparou a edição da revista Interact — Revista Online de Arte, Cultura e Tecnologia do ICNOVA, Interact #34 sobre o tema «Dead Link: mediações das práticas artísticas» (2021).

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

Nasceu em São Mamede do Coronado, Trofa, em 1937. Entre os dez e os vinte e um anos de idade, aprendeu o ofício de santeiro nas oficinas de arte sacra da sua terra natal. Diplomado pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto (1961-1967) e pós-graduado pela Saint Martin’s School of Art de Londres (1968-1970). Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian: Porto (1962-1967) e Londres (1968-1970). Professor Associado, agregado pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Leccionou no curso de Escultura da ESBAP (1971-1976), no curso de Arquitectura da FAUP (1970-1999) e foi responsável pela orientação pedagógica e artística do Círculo de Artes Plásticas, Organismo Autónomo da Universidade de Coimbra (1972-1985). Dedicou-se ao estudo do Zen, do Tao, do Tantra e da Psicologia Profunda. Viajou pelo Oriente e pelo Ocidente para viver e interiorizar outras culturas. Expõe desde 1963. Realizou 93 exposições individuais e participou em mais de cem exposições colectivas em Portugal e no estrangeiro; está representado em museus e colecções públicas e privadas, em Portugal e no estrangeiro; realizou esculturas públicas em diversos países; recebeu numerosos prémios e publicou inúmeros textos e três livros, um em co-autoria, sobre Arte e sobre Pedagogia. Morreu no Porto no dia 15 de Abril de 2017.

Livros relacionados
 

Poeta, narrador, ensaísta, performer e professor universitário, nasceu no dia 26 de Dezembro de 1937, no Porto.

Licenciou-se em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra e, entre 1960 e 1977, exerceu funções de leitor de Português e de Literatura Portuguesa em Heidelberg, na Alemanha.

Regressando a Portugal, desenvolveu uma intensa actividade no domínio da criação literária relacionada com os movimentos experimentalistas. Os seus textos, por vezes publicados em livros com uma configuração gráfica original, assumem um sentido polémico, que ocasionalmente os próprios títulos podem evidenciar, e ao mesmo tempo de vanguarda. É autor de O Silêncio dos Poetas (1978), um importante estudo sobre o sentido da criação literária ligada aos movimentos de vanguarda, a qual se caracteriza pelo seu "desvio da norma"; o desenvolvimento dos seus pontos de vista leva-o a estabelecer uma bem fundamentada e sugestiva "fenomenologia da modernidade". Realizou o seu primeiro happening em 1977 no Jardim Zoológico de Lisboa, Homo Sapiens, e, mais tarde, Uma Tarefa para o Ano Vindouro, dividida em duas partes (31/12/1999 e 01/01/2000), também em Lisboa, na Galeria Ler Devagar. Traduziu, entre outros, Thomas Bernhard (A Força do Hábito, em colaboração com João Barrento, 1991) e Botho Strauss (O Parque). Colaborou com Miguel Vale de Almeida e Rui Simões em Pornex: Textos Teóricos e Documentais de Pornografia Experimental Portuguesa (coord. de Leonor Areal e Rui Zink), 1984.

Foi professor auxiliar convidado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

O seu livro De Nada (Boca, 2012) é distinguido com o Prémio Nacional de Poesia Diógenes, atribuído pela revista Cão Celeste e por um júri constituído por Luís Miguel Queiróz, Rosa Maria Martelo e Rui Caeiro.

 

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

Nasceu no Canadá. É doutorado em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, com a classificação final de aprovado com distinção e louvor, por unanimidade. É professor auxiliar na Universidade da Beira Interior, leccionando nos cursos de Ciência Política e Relações Internacionais (1.º Ciclo), Ciências da Comunicação (1.º Ciclo), Estudos Ibéricos (2.º Ciclo) e Ciência Política (2.º Ciclo). Na mesma universidade, exerce ainda os cargos de director do Mestrado em Estudos Ibéricos e de membro do Conselho Científico da Faculdade de Artes e Letras. Integra o Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra, a Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa (Secção de História) e a Associação Internacional Colóquios da Lusofonia. Uma das suas últimas publicações foi o capítulo de livro intitulado «Uma Potência em Ascensão: Portugal à luz do discurso proferido por D. Garcia de Meneses perante o Papa Sisto IV (1481)», in Representações da Portugalidade, org. André Barata, António Santos Pereira e José Ricardo Carvalheiro, Alfragide, Caminho, Dezembro de 2011, pp. 243-264.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

Nasceu em Lisboa, a 5 de Maio de 1972. Realizou estudos na Universidade Católica Portuguesa, na Universidade de Lisboa, na Universidade Albert Ludwig (Freiburg, Alemanha) e na Universidade de Coimbra, onde se doutorou em 2007. É actualmente Professor no Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, no qual é Director do Curso de Licenciatura em Filosofia. É Presidente da Associação de Professores de Filosofia, membro da Direcção da Associação Portuguesa de Filosofia Fenomenológica e sócio da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa, da Martin-Heidegger-Gesellschaft e da Carl Schmitt-Förderverein. É investigador da Unidade I&D Linguagem, Interpretação e Filosofia, sediada na Universidade de Coimbra, e colaborador em projectos do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e do Instituto de Filosofia Prática, da Universidade da Beira Interior (Covilhã). Os seus campos de investigação privilegiados são os da Filosofia Política e da Filosofia Moderna e Contemporânea, particularmente o da Fenomenologia. Traduziu obras de filósofos como Johann Gottlieb Fichte e Martin Heidegger, assim como de pensadores como Carl Schmitt, Ernst Jünger ou Eric Voegelin.

Livros relacionados
 
 
 

Nasceu em 1947. Dividindo a sua actividade entre o jornalismo e a crítica de arte, ocupou-se não apenas das artes plásticas e fotografia mas igualmente de questões de política cultural ou de acontecimentos culturais em geral. Organizou e prefaciou o Catalogue Raisonné de Júlio Pomar, vol. I e II (1942-1985), Éditions de la Différence, Paris, 2002 e 2004. Comissariou exposições, nomeadamente a de Xana (Alexandre Barata), Culturgest, Lisboa e Tavira, 2005 (com Lúcia Marques), e As Áfricas de Pancho Guedes (com Rui M. Pereira), para a Câmara Municipal de Lisboa, 2010. Tem realizado investigação no âmbito da história da fotografia de Portugal e Moçambique. Produziu e co-realizou com Tiago Pereira o filme O Solar dos Jorges, 2014, sobre o artista «espontâneo» Jorge Soares. Desde 2006 é autor do blog http://alexandrepomar.typepad.com/. É administrador da Fundação Júlio Pomar.

Livros relacionados
 
 
 

Alfred Jarry [Laval, 1873-Paris, 1907] foi de um modo raro homem de letras. Os seus actos mais insignificantes, as suas traquinices, eram literatura. Porque estava ancorado nas letras e em mais nenhum lado. Mas de que forma admirável! Foi um dia dito à minha frente que Jarry tinha sido o último autor burlesco. É um erro! A maior parte dos autores do século XV e uma grande parte dos autores do século XVI não teriam sido, se assim fosse, mais do que burlescos. Esta palavra não pode designar os mais raros produtos da cultura humanista. Não dispomos de termo que possa aplicar-se a esta jovialidade particular onde o lirismo se faz satírico; onde a sátira, por se exercer sobre a realidade, de uma tal forma ultrapassa o objecto e consegue destruí-lo; tão alto sobe, que só a muito custo lá chega a poesia; ao passo que a trivialidade está aqui relacionada com o próprio gosto, e por um fenómeno inconcebível faz-se necessária. Só o Renascimento permitiu estes deboches da inteligência onde os sentimentos não se incluem; e Jarry, por um milagre, foi o derradeiro desses deboches sublimes.

[Guillaume Apollinaire]

Livros relacionados
 

Alfredo Marvão Pereira, economista e professor universitário, recebeu o seu Ph.D. e o seu M.Sc. em Economia pela Stanford University em 1987. É professor catedrático na William & Mary, Virginia, EUA, desde 1995, com o título de Thomas Vaughan Professor of Economics and Public Policy. Os seus principais interesses de investigação e de ensino residem na área da economia do sector público, especificamente em questões de tributação, reforma da segurança social, e políticas de investimentos em infra-estruturas. Nos anos mais recentes o seu enfoque tem sido sobre questões ambientais, em particular sobre estratégias macroeconómicas de descarbonização através de impostos sobre as emissões de dióxido de carbono.

Tendo servido frequentemente, nas últimas três décadas, como assessor em matérias de política económica de várias organizações internacionais, bem como de sucessivos governos portugueses. Deu um contributo técnico definitivo para a introdução, em 2015, do imposto sobre o carbono em Portugal. É autor de mais de cento e vinte artigos de investigação publicados em revistas internacionais e de vários livros sobre questões de política económica. Apesar de estar radicado nos Estados Unidos há quase quarenta anos, a maior parte da sua investigação incide sobre questões de política económica em Portugal.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

José Sobral de Almada Negreiros (Trindade, São Tomé e Príncipe, 7 de Abril de 1893 – Lisboa, 15 de Junho de 1970) foi um artista multidisciplinar que se dedicou fundamentalmente às artes plásticas (desenho, pintura, etc.) e à escrita (romance, poesia, ensaio, dramaturgia), ocupando uma posição central na primeira geração de modernistas portugueses.

Almada Negreiros é uma figura ímpar no panorama artístico português do século XX. Essencialmente autodidacta (não frequentou qualquer escola de ensino artístico), a sua precocidade levou-o a dedicar-se desde muito jovem ao desenho de humor. Mas a notoriedade que adquiriu no início de carreira prende-se acima de tudo com a escrita, interventiva ou literária. Almada teve um papel particularmente activo na primeira vanguarda modernista, com importante contribuição para a dinâmica do grupo ligado à Revista Orpheu, sendo a sua acção determinante para que essa publicação não se restringisse à área das letras. Aguerrido, polémico, assumiu um papel central na dinâmica do futurismo em Portugal. Mas a intervenção pública de Almada e a sua obra não marcaram apenas o primeiro quartel do século XX. A sua acção prolongou-se ao longo de várias décadas, sobrepondo-se à da segunda e terceira geração de modernistas. A contundência das suas intervenções iniciais iria depois abrandar, cedendo o lugar a uma atitude mais lírica e construtiva que abriu caminho para a sua obra plástica e literária da maturidade. Almada é também um caso particular no modo como se posicionou em termos de carreira artística. Esteve em Paris, como quase todos os candidatos a artista então faziam, mas fê-lo desfasado dos companheiros de geração e por um período curto, sem verdadeiramente se entrosar com o meio artístico parisiense. E se Paris foi para ele pouco mais do que um ponto de passagem, a sua segunda permanência no estrangeiro revelou-se ainda mais atípica. Residiu em Madrid durante vários anos e o seu regresso ficou associado à decisão de se centrar definitiva e exclusivamente em Portugal. Ao longo da vida empenhou-se numa enorme diversidade de áreas e meios de expressão – desenho e pintura, ensaio, romance, poesia, dramaturgia, bailado. Sem se fixar num domínio único e preciso, o que emerge é sobretudo a imagem do artista total, inclassificável, onde o todo supera a soma das partes.

Livros relacionados
 

Aloysius Bertrand [Ceva (Piemonte), 20 de Abril de 1807 – Paris, 29 de Abril de 1841]. Viveu em Dijon, cidade que o marcou profundamente, mas fez algumas incursões em Paris, onde experimentou enormes dificuldades materiais e de relacionamento com o meio literário e editorial. Aí se instalou de 1833 até à sua morte, vítima da tuberculose, e aí foi enterrado na vala-comum do cemitério de Montparnasse. Deixou-nos a obra Gaspar da Noite – Fantasias à maneira de Rembrandt e Callot, editada postumamente pelo seu amigo, o escultor David d’Angers, com a ajuda de Sainte-Beuve. Alguns fragmentos já tinham sido publicados no jornal literário Le Provincial. A sua forma inovadora – «nem-prosa-nem-verso» – causou estranheza nos meios literários. Baudelaire reconheceu a sua influência no Le Spleen de Paris e alguns dos seus textos inspiraram René Magritte e Maurice Ravel.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Évora no dia 31 de Julho de 1939.

O primeiro contacto com a pintura efectua-se através de aulas de desenho com António Charrua. Em 1956, fixa-se em Lisboa onde começa por se matricular na Faculdade de Direito e, mais tarde, na Faculdade de Letras, em Filosofia, licenciatura que conclui em 1975.

Em Junho de 1961 efectua a sua primeira viagem ao estrangeiro, a Paris, onde estabelece contacto com pintores próximos do surrealismo e com a arte norte-americana. No seu percurso, a pintura e a escrita mantiveram caminhos paralelos, que se cruzaram frequentemente. A teoria da arte faz parte da sua obra literária, assim como a poesia e pequenas histórias de natureza surrealista.

O reconhecimento da sua obra reflectiu-se em exposições retrospectivas como as da Fundação de Serralves e da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi distinguido com o Grande Prémio Fundação EDP Arte em 2004.

Faleceu no Porto no dia 11 de Fevereiro de 2006.

Livros relacionados
 

Álvaro Siza Vieira (Matosinhos,1933) estudou, entre 1949 e 1955, na Escola Superior de Belas-Artes, onde leccionou de 1966 a 1969, voltando em 1976 (sempre como professor assistente). Fortemente marcado pelas obras dos arquitectos Adolf Loos, Frank Lloyd Wright, e Alvar Aalto, cedo conseguiu desenvolver a sua própria linguagem, embebida não só nas referências modernistas internacionais mas também na forte tradição construtiva portuguesa, das quais resultaram obras de grande requinte e detalhe no modernismo português, entre as quais se destaca a Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira. Siza Vieira criou verdadeiros marcos na história da arquitectura portuguesa e internacional, influenciando várias gerações de arquitectos. Vejam-se as Piscinas de Marés, o Museu de Serralves, a igreja de Marco de Canaveses, ou o museu para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, no Brasil, onde Álvaro Siza retorna a umas das suas mais fortes influências de linguagem arquitectónica, Le Corbusier. As suas obras encontram-se por todo o mundo, da América à Ásia, passando por países como Portugal, Espanha, Países Baixos, Bélgica, Brasil, Coreia do Sul, Estados Unidos, entre outros. Siza foi ainda professor visitante na Escola Politécnica Federal de Lausana, na Universidade de Pensilvânia, na Universidade de Los Andes em Bogotá e na Universidade de Harvard.

Livros relacionados
 

Nasceu a 14 de Novembro de 1887 em Manhufe, freguesia de Mancelos, no concelho de Amarante.

Fez estudos liceais em Amarante e frequentou a Academia de Belas-Artes de Lisboa em 1905, tentando seguir o curso de Arquitectura que interrompeu para partir para Paris, em 1906, instalando-se, então, em Montparnasse. Frequentou ateliers preparatórios para o concurso de admissão às Beaux-Arts parisienses, ainda com destino a Arquitectura, vindo, no entanto, a dedicar-se exclusivamente à Pintura, tendo frequentado a Academia Viti do pintor espanhol Anglada Camarasa. Nesta primeira época realizou várias caricaturas e algumas pinturas marcadas por aspectos naturalistas e impressionistas. Em 1910 fez uma estada de alguns meses em Bruxelas e em 1911 expôs trabalhos no Salon des Indépendants, em Paris, havendo-se aproximado progressivamente das vanguardas e de artistas como Modigliani, Brancusi, Archipenko, Juan Gris, Robert e Sonia Delaunay. Em 1912 publicou o álbum XX Dessins e expôs no Salon des Indépendants e no Salon d’Automne. Em 1913 tomou parte, com oito trabalhos, no Armory Show, nos Estados Unidos da América, aí restando algumas das obras expostas, hoje patentes ao público nos museus americanos. Nesse ano participou ainda no Herbstsalon da Galeria Der Sturm, em Berlim. Em 1914 encontrou-se em Barcelona com Gaudí, e partiu depois para Madrid onde foi surpreendido pela guerra. Regressou a Portugal, instalando-se em Manhufe, e casou no Porto com Lucia Pecetto, que conhecera em Paris em 1908. Pintou com grande constância, refez algumas obras no seu atelier da Casa do Ribeiro, cultivou a amizade com Eduardo Viana, Almada Negreiros e os Delaunay (que então se instalaram em Vila do Conde).

Em 25 de Outubro de 1918 Amadeo morre em Espinho vítima da «pneumónica» que então grassava em Portugal.

Livros relacionados
 
 
 

Américo José Pinheira Pereira.

Licenciado em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa, Lisboa (1990), com trabalho sobre Nietzsche. Mestre em Filosofia (1997) pela mesma Universidade, com a dissertação A relação entre o acto e o ser na obra De l’acte de Louis Lavelle (Summa cum Laude). Doutor em Filosofia, também pela Universidade Católica Portuguesa (2006), com a defesa da tese Fundamentação ontológica da ética na obra de Louis Lavelle (Magna cum Laude). Licenciatura, mestrado e doutoramento decorreram sob orientação do Professor Manuel Barbosa da Costa Freitas. Actualmente é Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, Lisboa. Na sua actividade docente nas Faculdades de Teologia e de Ciências Humanas, bem como no Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, tem leccionado disciplinas nas áreas de História da Filosofia Antiga, Axiologia e Ética, Bioética, Ontologia, Filosofia do Trabalho e da Técnica, Filosofia da Religião, Epistemologia, Filosofia da Linguagem, Filosofia da Arte e da Técnica, Antropologia Filosófica, Antropologia Religiosa, Sócio-antropologia da Saúde, além de vários seminários temáticos nas mesmas áreas. Organizou e co-organizou 35 encontros científicos; participou em 67 conferências e palestras científicas; é autor de 14 livros e co-autor de 27; tem 40 artigos científicos publicados em revistas científicas nacionais e estrangeiras, e 166 artigos de diversa índole, publicados on-line em publicações nacionais e internacionais

(a.j.p.pereira@fch.lisboa.ucp.pt).

Livros relacionados
 
 
 
 
 

Ana Bigotte Vieira faz parte da equipa do Teatro do Bairro Alto como programadora de discurso. Licenciou-se em História Moderna e Contemporânea (ISCTE), especializando-se em Cultura Contemporânea (FCSH-UNL), e em Estudos de Teatro (UL). Foi Visiting Scholar na NYU de 2009 a 2012. É co-fundadora de baldio | Estudos de Performance e dramaturgista. A sua investigação tem incidido sobre a relação entre experimentalismo nas artes e as transformações culturais e urbanas na segunda metade do século XX. A sua tese de doutoramento sobre o Serviço ACARTE da Fundação Calouste Gulbenkian recebeu uma Menção Honrosa Prémio Mário Soares 2016. Foi bolseira no projecto ERC TKB / Transmedia Knowledge Base for the Performing Arts, e presentemente desenvolve com o coreógrafo João dos Santos Martins um projecto de historicização colectiva da dança em Portugal intitulado Para uma timeline a haver: genealogias da dança como prática artística em Portugal, sendo co-IR do projecto FCT coordenado pela professora Maria João Brilhante Archiving Theatre que, entre outros, levará a cabo uma primeira indexação do espólio do Teatro da Cornucópia. Traduziu vários autores, sobretudo de teatro e filosofia, como Luigi Pirandello, Spiro Scimone, Annibale Ruccello, Giorgio Agamben e Maurizio Lazzarato.

 

Ana Bigotte Vieira works as a ‘discourse programmer’ at Teatro do Bairro Alto (TBA) in Lisbon. She is an historian, a cultural critic, a dramaturg and a curator. Her PhD research, awarded with an Honorable Mention in Contemporary History by Mário Soares Foundation centers on the ‘cultural transformation’ that occurred in Portugal after it joined the European Union in the 1980s, focusing on the performative role played by the opening of the Modern Art Museum. She is a resercher at IHC, UNL and CET, UL. Founding member of baldio | performance studies research collective, Ana is on the editorial board of BUALA editorial platform. She has transated Agamben, Lazzarato, Pirandello, among others. Together with choreographer João dos Santos Martins and Carlos Oliveira she is currently working on a project of collective historicization of Portuguese New Dance. She is Co-IR at FCT funded project Archiving Theatre.

Livros relacionados
 
 
 

É Leverhulme Early Career Researcher no Institute for Media and Creative Industries da Loughborough University London. A sua pesquisa atual discute a apropriação da mídia por jovens da Amazônia e sua influência sobre a construção de visões de desenvolvimento, imaginação política e voz política. Seus interesses de pesquisa incluem participação na democracia, assimetrias de poder, mudança social, apropriação da mídia, desenvolvimento da sociedade civil, comunicação popular. É editora do livro The evolution of popular communication in Latin America (Palgrave, 2021) e co-editora de sua versão em espanhol La comunicación popular en Nuestramérica: visiones y horizontes (FES, 2023), além de co-editora dos livros Freire and the Perseverance of Hope (INC, 2022) e de sua versão em português Esperançar com Freire (Ubiqua, 2023).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Ana Hatherly (Porto, 1929 – Lisboa, 2015).

Foi ensaísta, investigadora, tradutora, professora universitária, pintora e poeta de vanguarda. Membro destacado do grupo da Poesia Experimental Portuguesa nos anos 60 e 70, tem uma extensa bibliografia poética e ensaística. Dedicou-se também à investigação e divulgação da literatura portuguesa do período barroco, tendo fundado as revistas Claro-Escuro e Incidências.

Licenciada em Filologia Germânica pela Universidade Clássica de Lisboa, doutorou-se em Estudos Hispânicos do Século de Oiro na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Professora catedrática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde fundou o Instituto de Estudos Portugueses. Membro da Direcção da Associação Portuguesa de Escritores nos anos 70, foi também membro fundador e depois presidente do P.E.N. Clube Português e presidente do Committee for Translations and Linguistic Rights do P.E.N. Internacional.

Diplomada em técnicas cinematográficas pela International London Film School, nos anos 70 foi docente na Escola de Cinema do Conservatório Nacional e no AR.CO (Centro de Arte e Comunicação Visual), em Lisboa. Existem cópias dos seus filmes no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e no Arquivo da Cinemateca Portuguesa, em Lisboa.

A sua carreira como artista plástica, iniciada nos anos 60 com a exposição «Anagramas» na Galeria Quadrante, em Lisboa (1969), conta com um extenso número de exposições individuais e colectivas em Portugal, e no estrangeiro. Das suas exposições individuais destacam-se as seguintes: «Rotura» – Galeria Quadrum, Lisboa (1977); «Descolagens da Cidade», Galeria C.A.P.C., Coimbra (1980); «Obra Visual 1960-1990», Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1992); «Pavão Negro», Galeria Presença, Porto (1999); «Ana Hatherly – Anos 60-70», Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2005) e no mesmo ano «Dessins, collages et papiers peints», Centre Culturel Calouste Gulbenkian, Paris.

Da sua participação em exposições colectivas, destacam-se as seguintes:

«Operação I», Galeria Quadrante, Lisboa (1967); «Ciclo de Poesia Experimental e Concreta», Goethe Institute, Lisboa (1973); «Poesia Visiva», Studio d’Arte Contemporanea, Roma (1974); La Biennale di Venezia (1976); «Artistes Portugaises», Centre Culturel Portugais, Fundação Calouste Gulbenkian, Paris (1977) e no mesmo ano «Artistas Portuguesas», Sociedade Nacional de Belas-Artes, Lisboa; Alternativa Zero, Galeria Nacional de Arte Moderna, Lisboa e XIV Bienal de São Paulo; «Materializzazione del linguaggio», La Biennale di Venezia (1978); «Portuguese Art since 1910», Royal Academy, Londres (1978); «Arti Visive», La Biennale di Venezia (1980); «Festa de la Letra», Galeria Joan Prats, Barcelona (1980); «PO.EX 80», Galeria Nacional de Arte Moderna, Lisboa (1980); «Ambient’Azione Poetica», Galeria Artestudio, Bergamo (1984); Bienal Internacional de Poesia Visual y Experimental, Cidade do México (1985); I Mostra Internacional de Poesia Visual, Centro Cultural de São Paulo (1988); III Bienal Internacional de Poesia Visual, Cidade do México (1990); «Arte Contemporânea na Colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento», Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbekian, Lisboa (1992); «Drawing Towards a Distant Shore», The Drawing Center, Nova Iorque (1993); «Surrealismo (e não)», Fundação Cupertino de Miranda, Vila Nova de Famalicão (1993); «Mais do que Ver», III Jornadas de Arte Contemporânea do Porto (1996); «Alternativa Zero», Galeria Bianca, Centieri Culturali alla Zisa, Palermo (1998); «Circa 68», Exposição Inaugural do Museu de Serralves, Porto (1999); «1986-2002 ZOOM, Colecção de Arte Contemporânea da Colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento: uma selecção», Museu de Serralves, Porto (2002); «Exposição Entre a Palavra e a Imagem», Palácio Vila Flor, Guimarães (2007); «Sinais – Obras da Colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento», Museu Carlos Machado, Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada, Ponta Delgada, Açores (2007); «Estes e Outros Encontros – Obras da Colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento», Fundação Arpad Szenes Vieira da Silva, Lisboa (2013).

Em 1978 foi agraciada pela Academia Brasileira de Filologia do Rio de Janeiro com a medalha Oskar Nobiling por serviços distintos no campo da literatura. Em 1998 obteve o Grande Prémio de Ensaio Literário da Associação Portuguesa de Escritores; em 1999 o Prémio de Poesia do P.E.N. Clube Português; em 2003 o Prémio de Poesia Evelyne Encelot, que distingue mulheres europeias, pelas suas obras nas áreas das artes ou das ciências, em França; e o Prémio Hannibal Lucic, na Croácia. Em 2009 foi condecorada pela República Portuguesa como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

Ana Lupas nasceu em Cluj-Napoca em 1940, onde continua a viver e a trabalhar. Lupas estudou tapeçaria no Instituto de Belas-Artes Ion Andreescu, em Cluj-Napoca. Ela começou a trabalhar no início dos anos 1960 e a sua abordagem conceptual influenciou fortemente toda uma geração de artistas romenos. Nos anos 1980, Lupas fundou e dirigiu o coletivo de jovens artistas romenos Atelier 35, com uma abordagem forte de vanguarda. Exposições recentes incluem «Christmas Trees for the Years to Come 1993», Art Basel Unlimited (2018) e «The Solemn Process 1964–2008», Tate Modern, Londres (2016).

 

Ana Lupas was born in Cluj-Napoca in 1940, where she continues to live and work. Lupas studied tapestry design at the Ion Andreescu Institute of Fine Arts in Cluj- Napoca. She began working during the early ’60s and her conceptual approach strongly influenced a whole generation of Romanian artists. In the ’80s Lupas founded and directed the collective of young Romanian artists Atelier 35 with a clearly avant-garde approach. Recent exhibitions include “Christmas Trees for the Years to Come 1993”, Art Basel Unlimited (2018) and “ The Solemn Process 1964-2008”, Tate Modern, London (2016).

Livros relacionados
 

Ana Marques Gastão (Lisboa, 1962) é poeta, ensaísta e investigadora. Escreveu Tempo de Morrer, Tempo para Viver (Universitária Editora, 1998), Terra sem Mãe (Gótica, 2000), Três Vezes Deus, em co-autoria com António Rego Chaves e Armando Silva Carvalho (Assírio & Alvim, 2001), Nocturnos (Gótica, 2002), Nós/Nudos — 25 Poemas sobre 25 Obras de Paula Rego (Edição bilingue, traduzida para castelhano por Floriano Martins, Prémio PEN Clube, Gótica, 2004; Noeuds é o título da edição francesa traduzida por Catherine Dumas; éditions fédèrop, 2007), Lápis Mínimo (Asa, 2008), Adornos (Dom Quixote, 2011), L de Lisboa (Assírio & Alvim, 2015), O Olho e a Mão, com Sérgio Nazar David (Rio de Janeiro, 7Letras, 2018), A Mulher sem Pálpebras (BookBuilders, 2021, Pémio Autores da SPA 2022 para o melhor livro de ficção narrativa) e Oníricas (Assírio & Alvim, 2023). Publicou As Palavras Fracturadas — Ensaios (Theya, 2013). Organizou o livro de entrevistas O Falar dos Poetas (Afrontamento, 2011) e editou o volume de ensaios de Ana Hatherly, Esperança e Desejo — Aspectos do Pensamento Utópico Barroco (Theya, 2016), e Tisanas, da mesma autora (Assírio & Alvim, edição e posfácio, 2024). A antologia A Definição da Noite saiu no Brasil (Escrituras, 2003). Alguns dos seus poemas estão traduzidos para castelhano, catalão, francês, inglês, alemão, romeno e esloveno. Coordena, desde 2009, a revista Colóquio/Letras da Fundação Calouste Gulbenkian. Licenciada em Direito pela Universidade Católica Portuguesa e advogada, foi jornalista cultural durante mais de vinte anos. É membro do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e consultora/assessora da cátedra Ana Hatherly (Instituto de Estudos Europeus e Instituto Camões), Universidade da Califórnia, Berkeley.

 

Fotografia de Fátima Vicente Silva, 2021.

Livros relacionados
 

Ana Martins Marques nasceu em Belo Horizonte, Brasil, em 1977. Formada em Letras e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais, Marques destaca-se na cena literária enquanto poeta especialmente atenta à materialidade das palavras. Em seus textos, a linguagem explora tanto o mundo físico quanto o mundo metalinguístico. Entre deslocamentos, reflexões e diálogos com diversos interlocutores, a poeta valoriza a experiência consciente do seu fazer poético, tornando sua escrita um verdadeiro laboratório da língua e, intrinsecamente, da vida. Entre os livros publicados, encontram-se A vida submarina (2009), Da arte das armadilhas (2011, vencedor do prêmio Biblioteca Nacional), O livro das semelhanças (2015, terceiro lugar do prêmio Oceanos) e Risque esta palavra (2021).

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

É licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2003), mestre em Estudos Curatoriais pela mesma instituição (2006), e doutorada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2012). A sua tese de doutoramento, sobre estética agostiniana, foi orientada pela Professora Doutora Maria Leonor Xavier e pelo Professor Doutor Carlos João Correia. É membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e do Núcleo de Pesquisa em Pintura e Ensino da Universidade Federal de Uberlândia. É igualmente membro da Nordic Society of Aesthetics e da Société Internationale pour l’Étude de la Philosophie Médiévale (SIEPM). Tem diversos artigos publicados e tem participado como conferencista em eventos na sua área de especialização. Foi secretária da revista Philosophica, publicada pelo Departamento de Filosofia e pelo Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (mail.ana.rita@gmail.com).

Livros relacionados
 

É portuguesa, mestra em Dança, Criação e Performance pelo CNDC de Angers e pela Universidade Paris 8 (2011/2013). Desenvolveu como pesquisa a criação de uma Anatomia Delirante, da qual resultou a Coleção Delirar a Anatomia, pequenas peças de dança dedicadas a uma parte do corpo: Orifice Paradis (2012), Sonho d’Intestino (2013), Palco e Pavilhão (2017).

O butoh de Tatsumi Hijikata tem sido uma das suas áreas de maior investimento artístico. Desde 2007 participa em diferentes workshops liderados por artistas e pesquisadores como: Tadashi Endo, Sankai Juko, Torifune, Akira Kasai, Min Tanaka, Yoshito Ohno, Patrick De Vos e Christine Greiner. Em 2015, recebe a Bolsa de Aperfeiçoamento Artístico da Fundação Calouste Gulbenkian para estudar com Yoshito Ohno no Japão, e em 2016 desenvolve uma pesquisa em torno da prática do butoh com o apoio Aide à la recherche et au patrimoine en danse do Centre national de la danse, CN D (Pantin). Esta pesquisa culmina na performance-conferência intitulada Your Teacher, Please (2018).

Ana Rita Teodoro criou as seguintes coreografias a solo – MelTe (2009), Curva (2010), Assombro (2015) e a sua primeira grande peça de grupo FoFo (2019), que contou com o apoio New Settings da Fundação Hermes.

No contexto do serviço pedagógico do CN D, Ana Rita concebeu duas conferência-espetáculo para o público jovem: Conferência 1. O Corpo (2019) e Conferência 2. Pequena História do imaginário corporal (2020). No mesmo contexto, Ana Rita prepara uma terceira conferência sobre como o pensamento sobre o corpo se manifesta na dança enquanto arte e expressão dos tempos.

Trabalha com o músico Julien Desprez e é intérprete da sua peça Coco (2019), trabalha em diversos projetos pontuais com artistas como Nadia Lauro (Garden of Time, Festival de la cité Lausanne 2020), João dos Santos Martins (Trolaró, Casa da Dança de Almada – 2020) e a artista visual Adelaïde Feriot (Palais de Tokyo – 2019). Foi igualmente intérprete de João 110 dos Santos Martins em Projeto Continuado (2015), em Companhia (2018) e em Antropocenas (2017) do mesmo coreógrafo e da Rita Natálio. Foi artista associada do Centre national de la danse, CN D (Pantin) entre 2017 e 2019 e é artista da Associação Parasita desde a data da sua criação em 2015.

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

(Lisboa, 1960) vive e trabalha em Lisboa. O seu trabalho recorre à pintura, colagem, assemblage e instalação como processos de descontextualização e reconfiguração de imagens retiradas de diversas fontes, explorando os valores sociais e políticos e até as memórias veiculadas.

Concluiu o curso de Pintura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa em 1984. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian (1985-1987). Fez estágio de Gravura em Metal com Bartolomeu Cid, na Casa das Artes de Tavira (1989). Foi pintora residente do Museu de Arte Contemporânea – Fortaleza de São Tiago, Funchal (1998-1999). Em 1995 e em 2002, foi convidada pelo Metropolitano de Lisboa para a execução de painéis de azulejos para as estações de Alvalade e de Alfornelos (construída), respectivamente. Representou Portugal na Bienal de Sharjah em 2009. Realizou a sua primeira exposição antológica na Fundação Calouste Gulbenkian em 2010, intitulada «Menina Limpa, Menina Suja», com curadoria de Isabel Carlos.

Em 2019, no Museu Leopoldo de Almeida nas Caldas da Rainha, realiza «Bela e Má», com curadoria de Hugo Dinis. Em 2020, «Amor Próprio» no Espaço 531 da Galeria Fernando Santos, Porto, «Arpad e as Cinco», Museu Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, em Lisboa, e «Vinte Anos Depois» na Galeria do Mudas – Museu de Arte Contemporânea da Madeira. Fez uma residência artística em Ifitry, Marrocos, em 2013. Em Outubro de 2018, a convite da Embaixada de Portugal na Colômbia, efectuou duas master classes em Bogotá (Universidad de los Andes e FLORA ars+natura), e um site-specific (Universidad de los Andes). Em 2021, realiza «The Girl Who Lost Things» no CAA e faz parte do projecto «Contra-parede», em exibição neste momento no Palácio da Galeria do Museu Municipal de Tavira.

Está representada em várias colecções públicas e privadas no país e no estrangeiro.

Livros relacionados
 

Naquele registo de Neuilly-sur-Seine e numa página de Fevereiro de 1903 consta que o seu pai, um pianista cubano, e a sua mãe vagamente cantora com uma complicada ascendência de dinamarqueses, cubanos e franceses, lhe deram um nome de linha inteira; e vemo-nos incitados a percorrer num esforço de nove palavras, não menos, as que lhe chamam Angela Anaïs Juana Antolina Rosa Edelmira Nin y Culmell. Tudo o que veio a parecer-lhe — mesmo num tempo de alargados nomes que eram aviso de bons nascimentos — excessivo; e que aos vinte e nove anos de idade, quando teve de designar-se como escritora, fê-la chegar na sua folgada sucessão de títulos à simplificação que a resumia num Anaïs Nin agradável na música e que também soaria, num mais atento mundo de leitores, como Ana is (é) NIN, «a Ana é NIN», ou seja, marcada pelo I «eu» entalado entre idênticos e inter-negativos opostos — entendam-se aqui o sexo, os desejos e a vida.

[…]

Em 1963, já com uma firme celebridade literária, participou na cruzada pró-LSD: O LSD é um atalho que nos leva até ao inconsciente… é a mais agradável sensação que até hoje conheci, é como um orgasmo… mas essas paisagens já a minha escrita me tinha feito visitar. As feministas, que gostariam de tê-la entre as suas hostes, essas não conseguem mais do que um tom irado: São prova de uma desumanidade de revolucionárias, pessoas capazes de guilhotinar quem lhes aparecer com as unhas limpas.

Anaïs Nin morreu, cancerosa, em 14 de Janeiro de 1977. E muitos anos antes tinha escrito: O oceano vai deixar-me as cinzas à beira de todos os mares do mundo.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», Casa de Incesto]

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Faro em 1972.

Doutorou-se em Filosofia Contemporânea na Universidade de Lisboa. É, desde 2002, professor na Universidade da Beira Interior, onde dirige a Faculdade de Artes e Letras. Também preside à Sociedade Portuguesa de Filosofia. Antes, foi coordenador do Praxis — Centro de Filosofia, Política e Cultura e director da antiga revista de filosofia Análise. Os seus interesses académicos circulam pela filosofia social e política e pelo pensamento fenomenológico e existencial.

Tem livros de ensaio, como Metáforas da Consciência (Campo das Letras, 2000), sobre o pensamento de Jean-Paul Sartre, Mente e Consciência (Phainomenon, 2009), conjunto de ensaios sobre filosofia da mente e fenomenologia, Primeiras Vontades — Sobre a liberdade política em tempos árduos (Documenta, 2012).

Co-editou várias obras, entre as quais Representações da Portugalidade (Caminho, 2011), Estado Social — De todos para todos (Tinta da China, 2014), Emancipação — O futuro de uma ideia política (Documenta, 2018).

Num âmbito mais literário, escreveu, com Rita Taborda Duarte, Experiências Descritivas (Caminho, 2007) e ainda publicou Intimigrafia (Homem do Saco, 2014).

Mais recentemente publicou uma trilogia: E se parássemos de sobreviver? — Pequeno livro para pensar e agir contra a ditadura do tempo (Documenta, 2018); O Desligamento do mundo e a questão do humano (Documenta, 2020); Para viver em qualquer mundo — Nós, os lugares e as coisas (Documenta, 2022).

Assina regularmente, no Jornal Económico, a coluna «Pensar devagar».

 

Fotografia de Manuel Nascimento

Livros relacionados
 
 
 

Nasceu na Amadora, em 26 de Julho de 1974. Trabalha desde 1992 como ilustrador, designer gráfico, animador e caricaturista, colaborando com as mais importantes publicações portuguesas. Vencedor de vários prémios nacionais e internacionais, já viu o seu trabalho exposto em Portugal, Espanha, Brasil, França e EUA. Em 2002 foi galardoado com o prémio Gold Award para Portfolio de Ilustração pela Society for News Design (EUA), um dos mais importantes prémios de ilustração a nível mundial. The New Yorker, The New York Times, Word, Vanity Fair, Harper’s, The Independent on Sunday, Bilboard, e Diário de Notícias são apenas alguns dos títulos em cujas páginas se podem encontrar trabalhos seus. Realizou a curta-metragem de animação Jantar em Lisboa, com argumento de J.P. Simões, cuja produção terminou em 2007. Em 2004, iniciou uma parceria de criação new media com o músico/programador Nuno Correia, baptizada Video Jack, que editou o CD/DVD Heat Seeker, divulgado amplamente no Reino Unido, França, Polónia, Estónia, Finlândia e Alemanha. Mais recentemente, a dupla realizou os projectos AVOL (Audio-Visual OnLine), a convite da Direcção-Geral das Artes, e Master and Margarita, adaptação audio-visual da obra homónima de Mikhail Bulgákov. Em 2008 criou com João Paulo Cotrim o projecto de cartoons animados Spam Cartoon, que conta com a colaboração dos ilustradores Cristina Sampaio e João Fazenda. Spam Cartoon é transmitido semanalmente no canal SIC, SIC Notícias e SIC Internacional. André Carrilho vive e trabalha em Lisboa.

 

 

Foto: Jordi Burch (pormenor).

Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa em 1977 e viveu algum tempo nos Estados Unidos da América (época Clinton).

É membro do Teatro Praga (a companhia mais megalopsíquica de todos os tempos).

Frequentou o Conservatório Nacional de Música, a Escola Superior de Música e a Escola Superior de Teatro e Cinema.

Foi membro do Coro Gulbenkian, da companhia de teatro Casa Conveniente, e colabora assiduamente com a companhia de teatro Cão Solteiro. Para além de teatro, encenou óperas na Culturgest, Fundação Calouste Gulbenkian e Teatro Nacional São Carlos.

É autor dos textos «Shoot the Freak», «Cenofobia», dos «Top Models: Susana Pomba» e «Paula Sá Nogueira», e do bailado «Perda Preciosa» para a CNB, considerado melhor espectáculo do ano (2012) pela SPA.

Apresenta regularmente os seus espectáculos em várias cidades europeias. Apresentou (2013) «A Tempestade» no CCB, em Lisboa, e MC-93, em Paris.

Tem textos editados pela Culturgest, Tinta-da-China e Documenta.

Foi considerado um dos portugueses mais influentes do ano de 2012 pelo jornal Expresso

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Possui mestrado em Engenharia Mecatrónica, é licenciado em Física pela Universidade do Minho e é o gestor de área de Materiais Inteligentes do CeNTI. A sua formação e experiência profissional permitiu-lhe adquirir conhecimentos na área dos materiais e desenvolvimento de produto em diferentes escalas de processo ao nível do desenvolvimento experimental e industrial, especificamente nas áreas da eletrónica, programação, mecânica, desenho técnico e desenho de sistemas para fabricação de produto, tecnologias de revestimentos nanoestruturados decorativos e funcionais. Possui extensos conhecimentos nos processos de integração de eletrónica, para desenvolvimento de sensores, atuadores e dispositivos, em diferentes estruturas e materiais. Ao longo da sua atividade tem tido um contacto direto com diversas indústrias, com especial foco para os setores automóvel, saúde e bem-estar, construção e têxtil.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, em 1976.

Licenciou-se em Design Industrial (FA-UTL) e concluiu o Curso Avançado de Artes Plásticas (Ar.Co) em Lisboa. Como artista plástica tem desenvolvido o seu trabalho na área do desenho, da performance, das intervenções e das instalações, explorando a noção de «processo» e procurando testar os limites da definição e materialização da obra de arte. Fez formação em Artes Performativas dentro e fora de Portugal. Foi bolseira Dance Web Europe 07, em Viena, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Obteve a nomeação portuguesa do Prémio União Latina Jovem Criação em Artes Plásticas em 2017. Como performer e criadora tem colaborado em projectos diversos com coreógrafos e artistas plásticos, como foi o caso da sua mais recente participação em Artigo 19, projecto de Urândia Aragão para o Teatro Maria Matos, Lisboa (2016). Participou em festivais, exposições colectivas e individuais em Portugal, Estónia, Áustria e Brasil. Das exposições mais recentes destaca-se a individual Momento I, Espaço Arte Tranquilidade, com curadoria de Maria do Mar Fazenda, Lisboa (2014) e as colectivas (Co)Habitar, curadoria de Filomena Serra, Giulia Lamoni e Margarida Brito Alves na Casa da América Latina, Lisboa (2016) e Estática Esfinge, Desenho e Animismo Parte II, curadoria de Nuno Faria, patente no CIAJC, Guimarães (2017).

Tem vindo a realizar residências artísticas de âmbito nacional e internacional – entre as mais recentes conta-se a sua participação no Ateliê Aberto em Campinas, com a exposição Caderno de Viagem (2013), apoiada pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela FAAP-Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo (2014). É bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian no programa Residência Artística Internacional Künstlerhaus Bethanien, na presente edição de 2017-2018.

Actualmente vive e trabalha entre Berlim e Lisboa.

Livros relacionados
 
 
 

Licenciado en Filosofía (2002) y en Humanidades (2004) por la Universidad de Salamanca. D.E.A. y Grado de Salamanca (2004) con la investigación titulada: Las raíces del pensamiento jurídico Europeo. Teorías de la Justicia y del Derecho de Gentes. Becario de investigación F.P.I. (Junta de Castilla y León) desde el año 2003 al 2007. Master en Historia y Estética de la Cinematografía por la Universidad de Valladolid (2005), doctor en Filosofía por la Universidad de Salamanca con la tesis titulada: Francisco Suárez, lector de Metafísica IV y XII . Posibilidad y límite de la aplicación de la tesis Onto-teo-lógica a las Disputaciones Metafísicas (2008). Desde el año 2008, es profesor del Departamento de Filosofía, Lógica y Estética de la Universidad de Salamanca. Es coordinador de bachillerato en Historia de la Filosofía, coordinador del master en Educación Secundaria y Bachillerato (specialidad Filosofía) y secretario del Departamento de Filosofía de la Universidad de Salamanca. Sus intereses científicos se hallan determinados por la dirección investigadora y docente, encontrándose ambas tareas en la recepción oriental y occidental del pensamiento aristotélico a lo largo del periodo medieval y moderno (aponcela@usal.es).

Livros relacionados
 

Maputo, Moçambique, 1958. Formada em Escultura pela Michaelis School of Fine Arts da Universidade de Cape Town, África do Sul, em 1983. Desde 2003 é professora assistente na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Artista de dupla nacionalidade portuguesa e moçambicana, o seu trabalho detém-se largamente na exploração das relações interculturais e identitárias entre o mundo ocidental e o mundo africano. Do formalismo que explora nas suas primeiras esculturas, a artista evolui para trabalhos marcados pela confrontação de objectos, memórias e arquitecturas, recorrendo à fotografia, ao vídeo e à instalação, meios que lhe permitem desenvolver conceptualmente uma reflexão sobre os modelos estéticos e culturais modernistas e a sua leitura teórica e histórica. Em 1995 foi galardoada com o Prémio de Escultura na Bienal das Caldas da Rainha. Foi a representante de Portugal na Bienal de Veneza de 2007 com a obra Maison Tropicale. Esteve também presente nas Bienais de Istambul (1999), São Paulo (2008) e Bucareste (2010). O seu trabalho tem sido apresentado em inúmeras exposições nacionais e internacionais e está representada em diversas colecções públicas e privadas em todo o mundo.

Livros relacionados
 

Arnaldo Angeli Filho nasceu em 31 de agosto de 1956 na cidade de São Paulo. Começou a trabalhar aos catorze na revista Senhor, além de colaborar em fanzines. Em 1973 foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo. Lançou pelo Circo Editorial, em 1983, a revista Chiclete com Banana, um sucesso editorial (de uma tiragem inicial de 20 mil exemplares chegou a atingir os 110 mil).

16 anos consecutivos (de 1997 a 2012), foi eleito o melhor cartoonista brasileiro no Festival de Banda Desenhada na premiação HQ Mix, categoria modificada para «Melhor Desenhista de Humor Gráfico», da qual foi vencedor em 2013. Em 2014 foi homenageado na categoria «Grande Mestre». Em 2005 recebeu a Ordem do Mérito Cultural, sendo nomeado Comendador da República pelo Ministério da Cultura brasileiro. Angeli já teve as suas tiras publicadas na Alemanha, França, Itália, Espanha e Argentina, mas foi em Portugal que obteve mais destaque, tendo uma compilação do seu trabalho lançada pela editora Devir em 2000, ano em que também viu a estreia de uma série de animação com as suas personagens, numa coproduçãoda TV Cultura com a produtora portuguesa Animanostra. Trabalhou na Rede Globo como redator do programa infantil TV Colosso (1993-1996). Na TV Cultura, entre 1995 e 2005, fez animações de cinco segundos para animar os intervalos dos filmes da emissora. Desenvolveu desenhos animados para a Internet e para o Cartoon Network. Em 2006 produziu e lançou um filme de longa-metragem de animação chamado Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’i’Roll. Em 2007, lançamento do filme de curta- -metragem A Cauda do Dinossauro de Francisco Garcia baseado em texto de Angeli. Em 2008, lançamento da curta-metragem Dossiê Rê Bordosa, documentário em animação. Em 2010 é lançada uma curta-metragem Angeli 24 Horas, documentário de Beth Formaggini. Em 2017, pelo Canal Brasil, a série Angeli – The Killer, documentário em animação e em 2021, a longa-metragem Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente.

Durante 50 anos de carreira realizou as seguintes exposições:

• 1986 – Festival de Bande Dessinée d’Angoulême (França)

• 1990 – Festival Treviso – Exposição Comemorativa dos 500 Anos da América (ao lado de Robert Crumb, Gilbert Shelton, Carlos Nine e Miguel Paiva)

• 1999 – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (Brasil) 11

• 2000 – Festival de Banda Desenhada da Amadora (Portugal)

• 2007 – RIDEP – International Meeting of Press Cartoonists (França)

• 2008 – Salão Internacional do Rio de Janeiro (Exposição Retrospetiva – 40 Anos de Carreira) (Brasil)

• 2012 – Exposição individual Ocupação Angeli – projeto realizado pelo Instituto Itaú Cultural (Brasil)

• 2016/2017 – Exposição coletiva itinerante Refugiarte: La Crisis de Refugiados Ilustrada por Artistas Latinoamericanos (organizada pela UNHCR/ACNUR – Agência da ONU para os Refugiados) (Argentina, Chile e Perú)

• 2018 – Quadrinhos no MIS (Brasil).

No dia 8 de maio de 2016 anunciou que deixaria a secção ilustrada da Folha de S. Paulo após 33 anos de colaboração.

Foi um dos 100 artistas mundiais homenageados pelo Google para ter alguns dos seus trabalhos expostos nas interfaces do Google para a Internet.

Em 2022 anunciou a sua aposentadoria após ter sido diagnosticado com afasia.

 

 

Fotografia: © RafaelRoncato

Livros relacionados
 

Nasceu em Moçambique (Maputo, 1938), mas fixou-se no Porto em 1955. Matriculou-se na Escola de Belas-Artes, licenciando-se em Pintura com a nota máxima de 20 valores — viria, por isso, a integrar o grupo denominado «Os Quatro Vintes», com Armando Alves, Jorge Pinheiro e José Rodrigues). Viveu e trabalhou na cidade do Porto. Foi professor na Escola Superior de Belas-Artes (actual Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto) entre 1962 e 2000, ano em que se jubilou como professor catedrático. Participou na fundação da Cooperativa Árvore (1964). Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e do British Council na Saint Martin's School of Art e na Slade School of Fine Art, Londres (1967, 1968). Após uma primeira exposição individual em 1959 (Galeria Divulgação, Porto), a sua obra tem sido apresentada em inúmeras mostras individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro. Entre as suas exposições individuais podem destacar-se: Sociedade Nacional de Belas-Artes, Lisboa (1972); Galeria Quadrum, Lisboa (1975); Centro de Arte Contemporânea, Museu Soares dos Reis, Porto (1976); Galeria Módulo, Porto (1979); Centro Cultural de Belém (1994); Museu de Arte Contemporânea de Serralves (1993, 2001); Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (2003, 2006); Galeria EMI – Valentim de Carvalho, Lisboa (1985, 1986, 1990, 1991); Galeria Quadrado Azul Porto (1992, 1995, 1997, 2000, 2001, 2003, 2006, 2007, 2008, 2009). Alguns dos seus desenhos ilustram livros de Eugénio de Andrade, Maria Alzira Seixo, Mário Cláudio, Fiama Hasse Pais Brandão, entre muitos outros. Foi galardoado com diversos prémios, entre os quais: Prémio Internacional na 13.ª Bienal de São Paulo (1975); Prémio EDP Pintura (2000); Prémio Gulbenkian Arte (2007). Morreu no Porto a 29 de Março de 2011.

Livros relacionados
 

Santo Estêvão, Tavira (1973).

Tem desde sempre uma forte relação com o desenho e a pintura. Outras materialidades preenchem-lhe ainda a vida: o barro, a terra, a areia e os despojos que o rodeiam. Os restos da construção. De casas. Trabalha desde que se conhece. Fazer, fazer, fazer, … Mais tarde chega a Academia. É esta que dá abrigo ao seu ímpeto de conhecer, experimentar, ir mais além.

Licenciado em Artes Visuais na Universidade do Algarve (2012), continuando com a pós-graduação Artes Visuais e Performativas na mesma instituição, onde desempenha também funções de monitor de Laboratório de Artes Visuais.

Há o trabalho em comunidade — os colectivos, as associações, os movimentos, os grupos — onde participa em várias exposições e em projectos de acção político-artística. Há ainda as exposições individuais, onde se faz ouvir a solo, acompanhado de pessoas que o inspiram. A sua obra está representada no Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, Lisboa.

Pintura, escultura, instalação, performance, tudo vale para expressar, apontar e registar desigualdades.

Fazer, fazer, fazer… intervir, intervir, intervir. Acredita que a Arte salva o Mundo.

Livros relacionados
 
 

É professora no Departamento de Português da Universidade de Massachusetts Dartmouth (EUA), onde leciona principalmente literatura portuguesa e literaturas africanas em língua portuguesa. É autora de O Formato Mulher: A Emergência da Autoria Feminina na Poesia Portuguesa (Angelus Novus, 2009) e Mariana Alcoforado: Formação de um Mito Cultural (IN-CM, 2006; ed. original Bucknell University Press, 2000). Co-organizou também, com Helena Kaufman, After the Revolution: Twenty Years of Portuguese Literature 1974-1994 (Bucknell, 1997); com Mark Sabine, O Corpo em Pessoa: Corporalidade, Género, Sexualidade (Assírio & Alvim, 2010); e, com Hilary Owen, Gender, Empire, and Postcolony: Luso-Afro-Brazilian Intersections (Palgrave Macmillan, 2014). É co-editora da revista Portuguese Literary and Cultural Studies e editora da Adamastor Book Series (Tagus Press, UMass Dartmouth).

 

Is Professor of Portuguese and Women’s and Gender Studies at the University of Massachusetts Dartmouth. She is the author of The Portuguese Nun: Formation of a National Myth (2000; Portuguese translation 2006) and O Formato Mulher: A Emergência da Autoria Feminina na Poesia Portuguesa (2009), and co-editor of After the Revolution: Twenty Years of Portuguese Literature 1974-1994 (1997), Embodying Pessoa: Corporeality, Gender, Sexuality (2007; Portuguese edition 2010), and Gender, Empire and Postcolony: Luso-Afro-Brazilian Intersections (2014). She currently serves as coeditor of the journal Portuguese Literary and Cultural Studies and as editor of the Adamastor Book Series (both published by UMass Dartmouth’s Tagus Press/Center for Portuguese Studies and Culture).

Livros relacionados
 

Nascida nos Países Baixos, obteve um MFA da Cranbrook Academy of Art, MI e da Syracuse University, NY. Uma monografia sua foi publicada em 2003 pela Telos Art Publishing. Recebeu o Smithsonian Artist and Research Fellowship em 2014. Expôs nos EUA e internacionalmente, incluindo Gyeonggi MOMA em Ansan; HOMA Museum na Coreia do Sul; Museum of Arts and Design em NYC; Delaware Center for Contemporary Arts; 28th Street Studio, NYC; Contemporary Museum, Baltimore, MD; City Gallery, Atlanta GA; Decorative Arts Museum, Little Rock, AK; Textile Museum, Tilburg, Países Baixos. Recensões críticas publicadas no Le Monde, Los Angeles Times, Washington Post, New York Times, Christian Science Monitor, Baltimore Sun, The Atlanta Constitution, Philadelphia Inquirer, Fiberarts, Surface Design, The Journal of Cloth e Culture e Sculpture Magazine.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

De seu nome Antoine Marie Joseph Artaud, nasceu em Marselha no dia 4 de Setembro de 1896. Artisticamente, adoptou o nome Antonin, carinhoso diminutivo materno que vem da sua infância.

Dramaturgo, poeta, actor (no teatro e no cinema), desenhador e teórico do teatro, é o criador do "Teatro da Crueldade", um conceito que procura um modo novo de fazer e de olhar o espectáculo teatral, e o precursor do chamado "Teatro do Absurdo", tendo influenciado autores como Genet, Ionesco e Beckett.

Internado, várias vezes ao longo da vida, por razões de ordem psiquiátrica, nem sempre compreendido e aceite pela sociedade do seu tempo — tendo integrado o Movimento Surrealista, acabou por ser expulso por André Breton — mas, como nos conta Aníbal Fernandes na apresentação de Eu, Antonin Artaud, «Em 1946, um grupo de intelectuais conseguiu que ele deixasse de estar internado; que uma liberdade “vigiada” lhe restituísse Paris e uma nova oportunidade de reconhecimento público. Antonin Artaud foi reconhecido como digno de Obras Completas na grande editora Gallimard. Mas continuava um ser de radicais diferenças. Ele próprio se não considerava nascido; tinha explodido no mundo, e só a farsa orgânica de um parto lhe dera a mulher-mãe e uma naturalidade ligada a Marselha; não ia morrer, desapareceria numa realidade incompreensível aos homens de falso corpo que povoam a terra.

Dois anos depois, em 4 de Março de 1948, o jardineiro da casa de saúde onde ele vivia encontrou-o morto, sentado ao lado da cama, dir-se-á que por ter ingerido uma dose excessiva de hidrato de cloral. Tinha deixado uma última anotação escrita num caderno: continuarem a fazer de mim este enfeitiçado eterno, etc., etc.».

Livros relacionados
 
 

António Antunes (Vila Franca de Xira, 12 de Abril de 1953) publicou os seus primeiros cartoons no diário lisboeta República, em Março de 1974. No final do mesmo ano, ingressou no semanário Expresso onde continua a publicar as suas obras. Dos prémios recebidos destacam-se: Grande Prémio do XX International Salon of Cartoons (Montreal, Canadá, 1983), 1.º Prémio de Cartoon Editorial do XXIII International Salon of Cartoons (Montreal, Canadá, 1986), Grande Prémio de Honra do XV Festival du Dessin Humoristique (Anglet, França, 1993), Award of Excellence — Best Newspaper Design, SND — Estocolmo, Suécia (1995), Premio Internazional Sátira Politica (ex æquo, Forti dei Marmi, Itália, 2002), Grande Prémio Stuart Carvalhais (Lisboa, Portugal, 2005) e o Prix Presse International (St. Just-Le-Martel, França, 2010). Realizou exposições individuais em Portugal, França, Espanha, Brasil, Alemanha e Luxemburgo. Publicou, entre outros, os livros António — 20 anos de Desenhos (1994), Desenhos Satíricos (2000) e Traços Contínuos (2005), integrando também as colectâneas Cartoons do Ano, desde 1999, e as internacionais 1970’s The Best Political Cartoon of Decade (1981), The Finest International Political Cartoons of Our Time, volumes I, II e III (1992, 1993 e 1994) e Cartoonometter (1994). Foi júri de salões de desenho humorístico em Portugal, Brasil, Grécia e Turquia. António dedica-se também ao design gráfico, à escultura e à medalhística. É director do salão de humor gráfico World Press Cartoon. Na Documenta, para além de integrar Cartoons do Ano 2011 (2012) e de seleccionar e editar Boligán — Espelho de tinta, de Angel Boligán Corbo (2012), publicou Caricaturas do Metro Aeroporto (2013).

Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa no dia 7 de Janeiro de 1939.

Estudou na Faculdade de Letras de Lisboa e viveu alguns anos em Moçambique. Integrou o Grupo do Café Gelo. Colaborou, entre 1964 e 1966, nos dois primeiros cadernos de Poesia Experimental. Em 1975 converteu-se ao Islamismo, adotando o nome Muhammad Abdur Rashid Barahona, nome com que assinou alguns trabalhos. No seu anarquismo poético mescla elementos cristãos, islâmicos e hinduístas. A paixão pelo sânscrito levou-o ao Oriente para estudar a língua.

Estreou-se com o livro Insónias e Estátuas (1961), ao qual se seguiram, entre outros, Poemas e Pedras (1962), Capelas Imperfeitas (1965), Impressões Digitais (1968), Sujata (1983), Um Livro Aberto Diante do Espelho (1992), Manhã do Meu Inverno (1996), Poema do Manto (2005), O Sentido da Vida é Só Cantar (2008), Raspar o Fundo da Gaveta e Enfunar uma Gávea (2011), O som do sôpro (2011), A doença-panaceia (2012), Maçãs de Espelho (2012), As Grandes Ondas (2013), E chorava como quem se diluía em mel d'abelhas (2013), Oscarina (2016) e Só o Som por si Só (2017).

Livros relacionados
 

É professor na Universidade da Beira Interior (UBI, Covilhã). Na UBI dirigiu o curso de licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais e o curso de mestrado em Ciência Política. Actualmente é director da Biblioteca da UBI. Integra como investigador o PRAXIS — Centro de Filosofia, Política e Cultura e o Centro de Estudos Judaicos. É investigador no projecto «Religión y sociedad civil» do Instituto Cultura y Sociedad da Universidad de Navarra. É membro da Rede Internacional de Estudos Schmittianos (RIES). É revisor científico da revista History of European Ideas. É membro do comité científico das Edizione il Foglio. Biblioteca di Scienze Politiche e Sociali. Actualmente coordena o GT de Retórica da Sociedade Portuguesa da Comunicação. A sua investigação centra-se nas áreas de Filosofia Política, Estudos Judaicos e Retórica. As suas mais recentes publicações são as seguintes: i) Neoliberalismo. Liberdade. Governo (com José Manuel Santos), Documenta, Lisboa, 2019; ii) Secularização e Teologia Política (com José Maria Silva Rosa e José António Domingues), Documenta, Lisboa, 2019; iii) «Machiavelli’s Treatment of Congiure and the Modern Oath», in Le sacré et la parole. Le serment au Moyen Âge, Aurell, Martin, Aurell, Jaume, Herrero, Montserrat (editors), Classiques Garnier, Paris, 2018; iv) Inquisição. Criptojudaísmo. Marranismo, Edições LabCom, Covilhã, 2018 (antobento@sapo.pt).

Livros relacionados
 

Nasceu em Benguela (Angola, 1962) e veio para Portugal em 1975. Vive e trabalha em Bicesse. Formou-se em Engenharia Civil pelo ISEL entre 1981 e 1985, mantendo o exercício desta actividade até à presente data.

Iniciou a sua formação artística em Desenho e Pintura, entre 1994 e 1998, na Escola «Oficina de Artes» e na Cooperativa «Atitude», ambas em Cascais. Ingressou em 2001 na Ar.Co onde deu continuidade a esta formação, desenvolvendo os seus conhecimentos em Estética, História de Arte e Prática do Desenho, até 2003. De 2004 a 2007, na mesma Escola, frequentou o curso de Escultura. Concluiu a sua formação artística ao frequentar o Curso Avançado do Ar.Co entre 2006 e 2008.

Iniciou a sua prática artística em 2006 com a exposição coletiva «Sem Título» («Telhado») na Interpress em Lisboa, mantendo esta prática e expondo regularmente o seu trabalho.

Livros relacionados
 

Obteve os graus de Licenciatura (1994) e de Mestrado (1998) em Filosofia na Universidade Católica Portuguesa – Lisboa, e de Doutoramento (2014) em Filosofia na Universidade da Beira Interior. Exerceu docência na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa – Lisboa (1996-2003) e ainda no Curso de Ciência Política da Universidade Internacional, como docente convidado (1996-2002), leccionando, desde 2004, na Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior nas áreas de Filosofia e Cultura Clássicas, Éticas aplicadas, Pensamento Político e Arte da Medicina, e desenvolvendo investigação centrada na Filosofia Antiga (sobretudo aristotélica), Pensamento e Cultura Clássica, Filosofia Prática, Teorias da Decisão, Cultura e Religião e Tradução de textos clássicos gregos (tendo sido, nesse contexto, publicadas as traduções do original grego dos tratados Política e Ética a Eudemo de Aristóteles).

Livros relacionados
 
 
 
 

Nasceu em Lisboa, em 1955.

Tirou o curso de jornalismo na Escola Superior de Meios de Comunicação Social e estudou violino nos Conservatórios de Música do Porto e de Lisboa.

O jornalismo e a música haveriam de andar ligados até 2002, quando se dedica em exclusividade à produção musical e ao projeto de música eletrónica DWART (https:// dwartmusic.bandcamp.com/music), que formou em 1985 com sua mulher Manuela Duarte, e que, ao longo dos anos, tem tido a participação de músicos como Vítor Rua, Bernardo Devlin, Nuno Rebelo, Cláudia Efe, Jonas Runa, e do performer Manoel Barbosa.

Como jornalista profissional trabalhou nos semanários A Ilustração, Tempo, Se7e, O Jornal, Jornal de Letras e Artes. Foi fundador e chefe de redação do semanário musical Rock Week. Apresentou programas musicais na Rádio Renascença, com Rui Pego e Luís Vitta, e na RTP.

Viveu em Macau entre 1987 e 1999, onde foi assessor de Imprensa do governador de Macau, Carlos Melancia, diretor da Rádio Macau e diretor-adjunto do jornal Macau Hoje. Colaborou com a BBC World Radio e no jornal de Hong Kong South China Morning Post. No regresso a Portugal trabalhou na SIC, onde integrou o grupo de jornalistas que produziu a série documental «Século XX Português» e fez parte da equipa de grande reportagem liderada por Margarida Marante.

Livros publicados: Prostituição Masculina em Lisboa, Contra-Regra, Lisboa, 1983 (grande reportagem); A Arte Eléctrica de Ser Português — 25 Anos de Rockʼn Portugal, Bertrand, Lisboa, 1985 (ensaio); Pʼla China Fora, Edições Forum Cívico, Macau, 1991 (crónicas). Colaborações em livros: capítulo sobre Música Popular, na História de Portugal Contemporâneo, António Reis (coord.), Edições Alfa, Lisboa, 1987; capítulo «Ibizamatrix», em Zapp — Estética Pop Rock, de Jorge Lima Barreto, Instituto Açoriano de Cultura, Angra do Heroísmo, 1999.

Discos editados (DWART): «Mate» — Música Moderna Portuguesa, 2º Volume, Dansa do Som, 1985; Red Tapes, dwartmusic, 2009; Flying Kites on the Freeway, dwartmusic, 2017; Taipei Disco, Holuzan, 2018; Electricidade Estética, Strangelove Music, 2019. Colaborações em discos: Vydia (1992), Os Ressoadores (1995) e FCSH (2017), de Vítor Rua; Sonia (2017), com Vítor Rua e Chris Cutler; Sabotage (2017), com Vítor Rua, Chris Cutler e JP Simões; foi produtor executivo e músico convidado no álbum Biombos, dos Telectu (China Recording Company, Pequim, 1994), o primeiro CD de músicos ocidentais gravado, editado e distribuído na República Popular da China; participou na gravação do hino oficial da EXPO-98, Pangea, composto por Nuno Rebelo, tendo tocado o instrumento chinês Guzheng; fez música para a peça de dança-performance The Sparkling Hallucination, da coreógrafa e bailarina chinesa Jane Lei, no festival Journey to the East, Hong Kong Cultural Centre, 1999.

Em 2018, a convite de Vítor Rua, integrou a reformação dos Telectu.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 

Nasceu em Lisboa em 1964. Licenciou-se em Design de Comunicação pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e fez mestrado em Theatre Design na Slade School of Fine Art em Londres (onde foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian). Desenhou semanalmente um cartoon editorial para «O Inimigo Público» (jornal Público). Publica banda desenhada em jornais e revistas, desde 1978, em Portugal, Espanha, França e Itália. Dos vários livros editados destacam-se a trilogia de Filipe Seems (com Nuno Artur Silva), A Arte Suprema e Rei (com Rui Zink) ou O Senhor Abílio. Criou o projecto Subway Life (http://www.subway-life.com) desenhando pessoas sentadas nas carruagens do Metro em Londres, Berlim, Estocolmo, Nova Iorque, São Paulo, Tóquio, Atenas, Moscovo e Cairo. Concebeu cenografia e figurinos para teatro nas peças O Que Diz Molero, Arte ou Como Fazer Coisas Com Palavras, entre outras. O Desenho Digital em tempo real tem sido uma das suas principais actividades: integrou várias performances com músicos, bailarinos e actores em Portugal, França, Alemanha, Japão e EUA, entre as quais o Concerto Desenhado com o pianista Mário Laginha ou a ópera Antígono com a orquestra Divino Sospiro.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Rio Maior, em 1951. Frequentou os cursos de Sociologia, Direito e História da Arte. Artista plástico e jornalista, a sua actividade divide-se entre o cartoon e a pintura. Começou a publicar cartoons em 1978 no semanário Edição Especial. Entre 1979/80, no jornal Tempo e também no jornal A Tribuna. De 1981 a 1983 publica no jornal Expresso. Segue-se o Semanário 1983/2000, A Capital 1984/2000. De 2000 a 2009 no jornal 24 Horas. Colaborou também nas revistas Fortuna e Villas & Golfe e actualmente na Golf Digest. No presente, publica cartoons nos jornais Correio da Manhã, O Ribatejo e Jornal do Algarve. Desde 1979 que tem feito inúmeras exposições individuais e colectivas, tanto de cartoons como de pintura, em Portugal e no estrangeiro. Ganhou os seguintes prémios: Prémio Desenho do Ano – Salão Nacional de Caricatura, Vila Real, 1987; 1.º Prémio do Salão de Tecnologia e Desenvolvimento, Instituto Superior Técnico, 1988; Prémio Cartoon de Imprensa – Salão Nacional de Caricatura, Porto de Mós, 1988; Prémio Cartoon de Imprensa – Salão Nacional de Caricatura, Porto de Mós, 1990; Prémio Cartoon de Imprensa – VII Salão Nacional de Caricatura, Oeiras, 1992; Prémio Humor de Imprensa – VIII Salão Nacional de Caricatura, Oeiras, 1994; Grande Prémio do IX Salão Nacional de Caricatura, Oeiras, 1995; Prémio Gazeta, Cartoon 1995 – Clube de Jornalistas, Lisboa, 1995. Entre os vários livros de cartoons publicados, contam-se a série Cartoons do Ano, em parceria com outros cartoonistas e que se publicam desde 1999. Como cartoonista, está representado nos museus Sammlung Karikaturen & Cartoons, Basileia, Suíça e Herausgeber – Haus der Bumdesrepublik Deutschland, Bonn, Alemanha.

Livros relacionados
 

Nasceu em 1961. Licenciado em Comunicação Social, foi jornalista do Público de 1989 a 2012, onde se dedicou às questões religiosas, da revista Cáritas (1986-1989) e do Diário de Lisboa (1989). Colaborou nos programas «Toda a Gente é Pessoa» (Antena 1) e «Setenta Vezes Sete» (RTP) e no jornal Expresso. Venceu por duas vezes, em 1995 e em 2006, o Prémio Europeu de Jornalismo Religioso na Imprensa Não-Confessional, instituído pela  Conferência das Igrejas Europeias e pela Fundação Templeton. Participou em diversas publicações e obras colectivas. Publicou vários livros, entre os quais Vidas de Deus na Terra dos Homens, Um Papa (In)Esperado, Quando a Igreja Desceu à Terra, Francisco — Pastor Para Uma Nova Época, O Coração da Igreja Tem de Bater (entrevista com J. Carreira das Neves), Lugares do Infinito (guia de mosteiros com hospedaria) e Deus Vem a Público, que recolhe um conjunto de entrevistas a pensadores e líderes reigiosos estrangeiros.

Livros relacionados
 

Lubango, Angola, 1963. Vive em Coimbra. Licenciado pela Escola de Belas-Artes do Porto em 1987. Doutorado pela Universidade de Coimbra em 2000. Professor no Curso de Arquitectura e director do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. Investigador do Centro de Estudos Sociais. As suas performances dos anos 1980 levaram-no à música, num percurso onde a utilização de vários meios (pintura, desenho, vídeo, música) decorre duma forte relação com a performance

Exposições individuais mais recentes: 2020 — Desterrado, galeria Ala da Frente, Famalicão; Sleeping Beauty, Casa das Artes, Porto; 2019 — What do you think you’re drawing?, Centro das Artes de Águeda; Next Stop is Yesterday, Galeria Municipal de Leiria; 2018 — My own Moon, Espaço Mira, Porto; Headless Crowns, Cooperativa Árvore, Porto; Cleaning up the Vacuum – Prelude – Gabinete Edições, Lisboa; 2017 — Cleaning up the Vacuum, Galeria Fernando Santos, Porto 2016 — Young people thinking about each other — Cabeças em trânsito, Galeria João Esteves de Oliveira, Lisboa; Livro de lembranças dos planetas, Museu da Ciência da Universidade de Coimbra 2015 — Stuffing my dreams into my head, MCO, Porto; Heading West, Appleton Square, Lisboa 2013 — The sorrows of electricity, Filomena Soares, Lisboa; 2012 — Square feet, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra; 2011 — This widow is blocking my Windows, Museu do Chiado, Lisboa; Shall I vote for Elvis?, Teatro Municipal da Guarda; 2010 — La Prospettiva is sucking reality, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira; Na cátedra de S. Pedro, Museu Grão Vasco, Viseu; 2009 — La prospettiva, Mario Mauroner, Viena; Brrrrain, (exposição antológica) Culturgest, Lisboa; Crying my brains out, Filomena Soares, Lisboa; 2007 — I think differently now that I can paint, Centro Cultural Vila Flor, Guimarães; 2006 — Under the stars, ZDB, Lisboa; 2005 — Pictures are not movies, Filomena Soares, Lisboa; 2004 — 40 years in a plane, Kenny Schachter conTEMPorary, Nova Iorque. I’m growing heads in my head, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra; 2003 — You are what you eat, Centro Cultural Andratx, Palma de Maiorca, 2002 — Telepathic agriculture, Galerie Schuster, Berlin e Frankfurt; 2001 — Foggy Days in Old Manhattan, Filomena Soares, Lisboa.

Últimas exposições colectivas: 2019 — Bienal Anozero, Coimbra; Constelações, Museu Berardo, Lisboa; Wait, Museu Berardo, Lisboa; Trabalho Capital, Centro de Arte Oliva, São João Da Madeira 2018 — GERMINAL. O núcleo Cabrita Reis na Coleção de Arte Fundação EDP, Galeria Municipal, Porto; MAAT, Lisboa; Victória Sobre o Sol — from Black Square to Lopphole, Colégio das Artes, Coimbra.

Colecções públicas em que está representado: Secretaria de Estado da Cultura, Fundação de Serralves, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, MEIAC — Museu Extremeño Ibero-Americano de Arte Contemporânea, Badajoz, Espanha, EDP, Fundação Calouste Gulbenkian, Museu Nacional de Arte Contemporânea / Museu do Chiado, entre outras.

Livros relacionados
 
 
 
 
 

Doctor in Philosophy by the University of Lisbon in 2009, with the thesis on the philosophical thought of St. Bonaventure (“Analogy and Metaphor. A Poetics of Thought”). He is a full member of the Centre of Philosophy of the University of Lisbon. He is also a member of the Société Internationale pour l’Étude de la Philosophie Médiévale (SIEPM). His research trajectory mainly is oriented in the areas of Ancient and Medieval philosophy and theology, deepening into the history of political thought, philosophy of mind and metaphysics. Another of his lines of research is Portuguese thought and didactics of philosophy, contributing to it, with various publications and conferences on the themes. Currently conducting a post-doctoral research focused on “tradition, reception and transformations” of the political philosophy of Aristotle in the Latin West. Some publications: “Álvaro Gomes e o clássico problema da imortalidade da alma” (2017), “Filosofia e Ensino da Filosofia em Joaquim Cerqueira Gonçalves” (2016), “Societas e Communitas. Guilherme de Moerbeke na encruzilhada do macromodelo político moderno” (2015) (antonio. rocha.martins@gmail.com).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu em 1941 em Lisboa, onde vive.

De 1965 a 1975 viveu em Londres, onde frequentou a St. Martin's School of Art. De 1978 a 1992 foi professor de pintura no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa.

Expõe, individual e colectivamente, desde 1964. 

Foi distinguido com diversos prémios, entre os quais o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (2011) e o Prémio EDP de Desenho, EDP - Arte (2002).

Está representado, entre outras, nas seguintes colecções: Banco de Portugal, Lisboa; Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Almada; Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Fundação Carmona e Costa, Lisboa; Fundação EDP, Lisboa; Fundação Ilídio Pinho, Porto; Ministério da Cultura, Lisboa; Museu de Arte Contemporânea – Fundação de Serralves, Porto; Museu de José Malhoa, Caldas da Rainha; Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante; Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa; Parlamento Europeu, Estrasburgo; Sociedade Nacional de Belas-Artes, Lisboa.

Livros relacionados
 

Antonio Tabucchi nasceu em Itália em 1943. O seu interesse pela cultura portuguesa começou por Fernando Pessoa, que descobriu numa tradução francesa. Ensinou Português na Universidade de Siena, foi colaborador de vários periódicos e, juntamente com a sua mulher Maria José de Lancastre, traduziu para italiano diversas obras de Pessoa, tendo desempenhado um papel fundamental na divulgação do poeta português em Itália. Foi também muito activo na vida cultural portuguesa; adoptou o hábito de passar grande parte do ano em Lisboa, onde veio a falecer em 2012. Escreveu vários livros de ficção (dos quais um em português, Requiem). Entre as suas obras mais importantes estão Nocturno indiano e Afirma Pereira. Ambos traduzidos para português e adaptados para o cinema, foram premiados com alguns dos mais importantes prémios da carreira literária do autor (respectivamente, o Prémio Médicis para a melhor obra estrangeira em 1987 e o Prémio Jean Monnet em 1995).

[Elisa Rossi, O Irresistível Charme da Tradução…]

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 
 
 
 
 

É natural de Faial (Horta), Açores (1941).

Livros publicados: Que se passa na frente; PREC I e II; O Superman; Eanito el Estático; O Último Tarzan; O Fim do PREC; Demito-me uma Ova; Camarate: Como, Porquê e Quem; Agarra Mas Não Abuses; Alto Cão Traste; O Produto Interno Brito; Cão Traste; Desculpe o Mau Jeito; Soares É Fixe; O Fenómeno (com António); Porreiro Pá. Jornais e revistas: A Parada da Paródia; A Mosca; Diário de Lisboa; Lorentis; Observador; O Século; Vida Mundial; O Jornal Novo; A Tarde; O Dia; O Diabo; Semanário; O Independente; Fócus; Grande Reportagem; TVI e O Sol. Exposições: 1995 – Exposição colectiva no Palácio de Belém; 1999/2010 – Exposição Colectiva: Cartoon Xira, Vila Franca de Xira. Prémios: 1987 – 1.º Prémio de Desenho Humorístico, do Salão Nacional de Caricatura; 1989 – Prémio C.P.P.M. – Humor e Património; 1994 – Grande Prémio do Salão de Caricatura; 1996 – Prémio Nacional de Humor de Imprensa; 2004 – Menção Honrosa Prémio Stuart; 2008 – Grande Prémio, Porto Cartoon World Festival; 2009 – 2.º Prémio Porto Cartoon World Festival; 2010 – Menção Honrosa Porto Cartoon World Festival – Escultura. Esculturas: 1995 – Escultura Gonçalves Zarco, na Avenida Gonçalves Zarco, no Restelo em Lisboa; 1997 – Escultura urbana do Aeroporto de Macau, em Macau; 2001 – Escultura alusiva às vítimas do atentado do 11 de Setembro na Av. Estados Unidos  da América; 2002 – Escultura Cauda da Baleia, Câmara Municipal de Oeiras; 2005 – Escultura Imperador Carlos I da Áustria, Câmara Municipal do Funchal, Madeira; 2008 – Escultura Três Cavalos, Câmara Municipal de Oeiras; 2009 – Escultura Infante D. Henrique, Câmara Municipal de Vila do Bispo, Sagres; 2009 – Escultura D. Diogo de Menezes, Câmara Municipal de  Cascais. 

Morreu em Lisboa no dia 14 de Março de 2019.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

(1961, Santa Maria da Feira), é licenciado em Artes Plásticas-Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto. Vive e trabalha no Porto.

Expõe regularmente desde 1982 e em 1987 teve a sua primeira exposição individual. Além de Portugal, expôs na Alemanha, Espanha, Holanda, Brasil e Cabo Verde. Foi Prémio Amadeu de Souza Cardoso em 2013.

As suas obras integram coleções públicas e privadas, designadamente o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, o Museu Extremenho e Ibero-americano de Arte Contemporânea (MEIAC), Badajoz, o Museu Berardo, de Arte Moderna e Contemporânea, Centro Cultural de Belém, Lisboa, o Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso, Amarante, Fundação Ilídio Pinho, Porto. De entre as exposições individuais, destacam-se, nos últimos anos: Arqueologias de uma Escrita em Rotação, Quase Galeria, Porto (2017), O Som do Orvalho, Galeria Fernando Santos, Porto (2017), Desde o Começo Não Há Nada, Museu Alberto Sampaio, Guimarães (2015), No Caminho das Montanhas, Galeria Fernando Santos, Porto (2012), Bleistiftgebiet — Território do Lápis, Espaço Adães Bermudes, Alvito (2018). Sangue branco na sombra do presente, Artistas Unidos — teatro da Politécnica, Lisboa (2019). Quase Nada, Espaço 531 — Galeria Fernando Santos, Porto (2019), As Minhas Propriedades, Fundação D. Luís I, Cascais (2019), O Hóspede da Casa do Infinito, Galeria Fernando Santos, Porto (2022); de entre as exposições coletivas: 25º Aniversário da Galeria Fernando Santos, Porto (2017), Rrevolução, Colégio das Artes, Universidade de Coimbra (2017), Passagens, Coleção de Serralves, Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, Matosinhos (2017), Diálogo, Avelino Sá/Cristina Mateus, Galeria Fernando Santos, Porto (2015), Rota das Catedrais — Sete instâncias de transcendência, Sé de Viana do Castelo (2015), Modern & Medieval Camuflado, Museu Grão Vasco, Viseu (2015), 9ª Edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, Museu Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante (2013), Moments of Arte, Galeria Gomes Alves, Guimarães (2012) e Coleção Maria José Laranjeiro, Centro Cultural Vila Flôr, Guimarães (2012), De Casa Para Um Mundo. Solar dos Castros — XXI Bienal Internacional de Cerveira, (2020), Diálogos com Amadeo, Museu Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante (2021), Irradiações Vieira — Obras da Coleção Fundação Ilídio Pinho, — Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, Lisboa (2021), The Sovereign Portuguese Art Prize, Palácio das Artes-Porto, SNB-Lisboa (2022).

Diversos textos críticos às suas obras podem ser encontrados em catálogos e na imprensa escrita.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

É historiadora de arte moderna e contemporânea, professora universitária e diretora da cátedra de Humanidades Digitais da Universidade de Genebra. Até 2019, foi conferencista de história da arte contemporânea na École normale supérieure de Paris. Autora de uma trilogia sobre a globalização artística nos séculos XIX e XX: Les avant-gardes artistiques 1848-1918: Une histoire transnationale (2016); Les avant-gardes artistiques 1918-1945: Une histoire transnationale (2017); e Naissance de l’art contemporain 1945-1970: Une histoire mondiale (2021). Coordena vários projetos utilizando ferramentas digitais para compreender melhor a globalização artística e visual, em particular Artl@as e Visual Contagions. Também trabalha na arte algorítmica de um ponto de vista histórico, social e globalizado, bem como na história visual do petróleo.

Livros relacionados
 
 
 
 

Nasceu no dia 21 de Setembro de 1929 em Westcliff-on-Sea, condado de Essex, Inglaterra.

Fez estudos clássicos (grego, latim, cultura clássica) e de filosofia no Balliol College, Universidade de Oxford. Foi Assistente no University College e professor no Bedford College, em Londres. Nomeado professor catedrático de filosofia na Universidade de Cambridge, com apenas 38 anos, foi, de 1979 a 1987, Reitor do King’s College. Em 1989 e 1990 foi professor em Berkeley, na Universidade da Califórnia. A saída de Inglaterra foi justificada pelo próprio como reacção à política universitária do governo de Margareth Thatcher. Regressa a Inglaterra, em 1990, para ocupar uma cátedra de Filosofia Moral, na Universidade de Oxford, onde ensina até à jubilação, em 1996.

Morreu no dia 10 de Julho de 2003, em Roma, vítima de ataque cardíaco.

Livros relacionados
 

Poeta e ensaísta, nasceu em 1954.

Prémio AICA/Fundação Gulbenkian de Crítica de Arte (1983).

Catedrático de Teoria e História da Arte, na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto.

Organizou a colecção de arte portuguesa contemporânea do MEIAC – Museo Extremeño Ibero-Americano de Arte Contemporaneo (Badajoz, Espanha), integrou a Comissão de Compras da Fundação de Serralves (1990-1996) onde organizou diversas exposições. Entre 1997 e 2001, foi Director Artístico da Fundação Cupertino de Miranda onde fundou o Centro de Estudos do Surrealismo e organizou diversas exposições. Membro do Conselho de Administração da Fundação Berardo em representação do Estado (2005-2009).

Organizou, como comissário independente, mais de uma centena de exposições em Museus e Instituições em Portugal e Espanha. Prefaciou mais de cinco centenas de catálogos em Portugal e no estrangeiro.

Dirigiu a colecção «Caminhos da Arte Portuguesa no Século XX» (40 volumes publicados) na Editorial Caminho. Colaborou nas revistas Lapiz, Arte y Parte (Espanha), Artforum e Contemporanea (EUA).

Publicou diversas recolhas de poesia e vários livros de ensaio e em que destaca: Poesia: A Noite, Relógio D'Água, Lisboa, 2006; Negócios em Ítaca, Relógio D'Água, Lisboa, 2012; A Ciência das Sombras, (Poesia 1975-2006), Relógio D’Água, Lisboa, 2018. Ensaio: Imagem da Fotografia, Assírio & Alvim, Lisboa, 1996; Immagine della Fotografia, Jouvence, Roma, 2006, Relógio D’Água, prefácio de António Tabucchi, Lisboa, 2014; O Plano de Imagem, Assírio & Alvim, Lisboa, 1996; As Imagens e as Coisas, Campo das Letras, Porto, 2002; Quatro Movimentos da Pele, Campo das Letras, Porto, 2004; Força de Imagem — O Surrealismo, Campo das Letras, Porto, 2006; Arte Portuguesa no Século XX — Uma História Critica, Coral Books, Porto, 2016; Arte e Infinitude – O Contemporâneo entre a Arkhé e o Tecnológico, Relógio D’Água, Lisboa, 2018.

 

Fotografia de Isabel Lopes Gomes.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Bertílio Martins nasceu em Tavira em 1984, vive e trabalha em Faro.

Em 2011, completou a licenciatura em Artes Visuais pela Universidade do Algarve e posteriormente, em 2016, obteve um mestrado em Comunicação Cultura e Artes pela mesma instituição.

Participou em várias exposições colectivas e individuais desde 2010, tais como: REINVENÇÕES: 100 Anos da Conferência Futurista de Almada Negreiros, São Luís Teatro Municipal, Lisboa, em 2017. “()”, Ermida de N.S. de Guadalupe, Vila do Bispo e “(In)coberto”, Galeria TREM, Faro, em 2016. “(Des)envolvimentos emergentes”, Palácio da Galeria, Tavira; “Cadavre Exquis”, Casa das Artes de Tavira e XVIII Bienal De Cerveira, em 2015. “Réplica”, Casa das Artes de Tavira, em 2013. “É perigoso olhar para dentro”, galeria Trem, Faro e “Homeless Place”, Lisboa, em 2012.

Terra, carne, sangue, experimentação e obsessão, são o mote para executar o seu trabalho.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Nasceu em Sofia, em 1970. Filósofo e escritor, é autor vários livros e de numerosas publicações em diversas línguas. Começou a ensinar na Universidade de Sofia em 1997. É professor de Filosofia na Nova Universidade búlgara (desde 2001) e professor convidado na Universidade de Artes em Berlim (desde 2010) e na Universidade Hollins (desde 2014). Foi vice-presidente do Collège international de philosophie de Paris, onde dirigiu o programa «Métamorphoses de la communauté. Vers une ontologie modale» (2004-2010), e professor no HZT – UdK Berlin (2011-2017). Proferiu numerosas conferências em diversas universidades europeias, americanas e asiáticas, e em instituições culturais. É membro dos conselhos de redacção das revistas Lignes (Paris), Crítica e humanismo (Sofia), Materiali Foucaultiani (Rome/Paris ) e Stasis (São Petersburgo). É membro fundador do grupo artístico e editorial «Metheor». Colaborou — como autor, teórico, dramaturgo, actor ou comissário de exposição — em projectos visuais, de teatro, de cinema e de dança contemporânea. A exigência de novas formas filosóficas, éticas e políticas tem orientado o seu trabalho ao longo dos anos.

 

Fotografia: © Boryana Pandova (2019).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Bruno Domingues da Ponte (1932-2018) nasceu em Ponta Delgada, São Miguel, Açores, mas cedo foi para Lisboa onde frequentou a licenciatura em Económicas, que não concluiu. Posteriormente, licenciou-se e fez o mestrado em Hispanic Studies e a pós-graduação em Linguistics, na Universidade de Edimburgo.

Com interesses culturais multifacetados, durante a sua vida foi editor, galerista, gerente, tradutor, jornalista, professor e escritor.

Colaborou no suplemento de artes e letras do semanário micaelense A Ilha (1952-1956). Em Lisboa, foi redactor do semanário cultural Jornal de Letras e Artes, desde o seu início em 1961, e, posteriormente, foi editor das páginas dedicadas ao teatro.

Foi co-fundador da Editorial Minotauro (1960-1966), que dirigiu. A editora, que publicou obras de invulgar qualidade literária, inovadoras no meio cultural português e de elevado apuro gráfico, seria barbaramente encerrada pela PIDE, que, selando a porta para impedir qualquer funcionário de nela entrar, deixou deliberadamente uma torneira aberta que destruiria todo o stock, obras de arte e documentação contabilística.

Dirigiu a Galeria de Arte Divulgação, que funcionava no mesmo espaço da Minotauro e que, tal como a editora, teria o mesmo fim ditado pela PIDE. Esta Galeria expôs artistas emergentes na época — António Areal, René Bertholo, Lourdes Castro, Rodrigo, Menez, entre muitos outros —, que vieram a distinguir-se no meio artístico português. O pintor e escultor catalão Antoni Tàpies foi outro artista que a Galeria teve também o mérito de expor.

Activista antifascista toda a vida, trabalhou em Londres na International Defence and Aids Fund, uma organização anti-apartheid, fundada em 1956, onde Bruno da Ponte publicou o seu livro The Last to Leave — Portuguese Colonialism in Africa (IDAF, 1974).

Convidado pelo Governo moçambicano de Samora Machel para fundar e dirigir a Escola de Jornalismo em Maputo, apoiada pela UNESCO e destinada a alunos de vários países das ex-colónias portuguesas, aí permaneceu entre 1980 e 1984.

De novo em Lisboa, envolve-se na fundação das Edições Salamandra (1984-2005), que, entre muitos obras de autores de várias nacionalidades, cria a Colecção Garajau — nome de uma ave frequente nas ilhas açorianas — dedicada a autores açorianos e a temas sobre os Açores, criando um importante acervo da variada criatividade açoriana. Onésimo de Almeida designou esta Colecção, com 121 títulos, «A grandiosa ponte de Bruno da Ponte» que tornou «todos os seus editados menos ilhéus» (2005).

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 
 

Lisboa, 16 de Março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, 1 de Junho de 1890. O escritor dominou a segunda geração romântica e pode considerar-se como seu maior representante. Publicou volumes de poesia lírica nos moldes da época; poemetos satíricos mais ou menos pessoais; folhetos e amplos volumes de contundentes polémicas; dedicou-se também à crítica e à história literária, com agudo senso do ridículo e de certos factores biográficos; muito versado em problemas genealógicos, em certas miuçalhas eruditas, bibliográficas e anedotas históricas, deixou também vários volumes de investigação e miscelânea; para o teatro produziu dramas históricos e passionais, e comédias de caracteres; no jornalismo, além de folhetins, poesia e crítica literária, produziu ainda, em vários periódicos, um trabalho vasto e indiferenciado de redacção e direcção; traduziu muito; prefaciou e editou numerosas obras; deixou epistolografia vastíssima. No entanto, o género mais importante da sua obra é a novela e o conto, género em que criou algumas obras-primas e com as quais preencheu o melhor de vários volumes.

Livros relacionados
 

É doutorada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho (2012), professora associada na Universidade Lusófona e investigadora integrada no CICANT — Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias. É diretora do Doutoramento em Comunicação e Ativismos da Universidade Lusófona — Centro Universitário do Porto. As suas áreas de investigação são o género, feminismos, ativismos, interseccionalidade, media e comunicação. Tem publicado em revistas e livros nacionais e internacionais, participado em conferências e projetos de investigação e ação, quer como investigadora quer como consultora. É investigadora principal dos projetos FEMglocal — Movimentos feministas glocais: interações e contradições (PTDC/COM-CSS/4049/2021)e Vozes em Rede: participação de mulheres em processos de desenvolvimento (COFAC/ILIND/ CICANT/1/2021). Integra ainda, como investigadora e consultora, outros projetos de investigação nacionais e internacionais. É coordenadora do grupo de Investigação e Políticas do GAMAG — Global Alliance on Media and Gender e faz parte da direção da APEM — Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres. Integra a Comissão de Ética da ECREA e o Conselho de Opinião da RTP.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Carlos Alberto Brito Ferreira do Amaral nasceu em Lisboa em 1943 por acaso e em Paris em 1963 por necessidade… político-militar. Estudos de comércio em Lisboa, licenciatura de sociologia em Paris e formação artística em parte alguma. Múltiplos empregos com função alimentar entre 1957 e 1979; desenhador de imprensa desde 1980. Publicou desenhos em numerosos títulos franceses, entre os quais La Vie Ouvrière, Les Nouvelles Littéraires, L’Événement du Jeudi, Le Monde Diplomatique, L’Humanité, Citoyens du Monde e alguns portugueses, em 1974/75: República, Sempre Fixe, Diário de Lisboa; colaborou regularmente no diário Le Monde de 1983 a 2011 e no semanário satírico Le Canard Enchaîné de 1987 a 2012. Participou em exposições colectivas em vários países da Europa, das Américas e da Ásia; exposições individuais em França e Portugal; recebeu vários prémios nacionais e internacionais; participou em júris internacionais na Grécia, Portugal, Alemanha, Brasil e Dinamarca. Publicou igualmente alguns livros e participou noutros. Actualmente vice-presidente geral da FECO, Federation of Cartoonists Organizations, que federa uns 2000 desenhadores de cerca de 30 países nos 5 continentes.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Carlos Alberto do Lago Cruz Corais vive em Braga. Licenciado em História pela Universidade do Porto (1980); Curso de Desenho de Modelo sob orientação do Mestre Sá Nogueira, Sociedade Nacional de Belas-Artes, Lisboa (1985-1986); Bachelors in Fine Arts (1989) e Master in Fine Arts (1995) pela Universidade de Massachusetts, Amherst, EUA. Professor de Desenho no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (1996-1998). Doutorado pela Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, com a tese Expressão e Expressividade no Retrato Naturalista do Século XX (2013). Professor da disciplina de Desenho e Movimentos da Arte e Arquitectura Contemporânea (com Prof. Arq. Francisco Ferreira) na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho (1988-2014). Director do Museu Nogueira da Silva/UM, Braga (2006-2014). Expõe desde 1990.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 

(Lisboa, 1980) é professor e investigador de cinema, integrado no Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR), da Escola das Artes (EA) da Universidade Católica Portuguesa — Porto. Desde 2019 que integra como programador o comité de selecção de longas metragens do festival IndieLisboa. É crítico de cinema e membro fundador do site de cinefilia À pala de Walsh. É licenciado em Cinema e em Direito, e doutorado em Ciências da Comunicação com uma tese sobre Educação para o Cinema, tendo colaborado ao longo dos anos em rios projectos internacionais nessa área (CinEd; Shortcut; Moving Cinema), coordenados em Portugal pela associação Os Filhos de Lumière. É autor de vários cadernos pedagógicos, nomeadamente sobre filmes de Pedro Costa, Manoel de Oliveira ou João Salaviza. É vice-presidente da AIM — Associação de Investigadores da Imagem em Movimento.

Livros relacionados
 
 

Nasceu em Guimarães, em 1951.

Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu durante alguns anos a advocacia, que abandonou para se dedicar à docência e à escrita. Tem colaboração dispersa por numerosas publicações e revistas literárias.

Tem publicados os seguintes livros: O Número Perfeito (edição do autor, Guimarães, 1987) O Invisível Simples (Limiar, Porto, 1988); Rotações [com António Ramos Rosa e Agripina Costa Marques] (Cadernos Solares, Lisboa, 1991); Três Ritos (Pedra Formosa, Guimarães, 1993); Movimento e Repouso (Pedra Formosa, Guimarães, 1994); Sinais [edição bilingue portuguesa-finlandesa, com fotografias de Markku Niemenlehto] (edição de autor, Guimarães, 1998); A Nuvem (Pedra Formosa, Guimarães, 2000); Coração Alcantilado (Opera Omnia, Guimarães, 2007); Arte Nenhuma (Opera Omnia, Guimarães, 2012).

 

 

 

 

 

 

 

Nasceu em Guimarães em 1951. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, tendo exercido advocacia até 1985. Professor do ensino secundário, vivendo na sai cidade natal, onde publicou o seu primeiro livro, em 1987.

Livros relacionados
 

Carlos Relvas (1838-1894) nasceu na Golegã, filho de um abastado proprietário rural. Educado por professores particulares, aprendeu ciências e línguas, com destaque para o francês. No entanto, depressa se deixa atrair pelas actividades ao ar livre, distinguindo-se de igual modo no tiro de pistola e carabina, como jogador de pau, florete e sabre, ou na equitação. Homem eclético, Carlos Relvas interessou-se sobretudo pela fotografia, produzindo uma obra de grande envergadura, onde se destaca também a magnífica casa-estúdio que construiu no jardim da sua residência do Outeiro. Mas além de fotógrafo, foi ainda político e lavrador, criador de cavalos e cavaleiro, inventor, e até músico. À frente das propriedades da família, Relvas mostra-se um agricultor influente, sector onde introduziu máquinas e processos de produção pioneiros. Monarca convicto, figura de fidalgo da época, Carlos Relvas vive no coração das suas terras, impondo-se pela fortuna, talento e carisma. Criador de gado e produtor de azeite, mel e vinho, Relvas exporta os seus produtos e é distinguido em várias exposições internacionais do sector. Com uma curiosidade insaciável e uma absoluta necessidade de inventar e descobrir, Relvas coloca esta sua faceta principalmente ao serviço da fotografia. Mas alarga-a a outras áreas. É assim que concebe e constrói um bote salva-vidas revolucionário, que tinha a particularidade de voltar à posição inicial sempre que se virava.

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

Nasceu em 1981, em Portugal, e reside em Londres. É curadora, ensaísta e investigadora.

Atualmente, é doutoranda no PhD Curatorial/Knowledge (Departamento Visual Cultures), do Goldsmiths College, da Universidade de Londres. Até iniciar o doutoramento esteve a lecionar na ESAD|CR na Licenciatura de Design e no Mestrado de Gestão Cultural, e na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto no Mestrado de Artes e Design em Espaço Público tendo também co-orientado dissertação de mestrado. Licenciou-se em História – variante História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 2003 e terminou o seu mestrado em Estudos Curatoriais pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa em 2009. No ano lectivo de 2010/2011 foi selecionada pelo programa CuratorLab para desenvolver um trabalho de investigação sobre praticas curatoriais (Universidade Konstfack, Estocolmo, Suécia). Esta investigação contou com a orientação da curadora Maria Lind. Colaborou, também, como curadora assistente de Claire Doherty na Situations, programa de curadoria da Universidade West of England, Bristol em 2009. Entre outros projectos curatoriais, em 2011 foi curadora da quarta edição do Junho das Artes, em Óbidos; em 2010 foi curadora da exposição «o mundo visto da terra, aqui à volta de casa*» no Museu Bernardo; e em 2008 realizou o Projecto Criação Artística no Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Tem escrito artigos de opinião em revistas da especialidade, textos para catálogos e realizado conferências abordando as temáticas que têm sido alvo da sua investigação.

Livros relacionados
 

Nasceu em Concepción, Chile, em 1970.

É licenciada em Artes e ex-advogada. Em 2003 foi seleccionada em Le Fresnoy, França, para um programa de residência que apostava no cruzamento entre arte contemporânea e cinema. Saquel utiliza a imagem em movimento para alterar a percepção da temporalidade de assuntos aparentemente banais e sem importância. Os gestos corporais, a história da pintura e os seus géneros, a observação da natureza despojada da presença humana, referências cinematográficas e documentais são alguns dos pontos de partida da sua obra em vídeo. A fotografia, a serigrafia e outros procedimentos gráficos acompanham também a sua reflexão sobre a imagem em movimento. O seu trabalho tem sido apresentado em exposições individuais e colectivas, em festivais de cinema e videoarte, entre os quais, Espai 13, na Fundación Joan Miró, em Barcelona; na Kadist Art Foundation, Paris; no Harbourfront Centre, Toronto, Canadá; no Musée d’Art Moderne et Contemporain de Strasbourg; Grand Palais, Paris; Espace Culturel Louis Vuitton, Paris; Bloomberg Space, Londres; Württembergischer Kunstverein Stuugart.

Vive e trabalha em Paris desde 2005.

Livros relacionados
 

Concluiu a licenciatura em História da Arte, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 2000. Em 2008 concluiu o mestrado em Museologia e Património, nesta mesma instituição. Desenvolveu competências nas áreas científicas da investigação em história da arte em contexto museológico através de actividades relacionadas com a documentação ou estudo das colecções (sobretudo na sua inventariação e catalogação) e exposição. Esta investigação desenvolveu-se em função da edição do Catálogo Raisonné de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), sendo ainda autora da Fotobiografia do artista (Volume I do Catálogo Raisonné, editado em Dezembro de 2007). Entre 2004-2006 realizou a investigação preparatória da exposição Amadeo de Souza-Cardoso Diálogo de Vanguardas, assumindo as funções de comissária-adjunta e coordenadora editorial do catálogo da referida exposição (coordenação partilhada com Helena de Freitas). Integrou a equipa científica do volume II do Catálogo Raisonné de pintura de Amadeo de Souza-Cardoso. Actualmente trabalha na Casa das Histórias Paula Rego.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa, em 1972.

Historiadora da arte. Trabalha no âmbito da arte contemporânea, através de projectos curatoriais, edições, inventariação e organização de espólios artísticos, seminários, cinema documental, membro de júris, entre outros. Doutorada em História da Arte – Teoria da Arte em 2015 pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, mediante bolsa de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Investigadora, desde 2006, do Instituto de História da Arte (FCSH-UNL). Desenvolve, desde 2014, investigação curatorial para a Colecção do Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves. Integrou, entre 1995-2006, o Serviço de Exposições da Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea (Almada), onde desenvolveu projectos de investigação e colaborou e/ou foi responsável pela coordenação de exposições e respectivos catálogos. Co-autora do filme documentário sobre o escultor Alberto Carneiro, Dificilmente o que habita perto da origem abandona o lugar (2008, produção Laranja Azul). Autora de livros e catálogos de exposição e de ensaios para catálogos de exposição, actas de congressos e imprensa. Prémio José de Figueiredo [ex-aequo], Academia Nacional de Belas Artes, 2008, com o livro Alberto Carneiro, os primeiros anos, 1963-1975 (2007). É membro da Associação Portuguesa dos Historiadores da Arte, da Associação Internacional de Críticos de Arte Portugal e da International Association of the Word and Image Studies.

 

[Fotografia de Luísa Saldanha]

Livros relacionados
 

É professora auxiliar do Departamento de Sociologia da Universidade da Beira Interior (UBI) e investigadora do CIES-IUL (Centro de Pesquisa e Estudos em Sociologia). Atualmente é presidente do Departamento de Sociologia da UBI. Os seus interesses da pesquisa são género e cidadania; mobilidades, transportes,e desigualdades; trabalho e organizações. O seu doutoramento analisou as áreas metropolitanas portuguesas utilizando o paradigma das mobilidades. Está particularmente interessada na relação entre mobilidades rurais e transfronteiriças e o desenvolvimento local. É presidente da Comissão de Igualdade da UBI (CI-UBI) pelo que trabalha as temáticas do género, ensino superior e investigação numa abordagem de investigação-ação ao mesmo tempo que se dedica ativamente a atividades de gestão de mudanças organizacionais e de intervenção social na comunidade local.

Livros relacionados
 

É um dos mais notórios cartoonistas da sua geração no Brasil.

Natural de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, iniciou a sua carreira como ilustrador e caricaturista aos 15 anos, no jornal Diário de Minas (DM), em 1988, num projeto editorial arrojado e revolucionário para os padrões gráficos e editoriais da época. Trabalhou e adquiriu experiência no ambiente frenético da redação, que tinha na coordenação dois visionários jornalistas: Sulamita Esteliam e Sebastião Martins, que valorizavam a produção de conteúdo sempre acompanhada por muitas ilustrações ao longo das páginas nas edições diárias.

Desde criança já sabia que queria ser desenhista, inspirado na genialidade do mestre Ziraldo e, mais tarde, no talento dos irmãos Paulo e Chico Caruso, que o ajudaram a abrir portas, e permitiram que a sua arte ultrapassasse importantes fronteiras na grande imprensa brasileira.

Porém, movido pelo ímpeto de se descobrir e se aprimorar na profissão, ingressou, em 1991, no curso de Educação Artística da Escola Guignard – Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). Foi neste período, aos 19 anos, que ele também se afirmou como artista plástico, sem se afastar da grande paixão pelas artes gráficas e, principalmente, pelo exercício diário de desenhar caricaturas.

Mas inquieto que sempre fora, perseguiu novas lições sobre o uso de texturas no desenho e afastou-se do formato convencional da escola académica de arte.

Criou laços intuitivos com o autodidatismo e orientou-se em pesquisas e na profunda admiração pelos trabalhos dos artistas gráficos: Hermegildo Sábat, Carlos Nine, Luis Trimano, Cássio Loredano, Mario Vale, Henfil, Angeli, Ralph Steadman, Robert Crumb e Brad Holland. E isso foi definitivo para causar um sobressalto criativo na sua abordagem artística.

Cau também domina várias técnicas nas artes plásticas e pintura, e é a meio dos estudos no uso das tintas que ele mais se realiza ao se reciclar nas obras dos grandes mestres e pintores que ele mais admira: Rubens, Goya, Rembrandt, Picasso, Magritte, Toulouse-Lautrec, George Grosz, Candido Portinari, Anita Malfatti e Jean-Michel Basquiat.

Desde 1993, Cau adotou Salvador, a capital da Bahia, para viver e trabalhar em estúdio próprio nas suas produções. Colaborou por mais de três décadas nos importantes veículos impressos de comunicação do Brasil, tendo publicado os seus trabalhos em destacados jornais e revistas: O Estado de São Paulo (Estadão), Jornal do Brasil, Hoje em Dia, Cometa Itabirano, Pasquim 21, Playboy, Palavra, Gráfica Magazine, Veja e Piauí. O impacto positivo dos seus trabalhos na imprensa baiana levaram-no a receber, no ano de 2009, na Câmara de Vereadores, o título de Cidadão Honorário da Cidade de Salvador, em reconhecimento da sua atuação no jornalismo baiano, principalmente através dos desenhos de humor político publicados diariamente nas páginas de opinião editorial, no jornal A Tarde por dezasseis anos.

Em 2020, ele completa 32 anos de carreira e, no seu currículo, possui mais de sessenta grandes prémios nacionais e internacionais, além de inúmeras menções honrosas.

Participou em várias exposições e júris, incluindo a curadoria do 8º RIDEP (Rencontres Internationales du Dessin de Presse) – França, em 2007.

Ministrou oficinas, workshops e palestras em países como Colômbia, Cuba, França e Portugal.

O seu talento é reconhecido internacionalmente, e, a cada dia, o artista tem vindo a surpreender em diversas áreas do humor gráfico, com propostas novas de cartoons, caricaturas, charges, ilustrações, pinturas em telas e painéis, banda desenhada, animação, desenhos, criação de marcas e projetos gráficos, entre outras.

Atualmente, é freelancer e publica regularmente nos jornais: A Tarde, em Salvador; Le Monde Diplomatique-Brasil, em São Paulo; e Courrier International, em Paris. Entre os livros que ilustrou, destacam-se: o álbum de banda desenhada/HQ Billy Jackson (2013), pela RV Cultura e Arte Editora; O Dia em que os Gatos Aprenderam a Tocar Jazz (2012); Dias de Tempestade (2013); e E Eu, Só uma Pedra (2016) – todos pela Companhia Editora de Pernambuco (CEPE). No final de 2019, concluiu as ilustrações para o livro infantojuvenil ATchim!, da mesma editora.

É também coautor e ilustrador do livro Pastinha, o Menino que Virou Mestre de Capoeira – único livro baiano infantojuvenil a ser finalista do Prémio Jabuti, em 2012, publicado pela Solisluna Editora.

Livros relacionados
 

Cécile Bertrand é uma das raras mulheres, senão a única, que alguma vez ocupou o lugar de caricaturista editorial num diário francófono.

Nascida em Liège, Bélgica, inicia-se na ilustração para crianças depois dos estudos em arte que fez na escola Saint-Luc. É também pintora e escultora. Desde 1981 que faz as ilustrações de numerosos livros para a juventude. Em 1989 começou uma carreira de caricaturista e adquiriu rapidamente notoriedade graças ao seu estilo característico, redondo, cheio e, ao mesmo tempo, marcado pela sensibilidade. O seu traço simples e divertido veicula um discurso poderoso e eficaz, usando com abundância metáforas visuais, com textos curtos e incisivos. As suas colaborações mais conhecidas são em Vif / L’Express, Plus Magazine e Axelle, uma revista da vida feminina onde ela aborda as questões de um ponto de vista mais feminista. Em 2003, publica a primeira recolha dos seus desenhos de imprensa, Les femmes et les enfants d’abord («As mulheres e as crianças em primeiro lugar»). Desde 2005, é caricaturista editorialista no diário La Libre Belgique com a sua série Os Piolhos. Em 2007 publicou uma coletânea das suas caricaturas Les Poux. Expõe também com regularidade as suas obras plásticas. É membro do Cartooning for peace / Desenhos para a paz. Recebeu por duas vezes o Grand Prix PCB (Press Cartoon Belgium) em 2007 e 2011. [Extrato do livro de Mira Falardeau Femmes et Humour («Mulheres e Humor), edições Hermann, 2014]

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Investigadora Principal da Universidade de Lisboa e do Centro de Biologia Ambiental (CBA). Especialista em Briologia, desenvolvendo investigação sobre a Brioflora de Portugal, Espanha, Ilhas da Madeira e Açores, abrangendo estudos florísticos, taxonómicos e ecológicos de floras tropicais. Desenvolveu as primeiras abordagens sobre a diversidade biológica de briófitos e outros organismos, assim como, a primeira Lista Vermelha dos Briófitos Ibéricos e de Portugal. Colaborou na avaliação da biodiversidade e na obtenção de padrões de distribuição e modelação de ocorrência de briófitos em todo o país, baseados em análises informáticas e de GIS. Simultaneamente, desenvolve Investigação Aplicada (impactos ambientais e alterações de clima), biomonitorização da qualidade ambiental, de poluição atmosférica e aquática, em estudos de Impacto Ambiental e na quantificação de metais pesados no ambiente, alguns ligados à saúde.

Publicou cerca de 420 títulos quer em revistas nacionais, quer internacionais. Destas publicações 26 correspondem a livros ou capítulos de livros, em que foi autora, co-autora ou colaboradora.
Livros relacionados
 
 
 

Licenciado em Biologia Vegetal Aplicada e Doutorado em Ecologia pela Universidade de Lisboa. Pós Doutoramento em Ecossistemas Tropicais. Desde 1996 desenvolve estudos em ecologia e taxonomia de briófitos em Portugal. O objetivo principal de sua tese de doutoramento foi contribuir para o conhecimento das comunidades de briófitos epífitos dos carvalhais da Rede Natura 2000. Neste momento colabora com a UICN na conservação das espécies e trabalha em modelação ecológica, tentando perceber o efeito das alterações climáticas nos diferentes taxa. Desde 2007 trabalha também na caracterização das comunidades briofíticas do Arquipélago de São Tomé e Príncipe. É responsável por cerca de 15.000 espécimes georreferenciados de briófitos alojados no herbário do Museu Nacional de História Natural e da Ciência-Universidade de Lisboa.

Livros relacionados
 
 

Nasceu em Lausanne no dia 24 de Setembro de 1878.

Licenciado em letras clássicas pela Universidade de Lausanne, foi professor e preceptor. Era um solitário e, como nos diz Aníbal Fernandes na Apresentação de Derborence, «arrastava-se, entediado, por estas ocupações, sentindo que só havia em si um escritor literário». Viveu entre Paris e a sua terra natal. Em 1914, com o início da Grande Guerra, regressou à Suíça, onde continuou a dedicar-se à escrita. A sua obra trata essencialmente da relação Homem-Natureza e da impotência dos humanos relativamente às forças naturais. A sua escrita dividiu e extremou opiniões, acabando por ser reconhecida de forma mais generalizada e consensual. Entre os seus defensores, encontramos Cocteau, Rolland, Céline, Claudel.

Morreu em Lausanne no dia 23 de Maio de 1947.

Livros relacionados
 
 

Chen Cun é o pseudónimo de Yang Yihua, escritor de etnia Hui nascido em Xangai no ano de 1954. O seu nome literário é homónimo de uma aldeia na província de Anhui, para onde o autor foi enviado quando tinha 17 anos, durante o movimento zhiqing em plena Revolução Cultural. Foi nessa altura que começou a escrever. Em 1975, devido a problemas de saúde, regressou a Xangai, onde trabalhou numa fábrica e depois concluiu os estudos em educação política, apesar dos seus interesses em história e literatura. Em 1983 deixou a ocupação de professor para se dedicar inteiramente à escrita. Desde então, publicou vários romances e antologias de contos com foco nas experiências da geração zhiqing e em estilo avant-garde, vários deles reconhecidos com importantes prémios literários na China. Nas últimas décadas, Chen Cun tem promovido a literatura de internet, criando e gerindo plataformas digitais para uma criação literária mais livre, experimental e acessível. O conto que integra esta antologia é a primeira obra do autor traduzida para português.

Livros relacionados
 

É Professor de Filosofia alemã na Université Lille 3, membro do laboratório Savoirs, Textes, Langage (CNRS, Lille3, Lille1) e membro associado do Centre d’herméneutique phénoménologique (Université Paris-Sorbonne). Entre outros títulos, é autor de Au détour du sens. Perspectives d’une philosophie herméneutique (Paris, 2007), Qu’est-ce qu’une conception du monde? (Paris, 2006), La Philosophie de Schleiermacher. Herméneutique, dialectique, éthique (Paris, 1995). Tradutor de filosofia alemã (Feuerbach, Cassirer, Manfred Frank, Josef Simon…), editou, traduziu e apresentou numerosos textos de Schleiermacher, entre os quais a Ética (Paris, 2003) e a Hermenêutica (Paris-Lille, 1989), e, em colaboração, a Estética (Paris, 2004), a Dialéctica (Paris, 1997) e os Diferentes métodos do traduzir (Paris, 1999). Os seus principais domínios de investigação são a história da filosofia alemã e a questão da hermenêutica, quer na sua relação com a história, quer nas suas dimensões contemporâneas.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nascido em 1972, na Cidade do México, começou a publicar profissionalmente no El Universal (1989-1994). Colaborou também no El Economista (1994-1998), no La Jornada e no Reforma, no qual publica sem interrupção desde 1998.

Entre os prémios que ganhou destacam-se: Prémio de Desempenho Juvenil (México, 1995); Prémio Nacional de Jornalismo José Pagés Llergo (México, 1997); 2.º Prémio de Cartoon Editorial no World Press Cartoon (Sintra, Portugal, 2007); Prémio Tomy, na XVIII Bienal de Humorismo Gráfico (San Antonio de los Baños, Cuba, 2013); 1.º Prémio de Caricatura Pessoal Joaquín Sabina (Havana, Cuba); 1.º Prémio de Humor Gráfico em Gallarate (Itália, 2016); Prémio «A la Inventividad» por ilustrações da BD Diario de un esquizofrénico (SKC, Belgrado, 2017); 1.º Prémio na Categoria Profissional, na «Francofonía por la Libertad de Prensa» (França, México, 2020).

É membro do Sistema Nacional de Creadores de Arte (FONCA, Narrativa Gráfica), (México, 2017).

Doou à Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM) mais de seis mil caricaturas correspondentes a trinta anos de trabalho como caricaturista editorial (México, 2022).

Em 2008 publicou o livro Editorial Cartoon Ark (Grécia, 2013).

Livros relacionados
 

Nasceu em Belo Horizonte, Brasil, em 1974.

Graduada em Belas Artes na Universidade Federal de Minas Gerais (1997-1999). O seu trabalho tem circulado em importantes exposições como as Bienais de Havana (2006) e de Lyon (2007); a Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2013 e 2014); a Bienal de Istambul (2013) e a Bienal de Sharjah (2013 e 2015).

Das suas exposições contam-se Panorama da Arte Brasileira, São Paulo e Madrid (2007- -2008); To come to, Sprovieri Gallery, Londres (2009); Bienal de São Paulo, Brasil (2010); Zero de Conduta, Galeria Vermelho, São Paulo (2011); No Lone Zone, Tate Modern, Londres (2012); Triennial of New Museum, Nova Iorque (2012); Sala de Arte Publico Siqueiros, Cidade do México (2012); Dundee Contemporary Art, Escócia (2012); Secession, Viena (2014); Em-entre-paraperante, Silvia Cintra + Box4, Rio de Janeiro (2015); Duplex Gallery, PS1, Nova Iorque (2016).

Em 2017 ocupou o Pavilhão Brasileiro na 57.ª Bienal de Veneza e em 2018 desenvolveu a exposição individual The Family in Disorder: Truth or Dare no Modern Art Museum, Oxford. Foi vencedora de prémios como o International Prize for Performance, Trento (2006); o Annual TrAIN Artist in Residency award at Gasworks, Londres (2009); e The Future Generation Art Prize, Kiev (2010). Recebeu uma Menção Honrosa na 57.ª Bienal de Veneza (2017).

Actualmente vive e trabalha em São Paulo.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Claire de Santa Coloma (*1983, Buenos Aires) vive e trabalha em Lisboa. Estudou escultura de talha direta nos Ateliers Beaux Arts de la Ville de Paris. Simultaneamente, obteve o mestrado de investigação em Artes Plásticas na Universidade La Sorbonne, Paris. Entre 2007 e 2009 foi artista residente na Casa de Velázquez, em Madrid, e frequentou o programa de Estudos Independentes da Maumaus, emLisboa (2009-2010). Entre as suas exposições recentes destacam-se: «Modo de Uso», 3+1 Arte Contemporânea, Lisboa (2020); «Chuva», Appleton – Associação Cultural, Lisboa (2018). A sua obra é representada em coleções públicas e privadas.

 

Claire de Santa Coloma (*1983, Buenos Aires) lives and works in Lisbon. Santa Coloma studied direct carving sculpture at Ateliers Beaux Arts de la Ville de Paris. At the same time, she obtained a ma in Visual Arts Research at La Sorbonne, Paris. Between 2007 and 2009 she was artist in residence at Casa de Velázquez, Madrid and attended the Independent Studies programme at Maumaus in Lisbon (2009-2010). Recent exhibitions include: “Modo de Uso”, 3+1 Arte Contemporânea, Lisbon (2020) and “Chuva”, Appleton – Associação Cultural, Lisbon (2018). Her work is represented in numerous public and private collections.

Livros relacionados
 

Coordenadora do projecto Falso Movimento — Estudos sobre escrita e cinema, é professora auxiliar no Departamento de Literaturas Românicas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e investigadora do Centro de Estudos Comparatistas da mesma instituição. Desenvolve o seu trabalho nas áreas da Literatura Brasileira, da Literatura Comparada e dos Estudos Interartes. O seu livro A Forma do Meio. Livro e Narração na Obra de João Guimarães Rosa foi publicado em 2011 pela Unicamp (Brasil). No âmbito do projecto editou com José Bértolo A Escrita do Cinema: Ensaios (Documenta, 2015), com Tom Conley Falso Movimento: Ensaios sobre escrita e cinema (Cotovia, 2016) e, com Francisco Frazão e Susana Nascimento Duarte, uma antologia da crítica de Serge Daney (O Cinema que faz escrever: textos críticos, Angelus Novus, 2015).

Livros relacionados
 

Arquitecta de formação, divide o seu trabalho actual entre a escrita e a realização cinematográfica, entre a ficção e os documentários. Nascida no Porto em 1970, estudou arquitectura nessa cidade e cinema em Lisboa e Barcelona. Licenciou-se em arquitectura na FAUP em 1995. Publicou o seu primeiro livro de contos, O Caderno Negro, em 2003, na Editora Tinta Permanente, e o segundo, A Fábrica da Noite, na Editora Ulisseia, em 2010. A sua peça Londres foi vencedora do Grande Prémio de Teatro SPA/Teatro Aberto 2011, e editada pela Imprensa Nacional – Casa da Moeda. Publicou o seu primeiro romance, A Casa Azul, em 2014. Concluiu o curso de Escrita de Argumentos para Longas-metragens da Gulbenkian, com a London Film School, em 2006. Terminou o curso de cinema na Restart, em 2007. Os seus contos foram editados em Portugal, Espanha e Itália. Realizou quatro curtas metragens e um documentário. Foi responsável pelos argumentos, storyboards, realização, direcção de arte, montagem e (na maioria dos casos) produção dos seus próprios filmes. Estes já foram exibidos em Portugal, no Brasil, no Uruguai, na Índia, em Cuba e em Itália, tendo sido premiados em diversos festivais.

Livros relacionados
 

Jornalista, crítica de dança e escritora, nasceu em Lisboa, em 1972.

Escreve sobre artes performartivas em geral e dança em particular para jornais desde 1994, em publicações como BLITZ, O Independente, Jornal de Letras, NetParque – portal de cultura do Parque das Nações, Dance Europe, Mouvement, Visão, entre outros. Escreve sobre artes performativas para o semanário Expresso desde 2005.

Foi editora do magazine sobre artes performativas «Palcos AGORA» (2015 na RTP2). Foi editora do suplemento semanal «Artes de Palco», do programa «Magazine», da 2: da RTP (de 2004 a 2006), e editora do magazine cultural «AGORA», também da RTP2 (2012-2014). Escreveu sobre artes e cultura, nomeadamente dança, para jornais como O Independente, Diário Económico, O Público ou Jornal de Letras. Entre 2001 e 2003, teve um programa semanal de entrevistas na rádio Voxx, intitulado «À Conversa sobre Artes» e fez crítica de livros para a revista semanal TimeOut Lisboa.

Estreou-se na área da ficção em 2001, com Sensualistas, o primeiro livro da Trilogia Rock, ao qual se sucedeu Conto de Verão, em 2002 (livro seleccionado pelo Instituto Português do Livro e da Biblioteca para ser promovido na Feira do Livro de Frankfurt do ano seguinte), e O Tempo das Cerejas (2007), todos pela editora Oficina do Livro. Tem diversos contos publicados em colectâneas em Portugal e no estrangeiro, e textos sobre teatro e dança em publicações estrangeiras, alguns apresentados em conferências internacionais.

Fez documentação de seminários, festivais e programas de experimentação e residência artística, como o Colina – Colaboration In Arts, de Rui Horta (que aconteceu no Convento da Saudação, O Espaço do Tempo, em 2003 e 2004), TryAngle – Performing Arts Research Laboratories (2012, projecto europeu liderado por O Espaço do Tempo, de Rui Horta) ou o MOV-S (espaço de intercâmbio internacional de dança e das artes do movimento espanhol, com carácter itinerante, em Barcelona, 2007, Galiza, 2009, e Madrid, 2011), a título de exemplo… Foi, entre 2005 e 2006, observadora/consultora da rede Íris (rede de programadores de Itália, França, Espanha e Portugal).

Foi consultora da colecção de livros «Dança e Pensamento» editada a partir de 2009 em Espanha, traduzida para galego, castelhano e catalão, resultante da colaboração entre o Mercat de les Flors (Barcelona), o Centro Coreográfico Galego (Galiza) e a Universidade de Alcalá (Madrid). No âmbito desta, publicou em 2009 o ensaio «Unidades de sensação» na colectânea «Arquitecturas do olhar». Ainda nesta área, publicou o livro Corpo de Cordas – 10 anos de Companhia Paulo Ribeiro, uma história biográfica de uma vida ligada à dança, pela Assírio & Alvim (Fevereiro de 2006) e o ensaio biográfico Pina Bausch – Sentir Mais, pela D. Quixote (2010), “There is nothing that is beyond yoyr imagination” (2015, no âmbito da rede europeia “Imagine 2020 – Art and Climate Change”, que reúne 10 teatros europeus, liderada pelo Kaaitheater, em Bruxelas), “15 anos do Espaço do Tempo” (2016, Centro Coreográfico de Montemor-o-Novo, de Rui Horta). Foi a escritora principal do livro TryAngle – Performing Arts Research Laboratories (2013). A publicação constou do resultado do programa europeu com o mesmo nome, residências artísticas experimentais que aconteceram em três cidades da Europa: O Espaço do Tempo (Centro Coreográfico de Montemor-o-Novo, de Rui Horta, líder do projecto), Les Bernardines (em Marselha, França) e Tanzhaus nrw (em Düsseldorf, Alemanha). Claudia Galhós foi «scribe» (documentadora diária) dos três laboratórios.

Integrou diversos júris, de prémios e de concursos de subsídios a artistas, da dança e do teatro, no contexto do Ministério da Cultura português e também no estrangeiro, foi o elemento independente ao mesmo MC da Comissão de Acompanhamento e Avaliação das estruturas com contratos-programa plurianuais de Lisboa e Vale do Tejo e da região Centro, para as áreas da dança e transdisciplinares, entre 2010 e 2012.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

[…] tinha-lhe sido dado o nome Honoré Gabriel Riqueti de Mirabeau [9/3/1749 – 2/4/1791); era o primogénito de Victor Riqueti, economista e marquês de Mirabeau. E quando a criada de quarto de Marie-Geneviève de Vassan lhe entregou depois do parto o filho acabado de nascer, mostrou-se muito prudente com esta frase:

— Não vos assusteis, senhora.

Mostrava-lhe e encaixava-lhe nos braços uma criança de grande cabeça, tomada nos seus primeiros anos de vida por um sintoma de hidrocefalia. À fealdade fisionómica (que Victor Hugo, no seu Étude sur Mirabeau veio a definir como «grandiosa e fulgurante», secundada pelo «pé torto, dois grandes dentes e a enorme cabeça»), acrescentemos-lhe as marcas da varíola que desde os três anos de idade maus enfeites lhe deixaram na pele do rosto. É do seu pai a crueldade deste fraternal aviso: «Aí vai um sobrinho vosso, tão feio como o de Satanás.» (Má sorte física, que bem pouco encontramos na benevolente visão dos seus retratistas.)

Se o velho marquês quis ver o seu filho protegido pelas dignidades de uma honrosa carreira militar, bem cedo ele se mostrou com uma rebeldia que a tudo opôs vultuosas dívidas não pagas, devassidões e escândalos. Logo aos dezoito anos de idade entrou no seu currículo bélico uma guerra na Córsega; e, coisa curiosa a provar-nos que a sorte nos amores pouco se atém às belezas do físico: conquistou uma amiga íntima do coronel do seu regimento. A ira paterna — trovejante e digna de um marquês de romance — levou-o a pedir, e a conseguir para o seu filho, um encarceramento punitivo na ilha de Ré.

[…]

Nos seus nove meses de Amsterdão, o jovem conde de Mirabeau foi escritor e tradutor de textos ingleses assinados com o pseudónimo Saint-Mathieu. Mas a Justiça do seu país, incitada pelas diligências do marido atraiçoado, não foi lenta; a sua aventura foi juridicamente sentida como sedução de mulher casada e rapto, aquilo que a França punia com leis que condenavam à morte e ao gume da guilhotina. Houve em Maio de 1777 um pedido de extradição e a consequente entrega dos dois fugitivos a uma escolta policial; Mirabeau foi parar às masmorras de Vincennes; Sophie, grávida, foi acabar a sua gestação numa casa de saúde de Paris, e depois do parto expedida para Gien, onde tinha à sua espera uma decente reclusão no convento das irmãs de Santa Clara. Durante cinco anos, Sophie fez uma vida retirada, que só teve fim com a morte do seu velho marido; durante três anos e a poucas celas de distância do marquês de Sade, o conde de Mirabeau matou o tédio a escrever; e escreveu muito, e investigou muito; tudo o que lhe foi necessário para as suas ficções mais celebradas e pôr em livro as curiosas erudições da Erotika Biblion.

[…]

Quando morreu, a 2 de Abril de 1791, pôde encontrar-se como justificação um copo de vinho, delicioso mas envenenado. O seu funeral enfeitou-se com honras ditadas por Luís XVI (que só teria por mais um ano a cabeça presa ao pescoço), e o seu corpo foi transportado com grandes pompas para o Panteão; mas foi alguns meses depois encontrado o dito «armário de ferro» no palácio das Tulherias, com documentos que mostravam as suas relações com o rei e a rainha de Versalhes; a excitada correria de um povo que já executava os actos violentos da sua revolução, encaminhou-se para a sua sepultura; violou-a, despedaçou-a, e lançou-lhe os restos aos esgotos de Paris.

[Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 
 
 

Cristina Maria dos Santos Conceição é doutorada em Ciências Agrárias na Universidade de Évora, é Professora associada no Departamento de Zootecnia, da Escola de Ciência e Tecnologia da Universidade de Évora, investigadora do MED, MED – Instituto Mediterrâneo de Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, Universidade de Évora. As suas áreas de ensino e investigação inserem-se nas áreas dos sistemas integrados de produção animal, sistemas de produção e transformação de leite de grandes e pequenos ruminantes de uma forma sustentável, numa óptica de economia circular, valorização dos recursos, avaliação sensorial dos produtos agroalimentares e intenção de compra e requisitos de especificidade dos consumidores. Coordenadora Institucional de vários projectos de investigação, e membro da equipa de outros, é autora ou co-autora de vários capítulos de livros e artigos científicos em periódicos internacionais indexados. Orientou e orienta estágios em contexto empresarial, alunos de mestrado e alunos de doutoramento.

Livros relacionados
 

Vive e trabalha em Lisboa.

Artista, doutorada em Arte Contemporânea pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra (2021-2011), mestre em Filosofia, na área de Estética pela Universidade Nova de Lisboa (2010-2008), frequentou o Plano de Estudos Completo em Desenho e o Curso Avançado de Artes Plásticas pelo Ar.Co, Lisboa (2000/1994).

Em 2019 iniciou o projecto editorial, «Conversa em torno do desenho com Cristina Robalo», em parceria com a Documenta.

Tem publicado inúmeros artigos no âmbito académico e textos de prosa desenhada — «Nada voltará a ser como antes: Giuditta e Oloferne», Homeless monalisa, Colégio das Artes, Universidade de Coimbra (2020) e «do escuro: Madonna dei palafrenieri», Skhema — Revista Interartes, Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa (2021).

Mantém actividade artística, destacando-se as exposições: No avesso da transparência, águas livres 8, Lisboa (2019); Icthus salso, na Giefarte, Lisboa (2011) e Desenho Incerto — Cinco leituras do espaço, Galeria do Colégio das Artes, Coimbra (2020).

Representada na colecção da Culturgest, Fundação Benetton, Banco Espírito Santo, Fundação Carmona e Costa e Colecção Giefarte. Foi bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e no âmbito da produção artística/teórica obteve o apoio da Dgartes, Fundação Carmona e Costa, Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto de Arte Contemporânea.

Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa.

Tem o curso de Pintura da ESBAL.

O seu trabalho tem-se repartido entre cartoon, ilustração, animação e multimédia. Principais publicações onde colabora ou colaborou: Público, Expresso, Independente, África 21, Combate, Courrier International, New York Times, Wall Street Journal, Washington Post, Puls Biznesu, Kleine Zeitung, Die Presse.

Principais exposições: O Desenho dos Dias, Bedeteca de Lisboa 2001; Na Ponta da Linha, Cartoon Xira 2003; Ilustrace Cristiny Sampaiové, Praga 2007; Combate Ilustrações 88/89, A Comuna 1989; Por Timor, Padrão dos Descobrimentos 1992; Declaração Universal dos Direitos Humanos, Malaposta 1996; 25 Bandas Desenhadas comemorativas do 25 de abril, Cordoaria Nacional 1999; 500 anos de Brasil, Casino Estoril / Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro 2000; Coisas que Acontecem, Cordoaria Nacional 2004; World Press Cartoon, Centro Cultural Olga Cadaval 2005 a 2010; Ilustração Portuguesa, Bedeteca de Lisboa 1998 a 2004; World Press Cartoon – Prix 2005-2008, Fundação Calouste Gulbenkian, Paris 2008; Cartoons from the 27 Countries of the EU, Zappeion Megaron, Atenas 2008; Cartoon Xira, Celeiro da Patriarcal, Vila Franca de Xira 2009 e 2010; Expressions – International Cartoon Exhibition, Global Forum on Freedom of Expression, Drøbak 2009; Dessine-moi la Paix en Méditerranée, Marseille 2009; Um Século, Dez Lápis, Cem Desenhos, Museu da Presidência da República 2009; Taches d’Opinion, Mémorial Cité de l’Histoire, Caen 2010; Res Publica, Fundação Calouste Gulbenkian 2010.

Principais prémios e distinções: Society of News Design USA – Award of Exellence, 2002, 2005 e 2009; Prémio Stuart de Desenho de Imprensa, categoria Cartoon, El Corte Inglés / Casa da Imprensa, 2006 e 2010; 1.º Prémio World Press Cartoon 2007, categoria Cartoon Editorial; Menção Honrosa World Press Cartoon 2009; Society of News Design de Pamplona, Medalha de Prata 2009.

Livros relacionados
 

Artur Manuel do Cruzeiro Seixas nasceu na Amadora, em 3 de Dezembro de 1920.

Frequentou a Escola António Arroio, onde conheceu Mário Cesariny, Vespeira, Júlio Pomar e Fernando Azevedo. Em 1948, com Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Carlos Calvet, Pedro Oom e Mário-Henrique Leiria, entre outros, integra o Grupo Surrealista de Lisboa, resultante da cisão do recém-formado movimento surrealista português. Participa na exposição desse grupo em 1949 (1.ª Exposição dos Surrealistas, Lisboa).

Em 1950 entra na Marinha Mercante e parte para África. Em 1952 fixa-se em Angola, onde realiza as primeiras exposições individuais, que marcaram muito fortemente a sociedade local. Regressa a Portugal em 1964.

Em 1966 é convidado por Natália Correia a ilustrar a célebre obra Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica. Em 1967 expõe na Galeria Buchholz, em Lisboa, e expõe com Mário Cesariny no Porto.

Recebe uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian em 1968.

Em 1970 e 1972 expõe a Galeria de São Mamede, em Lisboa, com a publicação de textos de Mário Cesariny, Laurens Vancrevel e Herberto Helder.

Em 1973 publica-se o livro Cruzeiro Seixas, por Mário Cesariny, na colecção «Escritores e Artistas de Hoje».

Entre 1968 e 1974 dirige a Galeria São Mamede e de 1976 a 1983 a Galeria da Junta de Turismo do Estoril, bem como entre 1985 e 1988 a Galeria de Vilamoura, no Algarve.

Em 1977 expõe em Amesterdão com Raúl Perez e Philip West.

Em 1986 edita-se o livro de poemas de Cruzeiro Seixas, Eu Falo em Chamas, com apresentação de André Coyné. Publica-se um álbum referindo 230 obras de diversos autores, da colecção de Cruzeiro Seixas, adquiridas pela Fundação Cupertino de Miranda, Vila Nova de Famalicão.

Colabora nas revistas surrealistas francesas Phases, holandesa Brumes Blondes e na canadiana La Tortue-Lièvre.

Nos últimos anos, galerias como Gilde (Guimarães), SOCTIP (Lisboa), Constância (Constância), Presença (Porto), Neupergama (Torres Novas), São Bento (Lisboa), Almadarte (Costa de Caparica), Funchália (Funchal), São Mamede (Lisboa), Adjectivo (Santarém), Lumière Noir (Montreal – Canadá) ou ArteManifesto (Porto) realizaram exposições individuais de Cruzeiro Seixas.

Redige diversos prefácios para exposições de Cesariny (1969), de Raúl Perez (1981), de Philip West (1988) e de Eugenio Granell (1996).

Morreu em Lisboa, em 8 de Novembro de 2020.

 

 

Foto: Cruzeiro Seixas com Perfecto E. Cuadrado.

Livros relacionados
 

Nasceu no dia 19 de Setembro de 1910, em Ludwigsburg, e morreu no dia 14 de Janeiro de 2012, em Munique.

Entre outros, traduziu para alemão alguns dos mais importantes escritores brasileiros mas é conhecido sobretudo por ser o tradutor de Guimarães Rosa.

Foi director do Goethe-Institut em Lisboa entre 1969 e 1976. Sobre este período, diz-nos João Barrento, em 25 de Fevereiro de 2013, depois de traduzir os Diários Portugueses: «O que Meyer-Clason fez na Lisboa entre a primavera marcelista e o período pós-PREC poucos o fizeram: chega a Lisboa e em pouco tempo muda a paisagem cultural de uma Cidade meio adormecida e espartilhada pela censura de uma ditadura disfarçada, isolada e já descrente de si mesma. E fá-lo entrando pela porta da esquerda, de uma esquerda certamente não coesa, marcada por tonalidades que os Diários espelham, e que vão da mais ortodoxa à mais festiva. Mas também abrindo portas que o regime normalmente fechava, trazendo ao seu Instituto figuras, alemãs e não só, que só aí poderiam ser vistas e ouvidas, fazendo germinar sementes que o terreno estéril da ditadura não conhecia. Aí, no "Goethe" desses anos, como escrevi algures, "podiam pensar-se coisas que cá fora eram impensáveis".»

Livros relacionados
 

Cyriaque Villemaux (1990 Offenburg) estudou alternadamente ballet e dança contemporânea na França e na Bélgica. Em 2008 recebeu uma bolsa para estudar com Alicia Alonso no Ballet Nacional de Cuba. Nesse mesmo ano ingressou na escola s.r.e.a.p., tendo-se graduado em 2012 com a distinção Muito Honor. Desde então tem trabalhado com artistas como Jean Calotte, Marie Piètre Gala, Cie les Claude’s e muitos outros. Actualmente estuda na Universidade Livre de Bruxelas (ULB), no departamento de Artes do Espectáculo, sob a direcção de Jim Ansor. Prepara a sua tese intitulada Biografia e Entrevista: uma prática performativa do outro.

 

Cyriaque Villemaux (1990 Offenburg) studied alternatively ballet and contemporary dance in France and Belgium. In 2008 he was granted a six months scholarship in order to study with Alicia Alonso at the Ballet Nacional de Cuba. That same year he joined the school s.r.e.a.p. from which he graduated in 2012 with the distinction Very Honorable. Since then he has been performing for artists such as Jean Calotte, Marie Piètre Gala, Cie les Claude’s and many others. At the moment he is studying at the Brussels University (ULB), the Arts du Spectacle department, under the direction of Jim Ansor and prepares the thesis Biography and Interview: a performative practice of the other.

 

Cyriaque Villemaux (1990 Offenburg) a étudié en alternance la danse classique et contemporaine, en France et au Royaume de Belgique. En 2008, il bénéficiait d’une bourse de six mois afin d’étudier avec Alicia Alonso au Ballet Nacional de Cuba. Cette même année il rejoignait l’école s.r.e.a.p. dont il sortait diplômé en 2012 avec la mention Très Honorable. Depuis lors, il a été l’interprète d’artistes tels que Jean Calotte, Marie Piètre Gala, Cie les Claude’s et bien d’autres. Il étudie à présent à l’Université Libre de Bruxelles (ULB) dans la filière Arts du Spectacle sous la direction de Jim Ansor. Il y prépare une thèse intitulée Biographie et Entretien : une pratique performative de l’autre.

 

 

Livros relacionados
 

Romancista, contista, poeta, ensaísta e pintor, David Herbert Lawrence é uma das grandes figuras literárias do século XX. Nascido em Eastwood, Nottinghamshire, em 11 de Setembro de 1885, estudou na Universidade de Nottingham, publicando em 1911 o seu primeiro romance, The White Peacock.
Em 1915, The Rainbow, o seu quarto romance, é proibido por alegada obscenidade. Também os seus quadros são retirados de uma galeria de arte.
Em 1926, já com vários romances publicados, D.H. Lawrence começa a trabalhar no que viria a ser o seu romance mais conhecido, O Amante de Lady Chatterley. Também este será proibido no Reino Unido e nos Estados Unidos, por pornografia. A partir de Junho de 1928, data em que abandonou Florença, e até à sua morte em 2 de Março de 1930, por tuberculose, Lawrence vagueia de cidade em cidade. Trabalhará até ao fim, completando Apocalypse, livro que viria a ser publicado em 1931.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa em 1976.

Estudou Artes Plásticas na Escola de Arte e Design das Caldas da Rainha entre 1996 e 2001. Fez o programa individual no Ar.Co em 2002. Foi artista residente na Künstlerhaus Bethanien em 2008 com a Bolsa João Hogan, atribuída pela Fundação Calouste Gulbenkian, e na Rijksakademie van Beeldende Kunsten, em 2010 e 2011. Entre 2013 e 2014 foi artista participante no Home Works Program no Ashkal Alwan em Beirute. Participou no programa Open Sessions no Drawing Center em Nova Iorque. Entre 2014 e 2015 foi bolseiro da Fundação Botín.

Mostrou o seu trabalho em espaços como o Hunter College Art Galleries, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação EDP, MACE, Hangar, DeLaCharge, Uma Certa Falta de Coerência, Fundação Botin, NCCA, CIAJG, Museu de Serralves, entre outros.

Desde 2016 que frequenta o programa de Doutoramento em Antropologia na Universidade da Flórida, Estados Unidos da América, com uma Bolsa Fulbright.

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

É licenciado em Filologia Germânica e doutorado em Estudos Portugueses pela Universidade Nova de Lisboa. Foi professor cooperante na República de São Tomé e Príncipe e em Moçambique, leitor de português nas Universidades de Glasgow, Macau, Cantão e Goa e leccionou no ensino secundário. É autor de ensaios sobre imprensa periódica, Camilo Pessanha, Wenceslau de Moraes, Raul Proença, Gabriel Malagrida, o Marquês de Pombal, António Maria Eusébio (O Calafate) e Bocage. Fez a edição literária da Clepsidra, de Camilo Pessanha, e, para a Imprensa Nacional, em 4 volumes, da Obra Completa de Bocage. Publicou e colaborou em diversas obras. Comissariou exposições sobre imprensa clandestina, Bocage, Wenceslau de Moraes e Camilo Pessanha. Integrou a comissão das comemorações dos 250 anos do nascimento de Bocage. Dirige, desde a sua fundação, em 1999, o Centro de Estudos Bocageanos. É membro da Academia de Marinha e do CLEPUL.

Livros relacionados
 
 

David Gaffney nasceu em 1961 na zona de Cleator Moor, West Cumbria, na Inglaterra, residindo atualmente em Manchester. Formado em literatura inglesa e ex-assessor financeiro, esta figura polifacetada tem-se distinguido sobretudo na arte da narrativa breve, em particular do microconto (flash fiction). Foi neste género que se estreou, em 2006, com a coletânea Sawn-Off Tales. O seu nome consta da antologia Best British Short Stories (2016). Além de colaborar na revista Flash e em periódicos britânicos como The Guardian, Sunday Times ou Financial Times, conta com incursões pelo romance e pelo romance gráfico. Foi júri de vários prémios literários e tem participado em projetos artísticos experimentais. À exceção do conto que aqui se reproduz, extraído de Sawn-Off Tales, a sua obra não está traduzida para português. (Página pessoal do autor: https://www.davidgaffney.org)

Livros relacionados
 
 

Historiador de arte e curador de arte moderna e contemporânea.

Doutorado em Arte Contemporânea pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra.

É atualmente subdiretor-geral do Património Cultural. Foi curador-geral da BF16; diretor do Museu do Neo-Realismo de 2007 a 2013 e diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado de 2013 a 2015.

Autor de diversos estudos sobre arte publicados em catálogos e volumes coletivos, publicou ainda Marcel Duchamp e o readymade – Une Sorte de Rendez-vous (Assírio & Alvim, 2007) e A Reinvenção do Real – Curadoria e Arte Contemporânea no Museu do Neo-Realismo, (Documenta, 2014).

Foi distinguido em 2015 com o Prémio (ex aequo) de Crítica e Ensaística de Arte e Arquitetura – AICA/FCC, e ainda com o Prémio APOM de Investigação.

É docente convidado do ensino superior na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Foi crítico de arte nos semanários (1996), O Independente (1997-2000), e nas revistas Arte Ibérica (1997-2000), Artecapital.net (2006-2007) e Arqa – revista de arquitectura e arte (2000-2013).

Livros relacionados
 
 
 

Delfim Sardo (Aveiro, 1962) é Professor na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e Administrador do Centro Cultural de Belém. Doutorado em Arte Contemporânea pela Universidade de Coimbra, foi Consultor da Fundação Calouste Gulbenkian, Diretor do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém e Programador de Artes Visuais da Culturgest. Foi curador da Representação Portuguesa à Bienal de Veneza em 1999 e co-curador da Representação Portuguesa à Mostra Internazionale di Architettura di Venezia em 2010, ano em que foi Curador-Geral da Trienal de Arquitetura de Lisboa. Foi curador geral da Bienal Anozero 1917. É autor de vários livros no campo da Teoria da Arte. Escreve regularmente sobre Arte e Arquitetura.

 

Delfim Sardo (Aveiro, 1962) is a Professor at the Faculty of Fine Arts of the University of Lisbon and Administrator of the Centro Cultural de Belém. He holds a PhD in Contemporary Art from the University of Coimbra, he was a Consultant at the Calouste Gulbenkian Foundation, Director of the Exhibition Center at Centro Cultural de Belém and Visual Arts Programmer at Culturgest. He was curator of the Portuguese Representation at the Venice Biennale in 1999 and co-curator of the Portuguese Representation at the Mostra Internazionale di Architettura di Venezia in 2010, the year he was General Curator of the Lisbon Architecture Triennale. He was the general curator of the Bienal Anozero 1917. He is the author of several books in the field of Theory of Art. He regularly writes about Art and Architecture.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Diana Niepce (1985) é bailarina, coreógrafa e escritora. Formou-se na Escola Superior de Dança (Lisboa), fez Erasmus na Teatterikorkeakoulun (Helsínquia), uma pós-graduação em Arte e Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, completou a formação CGPAE do Forum Dança e é também professora habilitada de hatha yoga.

É criadora da peça de circo contemporâneo Forgotten Fog (2015) e das peças de dança Raw a nude (2019), 12 979 Dias (2019), Dueto (2020) e Duetos (2020). Enquanto bailarina e performer colaborou com o Bal Moderne | Rosas, Felix Ruckert, Willi Dorner, Antonio Tagliarini, Daria Deflorian, La Fura dels Baus, May Joseph, Sofia Varino, Miira Sippola, Jérôme Bel, Ana Borralho e João Galante, Ana Rita Barata e Pedro Sena Nunes, Mariana Tengner Barros, Rui Catalão, Rafael Alvarez, Adam Benjamin, Diana de Sousa e Justyna Wielgus. Fez direcção artística e foi docente na Formação de Introdução às Artes Performativas para Artistas com Deficiência na Biblioteca de Marvila – CML (2020).

Publicou um artigo no livro Anne Teresa de Keersmaeker em Lisboa (ed. EGEAC/ INCM), o conto infantil Bayadère (ed. CNB), o poema «2014» na revista Flanzine e o artigo «Experimentar o corpo» no jornal de artes performativas Coreia. Foi jurada do prémio Acesso Cultura 2018 e do Festival InShadow 2018.

 

Fotografia: © Alípio Padilha

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Diogo Bento (1979, Torres Vedras), licenciado em Estudos Portugueses, estudou teatro, estética e formação educacional. Foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura em 2010. É professor na ESTC e na ESD.

Em teatro, trabalhou com diversas companhias e criadores, das quais destaca Inês Vaz, Miguel Bonneville, Cão Solteiro, Estrutura, João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira. Colaborou com Vasco Araújo, Lara Torres, Robin Vanbesien e o compositor João Madureira. Foi encenador do Grupo de Teatro da Nova entre 2004 e 2008. Trabalha regularmente com o Teatro Praga desde 2005. Apresentou espetáculos em Portugal, Espanha, França, Itália, Roménia, Brasil, Turquia e Macau.

A criação da performance We’ll always have Paris, apresentada a 9 de fevereiro de 2019, no Impasse suscitou-lhe um interesse súbito pelo ato de escrever, que, até então, era apenas usado como mais um recurso ao serviço dos projetos em que estava envolvido.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Nasceu em 1984. É licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Vive e trabalha em Lisboa. O seu trabalho reflecte sobre o estatuto da imagem e o seu potencial como veículo contracultural. Tendo como ponto de partida materiais apropriados e de arquivo, produz narrativas não lineares e pontos de vista especulativos acerca do real. Exposições recentes incluem: Espaço de Fluxos ( ZDB, Lisboa, 2017) Utopia/Dystopia ( MAAT, Lisboa, 2017), The Eighth Climate (What Does Art Do?) (11th Gwangju Biennale, 2016), Matter Fictions (Museu colecção Berardo, Lisboa, 2016 ), Hyperconnected (5th Moscow International Biennale for Young Art, Moscovo, 2016), Magician’s Right Hand (Futura, Praga, 2016), Hybridize or Disappear (Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa, 2015), As one hand touches the other (Videoex, Zurique, 2015), Between the spider and the mind there is a hand – Outdoor I (Warm, São Paulo, 2015), Grotto-Heavens (CAC, Vilnius, 2014), BES Revelação (Museu de Serralves, Porto, 2014). The World of Interiors (The Green Parrot, Barcelona, 2014).

Livros relacionados
 

É doutorado em Filosofia pela Universidade de Coimbra com uma tese intitulada Imagem de Deus e região de indigência. A transcendência e a falta como dimensões constitutivas do Homem segundo Agostinho, entretanto publicada em livro. É membro da Societé Internationale pour l’étude de la Philosophie Médiévale (SIEPM), do instituto Linguagem, Interpretação e Filosofia (LIF) e do Centro de História e da Cultura (CHC). Traduziu obras de Leibniz e de Agostinho. Dedica-se fundamentalmente ao pensamento medieval, mais especificamente a Agostinho, Duns Escoto, Tomás de Aquino, Anselmo de Cantuária e Bernardo de Claraval. Publicou diversos artigos e vários livros, dentre os quais a obra Natura semper in se curva. A vinculação a si e a possibilidade de desvinculação segundo Duns Escoto (diogobarb@gmail.com).

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 

A obra literária [de Drieu la Rochelle – Paris, 1893 – Paris, 1945] soube resistir ao limbo imposto, por decência política e patriótica, aos colaboracionistas da ocupação da França pelos nazis. Mas passado um período de nojo e temor, os editores franceses relembram-no e mantêm-no generosamente disponível nos seus catálogos; hoje ele é, sobretudo, o autor dos contos de La Comédie de Clarleroi (1934) — Marcel Arland: «Tenho-os pela sua obra-prima»; é o autor de Gilles (1939) — François Mauriac: «É um livro importante, essencial, verdadeiramente carregado com um terrível peso de sofrimento e erro.», uma das suas obras maiores e literariamente mais ambiciosa (o mais anti-semita dos romances franceses?); é o autor deste célebre O Fogo-Fátuo (1931) — Bernard Frank: «Acho-o o melhor livro de Drieu». [Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa (1968). Licenciado em Arquitectura (1991). Paralelamente à actividade inicial em Arquitectura, desenvolve projectos em Fotografia. Expõe individualmente desde 1989, tendo já participado em numerosas exposições individuais. Está representado em diversas colecções públicas e privadas, em Portugal e no estrangeiro. Já desenvolveu a actividade de docência e participa regularmente em seminários, congressos e mesas redondas. É editor do blogue Cidade Infinita.

Da obra publicada podemos destacar Orlando Ribeiro — Seguido de uma viagem breve à Serra da Estrela (1999); Ruy Belo — Coisas de Silêncio (2000); O Vento Sobre a Terra — apontamentos de viagens (2002); À Superfície do Tempo — Viagem à Amazónia (2002); Território em Espera (2005); Geografia do Caos (2005); Terras Templárias de Idanha (2006); Olívia e Joaquim – Doces de Santa Clara em Vila do Conde (2007); Fogo Frio - O Vulcão dos Capelinhos (2008); Comboios de Livros (2009); Desenha, produz e fotografa as ilustrações do conto O Príncipe-Urso Doce de Laranja (2009); Cidade do Mais Antigo Nome (2010).
De uma obra documental extensa, centrada no levantamento fotográfico da paisagem e das formas de ocupação do território, são de destacar as obras Portugal — O Sabor da Terra (1997) e Portugal Património (2007-2008).
 Este trabalho sobre Portugal deu origem a um arquivo fotográfico pessoal de mais de novecentas mil fotografias.

Na Documenta, publicou: A Torre (com Maria Inês Cordeiro), em 2013; Maria Gabriela Llansol — O Encontro Inesperado do Diverso (com Ilda David), em 2014; Cesariny — Em Casas Como Aquela (com José Manuel dos Santos), em 2014; Alberto Carneiro — Natureza Dentro, em 2017; Magna Terra — Miguel Torga e outros lugares, em 2018.

 

Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa, em 1981. É investigador júnior do Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa. Fez toda a sua formação nessa universidade, onde se doutorou em Estudos Comparatistas (2014). Pós-doutor pela Universidade de São Paulo, onde leccionou na pós-graduação em Estudos Comparados. Professor assistente de Estudos Portugueses na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (2019-2020). Tem publicado sobre literatura portuguesa dos séculos XIX e início do XX, orientalismo em Portugal e autores de Goa e de Macau. Coordenou, com Hélder Garmes, o projeto «Relocalizar o Modernismo em língua portuguesa», apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian (2016). O seu último trabalho é As Índias Espirituais — Fernando Pessoa e o Orientalismo Português (Tinta da China, 2019).

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 

Vive e trabalha em Lisboa e Porto.

Estudou na Escola António Arroio / atelier livre com Pedro Morais, na S.N.B.A. com João Vieira, no Ar.Co com Graça Costa Cabral, Sergio Taborda, Francisco Rocha, Rui Sanches, Rolney Barreto e Angela Ferreira.

A produção artística de Edgar Massul abrange uma ampla variedade de disciplinas, incorporando pintura, desenho, escultura, objectos, fotografia, vídeo, instalações e projectos site-specific. Seu trabalho dialoga com a história da arte e a natureza ancestral – entre a impermanência da matéria orgânica e a permanência da memória das coisas.

Colaborou com José Nuno da Câmara Pereira e com a Universidade do Algarve / CIAC / Artes Visuais onde participou em projectos com Pedro Cabral Santo, Mirian Tavares, Tiago Batista e Xana. Foi colaborador de Pedro Cabrita Reis em diversos projectos.

Realiza exposições individuais desde 1986. Recentemente, o seu trabalho tem sido exposto em vários espaços, dos quais se destacam: Mercado P’LA ARTE (Lisboa), Appleton Square (Lisboa), Arte em São Bento 2020 (Lisboa), Galeria Diferença (Lisboa), Wadden Tide (Dinamarca), Parque da Devesa (Vila Nova de Famalicão), 289 (Faro), Electricidade Estética (Caldas da Rainha), British Bar (Lisboa), Casa da Cerca (Almada), Armazém 22 (Vila Nova de Gaia), D. Luís / Fundação Pisão (Cascais), Anozero Bienal de Coimbra, Galeria Giefarte / Fundação Carmona e Costa (Lisboa), Galeria Trem (Faro), Whitechapel Gallery (Londres).

Livros relacionados
 

Nasceu na cidade de Nova Iorque, em 1862, e faleceu em Paris, em 1937. De origens aristocratas, passou grande parte da sua infância na Europa, recebendo instrução de professores particulares. Casou com Edward Wharton em 1885, treze anos mais velho que Edith. The House Of Mirth (A Casa da Alegria), o seu primeiro romance, apareceu em 1905, e conseguiu estabelecer quase imediatamente a grande reputação da autora. Aclamada pelo público, mudou-se para Paris, onde conheceu um jovem norte-americano, por quem se apaixonou, Morton Fullerton, prosseguindo a sua carreira como romancista. Em 1912 obteve o divórcio, apresentando como fundamento a infidelidade do marido, pelo que assumiu a sua relação com Morton Fullerton. Voltou aos Estados Unidos da América apenas para receber o Prémio Pulitzer, que lhe foi atribuído em 1921, graças à publicação de The Age of Innocence (A Idade da Inocência).

Livros relacionados
 

Doutor em Filosofia pela Universidade de Coimbra com uma dissertação sobre a filosofia política de Hegel, publicada com o título Povo, Eticidade e Razão (INCM, 2006). Desde então tem dedicado a sua actividade à docência universitária e à escrita de livros, destacando-se A Individuação da Sociedade Moderna (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011), Public Spaces, Power and Communication / Espaços Públicos, Poder e Comunicação (editor, Afrontamento, 2007) e Still Reading Hegel – 200 Years after the Phenomenology of Spirit (coordenador, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2009). Redigiu vários artigos em revistas científicas, como a DEDiCA, o European Journal of Pragmatism and American Philosophy e a Revista Filosófica de Coimbra. As suas áreas de investigação preferenciais são a filosofia social e política, estética e ética, com enfoque no estudo de Hegel e Luhmann.

Livros relacionados
 
 

Eduardo Batarda [Coimbra, 1943] frequentou a Faculdade de Medicina entre 1960 e 1963, ano em que foi admitido e se matriculou na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Terminou os respetivos Cursos, Geral e Complementar, de Pintura em 1967 e 1968, e cumpriu serviço militar obrigatório entre 1968 e 1971. Neste mesmo ano começou a frequentar, em Londres, o Royal College of Art, Faculty of Fine Art, School of Painting, onde se diplomou em 1974 (MaRCA). De 1976 até 2008 foi professor na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Expôs pela primeira vez em 1966, e realizou exposições individuais a partir de 1968. Destas, a última teve lugar no Porto, em 2013. Foram organizadas várias retrospetivas do seu trabalho: em 1975, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, do seu trabalho como bolseiro em Londres; em 1998, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (Eduardo Batarda. Pinturas, 1965-1998); em 2009, no Centro de Arte Manuel de Brito, em Oeiras (Eduardo Batarda no CAMB); e em 2011, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto (Outra Vez Não. Eduardo Batarda). Em Maio de 2016, no Pavilhão Branco do Museu de Lisboa — Palácio Pimenta, realizou-se uma exposição antológica, intitulada Mise en abyme. Recebeu em 2007 o Grande Prémio Fundação EDP Arte.

Livros relacionados
 
 

Filósofo e ensaísta, nasceu a 23 de Maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco (Almeida – Guarda) e morreu a 1 de Dezembro de 2020, em Lisboa.

Dele nos diz Guilherme d'Oliveira Martins, aquando da atribuição do Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes (2020):

«[…] Falar de Eduardo Lourenço é invocar o grande intérprete de Portugal. E o certo é que a sua reflexão abre horizontes, recusando uma visão fechada ou retrospetiva da nossa identidade, abrindo-lhe novas dimensões, não mitológicas, mas capazes de integrar o imaginário crítico num diálogo diacrónico e sincrónico de diversos tempos e culturas. […]

Ensaísta enciclopédico, eis como podemos definir o lugar de Eduardo Lourenço na cultura portuguesa. Não há autor fundamental do século XIX e XX da literatura portuguesa que tenha passado despercebido ao ensaísta e crítico. Como leitor incansável, pôde encontrar, mesmo em referências menos notórias, um significado, com uma capacidade única de relacionamento no tocante a uma cultura, com naturais limitações, que, sempre que se abriu e se deixou influenciar, que adicionou às suas características próprias e originalidades os elementos miméticos alheios, tantas vezes reconfigurados, com extraordinárias surpresas. Em lugar de alimentar uma ilusão sobre qualquer lusofonia paternalista ou uniformizadora, o ensaísta alerta-nos para a exigência de entendermos a modernidade como um ponto de encontro entre a racionalidade, o idealismo e a emotividade, dramática e poética. […]

Nascido em S. Pedro do Rio Seco na raia beirã em 1923, aluno do Colégio Militar, licenciado e professor na Universidade de Coimbra, onde lhe foi outorgado o Doutoramento honoris causa, lecionou em Heidelberg, em Montpellier, na Bahia e sobretudo na Universidade de Nice — ao lado de Annie Salomon, grande hispanista e sua mulher de uma vida. Fundador da revista Vértice, manteve colaboração muito ativa nas revistas culturais e na imprensa, sendo uma das referências de O Tempo e o Modo e Raiz e Utopia. Escreve não para recuperar o país, que não perdeu, mas para o "pensar" com a mesma paixão e sangue-frio intelectual com que pensava quando "teve a felicidade melancólica de viver nele como prisioneiro de alma"».

 

Fotografia de Susana Rodrigues

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 

Nasceu em Paris no ano de 1755  — «no mesmo ano em que nasce Maria Antonieta, no mesmo ano em que o terramoto da cidade de Lisboa levará Voltaire, e Rousseau respondendo-lhe, a dar a conhecer publicamente o que pensam sobre a inevitabilidade de fenómenos desta natureza, sobre o Bem e o Mal, ficando claras as divergências», como refere Maria Etelvina Santos na apresentação da sua tradução de Memórias — Os anos do exílio em Itália (1º volume).

Foi uma das grandes retratistas do seu tempo. Tendo nascido no seio da pequena burguesia, acabará por encontrar o seu lugar entre os grandes do reino, especialmente junto do rei e da sua família, acabando por se tornar a pintora oficial da rainha Maria Antonieta.

A sua vida atravessou momentos cruciais da história de França, antes e depois da Revolução Francesa, tendo acabado por se ver forçada a sair de França, em doze longos anos de exilio que a levaram a viver em vários países europeus, como a Itália, a Áustria e a Rússia. No seu percurso durante os anos de exilo o talento de Élisabeth Vigée Le Brun foi sendo reconhecido por diversas academias artísticas.

Onde quer que tenha estado, nos momentos e nos ambientes mais aprazíveis e nos mais atribulados, nunca parou de pintar e, ao mesmo tempo, de contactar directamente com as obras dos grandes artistas contemporâneos e do passado. É disso que nos falam as suas Memórias, uma verdadeira galeria de «pintura» de um tempo incontornável da história de França e da Europa.

Morreu em Paris no ano de 1842.

 

 

 

 

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

É doutorada em Zootecnia pela Universidade de Évora (2009) e mestre em Doenças Metabólicas e Comportamento Alimentar pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (2014). É investigadora auxiliar (ao abrigo do programa de contratação de doutorados CEEC individual da FCT) no MED – Instituto Mediterrâneo de Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, Universidade de Évora e tem colaborado na leccionação da disciplina de Fisiologia do ComportamentoAlimentar, da referida instituição, desde a sua criação em 2016. As suas áreas de interesse são as determinantes biológicas do comportamento alimentar, trabalhando fundamentalmente na área da percepção oral e da bioquímica salivar associada a essa percepção. Orientou diversos alunos de doutoramento, mestrado e licenciatura nas referidas áreas. É editora associada de quatro revistas (duas em Nutrição e duas em Ciência Animal), sendo autora de dois livros e vários capítulos de livros e artigos científicos em periódicos internacionais indexados e com factor de impacto. Está, actualmente, na co-coordenação da Rede de Instituições de Ensino Superior para a Promoção e Salvaguarda da Dieta Mediterrânica [ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9370-1337]

Livros relacionados
 
 
 
 
 

Era filha única do advogado José Pardo Bazán y Mosquera Rivera, que deu um forte apoio parlamentar ao reconhecimento do catolicismo como religião do Estado Espanhol. Agradecido por estas bem sucedidas diligências, o papa Pio IX enviou de Roma uma carta onde sugeria que lhe fosse concedido o título de conde; o rei Amadeo de Saboia (El Rey Caballero) concordou, e este conde-advogado com residência mais assídua na rua Tabernas da Corunha, mas com outras que lhe davam alternativas em Sangenjo e no Pazo de Meirás, passou a ter solicitações políticas que o faziam descer da Galiza e frequentar quase todo o ano a corte de Madrid.

Emilia, a sua filha, muitos anos depois também viria a ser condessa — desta vez por graça do rei Afonso XIII; e pôde assim, nos seus últimos treze anos de vida, acrescentar uma nobreza heráldica aos seus prestígios de escritora e figura pública com um nome resumido a três palavras mas que simplificava outro — o nome-ladainha do seu baptismo — aquele que nos dá direito a perda de fôlego e a algum espanto: Emilia Antonia Socorro Josefa Amalia Vicenta Eufemia Pardo Bazán y de la Rúa-Figueroa Somoza.

Esta Emilia, com nome a perder de vista, teve uma infância protegida e folgada numa Corunha que as suas ficções literárias viriam a chamar Marineda. Teve preceptores que a defenderam indesejáveis convivências populares, impossíveis de afastar numa escola pública. E lia muito. Diz-se que fez versos aos nove anos; diz-se que aos quinze escreveu o primeiro conto. E diz-se que ela, para se demarcar do que parecia então inevitável, recusou a banalidade das lições de piano e das aulas de música, nesses anos a infalível prenda das raparigas bem nascidas.

[…]

Em 1886, esta autora de «histórias impróprias numa mulher saída de um tão honrado extracto social», e a quem chegaram a chamar puta, marimacho, gorda y fea — embora houvesse outros que já a reconheciam como um dos grandes escritores da literatura espanhola — chegou a atrever-se ao romance Los Pazos de Ulloa, que não hesitava em passear por amores incestuosos (é verdade que praticados com o desconhecimento do parentesco que os amaldiçoava), e que as bibliotecas públicas foram proibidas de ter à disposição dos seus leitores, por se deter de forma tão intolerável sobre a nobreza degradada, sobre a decadência do mundo rural galego. (Note-se que uma das explicações centrais desta decadência galega é por ela argumentada de um modo pouco usual entre os espanhóis: É claro que no atraso da Galiza há um problema histórico relevante, que vai deixar uma profunda pegada. Depois da sua amputação de Portugal, a Galiza fica como membro destroncado, sem vida própria. Quando Portugal se eleva e domina o Oceano […], a Galiza anula-se. Enquanto a irmã do Além-Minho se veste de brocado e ouro, a do Aquém solta entristecida o seu velho alaúde, retira-se para a montanha, calça tamancos de pastora; e só quando a tarde morre e recolhe os seus gados, entoa uma qualquer copla rústica.)

[…]

No dia 12 de Maio de 1921 morreu. Nessa manhã tinha começado a escrever mais uma novela: La Esfinge.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», Contos Bravios]

Livros relacionados
 
 

Nasceu em 1964, Lisboa, Portugal. Conservadora e curadora para a área da Fotografia e Novos Media, no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, Lisboa. Mestre em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Investigadora de História da Fotografia, tendo publicado a obra João Martins – Imagens de um tempo descritivo desolador, Mimesis, Porto, 2001. Tem diversos ensaios publicados sobre história da fotografia portuguesa. Desenvolve uma actividade regular na área da crítica, bem como na realização de seminários e conferências, em diversas instituições. Comissariou as exposições «1980-2004 - anos de actualização artística nas colecções do Museu do Chiado-MNAC», Museu Francisco Tavares Proença Júnior, Castelo Branco, 2004; «Joshua Benoliel (1873-1932) - repórter fotográfico», LisboaPhoto, Cordoaria Nacional, Lisboa, 2005), Batalha de Sombras: «Colecção de Fotografia dos anos 50 do Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado», Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira, 2009 e co-comissariou a exposição «Amália - Coração Independente» no Museu Berardo, Lisboa; a apresentação da exposição «Joshua Benoliel», na Casa Museu Zavala, Cuenca, no âmbito da PhotoEspaña 2009 e da exposição «Batalha de Sombras»: «Colecção de Fotografia dos anos 50 do Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado», na Casa Museu Zavala, Cuenca, no âmbito da PhotoEspaña 2010. Ainda no ano de 2010 comissariou a exposição «Annemarie Schwarzenbach (1908-1942) - Auto-retratos do Mundo», no Museu Berardo, Lisboa. Coordenadora do Projecto Objectiva – Base de Dados Online para a História da Fotografia Portuguesa, com o apoio da FCG e Direcção-Geral das Artes. Investigadora portuguesa convidada do projecto FOTOFO - The History of 20th Century European Photography, com o apoio da FCG.

Livros relacionados
 

Emmanuel Bove morreu em Julho de 1945, aos quarenta e sete anos de idade; e com razões clínicas — «caquexia e falência cardíaca, consequências de uma série de ataques palustres super-agudos» — que podem causar-nos surpresa quando as lemos sem mais explicações na sua certidão de óbito. Mas existia para esta malária um desleixado convívio com os mosquitos da Argélia; o seu, vivido durante dois anos nessa terra de influência nazi menos directa, a alimentar-se com sonhos de fuga para a Inglaterra do general De Gaulle, aquela onde a «sua» força armada coleccionava uns quantos franceses exilados na ilha britânica. São deste tempo e do lazer desta ansiosa espera os seus últimos romances: A Armadilha, Départ dans la nuit, e Non-lieu.

[…] A guerra mobilizou-o em 1940 como trabalhador militar integrado numa fundição de Cher. Foi desmobilizado em Julho — por si próprio, com um certificado em que a sua própria assinatura o desmobiliza, como será explicado pela personagem (até certo ponto autobiográfica) de A Armadilha. O sonho de Londres tinha-o levado até Argel mas o paludismo devolveu-o à França de Outubro de 1944, a França libertada, a de uma recuperada situação política que já permitia a publicação de A Armadilha, o seu melhor romance, posto à venda em Abril de 1945, na véspera do seu aniversário, dois meses antes da sua morte.

Bove já não pôde ter conhecimento de todo um entusiasmo que repetia outro, velho de vinte e um anos, suscitado pela novidade de Mes Amis, nem o artigo de Les Lettres Françaises em 26 de Maio de 1945, que dizia pela mão de Louis Parrot: «Uma arte tão contida e, podemos dizê-lo, tão cheia de desconfiança, desde há muito faz deste escritor uma das mais discretas e sensíveis testemunhas do nosso tempo. […] No livro que Emmanuel Bove agora publica, A Armadilha, é que as suas qualidades de romancista “realista” são postas em evidência com maior mestria. […] Quando se termina a leitura deste livro ofegante, que se lê de um trago sem sentirmos o mais leve cansaço e com últimos capítulos animados por uma força dramática intensa […], extraídos do nosso mundo quotidiano, a este mundo cruel que nos rodeia, não nos cansamos a todo o momento de ficar maravilhados.» 

[Aníbal Fernandes, «Apresentação» de A Armadilha]

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

Enzo Bianchi, escritor e religioso italiano, nasceu no dia 3 de Março de 1943, em Castel Boglione. Em 1965 fundou a Comunidade Monástica de Bose, precisamente no dia em que se encerrava o Concílio Vaticano II (8 de Dezembro). Estes anos afirmaram-no como uma das vozes espirituais mais surpreendentes do nosso tempo. Autor de importantes textos sobre a espiritualidade das tradições cristãs, mantém um diálogo permanente e exigente com o mundo contemporâneo. Bianchi cita muitas vezes a carta a Diogneto, um escrito do século II, que define assim os cristãos: «vivem na sua pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cidadãos, mas separam-se de tudo como estrangeiros. Moram na terra, mas têm a sua cidadania no céu». Para aprofundar o sentido desta cidadania prefere o termo grego políteuma — que a Bíblia de King James traduz como conversação. Mergulhado radicalmente no mundo, o cristão é chamado a entender a vida como conversa com Deus.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

Nasceu em Tréguier, Bretanha, no dia 27 de Fevereiro de 1823.

Escreveu sobre livros do Antigo Testamento, assumindo o papel de implacável filólogo mas evitando sempre posições demasiado radicais. Le cantique des cantiques é de 1860. La vie de Jésus (1863) é o ponto alto da sua carreira de escritor e um dos grandes acontecimentos literários do século XIX. Aí recusa o Jesus divino, restituindo-o à sua dimensão humana. Escritor controverso, dividiu e extremou opiniões mas acabou por ser reconhecido, no seu país, como importante figura nacional. Foi professor das línguas hebraica, caldaica e siríaca no Collège de France, de onde foi suspenso devido às suas ideias. Readmitido mais tarde, ascendeu à direcção deste estabelecimento de ensino e teve direito a um lugar na Academia Francesa.

Morreu em Paris no dia 2 de Outubro de 1892.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu numa vila da Cantábria em 1961, mudou-se depois com a sua família para a cidade de Torrelavega, onde, durante o bacharelato, teve o primeiro contacto com a filosofia, chegando a doutorar-se nesta área em 1994 com uma tese sobre o pensamento político de Ockham em Dialogus. Antes tinha também estudado teologia, sendo ordenado sacerdote em 1988. Foi pastor em diversas paróquias da diocese de Santander, onde actualmente tem a seu cargo quatro pequenas comunidades.
Também desde 1988 é professor no Instituto de Teologia de Monte Corbán, em Santander, filiado depois à Universidade Católica de Salamanca. Ensina aí várias matérias filosóficas, desde Metafísica e Ética, passando por Teodiceia ou História da Filosofia.
De 1994 a 1998 trabalhou também numa biblioteca da referida Universidade, primeiro como subdirector e depois como director. Além da publicação da sua tese (melhorada — Encuentro, 2005), publicou diversos artigos, geralmente a expressão escrita da sua participação em vários congressos. Também se destaca a sua actividade como tradutor, tanto de filosofia como de teologia. Prepara a memoria de licenciatura em Teologia sobre a heresia em Ockham.

Livros relacionados
 

Tem cerca de 70 anos e é uma opuraheiva (rezadora/xamã) do povo Ava Guarani. Ela vive no tekoha (território tradicional) Potrero Guasu, no município de Paranhos, em Mato Grosso do Sul – uma área declarada como Terra Indígena desde o ano 2000, mas ainda não demarcada pelos órgãos oficiais, apesar de historicamente pertencer aos povos falantes de guarani. Com uma população atual de 200 pessoas, o tekoha está na região de fronteira seca com o Paraguai. À espera da demarcação e proibidos de usufruir plenamente de seu território, os Ava Guarani em Potrero Guasu vivem obrigados a uma relação desigual com o mundo não indígena e expostos a violências e pressões desmedidas de fazendeiros, de igrejas e do Estado, em detrimento de suas práticas de conhecimento e do bem viver.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Maputo, Moçambique, em 1987.

Concluiu os seus estudos de fotografia no Market Photo Workshop, em Joanesburgo. Os seus interesses pela História levaram-na a trabalhar temáticas relacionadas com os espaços de metamorfoses, mitologias, manipulações culturais, ou seja, a cultura como poder.

Foi membro fundador do PAN! C, uma plataforma para espaços independentes de arte contemporânea no continente africano, bem como da e.a.st. (Estação Arquivística Ephemeral ), um laboratório de pesquisa artística.

Participou na 12.ª Bienal de Dak’Art, no Senegal (2016); na 3.ª Bienal de Casablanca (2016); na Galeria SMAC, Stellenbosch, África do Sul (2016); no MUSART, Maputo & Ansteys Building, Joanesburgo (2015); Framer Framed, Amsterdão (2014); Fundação Centro de Arte de Blachère, Apt, França (2014); e Bonendale, Douala, Camarões (2014).

O seu trabalho mais recente inclui performances e exposições como: Feedback, Art Africa and the 80s, Iwalewahaus, Bayreuth (2018); Being Her(e), Banco Económico, Luanda (2017); Infecting the City Festival, Cidade do Cabo (2017);Mistake! Mistake! disse o galo… e desceu do pato, Lumiar Cité, Lisboa (2017); e (Co)Habitar, Casa da América Latina, Lisboa (2016).

Tem ainda desenvolvido várias residências artísticas, como exemplificam as que realizou no Centro Cultural Português do Maputo (2016) e no Hangar, Lisboa (2016) ou, mais recentemente, na Maison des Arts, George e Claude Pompidou, Cajarc (2018).

Actualmente reside em Paris e prepara a primeira exposição individual, intitulada Scores of Labour, a ocorrer em Novembro de 2018. 

Livros relacionados
 
 

É professor titular nomeado pelo senado do estado de Berlim em Corporate Communication na HMKW, University of Applied Sciences; e investigador no CECS, Universidade do Minho. Doutorado pela Universidade do Minho (Dr. phil.) e pela Universidade de Leipzig (Dr. rer. pol.), Evandro Oliveira apresentou e publicou mais de trinta trabalhos no contexto académico, e investiga na área de comunicação estratégica, política e organizacional, entre outras. Evandro foi visiting scholar/lecturer na Universidade Complutense, Universidade de São Paulo, Universidade da Beira Interior, ISCAP e INP. Após uma carreira de jornalista desde 1996, em que colaborou, entre outros, com a LUSA, SIC, e O Primeiro de Janeiro; decidiu dedicar--se às RP a partir de 2002. Como consultor senior internacional em comunicação estratégica, colaborou, entre outros, com a Agência Espacial Europeia, Comissão Europeia, Greenpeace, Amnistia Internacional, Quadriga Art – Nova Iorque, Pay Pal e Air Berlin.

Livros relacionados
 
 
 
 

Fala Mariam é natural de Lisboa (1962).

 

Exposições individuais

2021 — «Pintura-Pintura de Fala Mariam de Lisboa», Galeria ZÉ DOS BOIS, Lisboa, curadoria de Natxo Checa;

2017 — «The Swimmer, Resenha e Som: 3 Imagens por Fala Mariam, 2009-2016», Projecto EMPTY CUBE, Appleton Square, Lisboa, curadoria de João Silvério;

2015 — «Friso das Consequências da Noite» Galeria, SÃO MAMEDE, Lisboa, livro-catálogo com texto de José-Augusto França e notas da pintora;

2009/10 — «O Abismo e Outras Imagens», Galeria SÃO MAMEDE, Lisboa, catálogo com entrevista à pintora;

2007 — Exposição Retrospectiva Galeria dos Paços do Concelho, Tomar; — «Os Dois Espíritos, A Porta e Os Primeiros Anti-Símbolos», Galeria SÃO MAMEDE, Lisboa, catálogo com texto de Rui-Mário Gonçalves;

2004 — «Pintura 1983-2003 / Obras Escolhidas», Fundação Mário Soares, Lisboa, catálogo com texto de José-Augusto França;

2003 — «As Capelas Orientais», Banco de Portugal, Lisboa;

2002 — «Colour and Symbol», REVERSO, Lisboa, catálogo com texto de Gisela Rosenthal;

2001 — «Monochromes» REVERSO, Lisboa;

1998 — «Mitografias», Galeria Municipal de Vila Franca de Xira, catálogo com texto de Cristina Azevedo Tavares;

1995 — Galeria de Arte Moderna da SNBA, Lisboa, catálogo com texto de Rui-Mário Gonçalves;

1992 — Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, catálogo com textos de Fernando de Azevedo e de José-Augusto França;

1987 — Galeria ANA ISABEL, Lisboa, introdução pelo Pintor Fernando de Azevedo;

1986 — Galeria de Arte Moderna da SNBA, Lisboa.

 

Exposições colectivas (selecção)

2022 — «A Exposição da ZDB», CIAJG, Guimarães;

2016 — «Rui-Mário Gonçalves, homenagem», Salão da SNBA, Lisboa;

2013 — «Quinze Anos», REVERSO, Lisboa;

2012 — «Fernando de Azevedo / um texto – uma obra» SNBA, Lisboa; — «O Novo Ofício» Museu Colecção Berardo, Lisboa, curadoria de Pedro Gomes;

2009 — 7.ª Edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante;

2005 — «Cristo, Palavra e Imagem» SNBA, Lisboa;

2003 — 2.ª Edição do Grande Prémio Banif, Lisboa;

2002 — «100 anos / 100 artistas» Salão da SNBA, Lisboa;

2000 — «Mote e Transfigurações», Salão da SNBA, Lisboa;

1999 — Dez finalistas para a atribuição da bolsa Arpad Szenes: Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, Paris; Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, Lisboa;

1998 — «Sensibilidades Femininas do Nosso Tempo», Palácio Foz, Lisboa;

1997 — 4.ª Edição do Prémio Nacional de Pintura Júlio Resende, Gondomar;

1995 — Bienal da Maia; — «A Música e Outras Imagens», Estremoz;

1992 — Bienal de Chaves.

 

Outros dados

2014 — Participação em «Longing for Darkness», de Alexandre Estrela;

2008 — Prémio de Pintura da Academia Nacional de Belas-Artes;

2002 — Prémio Maluda;

1997/98 — Projecto de Criação Artística subsidiado pela Fundação Calouste Gulbenkian;

1992 — Prémio de Pintura da ONU (em colaboração com a SPA e a Casa da Imprensa); — Prémio de Aquisição, Bienal de Chaves;

1986/88 — Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasce em Gáfete, Crato, Portalegre.

É licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra, em Cinema pela Escola Superior de Teatro e Cinema, e pós-graduada em Artes Performativas. Actualmente dá aulas de argumento cinematográfico na ESTC e faz o doutoramento em Artes.

Inicia o seu trabalho no cinema em 1990, como anotadora e assistente; e no teatro em 1993, com a encenação de Menina Júlia, na Casa Conveniente, em Lisboa. O trabalho no teatro revelar-se-ia episódico, no cinema passará a sua vida profissional. Trabalha, entre outros, com os realizadores Fernando Lopes, João César Monteiro, António da Cunha Telles, Catherine Breillat e Fernando Trueba.

Entre 1997 e 2011 realiza, e escreve, quatro filmes. O argumento de um deles — Mais Tarde, de 2001 —, foi premiado pela Associação Portuguesa de Argumentistas e Dramaturgos. Partilhou, entretanto, a escrita de argumentos com outros autores nos filmes Aparição, Raiva — prémio de melhor argumento adaptado da Academia Portuguesa de Cinema — e na série  «Três Mulheres», todos estreados em 2018.

Desse ano é também o Grande Prémio do INATEL para Novos Textos de Teatro, que vence com a peça Bro. Em tudo isso pode estar e ser. É disso que fala nas aulas, é disso que fala nos filmes e nas coisas que escreve. Foi aluna de António Reis.

Livros relacionados
 
 

Nasceu em Terni, Itália, em 1973. Doutorado pela Universidade de Lisboa, é professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Roma «Tor Vergata» e responsável científico da Cátedra Agustina Bessa-Luís. Entre os seus estudos destacam-se Noite e Dia da Mesma Luz. Aspectos da Poesia de Eugénio de Andrade (Lisboa, 2010); Con la Notte di Profilo. Brevi saggi su Eugénio de Andrade (Roma, 2011); Por Mares que só Eu Sei. Le canzoni, il teatro, la prosa di Chico Buarque (Roma, 2011). Traduziu e organizou as edições italianas de Luís de Camões, D’Amor sì Dolcemente. Antologia di sonetti (Livorno, 2019); Maria Teresa Horta, Mia Signora di Me (Livorno, 2018); Al Berto, Orto di Incendio (Firenze, 2017); Sophia de Mello Breyner Andresen, Come un Grido Puro (Milano, 2013); David Machado, Lasciate Parlare le Pietre (Roma, 2012); Orlando Ribeiro, Portogallo. Il Mediterraneo e l’Atlantico (Roma, 2012); José Maria Vieira Mendes, Mia moglie (Roma, 2008); Eugénio de Andrade, Dal Mare o da Altra Stella (Roma, 2006); José Cardoso Pires, Gli Scarafaggi (Roma, 2006); Ivo Castro, Storia della Lingua Portoghese (Roma, 2006); Lygia Fagundes Telles, Ragazze (Roma, 2006), entre outros.

 

Fotografia de Miguel Silva.

Livros relacionados
 

Nasceu em Milão em 15 de Setembro de 1969. Depois de uma longa passagem por França e Alemanha, voltou a Itália onde leccionou filosofia da arte e fenomenologia das artes contemporâneas na Academia de Belas Artes de Brera.

Foi bolseiro do CNR de Génova e da Akademie Schloss Solitude de Estugarda. Foi membro do Collège International de Philosophie de Paris e foi convidado por várias instituições italianas e estrangeiras importantes. Em 2020 fundou, com Andrea Cortellessa e Riccardo Venturi, a revista Antinomie, dedicada à relação entre imagens e palavras.

Entre suas obras destacamos: La comunità errante. Georges Bataille (Lanfranchi, Milão 1997), Nudità. Per una critica silenziosa (Lanfranchi, Milão 1999), Lo spazio critico. Per una decostruzione dell'istituzione museale (Sossella, Roma 2004), Costellazioni. Saggi sull’immagine, il tempo e la memoria (Lanfranchi, Milão 2006), Sub specie aeternitatis. Arte e etica (Diabasis, Reggio Emilia 2008), Il re è nudo. Aristocrazia e anarchia dell’arte (Sossella, Roma 2011), Arte essenziale (Silvana, Milão 2011), L’insieme vuoto. Per una pragmatica dell’immagine (Johan & Levi, Milão 2013), L’anarca (Mimesis, Milão 2014), Visioni. Scritti sull’arte (Lanfranchi, Milão 2016), Oscillazioni. Frammenti di un'autobiografia (SE, Milão 2016; Teerão 2019) e, com Jean-Luc Nancy, La pelle delle immagini (Bollati Boringhieri, Turim 2003; Berlim 2004; Paris 2006; Nova Iorque 2014), Iconografia dell’autore (Sossella, Roma 2006; Paris 2005, Tóquio 2008) e La fin des fins (Editions Cécile Defaut, Nantes 2015; 2.ª ed. ampliada, Kimé, Paris 2018).

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

Fernando Manuel Salvado Capela e Silva é doutorado em Biologia pela Universidade de Évora. Professor associado no Departamento de Ciências Médicas e da Saúde, da Escola Superior de Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade de Évora, é investigador (Membro Integrado) no MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, Universidade de Évora. As suas áreas de interesse são a biologia dos tecidos orais; determinantes das escolhas alimentares e seus efeitos na saúde das pessoas e populações; alimentação, saúde e sociedade e abordagem «Uma Saúde». Tem desenvolvido investigação na área de escolhas alimentares e tem participado em diversos projectos, sendo autor de vários capítulos de livros e artigos científicos em periódicos internacionais indexados e com factor de impacto [ORCID: 0000-0001-8301-7702; ID do autor Scopus: 23484534000; ID do investigador: L-3261-2014]

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Docente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e e investigador do Projecto RIAL — Realidade e Imaginação nas Artes e na Literatura do Centro de Estudos Comparatistas. Para lá de artigos sobre literatura e cultura francesas dos séculos XVII a XIX (do Classicismo às Luzes e ao Romantismo), tem escrito sobre a problemática da representação na pintura, na fotografia e no cinema (nomeadamente as relações entre Fernando Pessoa, o grupo de Orpheu e o cinema). Publicou, entre outros, os livros de ensaios Monstros Felizes — La Fontaine, Diderot, Sade, Marat (2000), O Caminho da Montanha (2001), O Canto de Mársias — Por Uma Poética do Sacrifício (2001), Italian Shoes (2005), Teoria do Fantasma (2011), Cinema El Dorado — Cinema e Modernidade (2015) e Imagens Roubadas (2016)

Livros relacionados
 

Poeta, ensaísta e tradutor, nasceu no Porto no dia 3 de Fevereiro de 1928. Formado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, exerceu funçoes de docência no ensino secundário e de investigação no ensino superior.

É um dos mais especializados críticos de poesia portuguesa contemporânea. Publicou vários livros de poesia e ensaio, tendo alargado também a sua actividade à ficção e ao teatro.

Os seus livros de ensaio referem-se à literatura portuguesa desde o século XIX à actualidade e a questões relacionadas com a estética e a filosofia da arte. Recebeu os prémios de tradução de poesia da Fundação Calouste Gulbenkian e Paulo Quintela da Faculdade de Letras de Coimbra. Obras de poesia e ensaio suas receberam vários prémios literários, nomeadamente da Associação Portuguesa de Escritores, do Pen Clube e da Associação Internacional de Críticos Literários.

Livros relacionados
 
 

Pintor, artista gráfico e fotógrafo, nasceu em Lisboa, em 1926. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio e pintura no curso livre da Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa. Definiu-se inicialmente como surrealista, pintando, desenhando, escrevendo poesia e fotografando. Em 1952 expôs, com Marcelino Vespeira e Fernando Azevedo, na Casa Jalco, em Lisboa. Nesse mesmo ano abandona a fotografia e em 1953 fixa residência em São Paulo, Brasil, naturalizando-se brasileiro alguns anos mais tarde. Ao longo dos anos de 1950 dedicou-se ao desenho, vencendo o Prémio Nacional Brasileiro na Bienal de São Paulo de 1957; trabalhou em artes plásticas, design gráfico e industrial e publicidade. Em 1961 participou com quatro desenhos na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, FIL, Lisboa. Em 1994 expôs individualmente no CAM da Fundação Calouste Gulbenkian, e venceu o Prémio Anual de Fotografia, concedido pelo Centro Português de Fotografia, Porto, em 2001. Morreu no dia 17 de Dezembro de 2019, em São Paulo, Brasil.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Poeta, tradutor, crítico literário e professor universitário, nasceu em Lisboa no dia 12 de Maio de 1960. 

Licenciou-se e doutorou-se em Literaturas Românicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde é professor.

Colabora regularmente no jornal Público e nas revistas Ler e Colóquio Letras. Tem comissariado alguns eventos dedicados à literatura, nomeadamente , "100 Livros do Século", ou a comitiva de escritores portugueses no Salão do Livro de Genève. Em 1990 publicou o seu primeiro livro de poesia, Acédia, a que se seguiram A Escada de Jacob (1993), Às Cegas (1997) e Poesia Reunida 1990-2000. De entre os seus ensaios destaque-se O Mosaico Fluido - Modernidade e Pós-modernidade na Poesia Portuguesa mais Recente (1991). Traduziu, entre outros, Baudelaire, Verlaine, Borges.

Foi comissário do Plano Nacional de Leitura de 2009 a 2017.

Em 2012 publicou a colectânea de poesia Paliativos, numa edição de tiragem reduzida. Em 2016 veio a lume o seu mais recente livro de poesia, Manual de Cardiologia.

Livros relacionados
 
 

Fernando Sampaio Amaro é doutorado em História da Arte Moderna e Contemporânea pela Universidade de Lund, Suécia, e é docente na licenciatura em Artes Visuais da Universidade do Algarve, onde é responsável pela área da Fotografia.

Paralelamente à investigação sobre a Imagem Fotográfica, desenvolve o seu trabalho artístico em duas linhas distintas: uma investigação plástico-formal na área da pintura e do desenho, e, essencialmente através da utilização do dispositivo da instalação, de matriz conceptual, uma outra linha de investigação onde utiliza, por exemplo, anagramas como títulos das peças, de configuração deliberadamente ambígua, propondo ao observador a possibilidade quase infinita de conceber interpretações alternativas.

Se na sua configuração inicial o título remete, enquanto âncora, para proclamações e situações históricas e culturais específicas, as modalidades desconstrutivas dos anagramas dos títulos abrem todo um vasto leque de possíveis significados, todos eles válidos e falsos ao mesmo tempo.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

É Professora Auxiliar Convidada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde tem leccionado as disciplinas de Filosofia Medieval, Idealismo Medieval e Neoplatonismo Antigo e Medieval, entre outras. É doutorada em Filosofia pela Universidade de Lisboa, tendo defendido uma tese intitulada Figuras da Luz. Uma leitura estética da metafísica de São Boaventura. Desenvolveu o projecto de pós-doutoramento «Ontologia das ideias de João Escoto Eriúgena». É membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, da Sociedade Portuguesa de Filosofia Medieval e da Société Internationale pour l’Étude de la Philosophie Médiévale (SIEPM), tendo participado em diversos projectos de investigação, tais como «A Questão de Deus. História e Crítica» (coordenado por Maria Leonor Lamas de Oliveira Xavier e financiado pela FCT), e «Literarische Filmpraxis» (coordenado por Dagmar von Hoff e financiado pela DAAD). Tem publicado artigos e apresentado comunicações em Portugal e no estrangeiro (Yale University, Universität Heidelberg e Universität Mainz) sobre a filosofia de Boaventura, o pseudo-Dionísio, e ainda sobre estética contemporânea e medieval.

(filipa.a.afonso@gmail.com).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

Trabalhou como curadora independente de 2002 a 2014. Em Janeiro de 2015 assumiu a direcção artística do Fórum Eugénio de Almeida, em Évora, instituição para a qual delineou uma nova missão. Nesta categoria, comissariou inúmeras exposições individuais e colectivas, colaborando com instituições como a Kettle’s Yard (Reino Unido), a John Hansard Gallery (Reino Unido), a Tate Modern (Reino Unido), a Fundação Calouste Gulbenkian (França), a Crac Alsace (França), a Kunstverein Springhornhof (Alemanha), a Mead Gallery (Reino Unido), a Frieze Projects (Reino Unido), entre outras. Em 2009-10 foi curadora convidada da série de exposições Portuguese Waves no Threshold Artspace, na Escócia; e em 2012 do Satellite Project no Jeu de Paume, em Paris, onde comissariou as exposições individuais de Jimmy Robert, Tamar Guimarães, Rosa Barba e Filipa César. Foi curadora assistente da 28.ª Bienal de São Paulo. Actualmente a colaborar com a Artforum, Filipa Oliveira conta com uma extensa lista de ensaios publicados em catálogos e outras publicações.

Livros relacionados
 
 
 
 
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Marcel Proust, que enchia o tempo perdido com personagens da vida real ajustadas aos exemplos da sua criação, inspirou-se em Francis de Croisset para aquele Albert Bloch, autor dramático de origem judaica que fala afectadamente de Racine e mais tarde, com fama conquistada e estranho nome — Jacques du Rozier — surge com atitudes e sobrancerias de um sofisticado chic inglês. A sua literatura copiou, da convivência com Croisset, o que lhe pareciam tiques de uma frívola e petulante transformação.

Ora, o verdadeiro Bloch vivia em Paris e era um Franz Wiener (ainda não Francis nem De Croisset) judeu de origem belga nascido em 1877 numa família abastada de Bruxelas. Com mãe inglesa que lhe tinha feito soar desde a infância o bom e altivo sotaque de Oxford; com um pai pintor e um avô paterno, gravador famoso a quem cabia a honra de ter gravado o primeiro selo de correio belga. No entanto, estas garantias de vida não molestada por dificuldades materiais não chegavam para dar uma resposta aceitável às suas maiores aspirações. Franz Wiener, com vinte anos de idade acrescentou-se à lista dos belgas fascinados pelos encantos culturais de Paris. E para lá foi a fazer versos, a escrever prosas onde se pressentiam o tom e a agilidade que denunciam boas vias para o jornalismo, a mostrar que amava a vida com tudo o que ela oferecia aos de uma sociedade culta e mundana, a impressionar pela invulgar graça snob do trato, a que lhe garantiu boa presença e fama nos salões. Protegido desde logo por Octave Mirbeau e por Clemenceau, que acreditaram na promessa literária que brilhava nos constantes rasgos do seu talento verbal, escreveu para Le Figaro, para Le Gaulois, para a Revue des Deux Mondes.

Mas Franz Wiener, com um apelido que o deixava preso ao desconforto da sua ascendência judaica numa época abalada a cada passo por fortes reacções anti-semitas, queria ser francês por inteiro. E conseguiu-o, registado como cidadão da França nos papéis da identidade e a poder mostrar-se sob a maior inocência de um nome que era Francis Wiener de Croisset. (Ele explicava ao espanto dos mais próximos o seu De Croisset por um apego sentimental a Flaubert, que datava a sua correspondência de um lugar com este nome.) No entanto, Wiener talvez soasse excessivamente a germânico e a judaico para os seus desejos de «inegável autenticidade francesa»: esqueceu-o, portanto, e amputou-o para poder chamar-se (na literatura e fora dela) apenas Francis de Croisset.

[…]

Os seus últimos três anos de vida, desde 1934 a 1937, foram vividos de novo em Paris e na avenida Gabriel, ali tão perto da praça da Concórdia, numa moradia hoje referenciada com o seu nome. Em 1935 publicou La Dame de Malacca, um romance; no ano seguinte, o Thêatre des Ambassadeurs levou à cena Le Pélican ou Une étrange famille, uma peça escrita por si mas adaptada de Somerset Maugham; mas já não conseguiu terminar La Côte de Jade, onde fazia o relato de uma sua viagem à Indochina francesa. Francis de Croisset somava patologias com forte probabilidade de uma falência orgânica. Morreu com sessenta anos de idade no hospital americano de Neuilly-sur-Seine.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», As Magias do Ceilão]

Livros relacionados
 

Francis de Miomandre [1880-1959], com vinte e sete anos de idade e a poucos dias de fazer vinte e oito, teve o Prémio Goncourt a distinguir-lhe o romance Écrit sur de l’eau… «O meu Goncourt não foi para ninguém um acontecimento, nem mesmo para mim.» A surpresa da atribuição — o Goncourt «descido» a um novato, e a um livro de vivacidade leve e quase frívola — encheu o meio literário parisiense de anedotas. No entanto, a habitual acidez de Jules Renard abrandou no seu terrível Diário para mostrar alguma simpatia pelo «rapaz»: «Muito jovem, vinte e sete anos, um pequeno mosqueteiro, um miúdo cheio de aprumo, muito decidido a não ter um ar contrafeito, apesar de isso lhe acontecer.» Francis de Miomandre era filho de um negociante «excêntrico», uma típica figura do comércio de Marselha, tudo menos um marido, tudo menos um pai; mas o seu lado materno orgulhava-se de ter um pé bem metido na História porque um dos seus antepassados — com um nome duplamente santificado: François de Miomandre de Sainte-Marie de Saint-Pardoux — tinha defendido com braço forte Maria Antonieta durante o assalto do Povo da Revolução ao palácio de Versalhes.

[…]

Este enérgico literato começou a aparecer com artigos em muitos jornais (mas em paralelo com a sua intensa vida das letras não hesitou em propor-se como o gigolô mundano que um dia fez a Marie Gaspar este pedido cheio de franqueza: «Não conhece nenhuma velha condessa alemã ou uma qualquer velha dama que precise de um leitor e seja capaz de dar-me cento e cinquenta francos mensais para eu lhe ler um determinado número de horas por dia, e mais tarde seja capaz de deitar-me ao comprido no seu testamento?» E noutra carta também lhe conhecemos este regozijo: «A pouco e pouco, a minha reputação como jovem precioso e amigo das damas espalha-se entre as pessoas e ganho simpatias. Deixo a coisa correr. Acabarei por ser célebre.»)

[…]

Miomandre, com o frenesi sexual de um láparo, fez Paul Claudel e André Suarès começarem a tratá-lo por «coelhinho»; mas houve nesses mesmos dias Apollinaire a mostrar-se com a simpatia de avaliá-lo em La Phalange e de considerá-lo um autor «puro» e «subtil». Foi em 1909, neste auge de premiado pelo Goncourt e de uma competência que encantava mulheres entradas na idade e saudosas de ternura e sexo, que Miomandre foi a Bruxelas e encontrou uma viúva belga dez anos mais velha do que ele, com posses não negligenciáveis e um nome íntimo, capaz de soar divertidamente aos ouvidos portugueses: Mijette.

[…]

Miomandre passou a Segunda Guerra Mundial em Corrèze, com uma indiferença pelos assuntos políticos idêntica à que tinha mostrado na guerra anterior. Em 1941 publicou as três novelas de Le Fil d’Ariane, com alguns críticos a chamarem-lhes obra-prima; em 1944 foi eleito membro da Academia Mallarmé.

Mas a literatura do pós-guerra estava a mudar de tom, a mudar de género, a mudar de face. Apareciam os Sartre, os Camus, os Vailland, que não encontravam lugar na sua matriz. Françoise Sagan mereceu-lhe o intenso desprezo escrito que fê-lo dar à expressão «Bom-dia tristeza» um sentido acrimonioso e contrário ao eluardiano, da escritora.

Miomandre não foi, apesar disto, esquecido. Em 1950 ganhou o Grande Prémio da Sociedade da Gente de Letras pelo conjunto da sua obra. Tinha cerca de uma centena de obras publicadas.

Mas viveu os seus últimos anos desiludido, até à irremediável crise de uremia que o hospitalizou e fez morrer em Paris, em 2 de Agosto de 1959. Diz-se que seduziu no hospital as enfermeiras.

[Aníbal Fernandes, in «Apresentação» de A Biografia de Vénus, Deusa do Amor]

Livros relacionados
 
 
 
 

Francisco Pinheiro (Lisboa, 1981) é artista plástico e a sua prática situa-se entre o desenho, a escultura e o som. Investigando em torno de narrativas colectivas, paisagem e seu significado, recentemente foi convidado a criar uma escultura para a exposição City Flux: Art, Architecture & Grand Rapids no contexto do ArtPrize 8 (Grand Rapids, EUA); fez parte da exposição colectiva Os Índios da Meia-Praia na Galeria 111 (Lisboa, PT); e teve uma exposição individual no Camões — Instituto da Cooperação e da Língua, com curadoria de Nuno Faria. Expôs em espaços como A Montra (Lisboa, PT), The Lab (São Francisco, EUA), 1038 Project Space (São Francisco, EUA), MACE – Museu de Arte Contemporânea de Elvas (Elvas, PT) ou a Biblioteca Camões (Lisboa, PT). A par do seu trabalho individual, tem criado projectos colaborativos através do West Coast, uma plataforma nómada de criação e debate em torno de culturas costeiras, ciência e ecologia. Fez o mestrado pela San Francisco Art Institute (EUA, 2014) como bolseiro Fulbright/Fundação Carmona e Costa e é licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2005).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Lisboa, Portugal, 1968. Vive e trabalha em Lisboa. A escultura tem sido um interesse constante no percurso de Francisco Tropa, artista que começou a expor no início da década de noventa e cujo trabalho tem obtido uma significativa atenção por parte das instituições e da crítica. Foi o representante de Portugal na edição de 2011 da Bienal de Veneza, e participou ainda na Bienal de Rennes (2012), na Bienal de Istambul (2011), na Manifesta (2000), na Bienal de Melbourne (1999) e na Bienal de São Paulo (1999).

Diversos meios são utilizados por Tropa, como a própria escultura, o desenho, a performance, a fotografia ou o filme, para convocar uma série de reflexões introduzidas por diferentes tradições da escultura. Temas como o corpo, a morte, a natureza, a paisagem, a memória, a origem ou o tempo, estão sempre presentes nos seus trabalhos, num processo interminável de remissão a ideias da história da arte, a outras obras de arte, a trabalhos anteriores do próprio artista, e a autores específicos.

As noções de dispositivo e de espectador são também fundamentais para a compreensão da sua prática, que desafia as categorias tradicionais da arte quer de representação quer de percepção.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (2004), com estágio na Université Catholique de Louvain/Bélgica. Realizou pesquisa de Pós-doutorado em Filosofia pela Université Paris X - Paris/França (2014/2015) com apoio da CAPES, Mestre em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (1998) e Graduado em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (1984). É professor Associado do Departamento de Filosofia da Universidade Federal da Bahia desde 1994 e Prof. Permanente do Programa de Doutorado e Mestrado em Filosofia. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Moderna e Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: Ética, filosofia política, filosofia moderna (com destaque para os autores contratualistas), iluminismo, J-J Rousseau. É membro associado da Société internationale détude du XVIIIe siècle e Société Jean-Jacques Rousseau. É Líder do Grupo de Pesquisa Center for the Study of Dewey and Pragmatism/UFBA, pesquisador do Grupo de pesquisa em filosofia: Poética Pragmática: Para uma Elaboração Filosófica Contemporânea/UFBA e Grupo Interdisciplinar de Pesquisa Jean-Jacques Rousseau/ UFG. Todos formalmente inscritos no Diretório de Grupos de Pesquisa no CNPq. Faz parte do núcleo de sustentação do GT Rousseau e o Iluminismo da ANPOF. Foi Tutor do Programa de Educação Tutorial MEC/SESU, grupo PET-Filosofia com 12 alunos bolsistas no período de 2008/2014 e atualmente é Coordenador do Programa de Iniciação à Docência-PIBID-Filosofia.

Livros relacionados
 

Irlandês nascido em Dublim no ano 1856, e terceiro filho antecedido por duas irmãs. Num futuro livro (Sixteen Self Sketches) será grande o seu esforço para se mostrar explicado pelas contingências da infância. O meu pai era pobre e não tinha êxito nos negócios, diz ele, para acrescentar: Nada fazia que interessasse à minha mãe; e não conseguiu desembaraçar-se da sua miserável e vergonhosa embriaguez (mais tarde acabou por fazê-lo) antes de ela operar uma mudança nas suas relações. Se não tivéssemos acrescentado à nossa mansidão e à nossa doçura naturais a imaginação, o ideal, o encanto da música, o encanto dos esplendorosos pores-do-sol e o espectáculo do mar, nem se imagina que cínica grosseria teríamos adquirido.

Com este pai estonteado pelo vinho e uma mãe soprano caseiro que ao correr do dia gorjeava, indiferente à educação dos filhos e desatenta à sua necessidade de um esteio materno, George Bernard Shaw construiu-se solitário, tímido e egoísta: Embora eu não fosse vítima de maus tratos, por ter pais incapazes de cometer um qualquer acto desumano, eles esqueciam-se de mim; isto determinou que eu construísse uma horrível auto- suficiência, ou antes, a ânsia de um jejum perante festins imaginários; o meu muito retardado desenvolvimento fez de mim um animal traidor a tudo quando fossem puros afectos. (Esta vocação para relações frias teve mais tarde duas excepções: a de uma esbranquiçada ligação sentimental com a actriz Ellen Terry e a de um casamento — numa idade que já ia deslizando pelos quarenta — com a aguerrida feminista Charlotte Frances Payne-Townshend.)

[…]

Entre 1884 e 1888, a par do trabalho de crítico sentiu-se romancista, um romancista meio ensaístico. e este impulso mos- trou-o com cinco romances sem nenhum êxito, que os editores recusavam e acabavam por ser publicados em edições laterais sem chancela, pagos hoje a bom preço por coleccionadores. este shaw desanimado romancista e sem vocação para a luta (nunca lutei; subi sempre por fermentação), foi de novo incitado por Archer: — Por que não tentas a dramaturgia? Qualquer coisa faz em ti o anúncio de um autor de comédias!

George Bernard shaw passou a ser um autor de comédias; muitas (que chegaram a cinquenta e sete e a trazer para uma modernidade teatral, ainda rara naquele teatro inglês, lições bem aprendidas das comédias gregas e de Molière); onde talvez não houvesse a marca de um grande criador de personagens, mas com virtudes cénicas celebradas por um público que gostou de apreciar-lhe os diálogos onde reconhecia as naturalidades da trivial conversa, o humor, a ironia e os sarcasmos, os paradoxos, a enge- nhosidade com que criticava as instituições nacionais, o tom nessa época ouvido como de uma singular diferença, a voz metodicamente levantada contra a hipocrisia das moralidades vitorianas. A sua persistente defesa da «mulher nova», em pé de igualdade com os homens, ofereceu-lhe a admiração das feministas. Por isso, quando adoeceu em 1898, depois de um acidente que lhe partiu o fémur e magoou sem piedade o pé esquerdo (o meu pé inchou até ao tamanho de um sino de igreja), teve zelosos cuidados da feminista Charlotte Frances Payne-Townshend e logo a seguir um casamento que ela lhe propôs e se aguentou durante quarenta e cinco anos, por ele resumido na sua essencial vantagem com as palavras de uma carta a Janet Achurch: em vez de ir para a cama às dez, saímos e passeamos durante algum tempo entre as árvores. 

[…]

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», As Aventuras de Uma Negrinha à Procura de Deus]

 

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

«Georges Bernanos [n. Paris, 20 de Fevereiro de 1888] foi um parisiense de infância protegida pelas larguezas de uma bem instalada família burguesa; e muito cedo dominado por uma profunda angústia. Ele próprio escreveu: Desde há muito — por causa da minha mocidade cheia de doenças e precauções que eu era obrigado a ter — sinto medo da morte; e por desgraça (o meu anjo da guarda talvez dissesse «por sorte») continuo a temê-la. A mais pequena indisposição parece-me o prelúdio da derradeira doença que tanto medo me causa. São melancolias sem fim, para as quais só tive durante muito tempo um remédio: atordoar-me.

Bernanos, duplamente licenciado em letras e direito, teve uma vida estudantil pouco brilhante nos êxitos e com percalços disciplinares; mais significativo o que lhe valeu em 1909 uns dias de prisão por ter desestabilizado uma aula da Sorbonne vociferando contra o professor que branqueava a Igreja, distorcendo o que tinha sido o seu nefasto papel durante o processo de Joana d’Arc. (Note-se que a sua admiração por esta guerreira com sopros divinos e odores campestres fez-lhe escrever mais tarde «Jeanne relapse et sainte» e talvez não tenha estado ausente na escolha da mulher com quem se casou em 1917, uma Jeanne Talbert d’Arc, garantida descendente desta visionária belicista.)

Com uma invencível indiferença pelas facilidades materiais que podiam chegar-lhe da formação académica, resolveu reduzir-se a modesto angariador de seguros para a companhia La Nationale. Talvez pudesse dedicar-se assim, com o tempo livre que esta ocupação lhe dava, à intervenção política que a sua filiação nas fileiras monárquicas dos Camelots du roi o incitava a apoiar, e talvez pudesse mostrar-se à França e ao mundo — sua ambição máxima — como escritor.

Tudo isto ele cumpriu, mas sob o peso que a educação e o sustento de seis filhos — frutos da irreprimível fertilidade daquela esposa descendente de Joana d’Arc — faziam cair sobre o seu orçamento familiar. Em 1926, com vinte e oito anos de idade, mostrou- se ao público como autor de Sous le soleil de Satan saudado como acontecimento literário, assinalável êxito num público que lia com espanto a tenebrosa história da mística Mouchette conquistada pelo vício, e de um padre-carrasco ascético e furioso lutador contra o Mal; um público que atravessava aquela trama de invulgar violência sem se deixar abater pela construção literária deliberadamente caótica que melhor servia o seu propósito, admitamos, mas toda ao contrário dos hábitos do leitor comum.

[…]

A morte de Bernanos, [Neuilly-sur-Seine] a 5 de Julho de 1948, espalhou na imprensa um assinalável número de artigos, memórias e estudos críticos que o tiverem como tema. Era um grande escritor francês dessa primeira metade do século XX; deixava na literatura a sua marca ligada a um invulgar êxito formal e a uma atitude de católico pouco adaptada às correntes centrais da sua religião. Também era um homem que seduzia, também era um homem que parecia não encontrar um lugar cómodo para viver a sua época.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», Diálogos das Carmelitas]

Livros relacionados
 
 

[…] nasceu em Paris no ano 1808, e aos quarenta e sete anos de idade foi encontrado morto por enforcamento numa trave da rua de La Vieille-Lanterne, mal afamada, diz-se, e hoje sem nenhum rasto na urbanização que rodeia a torre de Saint-Jacques; pendurou-se em coordenadas da cidade que pertencem agora a um qualquer recanto do teatro Sarah Bernhardt.

Gérard de Nerval, na realidade Gérard Labrunie, inventou para si e para o público um Nerval de sílabas que bem se casam com o estado de nervos psicótico que o dominou e determinou nalguns momentos célebres da sua literatura. Órfão de mãe a partir dos dois anos de idade e com um pai médico militar obrigado a exigências profissionais que o impediam de olhar pelo seu filho, foi uma criança destituída desde a primeira infância de uma qualquer figura a que pudesse chamar materna ou paterna, e encontrou a sua tutela emocional num tio-avô que o fez herdeiro de trinta mil francos (recompensa do seu amor de quase-pai) — desbaratados, diga-se desde já, em folganças de dois anos num Paris vivido à larga e a pagar as páginas luxuosas da revista Le Monde Dramatique, inspiradora de gastos perdulários que as suas poucas vendas mal agradeceram.

Mas até à plena vivência destes momentos, desde muito cedo mostrou que seria escritor. Não foi surpresa, para quem o sentia de perto, ver o seu nome impresso nas páginas de um jornalismo parisiense mais ou menos lateral, anunciado no sítio do autor em peças de teatro (que nunca entusiasmaram excessivamente o bulevar, mesmo nas duas vezes em que colaborou com Alexandre Dumas), e depois como autor de contos e novelas; tudo contra as insistências do seu pai (com quem tinha passado a viver depois de ele estar reformado) que em sonhos de médico velho se via profissionalmente prolongado por um filho e o forçou (por pouco tempo) a sentar-se e a afogar-se em tédios de corpo e alma nos frios e lustrosos bancos da Sorbonne.

Gérard de Nerval gostava muito mais do convívio com intelectuais e dos salões que eles frequentavam. Era visto no círculo de Pétrus Borel, era íntimo de Théophile Gautier e Jules Janin, conversava com Victor Hugo e ouvia com atenção Baudelaire. E também sabia a par destas tertúlias apaixonar-se e ser nas paixões infeliz; por isso amou perdidamente a actriz Jenny Colon, casada, que lhe não deu nesse amor grandes êxitos — mas fez dela a futura Aurélia da novela publicada com este nome no título; por isso amou com fraca retribuição Sophie Darves, amazona fogosa que morreu numa cavalgada imprudente — e ele transformou na Sylvie que é uma das suas Filhas do Fogo.

Em 1841 teve uma primeira crise de loucura. Começou a ver o que os outros não viam, a ouvir o que os outros não ouviam; foi forçado a sujeitar-se a um período de internamento numa clínica, e saiu de lá num estado de palavras que não mereceu muita confiança àqueles que o rodeavam. Os seus amigos olharam-no como um «incurável», e ele quis dar-lhes prova da sua sanidade mental fazendo uma viagem ao Oriente e extraindo dela matéria literária para um livro que o mostraria ao mundo em plena posse das suas capacidades intelectuais. Conseguiu, podemos com isto espantar-nos, de jornais e ao que parece de um editor, subsídios que o levaram ao Cairo, ao Líbano, à Síria e a Constantinopla. «Não sou doido», afirmava para estabelecer o que só era um especioso matiz, «tenho apenas teomanias». Numa carta desta época lamenta-se: «Quase todos […] estiveram de acordo em falar de mim como de uma espécie de profeta, de iluminado, com a razão perdida por me ter sujeitado na Alemanha a rituais de sociedades secretas e ter estudado os símbolos do Oriente. […] Desde aí os meus amigos […] continuam a chorar a minha razão perdida. […] E em vão falo, argumento, e até escrevo.» E numa outra, endereçada ao seu pai em Agosto de 1843: «Nem o mar, nem o calor, nem o deserto conseguiram interromper esta bela saúde que os meus amigos punham em causa antes da minha partida. Esta viagem servir-me-á sempre para demonstrar que fui há dois anos vítima de um acidente muito isolado. […] Faço esquecer a doença com uma viagem; instruí-me, cheguei mesmo a divertir- -me, isto fez-me bem no que respeita ao estado da minha saúde.»

As memórias orientais de Nerval preencheram um relato que em sete anos de trabalho acabou por ocupar várias centenas de páginas e veio a chamar-se Voyage en Orient. E o discurso ali oferecido, sempre a um passo do romance, percorreu realidades subtilmente transformadas pela imaginação ou pelos seus sonhos de poeta. Reconheceu-o ele próprio assim: «é a criação de um universo fechado e consumado que a si próprio se basta, mais verdadeiro do que a realidade quotidiana, mais vivo do que a vida, ainda que diferente dela.»

Nas páginas desta volumosa obra intercala-se uma novela a que chamaremos Balkis; que assume um valor literário independente e nos é dada a conhecer através das palavras de um profissional contador de histórias. (Antes de ser publicada no extenso livro Voyage en Orient (1851), surgiu em 1850 nos números de Março a Maio da revista Le National.) Nerval pretende fazer-nos crer que a escutou ao longo de duas semanas de Ramadão num café de Constantinopla, e que assim soube da estranha relação entre Salomão e Balkis, construída e imaginada a partir de textos centrais e menos centrais das tradições cristãs e muçulmanas.

[…]

Foi este Gérard de Nerval ameaçado pela fome, com a indiferença dos seus amigos, num pleno vazio de sentimentos de amizade, frequentado por «teomanias» cada vez mais persistentes, pela realidade fictícia das suas próprias invenções, que na muito fria noite de 25 para 26 de Janeiro de 1855 se dirigiu à rua de La Vieille-Lanterne e bateu tardiamente à porta de uma casa de passe para pedir abrigo. A sua gerente, já desembaraçada dos últimos clientes, já com as suas pupilas a dormir, recusou-se a atendê-lo.

Nerval seguiu então o conselho supremo do seu desespero. Havia ali a dois passos a convidativa trave horizontal de um gradeamento, à frente da parede onde costumava grasnar «o corvo da rainha de Sabá». Com um pedaço de corda que trazia no bolso, enforcou-se.

[Aníbal Fernandes, in «Apresentação» de Balkis]

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu em 1967, em Lisboa, cidade onde vive e trabalha.

A partir de 1996, o trabalho que tem vindo a apresentar consiste essencialmente em pinturas realizadas sob vidro acrílico, executadas na face oposta à que é mostrada ao público. A arquitectura modernista tem sido objecto de constante revisitação, sujeita a desvios e associações inesperadas.

Realizou várias exposições individuais, entre as quais se podem destacar «Mnemopolis» (Fundação Calouste Gulbenkian–Centro de Arte Moderna, 2004), «Modelo para armar» (Galeria Fortes Vilaça, S. Paulo, 2007), «Wallpaper» (Galeria Pedro Cera, Lisboa, 2011), «Reversos» (Palexco, La Coruña, 2013), «Second Nature» (Galerie Suzanne Tarasiève, Paris, 2015) «Late Night Shopping» (Galeria Pedro Cera, Lisboa, 2017), «Umbra» (Carbon 12, Dubai, 2018).

Está representado em diversas colecções públicas ou privadas, nomeadamente: Fundação ARCO, Madrid; CAM/JAP, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; EDP–Electricidade de Portugal; Colecção Fundação de Serralves, Porto; Colecção António Cachola, MACE, Elvas; Colecção Fundação Ilídio Pinho, Porto; Museu da Cidade, Lisboa; Colecção Associação Industrial Portuguesa, Lisboa; Fundación Barrié, A Coruña ; Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean-Mudam, Luxembourg; Colecção de Arte Contemporânea Arquipélago, São Miguel, Açores.

Livros relacionados
 

Foram muitos os Gilbert de Voisins, e com bom assento entre os nobres da França. Um deles, marquês de Villennes, foi guilhotinado num dos ajustes de contas da Revolução. Pelo casamento entrou na família Marie Taglioni, primeira a dançar La Sylphide (bailado anterior a Les Sylphides — o bem conhecido — que passeia por valsas de Chopin). Era filha de Filippo Taglioni, professor na Ópera de Paris que a impôs como primeira bailarina, apesar da sua falta de graciosidade, apesar da torção vertebral que tirava elegância à sua exibição «em pontas». Marie Taglioni, já desviada do esforço que às suas pernas magras os grands écarts exigiam, foi avó deste Gilbert de Voisins, o que teve como nome próprio um equívoco Marie Augustus. (Marie? A virgem cristã enfeitou piedosamente o nome de muitos De Voisins.) No entanto, quando se mostrou escritor publicado riscou-o da capa dos seus livros; e também dispensou o Augustus, para se apresentar resumido ao sobrenome ilustre, o que desde há muitas gerações se multiplicava com prestígio entre os membros da sua família — Gilbert de Voisins.

Nascido em 1877, marcado pelos requintes de uma educação pensada para ricos e nobres, frequentou ainda assim um liceu de Marselha; e não lhe faltou o cosmopolitismo de muitas viagens que a sua fortuna pessoal permitia, por vezes com o exotismo que um gosto dominante na época incitava. Por morte do pai, com vinte anos de idade foi conde. O jovem conde deixou Marselha e instalou-se em Paris, que lhe deu intimidades de prestígio como a de Claude Debussy e a de Pierre Louÿs; que lhe permitiu três anos depois ser escritor publicado: a mostrar-se poeta, ensaísta, mas sobretudo romancista.

[…]

Em 1926, o Grande Prémio de Literatura da Academia Francesa pelo conjunto da sua obra só consegue dar-lhe sabores amargos; e como as memórias literárias e sentimentais da casa na rua De Lisbonne se fazem insuportáveis, muda-se em 1931 para a rua De Messine, onde morrerá a 8 de Dezembro de 1939.

Com ele se extingue, em plena República Francesa, a aristocrática linhagem dos condes Gilbert de Voisins.

[Aníbal Fernandes, in «Apresentação» de O Bar dos Dois Caminhos]

Livros relacionados
 

Gilles Deleuze (1925-1995) é hoje internacionalmente considerado como um dos nomes maiores do pensamento contemporâneo. Michel Foucault, outra grande referência da filosofia do nosso tempo, considerava Deleuze o único verdadeiro filósofo de todo o século XX francês. E o italiano Giorgio Agamben, talvez o mais importante filósofo vivo, afirmou algures que o século XX só conheceu dois filósofos da estatura dos grandes clássicos da história da filosofia: o alemão Heidegger e, precisamente, Deleuze. A obra filosófica de Deleuze teve, já em vida do pensador, mas vem tendo entretanto cada vez mais, e por toda a parte, uma extraordinária importância não só na filosofia mas em vários outros domínios, uma vez que essa obra sistematicamente confrontou, de uma forma sempre criativa, a filosofia com a literatura, a psicanálise, o cinema, a pintura, a ciência e a política.

Livros relacionados
 
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Professora auxiliar no Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e investigadora no Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da mesma faculdade. Licenciou-se em 2003, em Estudos Portugueses e Espanhóis, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde, mais tarde, iria concluir o doutoramento (2009) em Literatura Portuguesa Contemporânea. Publicou alguns livros de ensaios — Eis-me Acordado muito Tempo depois de Mim — Uma Biografia de Al Berto (Quasi Edições, 2006), Cronos Decide Morrer, Viva Aiôn — Leituras do Tempo em Al Berto (Língua Morta, 2013), A Forma Custa Caro — Exercícios Inconformados (Documenta, 2018) — e preparou uma edição diplomática dos Diários do poeta Al Berto (Assírio & Alvim, 2012). Nas horas vagas, escreve também poesia: Vim porque Me Pagavam, (Mariposa Azual, 2011), Como Uma Flor de Plástico na Montra de Um Talho (Assírio & Alvim, 2013), Nadar na Piscina dos Pequenos (Assírio & Alvim, 2017).

Livros relacionados
 

Nasceu em 1978 em Lisboa, onde vive e trabalha.

Formado em Escultura pela escola Ar.Co (Lisboa) e Mestre em Belas Artes pela Slade School of Fine Art de Londres, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Uma selecção das suas exposições individuais inclui nosey parker, Vera Cortês Art Agency, (Lisboa, 2014); Vraum, Chiado 8 e woodpecker, Ermida de Belém (Lisboa, 2013) e n.17, Empty Cube no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra (2013). O seu trabalho integrou também várias exposições colectivas, nomeadamente Involuntary Memory, Luis Adentado (Valencia, 2017); Sala dos Gessos, Museu da Eletricidade (Lisboa, 2016); Sem título é um bom título, Ar Sólido (Lisboa, 2016); Materiais Transitórios, Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa, 2016); Canal Caveira, Cordoaria Nacional (Lisboa, 2015); O Riso, Museu da Eletricidade (Lisboa, 2012); Plus 1 (Nova Iorque, 2010); Triangle Room (Programa Curatorial do Chelsea College of Art as and Design, 2008) e o Prémio EDP - Novos Artistas, Museu de Serralves (Porto, 2003).

Nos últimos anos, tem apresentado regularmente o seu trabalho na Galeria Vera Cortês, destacando-se as suas individuais 3/4 (2006), quero eu fazer as coisas... (2008), nosey parker (2014) e, mais recentemente, Declaração Amigável (2017).

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 

Nasceu em Lisboa em 1974. Mudou-se para Macau onde publicou os seus primeiros cartoons. Entretanto concluiu o curso de arquitectura em Lisboa e viveu alguns anos em Londres a trabalhar como arquitecto. Nada que lhe esmorecesse a vontade. Em 2002 iniciou enfim a carreira com que sempre sonhara. Da arquitectura perdurou a geometria, que desde cedo lhe pontuou o trabalho gráfico.Os seus trabalhos são presença assídua nas principais publicações portuguesas. Fora do âmbito nacional tem mantido parcerias com publicações estrangeiras, com destaque para colaborações com o New York Times e a revista HOW. O seu traço de pendor conceptual foi reconhecido pela Society for News Design, as revistas Creative Quarterly e 3x3 e pela colectânea 200 Best Illustrators Worldwide da Lüerzer's Archive. Em 2008 foi agraciado com o Grande Prémio Stuart de Desenho de Imprensa.

Livros relacionados
 

Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 2005, apresentou a sua tese de mestrado intitulada «A Desconstrução Derridiana ou a Hospitalidade Incondicional», na Universidade de Coimbra, sob orientação da Prof.ª Fernanda Bernardo. Nos últimos anos tem vindo a desenvolver uma investigação de doutoramento em torno da problemática da lei a partir de Gilles Deleuze e de Jacques Derrida, sob a orientação do Prof. Nuno Nabais (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e do Prof. Rodolphe Gasché (State University of New York at Buffalo). É membro do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, desde 2007, e da associação Unipop, desde 2012. Actualmente trabalha como gestor de ciência e tecnologia no Departamento de Relações Internacionais da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa, onde tirou o curso de Escultura na ESBAL. Em 1971 foi estudar para Londres, onde tirou o curso de pós-graduação ST. Martins School of Art, onde ainda vive. Das inúmeras exposições que realizou destacam-se: Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Fundação de Serralves, Porto, Caixa Geral de Depósitos, Lisboa, Museu de Arte Contemporânea Osaka, Japão, Bienal de São Paulo, Brasil, MAC, Badajoz, Museu Historico Nacional, Rio de Janeiro, Centro Britânico, São Paulo, Centro Cultural Ecco-Brasilia. Tem exposto na Todd Gallery, Londres; Galeria Graça Fonseca, Lisboa; Galeria Cristina Guerra, Lisboa; Galeria Porta 33, Funchal; Galeria João Esteves de Oliveira, Lisboa, entre outras. Tem trabalhos em várias colecções particulares e nas colecções da Caixa Geral de Depósitos, Fundação António Prates, Fundação PLMJ, Museu de Arte Contemporânea Belém, Brasil, Museu de Arte Contemporânea Osaka, Japão, Fundação Calouste Gulbenkian, Centro Cultural de Belém, Lisboa, etc.

 

Fotografia © Graça Pereira Coutinho 2011 (pormenor)

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

Roma, 26 de Agosto de 1880 – Paris, 9 de Novembro de 1918.

Olhado, durante muito tempo, como um génio fantasista e mistificador, Apollinaire viu crescer a sua glória ao longo dos anos. Teve o pressentimento ousado das vias por onde deveria seguir a poesia moderna (autonomia das imagens, ruptura da sintaxe, abandono da pontuação, arte da colagem literária, modernidade do vocabulário).

Foi também um dos iniciadores mais perspicazes da arte moderna. Proveniente do simbolismo, libertou-se muito cedo de toda a influência desta escola para enriquecer o universo da poesia com modulações de uma ressonância única de imagens insólitas e novas, dando-lhe o sentido do lirismo e do mistério. Vários músicos basearam algumas das suas composições na poesia de Apollinaire (Honegger, Poulenc, Chostakovitch, etc.).

O melhor da sua poesia está publicado em Alcools, onde renova verdadeiramente a poesia francesa encaminhando-a «até às fronteiras do ilimitado e do futuro».

A sua vida foi muito agitada, exercendo desde ofícios medíocres até professor na Renânia. Alistou-se como voluntário na Primeira Grande Guerra.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Graduado em Artes Visuais, pós-graduado em Artes Visuais e Performativas e mestre em Comunicação Cultura e Artes (Estudos da Imagem) pela Universidade do Algarve.

Tem desenvolvido, nos últimos anos, um percurso como artista plástico, em áreas como fotografia, vídeo, escultura, instalação e performance, tanto em projetos coletivos como individuais: Art Algarve, arte pública, Faro (2009) – MobileHome I, Loulé (2009) – Project Rooms, Óbidos (2010) – Algarve Visionário, Excêntrico e Utópico, Museu Municipal de Faro (2010) – Touch, Don’t Touch, ZemArte, São Braz de Alportel (2010) - Project Rooms, Óbidos (2011) – Loop Barcelona (2011) – O Estado Geral dos Algarves, Convento de Santo António, Loulé (2011) – MobileHome III, Loulé (2011) – 3ª Mostra de Cultura Fílmica, Faro (2011) – Anita no Quartel, Tavira (2011) – O Olho das Grèias, Galeria do Convento do Espírito Santo, Loulé (2012) - Limbo, Galeria Transboavista, Lisboa, (2012) – Projeto de vídeo “Cal Viva”, Faro, (2012) – Cenografias para teatro, Grupo “A Peste”, Faro, (2012) – Play, Galeria Trem, Faro, (2013) – Anadiomeno, Centro Experimental de Criação Artística de Loulé, Loulé, (2014) – Corpo Restrito, Teatro Municipal de Faro, Faro, (2014) – Sem Título, FarpaLab, Faro, (2015) – (Des)Envolvimentos Emergentes – A Impossibilidade de Phineas Gage, Mimesis de um Varão, Palácio da Galeria, Tavira, (2015) – Ele viu e Ele Creu, FarpaLab, Faro (2015) – Entre Cordame, Melancolia e Caramelo, Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, Raposeira, (2015) – Cal Viva, Residência Artística, Intervenções no Espaço Público, Aljezur, (2017) – ET CETERA, Art & Music Festival, Land Art, Faro, (2017).

Livros relacionados
 
 
 

Guy de Pourtalès [Berlim, 1881-Lausanne, 1941] […], se num primeiro momento de afirmação foi apenas tradutor de Shakespeare […], não tardaria a expor-se como ensaísta, como memorialista, e num alargado espaço de vinte anos como escritor de oito obras submetidas ao título L’Europe romantique, as que viriam a associar dois romances a seis biografias. Esta Europa romântica de Guy de Pourtalès revê-se em histórias instaladas nas margens do lago Leman — as margens que tinham sido cenário de eleição na sua juventude, as que ele voltava a amar nos romances Marins d’eau douce (1919) e Montclar (1926) — e escolhe biografias de homens ligados de perto a importantes momentos musicais do século XIX, todos contemporâneos ou mesmo próximos por amizades e ambientes, todos a gravitarem num mesmo espaço cultural. Começa com La vie de Franz Liszt (1925) e prolonga-se com Chopin ou le poète (1926), Louis II de Bavière ou Hamlet-Roi (1928), Nietzsche en Italie (1929), Wagner, histoire d’un artiste (1932) e por fim Berlioz et l’Europe Romantique (1939). Exteriormente a esta Europa Romântica foi autor de La Pêche miraculeuse […], em 1937 a escolha dos que atribuíam o Grande Prémio da Academia Francesa. [Do Prefácio de Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 

Toledo, 1575 – Londres, depois de 1644. Investigadores recentes forçaram-no a alguma biografia: descobriram-no numa família de judeus convertidos e materialmente folgados que vivia em Toledo, e jovem frade na Ordem de Santo Agostinho. Podemos imaginá-lo rebelde, porque mais ou menos quinze anos de convento levaram-no à decisão drástica de se meter em roupas civis e procurar o caminho de uma França onde o protestantismo florescia (ao contrário do que lhe destinava aquela Espanha severamente católica e inquisitorial), onde respirava ainda livre das ameaças e das punições do cardeal Richelieu. Num barco do Mediterrâneo, Luna pôs-se longe dos Filipes e da Inquisição; tinha trinta e sete anos de idade, era talvez aventureiro mas seguramente um desiludido pelo catolicismo de Roma. Juan de Luna mudava-se para Montauban (futura terra natal de Ingres), nessa época importante centro de religiosos sem obediência ao Vaticano; e saía de Espanha com o sonho, dizia ele, «de poder professar publicamente a verdadeira religião», ou seja, a religião católica reformada e de atitude protestante. […] estudou durante três anos na Faculdade de Teologia protestante de Montauban e limitou-se, quando foi para Paris, a exibir o título de «intérprete da língua espanhola» e a suportar na sua vida prática as consequências de tão mal reconhecida pretensão. Sabe-se que em 1617 Juan de Luna estava casado e não dissuadido pela religião activa de ser escritor; que tinha publicado e ia publicar livros com títulos extensíssimos […] Mas do Juan de Luna ficcionista apenas ficou a conhecer-se a Segunda Parte do Lazarilho de Tormes […].

[Aníbal Fernandes]

 

Livros relacionados
 
 

Doutorada em 2008 na Universidade Eötvös Lóránd, Budapeste, Hungria, foi investigadora de pós-doutoramento da FCT no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras de Lisboa. As suas áreas de investigação incluem teoria dos media, intermedialidade e re-mediações literárias. É autora de um livro publicado na Hungria (Koinónia, Cluj, 2010): Könyv És Film Között. A Hu˝ségelven Innen És Túl (Entre Livro e Filme. Além do Discurso da Fidelidade). Outras publicações importantes incluem ensaios nos volumes Media Borders: Multimodality and Intermediality (ed. Lars Elleström, 2010), Adaptation Studies: New Challenges, New Directions (ed. J. Bruhn, A. Gjelsvik e E.F. Hanssen, 2013), Words and Images on the Screen (2008), Film in the Post-Media Age (2012) e The Cinema of Sensations (editados por Ágnes Pethö).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Castelo Branco (1976), cidade onde concluiu o curso secundário do Conservatório.

É licenciado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior. Como investigador tem abordado temas ligados à criação musical e sonora para audiovisuais, semiótica e significação musical, cinema e narrativa. É membro do LabCom (UBI) e colaborador do CESEM (UNL).

Tem feito diversas composições e arranjos, também música e som para filmes experimentais. Nas suas composições é fácil encontrarmos intenções programáticas, assim como a influência da música para cinema e de processos estruturantes cinematográficos. Para além de alguns contributos como pianista, tem criado sonoplastias e músicas para peças teatrais estreadas pelo Teatro das Beiras.

Lecciona Som e Design de Som na Universidade da Beira Interior (FAL) e no Instituto Politécnico de Tomar (ESTA) e Análise e Técnicas de Composição nos Conservatórios da Covilhã, Fundão e Belmonte.

Mais informações: https://helderfilipegoncalves.webador.com/

 

Fotografia: © João Pedro Silva

Livros relacionados
 

Helder Moura Pereira nasceu em Setúbal, a 7 de Janeiro de 1949. Foi professor no Ensino Secundário e Assistente da Faculdade de Letras de Lisboa (Departamento de Estudos Anglo-Americanos). No King's College da Universidade de Londres, como Leitor, ensinou Literatura Portuguesa. Leccionou também Português e Técnicas de Expressão do Português nos cursos de Formação Profissional da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa. Ingressou no Ministério da Educação em 1986, tendo exercido funções técnicas na área da educação de adultos, nomeadamente em animação de leitura e nos grupos de planeamento e redacção da revista Forma e do jornal Viva Voz. Foi técnico superior do Ministério da Justiça, em funções no Estabelecimento Prisional de Lisboa.O seu trabalho poético tem vindo a ser publicado regularmente pela editora Assírio & Alvim, obtendo o reconhecimento do público e da crítica. É disso exemplo a atribuição de diversos prémios literários, entre eles o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Prémio de Literatura Casa da América Latina/Banif, este último pela sua tradução do livro O Inútil da Família, de Jorge Edwards. De resto, a sua actividade como tradutor é também notável e tem traduzido regularmente autores como Ernest Hemingway, Jorge Luis Borges, Sylvia Plath, Charles and Mary Lamb, Sade, Guy Debord.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Helmut Wohl (1928-2018) faleceu no dia 8 de Maio de 2018, na sua residência de Williamsville, EUA.

Era Professor Emeritus na Boston University e ensinou história de arte na Yale University, na Cooper Union School of Art and Architecture, N.Y. e na New School for Social Research, N.Y.

As suas áreas especiais de interesse foram sobretudo o início do Renascimento italiano e a arte europeia da primeira parte do século XX.

Foi curador de várias exposições de artistas portugueses contemporâneos tendo organizado a exposição pioneira “Portuguese Art Since 1910” na Royal Academy em Londres, 1979.

Membro do Conselho Institucional do Ar.Co, acompanhou de perto o projecto da escola desde o seu início.

Era conhecedor e entusiasta do nosso país, onde passava anualmente temporadas com a família na sua casa de Colares.

 

 

Foto de João Cutileiro.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Henri de Régnier: — nascido em 1864 numa família aristocrática de Honfleur (cidade dessa Normandia junto ao mar, onde Alphonse Allais também veio ao mundo e foi longamente frequentada por Baudelaire, Satie, Mallarmé…); numa família imbuída de preconceitos nobiliários, de um catolicismo refractário na França da Revolução e com folgado poder económico, que bem cedo o desviou para o colégio Stanislas de Paris, e depois para uma Faculdade de Direito de onde saiu ilustrado em leis mas a preferir outra e melhor vida, a só possível de ser vivida com uma caução de largos rendimentos.

Régnier, a olhar com tédio para a advocacia e para qualquer outra profissão trivial do mundo do trabalho, mas a sentir-se pouco confortável quanto a bens materiais que lhe permitissem viver uma vida cheia de viagens e roupas caras (e onde só as terças-feiras de Mallarmé lhe proporcionavam um prazer de baixo preço), sujeitou-se a um jornalismo que o ajudava um pouco nas despesas mensais e lhe dava, pelo menos, a oportunidade de fazer-se conhecer como escritor. Régnier cultivava uma impecável elegância de bengala com castão de prata (chamavam-lhe Monsieur Stick) e de uma roupa que teria de ser admirada pelo bom corte; fazia uma vida com um pé na França e outro na Itália, frequentava todos os meios onde pudesse mostrar-se com o que então se chamava «libertinagem de espírito» e dizia-se com vontade de ser um escritor empenhado na «recuperação do sentido perdido das coisas».

Foi desde 1885, com vinte e um anos de idade, poeta publicado, e logo se notou que havia nele um apreciável domínio da forma, um belo tom melancólico e sumptuoso que a alguns pareceu situado «entre Verlaine e Valéry». Mas só nove anos depois, e com sete livros de poemas já a circular, se mostrou o prosador que hoje prevalece sobre o poeta em verso; o autor, por vezes com temas escabrosos para a época, que soube reinventar reconhecíveis tons do século XVIII e casá-los habilmente com o simbolismo e a sua religião do estilo, e depois com os tons realistas postos na moda por Zola; o que é hoje mais lembrado por La Double maîtresse (1900), um romance freudiano; Mariage de minuit (1903); Les vacances d’un jeune homme sage (1903); La Peur de l’amour (1907); La Pécheresse (1920); L’Escapade (1925); títulos aqui escolhidos para exemplo, entre os muitos que formam a sua extensa bibliografia de ficcionista em prosa.

[…]

Em 23 de Maio de 1936, com setenta e um anos de idade, Henri de Régnier morreu e foi enterrado no cemitério do Père Lachaise.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», O Encontro — Uma História Incerta]

Livros relacionados
 

Natural de Cabreira-do-Côa, Guarda (20-03-1969) e residente em Lisboa desde 1979. Executou trabalhos gráficos para empresas; participou em iniciativas para BD com outros artistas plásticos; esteve presente com trabalhos em exposições promovidas pela Humorgrafe: -  Encontro Iberoamericano da Cultura Humorística, Paródia & Pastiche. - 20 anos de Democracia Satírica – Mário Soares visto por Caricaturistas. - Iconografias da Sátira Contemporânea, Presidente Soares na Caricatura em Macau. - Mostras de Humor Gráfico de Alcalá Henares – Espanha. - III Bienal de Caricatura de Ourense – Espanha. Colaborou com a Editora “Elo” efectuando Bandas Desenhadas para os “CTT”, “Delta Cafés” e “Carris”; foi colaborador permanente no Semanário Expresso de  1993 a 2002 (onde iniciou a sua carreira como cartoonista e ilustrador); colaborou para o Diário de Notícias, onde, entre outras coisas, ilustrou um artigo bi-semanal do Estebes (Herman José) com textos dos Gatos Fedorento; colaborou com as revistas/jornais Valor, Exame, Semanário Económico, Jornal do Imobiliário, revista Prémio, revista Just Leader; foi premiado nos Salões Humor de Imprensa com a melhor ilustração em 1997 e 1998, Menção Honrosa no XI Salão Luso-Galaico, em Vila Real em 2007 e 1.º lugar em 2009; efectuou exposições individuais de cartoon e ilustração em vários locais do país, e uma exposição individual no Metropolitano de São Paulo – Brasil, em 2007; publicou trabalhos como cartoonista e ilustrador no Jornal i, Jornal de Negócios, Peninsula Press, entre outros títulos. Na internet tem, desde Março de 2008,  um blogue de Cartoons –  Henricartoon, http://henricartoon.blogs.sapo.pt. Actualmente publica diariamente dois cartoons nas páginas do SAPO Notícias e SAPO Desporto.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

«O escritor Henry James (Nova Iorque, 15 de Abril de 1843 - Londres, 28 de Fevereiro de 1916) prolongou-se numa obra literária de 135 títulos publicados entre 1864 e 1917 (na sua maior parte com o texto posteriormente revisto pelo autor) e coleccionados nos 24 volumes de The Novels and Tales of Henry James da New York Edition de 1917. Reconhecido com parcimónia pela crítica e pelo público do seu tempo, prejudicado pela fama de escritor difícil e com histórias de acção mínima espalhada por um grande número de páginas, depois da sua morte passou por um esquecimento quase absoluto até à "redescoberta" que o mantém hoje como grande referência na literatura em língua inglesa do final do século XIX. O reaparecimento deste gigante foi desde logo celebrado por T.S. Eliot e Ezra Pound; foi tema de um emocionado poema de W.H. Auden: "Oh, severo procônsul de indóceis províncias / Oh, poeta da dificuldade, querido artista consagrado", são dois dos seus versos; sugeriu ao narrador de The Green Hills of Africa (a conhecida novela de Ernest Hemingway) a sua inclusão entre os maiores escritores da América, ali associado a Stephen Crane e Mark Twain. […] Este poet of the difficult celebrado por Auden – o que afastava leitores das suas ficções mais extensas – fazia-se mais acessível quando o número de palavras aceite por jornais e revistas o constrangia à disciplina da história não diluída naquela onda larga, a que melhor servia e mais brilho dava, de resto, à sua experiência formal. James também sabia levar a bom termo um esforço de contenção que atingia com poucas páginas o que ele chamava the real thing (a coisa autêntica) – título, aliás, de um destes textos, e considerava objectivo central em toda a exposição literária. Cerca de 80 ficções dominadas por esta economia surgiram nas suas Obras Completas de Nova Iorque. Há nas ficções curtas de James bastantes surpresas ligadas à sua arte de saber insinuar conteúdos latentes sob outros explícitos, de ultrapassar as evidências do visível, de nos obrigar a descobrir qual é the figure of the carpet (o nunca descrito desenho do tapete).» [Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Elias é um profissional das Ciências da Comunicação. Desde logo enquanto estudante de Licenciatura que se preocupa com questões de investigação. Elias licencia-se em Ciências da Comunicação e da Cultura na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa, e rapidamente termina o seu primeiro livro sobre "Ciberpunk". Desde 1999 o autor envereda por trabalhar como Jornalista em revistas de tecnologias de informaçäo e entretenimento sobre Internet e vocacionadas para o multimédia. A cultura digital representa o início da sua investigação no anos 90 e, até ao presente, permanece como núcleo temático num trabalho em estado progressivo. A sua dissertação de Mestrado intitula-se “First Person Shooter: O Ciberespaço Subjectivo”; já a sua tese de Doutoramento é em 2010 apresentada como “A Galáxia de Anime - A Animação Japonesa como New Media”. Dois dos seus últimos livros são o ensaio "Post-Web: The Continuous Geography of Digital Media" (2013) e o romance noir thriller "O Homem Completo" (2012), recentemente publicado e disponível agora na loja online amazon.com.

Livros relacionados
 
 
 

Balzac [1799-1850] pressentiu-se desde cedo com talento de grande escritor; não foi portanto sensível ao juízo de júris sucessivos que consideraram detestável a sua tragédia Cromwell; menosprezou a evidência de os seus romances, assinados com os pseudónimos Lord R’hoone e Horace de Saint-Aubin, escritos sem brilho e sob uma lição que vinha de Walter Scott e de ficções negras sopradas da Inglaterra, se amontoarem no armazém do editor; de o público olhar para os seus esforços literários com indiferença e oferecer êxitos a Victor Hugo e favores a Prosper Mérimée.

No entanto Antoinette de Berny, sua primeira amante-mãe entre várias que o seduziram, vencida no leito mas crua a avaliar ligeirezas da sua vida prática, irmã do editor que aceitava com paciência esta nulidade comercial, desabafou numa carta: «São edições que continuam desconhecidas de toda a gente. O meu irmão, que só tinha vendido vinte exemplares, já não conseguia pagar o aluguer do armazém onde eles se acumulavam e estragavam; despachou-os pelo preço do bonito papel que tão caro nos ficou encher de letras.»

Consciente do outro escritor que já havia dentro de si e estava prestes, por lucidez própria, a vir à luz sobre as prosas menores de Saint-Aubin, anunciou-o num posfácio: preciso muito de silêncio para tentar fazer ruído, e agora com o meu nome.

[...]

Balzac — já a impor-se como De Balzac — levantava uma rápida e gigantesca construção literária, um fresco da sociedade do seu tempo que ele olhava pelas virtudes e pelos vícios, escrita à luz de duas verdades eternas (veio a dizê-lo num prefácio a esta obra monumental), a Religião e a Monarquia; mas que pode, apesar deste confessado programa, assumir uma grandeza onde cabe quase tudo e justificar que futuros intelectuais marxistas (György Lukács entre eles) o escolhessem como incomparável exemplo de uma análise aos mecanismos de um sistema económico onde triunfa o egoísmo só aplacado pela exploração do homem pelo homem.

Também se estava perante a teia de um complexo sistema de relações. A personagem principal de um romance podia surgir noutro como presença ocasional e fugidia; a compreensão profunda de uma cena podia exigir do leitor memória profunda de outra, pertencente a uma ficção sem relações directas com aquela. Balzac coleccionou estes pontos de cintilação que se respondiam de história a história, e em 1833 reuniu-os nos doze volumes com o título geral de Études de Moeurs au XIXe Siècle; e em 1841 acrescentou-os até aos dezassete que hoje conhecemos por La Comédie Humaine. É de uma carta a Zulma Carraud a maior franqueza perante esta ambição: A minha obra terá de conter todas as figuras e todas as posições sociais, deve representar todos os factos sociais sem que uma situação da vida, ou uma fisionomia, ou um carácter de homem ou mulher, ou uma forma de viver, ou uma profissão lá estejam esquecidos.

[…]

Quase dois séculos fizeram-no exemplo do romancista que soube como nenhum outro observar friamente a sociedade do seu tempo nas verdades visíveis e ocultas (embora Baudelaire tenha querido retocar este juízo opondo-lhe o rótulo mais quente e tumultuoso de «visionário apaixonado»), mas também o acusam de romancista por vezes mal servido pela tendência de exorbitar nas descrições, prejudicando o papel da acção e dos diálogos. Destas polémicas sobra uma certeza que não pode deixar de ser cara a qualquer romancista: fazer crer que o inventado, mesmo estranho, mesmo pouco verosímil, é sempre a verdade; e ter posto estudiosos a descobrir como conseguia fazê-lo.

[…]

Balzac: dezoito anos de monstruosa criação literária, três anos de doloroso declínio; uma imaginação que se levantou alto para os êxitos, e teve momentos menos gloriosos em alguns fracassos. Uma energia: vital e consumida naquela chama que está no incêndio de todas as paixões do mundo. O escritor Balzac, ele próprio construído como personagem de um possível e nunca escrito romance de Balzac.

Aníbal Fernandes, excertos de «Apresentação», Ser ou não Ser.

Livros relacionados
 
 
 
 

Professor na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto e investigador no Gabinete de Filosofia Moderna e Contemporânea da Universidade do Porto. A sua investigação incide preferencialmente na filosofia contemporânea, na sua intersecção com os domínios da literatura, da política e da educação. Dedica especial atenção à desconstrução e às obras de Jacques Derrida, de Jean-Luc Nancy e de Maurice Blanchot. Foi também co-tradutor, com Fernanda Bernardo, do livro de Jean-Luc Nancy, O Peso de um Pensamento, a Aproximação, publicado pela Palimage em 2011. Além dos textos e artigos que vem produzindo, sublinhe-se a publicação, em 2014, do livro Maurice Blanchot. A Literatura nos Limites da Filosofia (Palimage). É activista da organização SOS Racismo, tendo publicado, em 2013, o opúsculo «Racismo(s): a revisitação de um conceito»

Livros relacionados
 

Possui, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), graduação (1973), mestrado (1979) e doutoramento em Comunicação (1991), e pós-doutoramento orientado pelo professor Bernard Stiegler no IRCAM, Centre Pompidou Paris 2003. Actualmente é professora associada IV da UFRJ, pesquisadora bolsista do Conselho Nacional de Pesquisa em Ciência e Tecnologia (CNPq) e coordenadora do grupo de pesquisa «Corpo e Imaginário Tecnológico». Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Teoria da Comunicação, Filosofia e Estética, actuando principalmente nos temas corpo, comunicação, tecnologia, subjectividade e cultura. Publicou vários artigos, alguns dos quais na revista de Comunicação e Linguagens editada pelo CECL da Universidade Nova de Lisboa e vários outros em revistas brasileiras e internacionais  e o livro Breve História do Corpo e de seus Monstros, Lisboa, Editora Vega, Colecção Passagens, segunda edição 2004.

Livros relacionados
 
 

Doutorando em Ciências da Comunicação – Universidade da Beira Interior – Portugal, é mestre em Comunicação e Jornalismo – Universidade de Coimbra – Portugal; grau reconhecido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Brasil. Especialista em Gestão de Redes Sociais e Comunidades – Universidade de Guadalajara – México. Especialista em Princípios da Comunicação Mediática Contemporânea: Transparência, Verossimilitude, Autenticidade na Televisão, no Cinema, na Publicidade, na Fotografia e na Comunicação Institucional – Universidade de Santiago de Compostela – Espanha. Licenciado em Comunicação Social com habilitação (ou na vertente) Jornalismo – Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA) – Brasil; grau reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa – Portugal.

Livros relacionados
 

 

Nasceu em Benavente e vive em Lisboa. Frequentou o curso de Pintura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, de 1976 a 1981.

 

As mais recentes exposições individuais: Ária, Fundação Carmona e Costa – EAD, Lisboa, 2023; Metamorfoses – Os rios transbordam e desabam, SNBA, Lisboa, 2023; Visitas de Inverno, Giefarte, Lisboa, 2023; Falar com o Tempo, Museu da Guarda, Guarda, 2022; Une lumière de printemps, Centro Cultural Português – Camões, Luxemburgo, 2021; Acidentes da sombra e da luz, Galeria Ala da Frente, Famalicão, 2021; Mosaicos na Igreja de São Tomás de Aquino, Lisboa, 2017-2021; Almoço no Campo, Land Art Cascais, Quinta do Pisão, Cascais, 2020; Por trás das árvores há um outro mundo, Museu da Cidade – Casa Guerra Junqueiro, Porto, 2020; Desvios da Natureza (pintura), Museu Municipal de Faro, Faro, 2019; As Florestas São do Outro Mundo (pintura), Galeria Neupergama, Torres Novas, 2017; Do Negro a Luz – Desenho 1986-2016, Fundação Carmona e Costa, Lisboa, 2016; Epifania da Graça (mosaico), Catedral de Bragança, 2015; Maria Gabriela Llansol: O encontro inesperado do diverso (com Duarte Belo), CIAJG, Guimarães, 2014; Azul de Perdição (pintura sobre papel), Giefarte, Lisboa, 2014; Amor de Perdição (pintura sobre papel), Casa de Camilo, S. Miguel de Seide, 2014; O Quarto e o Bosque (desenho), Giefarte, Lisboa, 2012; Pentecostes, pintura na Capela do Rato, Lisboa, 2011.

 

Tem desenvolvido a sua obra plástica em redor da obra de muitos escritores e poetas, tais como Goethe, Camilo Castelo Branco, Mário Cesariny, Maria Gabriela Llansol, Maria Velho da Costa, Armando Silva Carvalho, Manuel António Pina, João Barrento, José Alberto Oliveira…

Numa iniciativa de José Tolentino Mendonça, ilustrou uma nova edição, em oito volumes, da primeira tradução da Bíblia para língua portuguesa, traduzida por João Ferreira Annes d’Almeida, publicada pela Assírio & Alvim, 2006.

Livros relacionados
 
 
 
 
 

Nasceu em Évora, 1986. Vive e trabalha em Lisboa. Iniciou a sua formação em pintura na FBAUL, e em 2010 prosseguiu os estudos em Londres, completando uma pós-graduação na Byam Shaw, na Central Saint Martins. Em 2013 concluiu o Mestrado em Pintura na Slade School of Fine Art, na UCL, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian no programa Estudo de Especialização e Valorização Profissional em Artes no Estrangeiro.

Participou em várias exposições nacionais e internacionais, das quais se destacam (2018) Vindauga – olho de vento, curadoria de Hugo Dinis, Sala 117, Porto, PT; Variations portugaises, curadoria de Caroline Bissière e Jean-Paul Blanchet, Centre d’art de Meymac, FR; (2017) Blinds, curadoria de Maria Joana Vilela, Águas-Livres 8, Lisboa, PT; (2016) Múltiplos, The Drawing Center, Nova Iorque, EUA; (2015) Descontorno, curadoria de João Pinharanda, Casa de Burgos, Évora, PT; (2014) For(Matter), residência artística e exposição com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, Atelier Concorde, Lisboa, PT; ART STABS POWER – Que se vayan todos!, curadoria de Inês Valle, Bermondsey Project, Londres, UK; (2013) 17.ª Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, PT.

Recentemente o seu trabalho foi seleccionado para o 11.º Prémio Amadeo de Souza-Cardoso e para a 6ème Biennale Jeune Création Européenne 2017-2019, apresentada em França, Dinamarca, Letónia, Roménia, Itália, Espanha e Portugal. Apresentou em 2018 uma obra de arte pública, no âmbito do programa curatorial de Gabriela Raposo, 10.10.10 Arte entre Cidades, em Alenquer.

A sua obra é representada em colecções particulares em Portugal, França, Reino Unido, Espanha, Chile e EUA; Colecção da Oliva Creative Factory, São João da Madeira, PT; National Gallery of Budapest, HU; Colecção Museu da Carris, PT; Colecção Fernando Ribeiro, PT; Colecção Joaquim Ferro, PT.

Livros relacionados
 
 

Ingeborg Bachmann nasceu em 1926 em Klagenfurt, na Áustria. Doutorou- se em Filosofia na Universidade de Viena com uma tese sobre Martin Heidegger. Em 1952, começou a adquirir notoriedade como poeta nos encontros do Grupo 47 que juntava escritores de língua alemã com o objectivo de renovar a literatura depois do nazismo e da guerra e dar a conhecer novos escritores. Viveu em Ischia, Roma, Nápoles, Munique, Zurique e Berlim. Escreveu poesia, reunida em volumes como Die gestundete Zeit (1953; O tempo aprazado, tradução portuguesa 1992), peças radiofónicas, como Der gute Gott von Manhattan [O bom deus de Manhattan] (1959), libretos para óperas, como Der junge Lord [O jovem Lorde] (1965), de Hans Werner Henze, contos, publicados nas colectâneas Das dreiβigste Jahr [O trigésimo ano] (1961) e Simultan [Simultâneo] (1972), e o romance Malina (1971; tradução portuguesa 2022). Proferiu palestras sobre poética na Universidade de Frankfurt e traduziu poesia de Giuseppe Ungaretti. A sua obra foi distinguida com vários prémios, entre os quais o Prémio Büchner (1964) e o Grande Prémio do Estado Austríaco (1968). Morreu em 1973 em Roma, na sequência de um incêndio ocorrido em sua casa.

Livros relacionados
 

Doutorada em Filosofia (Madrid, 1994), é professora associada na Universidade de Évora e investigadora do Praxis – Centro de Filosofia, Política e Cultura. Foi Presidente da Associação Portuguesa da Filosofia Fenomenológica (2011-2017) e, actualmente, integra a direcção da Sociedad Iberoamericana de Estudios Heideggerianos (desde 2017) e a Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica. Actividade investigadora no horizonte de uma Ontologia hermenêutica de raíz fenomenológica, com os seguintes eixos principais de atenção: (1) a Análise Existencial fenomenológica, de base heideggeriana, em relação com a Psicanálise; (2) a Fenomenologia da Técnica nas suas manifestações culturais e ambientais; (3) a questão da linguagem e da tradução, nas vertentes teórica e prática, muito especialmente no contexto do projecto «Heidegger em Português».

Livros relacionados
 

É licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, mestre em História Contemporânea (século XX) e doutorada em História Institucional e Política Contemporânea, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

 

Elaborou diversos estudos sobre o Estado Novo, o período da II Guerra Mundial, a situação das mulheres e a polícia política durante a ditadura de Salazar e Caetano.

 

É investigadora do Instituto de História Contemporânea (FCSH da UNL), estando neste momento a realizar um projecto de Pós-Doutoramento, aprovado pela FCT, intitulado «O processo de justiça política relativamente à PIDE/DGS, na transição para a democracia em Portugal».

 

É autora e co-autora de diversos livros, entre os quais se contam: História das Organizações Femininas do Estado Novo (Círculo de Leitores, 2000 e Temas & Debates, 2001);Textos relativos a Portugal da obra Contai aos Vossos Filhos. Um Livro sobre o Holocausto na Europa, 1933-1945 (Gótica, 2000); Fotobiografia de Manuel Gonçalves Cerejeira (Círculo de Leitores em 2002); Judeus em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial. Em Fuga de Hitler e do Holocausto (Esfera dos Livros, 2006); A História da PIDE (Círculo de Leitores e Temas & Debates, 2007); Mocidade Portuguesa Feminina (Esfera dos Livros, 2007); O Corporativismo em Português. Estado, Política e Sociedade no Salazarismo e no Varguismo (Rio de Janeiro, 2007); Vítimas de Salazar. Estado Novo e Violência Política (Esfera dos Livros, 2007), em co-autoria com João Madeira e Luís Farinha; Biografia de um Inspector da PIDE (Esfera dos Livros, 2008); Fotobiografia de José Afonso (Círculo de Leitores, 2009 e Temas & Debates, 2010); Tribunais Políticos. Tribunais Militares Especiais e Tribunais Plenários durante a Ditadura e o Estado Novo, em co-autoria com Fernando Rosas, João Madeira, Luís Farinha e Maria Inácia Rezola (Círculo de Leitores/Temas & Debates, 2009); Conflicts, Memory Transfers and the Reshaping of Europe (Cambridge, 2010); Cardeal Cerejeira. O Príncipe da Igreja, (Esfera dos Livros, 2010); A Cada um o seu Lugar. A Política Feminina do Estado Novo, (Círculo de Leitores/Temas & Debates, 2011); Salazar, Portugal e o Holocausto, com Claudia Ninhos (Círculo de Leitores/Temas & Debates, 2013); Espiões em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial (Esfera dos Livros, 2013); Democracia, Ditadura. Memória e Justiça Política, coord. Irene Flunser Pimentel e Maria Inácia Rezola, (Tinta da China, 2013); História da Oposição à Ditadura em Portugal. 1926-1974, (Porto, Figueirinhas, 2014); Mulheres Portuguesas. História da Vida e dos Direitos das Mulheres num Mundo em Mudança, com Helena Pereira de Melo (Clube do Autor, 2015); Bystanders, Rescuers or Perpetrators. The Neutral Countries and the Shoah, International Holocaust Remembrance Alliance/Metropol (Berlim, 2016); O Comboio do Luxemburgo. Os Refugiados judeus que Portugal não salvou em 1940, com Margarida de Magalhães Ramalho (Esfera dos Livros, 2016); O Caso da PIDEDGS. Foram julgados os principais agentes da ditadura? (Círculo de Leitores/Temas& Debates, Outubro de 2017).

 

Prémios: História das Organizações Femininas do Estado Novo, prémio Carolina Michaelis, 1999; Judeus em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial. Em Fuga de Hitler e do Holocausto, prémio ex-aequo Adérito Sedas Nunes, atribuído pelo Instituto de Ciências Sociais, 2007; Prémio Pessoa, atribuído pelo Expresso e a Unysis, 2007; A História da PIDE, prémio especial da revista Máxima, 2008; Prémio Seeds of Science, categoria «Ciências Sociais e Humanas», 2009; A Cada um o seu Lugar. A Política Feminina do Estado Novo, prémio Ensaio da revista Máxima, 2011.

 

É Chevalière de la Légion d´Honneur francesa.

Livros relacionados
 
 
 

Isaac Emanuílovitch Bábel (ou Isaak Emmanuilovich Babel) nasceu no seio de uma família judaica em Odessa (1894-1940). Estudou Economia, mas foi na arte do conto que se notabilizou, sendo a sua obra testemunha de uma Rússia em transição de fim do império para o socialismo soviético. Bábel travou conhecimento com Máximo Gorki em 1916, de cujo patrocínio gozou até à morte deste em 1936. Foi correspondente de guerra, ao cobrir o conflito polaco-soviético (1919-1920), e alistou-se no Exército Vermelho. Trabalhou em diversas produções cinematográficas, sobretudo em 1925-1928, de que sobressai a colaboração com o cineasta Sergei Eisenstein. Durante a II Guerra, foi acusado de espionagem e conspiração anti-soviética. Foi torturado e executado a 27 de janeiro de 1940. Entre as suas principais obras contam-se A cavalaria vermelha (1926) e Contos de Odessa (1931), ambas coletâneas com tradução para português. Foi tradutor tanto de francês (de Guy de Maupassant) como de iídiche (de Sholem Aleichem). Terá sido em francês que escreveu os seus primeiros trabalhos, era ainda adolescente, e foi em Paris onde viveu por curtos intervalos e, aliás, se envolveu em eventos antifascistas, dedicando à cidade alguns dos seus contos.

Livros relacionados
 

É doutorada em Sociologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris (2001), e agregada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho (2013). É professora catedrática e vice-reitora para a Internacionalização da Universidade Lusófona e investigadora integrada no CICANT — Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias. As suas áreas de investigação são: sociologia da comunicação e do acontecimento; teorias do espaço público e públicos; redes e activismo. É autora de livros, a saber Espectadores e Públicos Activos (2015) e A Configuração dos Acontecimentos Públicos. O Caso República e as Manifestações nos Açores em 1975 (2006), assim como de capítulos de livros e de artigos científicos nacionais e internacionais. Organizou o n.º 10 da revista Caleidoscópio, com o título Dimensões do Acontecimento. Configuração, Mediação, Tempo e Experiência (2011), e foi co-editora dos livros Netativismo (2017); Expressões Visuais Disruptivas no Espaço Público (2021); Ativismo em Rede e Plataformas Colaborativas (2022) e do n.º 13 da revista Communication, Technologies et Développement (2023).

 

 

Livros relacionados
 
 

Isabel Maria de Oliveira Capeloa Gil (Mira, 22 de julho de 1965) é uma académica portuguesa. É asexta reitora da Universidade Católica Portuguesa, nomeada pela Congregação para a Educação Católica a 26 de setembro de 2016, por proposta do Magno Chanceler da instituição, D. Manuel Clemente, 17.º Patriarca de Lisboa. Tomou posse a 28 de outubro de 2016. É presidente da Federação Internacional de Universidades Católicas (FIUC), desde 2018. Professora catedrática de Estudos de Cultura da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e é mestra em Estudos Alemães pelas mesmas instituições. Estudou na Ludwig Maximilian Universität, em Munique, Baviera, e na Universidade de Chicago, em Chicago, Illinois, doutorando-se em Estudos Alemães na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, da qual foi diretora entre 2005 e 2012, tendo contribuído para o desenvolvimento de uma estratégia de especialização inteligente para a unidade, sobretudo nas áreas de Comunicação e Cultura, e pelo alargamento da relação com o mundo empresarial nestes setores. Com mais de 150 trabalhos publicados, o seu trabalho de investigação tem contribuído para a definição do campo dos Estudos de Cultura. Na gestão universitária, tem-se destacado no desenvolvimento da estratégia de internacionalização e investigação da Universidade, da qual foi vice-reitora entre 2012 e 2016 e responsável pelos pelouros de Investigação e Internacionalização. Criou e coordenou entre 2014 e 2015 a rede de colaboração entre a Universidade e o sector cultural, onde se incluiu o Mestrado em Estudos de Cultura da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, considerado como o terceiro melhor Mestrado de Gestão das Artes a nível mundial. Pertence e tem ocupado cargos de gestão em diversas associações científicas nacionais e internacionais, das quais se destacam a ICLA (International Comparative Literature Association) e a ICA (International Communication Association). Foi professora convidada em diversas Universidades, entre as quais se contam a Universidade de Munique, a Universidade Ca’Foscari de Veneza, a Houston School of Film da National University of Ireland, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e a Universidade de São José, em Macau. Foi investigadora visitante do Wissenschaftskolleg, em Berlim, e do Freeman Spogli Institute for International Studies da Universidade de Stanford. Desde 2010 tem o título de Honorary Fellow da School of Advanced Studies da Universidade de Londres. Coordenou o Research Leadership Forum da Global Federation of Competitiveness Councils(GFCC). É ainda membro do European Council of Foreign Relations, do Conselho Consultivo da Fundação Calouste Gulbenkian e presidente do Conselho de Administração da Fundação UCP.

Livros relacionados
 

É licenciada em Filosofia pela Universidade de Coimbra e mestre em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa com a tese «Performance ou a Arte num Lugar Incómodo» (1993). Crítica de arte desde 1991. Assessora para a área de exposições de Lisboa’94 – Capital Europeia da Cultura. Foi co-fundadora e subdirectora do Instituto de Arte Contemporânea, tutelado pelo Ministério da Cultura. Foi membro dos júris da Bienal de Veneza (2003), do Turner Prize (2010), The Vincent Award (2013), entre outros. Co-seleccionadora do Ars Mundi, Cardiff (2008). Entre as inúmeras exposições que organizou, destacam-se: Bienal de Sidney «On Reason and Emotion» (2004), «Intus» de Helena Almeida, Pavilhão de Portugal, Bienal de Veneza (2005), «Provisions for the Future», Bienal de Sharjah (2009). Entre 2009 e 2015 foi directora do CAM-Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.

 

Degree in Philosophy by Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1987). Post-graduation and Master’s Degree in Social Communication, Departamento de Comunicação Social, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa; thesis: “Performance: Art in an Uncanny Place” (1993). Head adviser for the Exhibitions Department in Lisboa 94, Cultural Capital of Europe (co-coordination of a program of 25 exhibitions). Artistic director of Sydney Bienniale 2004 “On Reason and Emotion”, Sydney (several museums). Curator for the Portuguese Representation in Venice Biennale, June-October 2005. Selector of Artes Mundi 2008, Cardiff (Great Britain). Jury member of Venice Biennial Best Pavillion (2003), Turner Prize (2010), The Vincent Award (2013) among others. . Founder and Deputy Director between 1996 and 2001 of the Instituto de Arte Contemporânea (IAC) of the Portuguese Ministry of Culture where she runs during 3 years an international collection and organized the Portuguese representations to: Venice Biennial (2001), London Art Biennial 2000, São Paulo Biennial (1996 and 1998), Istanbul (1997 and 1999) among others activities. Among others she curated the following exhibitions and subsequent catalogues: “Sublime”, Museu do Chiado, Lisboa 1994; “The Day After Tomorrow”, Centro Cultural de Belém, Lisboa 1994; “Mediations”, Palácio Galveias and Museu do Chiado, Lisboa 1997; “Eve’s - Paula Soares”, Triennial of India, New Delhi, 1997; “Entrada Azul – Helena Almeida retrospective”, Casa da América, Madrid 1998; “Trading Images”- one year international exhibition cycle with one-person shows of Adriana Varejão, Eugenio Dittborn, Narelle Jubelin, Museu da Cidade, Lisboa 1998; “Initiare”, Centro Cultural de Belém, Lisboa 2000; “Inhabitated Drawing – Helena Almeida”, Drawing Center, New York, 2004; «Taking Time», MARCO, Vigo 2007 (Spain)., «Between the Lines», Museu das Comunicações, Lisboa 2008; Sharjah Biennial 2009. Director of CAM-Fundação Calouste Gulbenkian, Lisbon (2009-2015).

Livros relacionados
 
 
 

Isabela Figueiredo nasceu em Lourenço Marques, Moçambique, hoje Maputo, em 1963. Após a independência de Moçambique, em 1975, rumou a Portugal, incorporando o contingente de retornados. Foi jornalista no Diário de Notícias e é professora de Português. Estudou Línguas e Literaturas Lusófonas, Sociologia das Religiões e Questões de Género. Publicou os seus primeiros textos no extinto suplemento DN Jovem, do Diário de Notícias, em 1983.

É autora de Conto É Como Quem Diz (Odivelas: Europress, 1988), novela que recebeu o primeiro prémio da Mostra Portuguesa de Artes e Ideias, em 1988, e de Caderno de Memórias Coloniais, cuja primeira edição data de 2009. Escreve regularmente no blogue Novo Mundo. Desenvolve workshops de escrita criativa e participa em seminários e conferências sobre as suas principais áreas de interesse: estratégias de poder, de exclusão/inclusão, colonialismo dos territórios, géneros, corpo, culturas e espécies.

Livros relacionados
 

«Em 21 de Outubro de 1904, Isabelle Eberhardt morreu soterrada e afogada sob uma onda do ued argelino de Aïn Sefra. Tinha vinte e sete anos de idade, era suíça, filha de pai incógnito; e a história deste vazio, que a restringiu a um único progenitor no seu registo de Genebra, desce romanescamente desde a Rússia czarista até à Europa Central.

Natalia Nicolaevna Eberhardt foi uma esposa incómoda para o general e senador Pavel Karlovich de Moerder, muito próximo de Nicolau II. O seu sangue judaico, tardiamente descoberto, lançava as bases de uma insanável desavença conjugal. Moerder sentia- se traído pela prolongada ignorância desta «impureza semita» introduzida na sua vida íntima e cuidadosamente iludida pela sua mulher. Mas tinha-a regularmente engravidado; e muito consciente da sua condição de pai russo bem colocado na vida e merecedor de respeito, evitara à educação desses filhos a promiscuidade de uma escola pública contratando Alexander Tropimovski, preceptor ucraniano, ex-pope ortodoxo, amigo de Bakunin, poliglota, e que surgia no seu lar acrescentado por uma bastante apreciável beleza física.

Natalia Nicoalevna não foi indiferente à proximidade deste educador erudito e com laivos de um requintado anarquismo. Essencialmente por isto, e para deixar a mais cómoda distância o semitismo e a fidelidade duvidosa da sua vida conjugal, o severo Moerder viu na oportunidade de um filho de pulmões fracos a boa desculpa que lhe permitiria exportar toda a sua família mais próxima para a Suíça; e, por que não, acompanhada pelas competências do acarinhado preceptor.

Natalia e Tropimovski construíram longe da corte russa, nos arredores de Genebra, um novo núcleo familiar visto de sobrolho franzido pelos bem comportados helvéticos; visto como assumido adultério e animado centro de convívio para intelectuais de esquerda e políticos expatriados.

E quando Isabelle nasceu [Genebra, Suiça, 17 de Fevereiro de 1877], concebida longe das obras do general russo, nem Moerder nem Tropimovski quiseram oferecer-lhe uma paternidade. Ao contrário de todos os seus irmãos, com um Moerder a respeitabilizar-lhes o nome, teve de contentar-se com o que havia no lado materno. Isabelle seria, para os registos oficiais e para a literatura, Isabelle Eberhardt.

[...]

Em 1899, Natalia Nicolaevna era uma mulher irremediavelmente distante dos prestígios da corte russa e com a fama incómoda de ter vindo satisfazer, longe dos olhos e dos sentimentos do seu marido, os apelos de uma exigente sensualidade. Isabelle, essa, era vista por Genebra como uma extravagante. Vestia-se com fardas de marinheiro e outros trajos masculinos; e como sentia uma sede de exotismos alimentada por leituras febris que investigavam tudo quanto havia nessa veia, desde Flaubert a Loti, e como estava irremediavelmente apaixonada por uma fé muçulmana de marcado contraponto àquela cristandade suíça, o Norte de África de Marrocos ou da Argélia, dominado pela língua francesa, mostrou- -se com contornos de sonho realizável. Conduzidas pelo mesmo impulso, mãe e filha elegeram a Bône argelina como bom lugar para se arabizarem sob o confortável abrigo de uma mensalidade que poderia lá chegar sem sobressaltos. Também havia que apagar dos seus nomes o mau travo europeu: Natalia Nicolaevna passou a ser Fatma Mannubia; e Isabelle Eberhardt, vestida à árabe, transformou- se no jovem ambíguo Mahmud Sadi.

Masculinamente vestida, Mahmud frequentava mesquitas e prostrava-se entre homens, com a cabeça a tocar no chão e voltada para Meca. Dormia com árabes encantados com o formoso rapaz que se despojava da gandurah e oferecia um corpo feminino ardente, com os atractivos equívocos da androginia.

[...]»

Aníbal Fernandes, Apresentação de «Rakhil», Sistema Solar, 2018.

Livros relacionados
 

Isabelle Rimbaud (10 anos de idade em 1870): De cinco filhos a mais nova; mas (devido à morte da sua irmã Vitalie) apenas com dois irmãos, Frédéric e Arthur, e uma irmã Vitalie «segunda », poderá dizer-se, porque lhe coube por baptismo repetir o nome da irmã defunta. Virá a mostrar-se com energias de temperamento herdadas da sua mãe. Em momentos difíceis arregaça as mangas. Quando o seu irmão Arthur regressa das Áfricas atormentado por um joelho com uma ferida neoplásica, é incansável.E depois da sua morte sente-se gestora de uma grande obra literária. Escreveu a editores, a homens de letras, e sentiu-se capaz de biografar o irmão retocando-o com os branqueamentos pedidos pela sua moralidade conservadora e cristã. Em 1895, com um rasgo de grande lucidez intelectual, autoriza o impuro Verlaine a prefaciar as Poésies Complètes do seu irmão. [Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 
 
 
 

É professora auxiliar na área de Comunicação Estratégica no Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Nova de Lisboa desde 2017, investigadora integrada no ICNOVA e colaboradora no LabCom.

Doutora (2012) em Ciências da Comunicação pela UBI com uma tese sobre a linguagem persuasiva da publicidade na televisão, é diretora da Rhetorikê, revista digital de Retórica e coeditora de três livros sobre Retórica. Ivone Ferreira tem ainda vários artigos publicados, com destaque para três artigos indexados em SCOPUS. Em 2019, foi editora convidada da revista Media & Jornalismo (n.º 34), dedicada à publicidade.

Docente no ensino superior desde 2009, foi coordenadora da licenciatura em Comunicação Social da ESE de Viseu no biénio 2014-2016. É coordenadora do GT de Publicidade da SOPCOM (2019-2021), organizou em 2020 as I Jornadas Internacionais de Publicidade, numa parceria UNL, UM, UFP, Universidade Complutense de Madrid e ESPM-Porto Alegre.

Faz parte da equipa do projeto europeu «A-PLACE Linking places through networked artistic practices (Creative Europe — 607457-CREA-1-2019-1-ES-CULT- -COOP2)».

Livros relacionados
 
 

Solteiro, misógino, com um azedume que lhe chegava das rotinas de manga-de-alpaca no Ministério do Interior, assim foi sentido J.-K. Huysmans nos seus trinta e três anos de vida literária.

[...]

Na literatura, onde deixou o seu nome flamengo semi-inventado (o verdadeiro era Charles Marie Georges Huysmans [Paris, 5 de Fevereiro de 1848-Paris, 12 de Maio de 1907]) bebido numa ilustre cepa de pintores da Flandres, foi exemplo de um notável domínio da palavra. E com essa frase «pintada», que pretendeu sentir como metamorfose em escrita da pincelada flamenga, pretendeu terçar armas pelo «naturalismo» — quase uma obrigação, um preço exigido pela sua convivência apertada com Émile Zola.

[...]

Mais tarde, quando os socialistas de Jaurès expulsaram com o seu combate anti-clerical de 1902 a maioria das congregações católicas, Huysmans regressou a Paris e recolheu-se na vizinhança dos beneditinos da rua Monsieur. Apesar do tempo que a devoção lhe pedia, este burguês cheio de incertezas e ressentimentos conseguiu ser presidente da Academia Goncourt desde 1900 a 1906. E foi escrevendo. Da pena saíram-lhe ortodoxias enfeitadas por boa prosa, e no capítulo dos sentimentos ainda encontrou ânimo e disponibilidade para uma admiração apaixonada, a que dedicou a Henriette du Fresnel, a jovem que em dias finais parece abrandar-lhe a misoginia.

J.-K. Huysmans abeirou-se dos sessenta arrasado por novenas, comunhões e jejuns que talvez negociassem o perdão divino para a sua obra literária de vinte anos atrás. Em 1907 morreu, apesar disto, com os grandes sofrimentos físicos de um cancro e aterrorizado com o exame rigoroso que o esperava à porta estreita de São Pedro.

«Sim», veio a dizer dele outro escritor católico, Barbey d’Aurevilly, «das duas uma: ou era um desses casos que se resolvem de pistola na boca, ou com a humilhação aos pés da cruz!»

Aníbal Fernandes

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

James Hogg [Escócia, 1770-1835], poeta, romancista e ensaísta. Na sua juventude foi trabalhador agrícola e pastor, por isso a sua educação foi maioritariamente autodidacta, através da leitura. Foi amigo de grandes escritores da sua época, como Sir Walter Scott, de quem mais tarde escreveu uma biografia não autorizada. Memórias Íntimas e Confissões de um Pecador Justificado, de 1824, é o seu romance mais conhecido. Muito criticada na altura da sua publicação, acusada de ser um «grave atentado contra a religião e um insulto ao gosto moderno», a obra permaneceu na sombra até 1947, quando foi republicada com um posfácio entusiástico de André Gide. Outras obras de James Hogg incluem o longo poema The Queen's Wake (1813), a colecção de canções Jacobite Reliques (1819), e os dois romances The Three Perils of Man (1822) e The Three Perils of Woman (1823).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Es catedrático de Historia Medieval de la Universidad de Navarra, director del Instituto Empresa y Humanismo, y miembro del grupo «Religión y sociedad civil» del Instituto Cultura y Sociedad (ICS) de la misma Universidad. Entre sus publicaciones destacan Authoring the Past. History, Autobiography and Politics in Medieval Catalonia (The University of Chicago Press, 2012), La historiografía medieval, entre la historia y la literatura (Universitat de València, 2017), La escritura de la memoria, de los positivismos a los postmodernismos (Universitat de València, 2.ª edición de 2017) y un estudio sobre las autobiografías de historiadores del siglo XX: Theoretical Perspectives on Historians’ Autobiographies (Routledge, 2016). Ha editado el volumen colectivo Rethinking History in the Twenty-First Century (Routledge, 2017). Es miembro del consejo editorial de la revista Rethinking History (saurell@unav.es).

Livros relacionados
 

Jean Cocteau [Maisons-Laffitte, 1889 – Milly-la-Forêt, 1963] foi poeta, dramaturgo, encenador, cineasta, pintor e escultor. Participou em todos os movimentos da sua época, desde os Ballets Russes ao surrealismo, de cujo grupo foi membro activo. Enveredou também pela música e escreveu libretos para obras de Stravinski, Darius Milhaud e Eric Satie. As suas relações de amizade e colaborações incluíam artistas de todas as áreas, entre eles Pablo Picasso, Modigliani, Apollinaire, Satie, Jean Anouilh, Jean Marais, Henri Bernstein e Édith Piaf. Em 1919, publicou o seu primeiro livro, Le Potomak, seguido de Thomas l’imposteur (1923), Orphée (1926), Le Livre blanc (1928), Les Enfants terribles (1929), La Voix humaine (1930), La Machine infernale (1934), Les Parents terribles (1938) e Bacchus (1951), entre romances, peças de teatro e poesia.

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
 

Professor associado do Departamento de Humanidades na Universidade Aberta e investigador integrado no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde participa em duas linhas de investigação: O Cinema e o Mundo — Estudos sobre Espaço e Cinema e RIAL — Realidade e Imaginação nas Artes e na Literatura. Em 2016-2017, foi investigador convidado no Departamento de Estudos Visuais e Ambientais na Universidade de Harvard. Entre as suas publicações, incluem-se trabalhos sobre Mark Strand, Wallace Stevens, Ralph Waldo Emerson, Edward Hopper e D.W. Griffith. Em 2018, publicou uma tradução da obra poética do poeta simbolista português Camilo Pessanha (Clepsydra — The Poetry of Camilo Pessanha [Lisbon Poets & Co.]) e, mais recentemente, coordenou a publicação do livro Espelhos do Film Noir (Documenta, 2019).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Andrzejewski [Varsóvia, Polónia, 19 de Agosto de 1909 – 19 de Abril de 1983], este escritor polaco, «jovem grande e magro que usava óculos de armação de massa», acompanhou as constantes mudanças políticas e a instabilidade da Polónia. Chamavam-lhe moralista. Gombrowicz, por exemplo, chegou a chamar-lhe «padre» numa das páginas do seu diário. Outros tantos acabaram por chamar-lhe «uma puta respeitável». Filho de pai merceeiro e de mãe filha de um médico de província, nasceu em 1909. Interessou-lhe estudar na universidade de Varsóvia literaturas polacas, mas saiu de lá sem grandes preocupações em trazer consigo um diploma. Conhecendo desde cedo as suas orientações sexuais, sabe-se homossexual sem querer admitir essa homossexualidade. A vontade de uma vida normal faz com que se case por duas vezes. A primeira seria com Nona Siekierzyska, mas sobre este curto casamento corria o rumor de não ter sido consumado, pois Andrzejewski desapareceu com uma das suas testemunhas, um músico chamado Eugeniusz Biernacki. O segundo casamento seria com Maria Abgarowicz, que duraria mais e dar-lhe-ia dois filhos; esta sabia da homossexualidade do marido e, ao que parece, até concordava com ela.

Os seus primeiros trabalhos literários aparecem; com vinte e sete anos de idade publica Caminhos Inevitáveis, e dois anos mais tarde aparece A Harmonia do Coração, livros de contos que já tinham surgido na revista de direita Prosto z Mostu. Era um jovem fascinado por escritores como Georges Bernanos, Joseph Conrad e François Mauriac. Ficaria com a fama de «Mauriac polaco».

[…]

Engordado por excessos de vodka, já pouco saía de casa; e muito tempo não passaria até que, a 19 de Abril de 1983, a morte provocada por um ataque cardíaco encontrou-o em Varsóvia, no seu apartamento da rua Nowiniarska com vista para o gueto. Deixaria por terminar um romance sobre o imperador Heliogábalo, figura celerada que devia muito certamente ser do seu interesse.

[Diogo Ferreira, Apresentação de As Portas do Paraíso]

Livros relacionados
 
 

É professora de Craft e Vice-Prefekt of Research na HDK-Valand, University of Gothenburg, Suécia. Estudou Design Têxtil na Rhode Island School of Design, concluindo o BFA (Honors) em 1999 em Comparative Literature (África/Ásia) na University of London’s School of Oriental and African Studies, tendo concluído o MA (Distinction) em 2000. O seu PhD, atribuído pela University of Edinburgh em 2006, foi publicado por Kalliope Paperbacks sob o título Yvonne Vera: The Voice of Cloth (2008). Editou, em 2010, uma coleção de ensaios com o título In the Loop: Knitting Now, publicados por Black Dog e, em 2012, The Textile Reader (Berg) e escreveu Warp & Weft (Bloomsbury). O projeto editorial e curatorial Cultural Threads: Transnational Textiles Today é um livro sobre a escrita pós-colonial e a prática têxtil contemporânea (Bloomsbury: 2015), que foi acompanhado pela exposição itinerante Migrations (2015-2017). Em 2020-2021 é Rita Bolland Fellow no Research Centre for Material Culture, Países Baixos.

Livros relacionados
 
 

É deputada portuguesa, feminista negra interseccional e activista anti-racista.

Nasceu na Guiné-Bissau em 1982, no seio de uma família guineense e cabo-verdiana, tendo imigrado para Portugal com 8 anos de idade.

É licenciada em História Moderna e Contemporânea, mestre em Estudos do Desenvolvimento e doutorada em Estudos Africanos pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. As suas áreas de estudo e de intervenção são os Estudos do Desenvolvimento, Estudos de Género, violência, política e movimentos sociais.

Mentora e fundadora do INMUNE – Instituto da Mulher Negra em Portugal, criado em 2018 para lutar contra a invisibilização e o silenciamento da mulher negra na sociedade portuguesa, tem participado activamente no debate público sobre o Colonialismo e a Escravatura em Portugal, fazendo parte de diversos grupos de trabalho e de reflexão nacionais e internacionais.

 

 

 

Fotografia: © Veríssimo Dias

Livros relacionados
 

Historiadora de arte, investigadora no Laboratório de Artes da Montanha – Graça Morais, Instituto Politécnico de Bragança, membro colaborador do Instituto de História da Arte da NOVA FCSH, onde lecciona desde 2018. Licenciada em Artes Plásticas – Escultura (2005), Mestre em Museologia (2009) e Doutora em História da Arte – especialização em Museologia e Património Artístico (2014). Foi bolseira de Pós-Doutoramento (2016-2019) na NOVA FCSH e na École Normale Supérieure (Paris), com investigação à circulação artística entre Portugal e França no século XX. Colabora com diversas instituições em projectos dedicados à história da arte e da cultura em Portugal nos séculos XIX a XXI, e é autora de artigos e ensaios publicados em Portugal, Espanha, Brasil e França.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

(Rio de Janeiro, 1975). É performer, encenadora e dramaturgista. Vive em Lisboa desde 2017. É formada em Filosofia/USP e mestra em Filosofia-Estética/FCSH-UNL. A sua criação mais recente, Rasante, estreou no Festival Alkantara 20’, no âmbito do ciclo «Terra Batida». Nos últimos dez anos tem-se dedicado a projetos experimentais e colaborativos que forjam uma cena atravessada por diferentes linguagens (da performance ao teatro, da dança ao pensamento filosófico) e que evocam relações de tensão, expressas em contextos e conflitos urbanos, (pós-)coloniais e de género. Recentemente, colaborou com Carlota Lagido, Sónia Baptista, Rita Natálio, Gustavo Ciríaco, Julia Salem, entre outros. Anteriormente, no Brasil, destacam-se as suas criações Museu Encantador (MAM – RJ), em colaboração com Rita Natálio; Rózà (Casa do Povo – SP), em parceria com Martha Kiss Perrone; e In_Trânsito (Prémio Montagem Cénica – RJ), codirigido por Isabel Penoni/Cia Marginal. É cooperadora da Penha Sco_arte cooperativa (Lisboa), onde realiza programação de artes performativas e gestão de projetos.

Livros relacionados
 

É licenciada em Relações Internacionais pela Universidade Nova de Lisboa e pós-graduada em Comunicação Estratégica pela Universidade da Beira Interior. Realizou um programa de mobilidade académica na Universidade Católica de Louvain- la-Neuve, com foco na vertente de informação e comunicação e pesquisa em comunicação em organizações culturais. Tem desenvolvido a sua atividade profissional em diversas organizações internacionais, tais como Nexes Interculturals de Joves per Europa e Aflatoun International, onde colaborou na área de comunicação e programas de cooperação para o desenvolvimento. Atualmente, é assistente na unidade de coordenação política na Direção-geral de Energia da Comissão Europeia. As suas principais áreas de interesse são comunicação em organizações não governamentais, relações públicas, média sociais e comunicação política.

Livros relacionados
 

É professora associada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e investigadora do Grupo Intermedialidades do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa. Autora do livro O Erro de Hamlet: Poesia e Dialética em Murilo Mendes (Prémio de Ensaio Murilo Mendes), responsável pelas antologias Um Beijo Que Tivesse Um Blue, de Ana Cristina Cesar, e Passagens: Poesia, Artes Plásticas; co-responsável (com Luís Adriano Carlos) pela edição fac-similada dos Cadernos de Poesia, e (com Rosa Maria Martelo e Luís Miguel Queirós) pela antologia Poemas com Cinema. Tem publicado estudos no campo dos Estudos Interartes e de Intermedialidade, e a sua actividade crítica tem-se repartido por autores das literaturas portuguesa e brasileira modernas e contemporâneas. Em 2014-2015, publicou as colectâneas de ensaios Repto, Rapto e Cinefilia e Cinefobia no Modernismo Português; em 2018, publicou O Murmúrio das Imagens (Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho/APE).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Artista portuguesa (pianista-compositora)

O seu trabalho é marcado pela transdisciplinaridade, experimentação e pela procura de diferentes (des)formatos artísticos. A solo no palco, mas em colaboração com o realizador Daniel C Neves, criou a trilogia à escuta | o aberto que constituiu o tema do seu doutoramento (2020) em Performance (Música) na Universidade de Aveiro, enquanto bolseira da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia. A trilogia é constituída por through this looking glass (2010/11); Elogio da Desordem (2013); à escuta: o aberto (2016), tendo todas as peças sido estreadas no Teatro Municipal Maria Matos, em Lisboa. Estudou em Lisboa, Paris, Castelo Branco e Colónia, tendo recebido uma bolsa INOV-ART (Ministério da Cultura) em 2009/10. ‘a body as listening – resonant cartography of music (im)materialities’ é um trabalho com múltiplos outputs autónomos, mas complementares – livro, instalação virtual, disco, performance, conferência-performance, etc.

Joana é 1⁄2 de Almost a Song (com Luís J Martins, guitarra), 1/3 do Powertrio (com Luís J Martins, guitarra, Eduardo Raon, harpa), 1/5 da Turbamulta (com os mesmos e ainda Luís André Ferreira, violoncelo e Nuno Aroso, percussão), 1⁄2 do duo com a cantora grega Savina Yannatou. Tem-se apresentado em importantes programações nacionais e internacionais e editou diversos discos a solo e com outras formações pelos selos da Clean feed, blinker – Marke für Rezentes, Shhpuma, etc. Gravou ainda para a Deutschland Funk, SWR2 Südwestrundfunk 2 e Antena 2.

Com Luís J Martins fundou e é diretora artística de à escuta – www.aescuta.pt — colectivo de criação artística e reflexão interdisciplinar desenvolvido em e com comunidades da Serra da Estrela, parceiros científicos, movimentos cívicos e colaboradores de diversas áreas. No âmbito de à escuta foram realizados os projetos à escuta: catálogo poético (2021) e à escuta: CasaFloresta (2022-23).

Livros relacionados
 

Artista plástica, nasceu em Lisboa, em 1970. Vive e trabalha em Avis desde 2012.

Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian para a residência Location One em Nova Iorque (2010/11). Foi artista residente na Guest House da Fundação Qattan em Ramallah (2014). Foi selecionada pela EUNIC-European Union National Institutes for Culture para participar no workshop Rethink Palestine, em Jericó, na Palestina (2015). Em Dezembro 2015 participou na conferência “Walter Benjamin in Palestine”, em Ramallah, na Palestine.

Desde 2016 está a desenvolver o projeto Mar com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Grupo Bensaúde.

Colabora regularmente em teatro, com a criação de cenografias para produções apresentadas em vários teatros nacionais. É responsável pelos desenhos/ilustrações dos cartazes e programas mensais do Teatro do Bairro. É coautora, com Mafalda Ivo Cruz, do livro Emma (Cavalo de Ferro). É coautora, com ilustrações suas, de Tia Mira (Libelinha, uma chancela Livros Cotovia).

Em 2018, inaugura o seu atelier Officina Mundi, em Avis.

O seu trabalho está representado na Colecção MAAT-Fundação EDP, quARTel Colecção Fernando Ribeiro, Diocese de Beja e em várias colecções particulares em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Reino Unido, Estados Unidos da América e Palestina.

Livros relacionados
 

Em 1468, morreu o cavaleiro valenciano mossèn Joanot Martorell, deixando «ventilado» (que pode interpretar-se como «definitivamente concluído») o romance de cavalaria Tirant lo Blanc, a cuja redacção se dedicara desde Janeiro de 1460, quando o escritor teria cerca de quarenta e cinco anos; dedicou-o ao infante D. Fernando de Portugal, que residiu em Barcelona em 1464 e 1465, pelo menos, na corte e séquito do seu irmão D. Pedro, o Condestável, «rei dos catalães», e do qual podia ser considerado presumível sucessor à coroa de Aragão, o que explica que o nosso romancista o tenha chamado «rei expectante».

Joanot Martorell morreu solteiro e sem filhos, e os seus papéis, sem dúvida por disposição testamentária, passaram para outro cavaleiro valenciano, evidentemente seu amigo, mossèn Martí Joan de Galba, de quem sabemos que tinha dois manuscritos de Tirant lo Blanc e que fez uma revisão do original de Martorell sem evitar a tentação de intervir e refazer as passagens que ele, com razão ou sem ela, considerava incompletas ou necessitadas de revisão. Galba decidiu publicar o romance do seu amigo Martorell, por ele revisto, através do meio então recente da imprensa (introduzida em Valência em 1474); com efeito, de acordo com os contratos assinados a 7 de Agosto e a 28 de Setembro de 1489, o impressor Nicolau Spindeler procedeu, em Valência, à impressão do Tirant lo Blanc, que ficou concluída a 20 de Setembro de 1490, sete meses depois da morte de Martí Joan de Galba.

O Tirant lo Blanc apareceu, então, como obra duplamente póstuma e muito depois do seu início: Joanot Martorell, o seu autor principal e decisivo, trabalhou nele a partir de 1460, ou seja, trinta anos antes da sua publicação, altura em que dificilmente se imaginaria que seria difundida em 715 exemplares impressos, processo de divulgação de uma obra literária que abria perspectivas inimagináveis.

É difícil e arriscado determinar a intervenção de Martí Joan de Galba no Tirant, talvez intensa a partir do capítulo 276, ainda que trabalhando sempre sobre um texto escrito por Martorell, que deve ter reformulado e ampliado com acrescentos seus de diversas dimensões. Parece que Galba utilizou fontes literárias que Martorell não teve em conta, como o famosíssimo The Travels, de Sir John Mandeville, ou a Història de Leànder i Hero, de Joan Roís de Corella. Galba exacerbou o retoricismo da prosa e encarou o problema da comunicação linguística quando no romance dialogam personagens de diferentes línguas, aspecto nunca tido em conta por Martorell, como ocorre em muitos romancistas antigos e modernos. O certo é que Martorell deixou um original, sem dúvida mais breve na quarta parte do livro, mas que concluía o romance, como revelam algumas afirmações da dedicatória que Galba fez imprimir tal como as tinha escrito. Por outro lado, nada sabemos da personalidade de Martí Joan de Galba que nos permita aproximar-nos da sua fisionomia.

O contrário acontece com a personalidade de Joanot Martorell. Nascido no reino de Valência, provavelmente em Gandia, entre 1413 e 1415, pertencia a uma linhagem do braço militar ligado aos Montpalau e aos March (Isabel, irmã do romancista, foi a primeira mulher do grande poeta Ausias March) e imerso em brigas cavaleirescas e controvérsias. Em 1437, Martorell desafiou para um duelo o primo Joan de Montpalau por este ter desonrado a sua irmã Damiata Martorell e recusar-se a casar com ela. Os dois primos trocaram entre si um epistolário insultuoso, provocador e engenhoso sobre este assunto em cartas de desafio divulgadas em todo o reino de Valência, até que os dois contendores se puseram de acordo em dirimir o problema num combate único até à morte perante um juiz competente e imparcial. Joanot Martorell foi então a Inglaterra e convenceu o rei Henrique VI a ser o juiz do combate cavaleiresco; todavia, Joan de Montpalau não compareceu no dia marcado, enviou procuradores para que solucionassem o assunto sem derramamento de sangue, intervindo também com uma atitude pacificadora a rainha Maria, de Castela, mulher de Afonso, o Magnânimo. Tudo se resolveu, algum tempo depois, com uma compensação económica que Joan de Montpalau pagou aos Martorell, mas Damiata ficou solteira durante toda a sua vida. A estada de Joanot Martorell em Inglaterra, entre Março de 1438 e Fevereiro de 1439 (certificada com documentos de origem inglesa), foi sem dúvida decisiva na formação do escritor e na concepção do que viria a ser o Tirant lo Blanc. Conheceu a fundo a corte inglesa, que tão bem descreve na primeira parte do romance, e leu livros da biblioteca do rei, como é o caso do romance de Guy de Warwick, que Joanot Martorell seguirá nos primeiros capítulos da sua narrativa.

Regressado a Valência, nunca mais terá uma vida sossegada: os seus vassalos de Murla e de Benibafrim (em Vall de Xaló, no marquesado de Dénia) tentaram livrar-se das suas obrigações para com ele e aquelas localidades ser-lhe-ão sequestradas; no Verão de 1442, foi desafiado para um combate pelo cavaleiro errante Filip Boïl, outro valenciano que alcançara prestígio em Londres, mas Martorell não quis e recusou-se a lutar com ele numa carta que acaba com estas palavras significativas: «Quem quer carne vai a um talho, e não a casa do lobo». Naquele mesmo ano, o nosso romancista foi desafiado, ainda, pelo jovem cavaleiro Jaume de Ripoll.

Está documentada uma viagem de Joanot Martorell a Portugal em 1443, onde deixou dívidas em dinheiro que pedira emprestado a uns judeus. Em 1444, o escritor vendeu os feudos conflituosos de Murla e Benibafrim a D. Gonçalbo d’Híxer, comendador de Montalbà, e o pagamento das quantias estipuladas produziu tão grandes divergências entre os dois, que Joanot Martorell e o seu irmão Jofre mandaram avisos de desafio a D. Gonçalbo; apesar das tentativas de concórdia e soluções amigáveis propostas pelo rei de Navarra (o futuro João II) e alguns nobres valencianos, o romancista desafiou o seu adversário, com cartas de insultos difamantes, para um combate até à morte, enquanto D. Gonçalbo tentava resolver o assunto pelas vias da justiça normal e acusava Joanot Martorell de difamação. Isto ocorria em 1450, ano em que é provável ele ter feito uma nova viagem a Inglaterra.

Pouco mais sabemos de Joanot Martorell. Em 1454, viajou para o reino de Nápoles; documentalmente consta que morreu no ano de 1468, não sabemos onde.

[Martí de Riquer, in «Introdução»]

Livros relacionados
 
 

João A. Silva Appleton, engenheiro civil pelo Instituto Superior Técnico (1971). Especialista e investigador coordenador pelo LNEC, conselheiro do Conselho Superior de Obras Públicas e Transportes (aposentado). Assistente e professor convidado do IST (1971-1997) e professor catedrático convidado da Universidade de Évora (1992-2007) e da Universidade Católica Portuguesa (2007-2013). Sócio e director técnico de A2P Consult, Estudos e Projectos, Lda. Prémio Reabilitação Engenharia Tektónica em 2011 e 2019, e Prémio de Carreira SIL Engenharia em 2014. Membro conselheiro e especialista em estruturas da Ordem dos Engenheiros. Autor de mais de quinhentas publicações técnicas, incluindo livros, relatórios, artigos, comunicações e palestras e projectista de numerosas obras novas e de conservação, restauro e reabilitação do património arquitectónico, monumental e habitacional. Algumas dezenas de projectos de estruturas que coordenou foram premiados em diversas instâncias.

Livros relacionados
 

Nasceu a 26 de Abril de 1940 em Alter do Chão. Estudou Filologia Germânica na Faculdade de Letras de Lisboa (1958-1964). Foi leitor de Português na Universidade de Hamburgo (1965-1968), e docente de Literatura Alemã e Comparada na Faculdade de Letras de Lisboa (1969-1986). Foi professor associado convidado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (1986-2002). Colaborou no jornal Público e na maior parte das revistas literárias portuguesas, bem como nalgumas estrangeiras. É ensaísta e tradutor de literatura de língua alemã. Publicou treze livros de ensaio, crítica e teoria literária, e algumas centenas de artigos. Foi vice-presidente do PEN-Clube Português (1994-2003); vice-presidente da Associação Portuguesa de Germanistas (1994-1996); presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Tradutores (1989-1997) e da Associação Portuguesa de Literatura Comparada. Foi professor convidado e conferencista na Áustria, Bélgica, e em várias universidades alemãs e brasileiras. É membro de diversas organizações literárias e científicas. Recebeu numerosos prémios e condecorações nacionais e internacionais; publicou algumas centenas de artigos e ensaios, nas áreas da teoria da literatura e da tradução, das literaturas de língua alemã, da literatura comparada e da literatura portuguesa; e algumas dezenas de traduções de autores de língua alemã, especialmente poesia do século XX, teatro contemporâneo, Goethe e Walter Benjamin. Pelo conjunto da sua obra, foi galardoado com o Prémio Camões 2023.

Livros relacionados
 

João Pedro Bénard da Costa [Lisboa, 1935 – Lisboa, 2009] foi crítico de cinema e ensaísta.

Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1959. Em 1963, tornou-se co-fundador e, mais tarde, chefe de redacção e director da revista O Tempo e o Modo. Seis anos depois, assumiu a coordenação do Sector de Cinema do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian, função que desempenharia até 1991. Entre 1973 e 1980 foi professor de História do Cinema da Escola Superior de Cinema do Conservatório Nacional, e, em 1980, foi nomeado subdirector da Cinemateca Portuguesa, tornando-se, em 1991, seu director.

Publicou, ao longo da sua vida, várias obras de filosofia, pedagogia e história do cinema. Entre outras homenagens, foram-lhe concedidas, em 1990, as comendas de Oficial das Artes e das Letras de França e a Ordem do Infante D. Henrique; em 1995, foi destacado com o Prémio de Estudos Fílmicos da Universidade de Coimbra; em 1997, foi nomeado Presidente da Comissão do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas — cargo, aliás, que continuaria a ocupar nos anos seguintes; e, em Dezembro de 2001, foi galardoado com o Prémio Pessoa.

Publicou, ao longo da sua vida, várias obras de filosofia, pedagogia e história do cinema. Entre outros títulos, destacam-se os livros Alfred Hitchcock (1982), Luis Buñuel (1982), Fritz Lang (1983), Nicholas Ray (1984), Emmanuel Mounier (1960), Os Filmes da Minha Vida (1990), Histórias do Cinema Português (1991), Muito Lá de Casa (1993) e O Cinema Português Nunca Existiu (1996).

Livros relacionados
 

(n. 1979, Portalegre). 

Artista plástico e curador. Licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e mestrado em Museologia pela Universidade Nova de Lisboa. O seu trabalho tem sido apresentado em exposições individuais e coletivas em diferentes instituições e galerias como a Galeria Fundação Amélia de Mello (UCP); SE8 Gallery; Galeria Municipal do Porto; Galeria Quadrum; Fórum Braga; Fundação Leal Rios; Carpe Diem Arte
& Pesquisa; Fundação Carmona e Costa; Whitechapel Art Gallery; Fábrica da Pólvora; MoCA Skopje; Mala Stanica Multimedia Center; CAE Portalegre ou Luís Serpa Projetos.

 

Visual artist and curator. He holds a bfa in Painting from the Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa and a Masters’ degree in Museology from Universidade Nova
de Lisboa. His work have been presented in solo and group exhibitions at venues such as: Galeria Fundação Amélia de Mello (UCP); SE8 Gallery; Galeria Municipal do Porto; Galeria Quadrum; Fórum Braga; Carpe Diem Arte & Pesquisa; Fundação Carmona e Costa; Whitechapel Art Gallery; Fábrica da Pólvora; MoCA Skopje; Mala Stanica Multimedia Center; Cae Portalegre and Luís Serpa Projetos.

Livros relacionados
 

João Botelho (Lamego, 1949) frequentou a Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Foi dirigente do CITAC. Integrou os cineclubes de Coimbra e Porto. Foi professor na Escola Técnica de Matosinhos, ilustrador de livros infantis e profissional de artes gráficas a partir de 1970. Frequentou a Escola de Cinema do Conservatório Nacional. Foi crítico de cinema em jornais e revistas e fundou a revista de cinema M. Iniciou-se na realização com duas curtas-metragens para a RTP e o documentário de longa-metragem Os Bonecos de Santo Aleixo para a cooperativa Paz dos Reis. Teve filmes premiados nos festivais da Figueira da Foz, Antuérpia, Rio de Janeiro, Veneza, Berlim, Salsomaggiore, Pesaro, Belfort, Cartagena e Varna, entre outros. Foi distinguido duas vezes com o prémio da OCIC, da Casa da Imprensa e dos Sete de Ouro. Todas as suas longas-metragens tiveram exibição comercial em Portugal, quase todas em França e algumas em Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e Japão. Foram exibidas retrospectivas integrais da sua obra em Bergamo (1996), em La Rochelle, com edição de uma monografia (1998) e na Cinemateca de Luxemburgo (2002). Foi distinguido com a Comenda de mérito cultural da Ordem do Infante (2005).

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 

Nasceu a 26 de Junho de 1937, em Lisboa, e aí faleceu em 5 de Janeiro de 2021. Vivia e trabalhava em Évora desde 1985. Frequentou os ateliers de António Pedro, Jorge Barradas e António Duarte de 1946 a 1950, tendo feito a sua primeira exposição individual (Tentativas Plásticas) em 1951, com 14 anos, em Reguengos de Monsaraz, onde apresentou esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.

Em 1953 ingressou na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, onde esteve até 1955, e expôs trabalhos seus no VII e no VIII Salão Geral de Artes Plásticas da Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa. No final desse ano, foi para Londres, onde se fixou e frequentou, entre 1955 e 1959, a Slade School of Art. Aí, foi aluno de Reg Butler, tendo recebido três prémios no final do curso: composição, figura e cabeça. Nessa época trabalhou durante seis meses como assistente de Reg Butler e expôs na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa (1957), e duas vezes na galeria Young Contemporaries, AIA, em Londres (em 1957 e 1959).

Datam de 1964 as primeiras figuras articuladas, e de 1966 o início do uso de ferramentas eléctricas, para o trabalho da pedra, utilizando essencialmente o mármore, de que fazia surgir, além das figuras femininas, as paisagens, as caixas e as árvores. Ao longo da década de 1960, Cutileiro fez diversas exposições em Lisboa e uma no Porto.

Em 1970 regressou a Portugal e instalou-se em Lagos, criando aí uma das suas obras de referência, D. Sebastião, elemento central construído para uma praça naquela cidade, que constituiria, nas palavras de José-Augusto França, «a ruptura escandalosa» com a tradição escultórica que se vivia nessa época em Portugal, e abriria definitivamente o caminho à mudança que as artes plásticas vinham anunciando.

No ano seguinte, conquistou uma menção honrosa no Prémio Soquil e, cinco anos mais tarde, as suas esculturas e mosaicos foram expostos na Unikat-Galerie, em Wuppertal (na Alemanha), seguindo-se exposições na Royal Academy of Arts, em Londres e no Museu de Lagos (1978), na XV Bienal Internacional de São Paulo, Brasil (1979) e em Évora (1979 e 1981), entre outras. Em 1980, a sua obra voltaria à Alemanha (Munique e Wuppertal), tendo exposto também nos Estados Unidos, no II Congresso da International Association of Sculptors realizado em Washington, entre muitas outras exposições,colectivas e individuais, que o consagraram, nas décadas seguintes, como grande criador em Portugal e além-fronteiras.

Em 2018, no Centro Internacional de Arte José de Guimarães, a exposição intitulada Constelação Cutileiro ensaiaria, finalmente, conforme consta do catálogo então publicado, «uma espécie de cartografia celeste da geometria das relações, afectos e interacções de que Cutileiro, espécie de astro solar, foi o ponto referencial e o campo magnético de uma conjugação energética» que viria a transformar radicalmente a escultura portuguesa do século XX, aportando contributos essenciais para a sua definição no século XXI.

Em Évora foi o motor, com o Ar.Co, da organização do I Simpósio Internacional de Escultura em Pedra, em 1981, que constituiu um marco fundamental no espectro da produção escultórica em Portugal no século XX, reunindo nesta cidade, onde haveria de fixar-se definitivamente em 1985, um grupo excepcional de escultores estrangeiros, nomeadamente Sergi Aguilar (Espanha), Andrea Cascella (Itália), Minoru Niizuma (japonês naturalizado norte-americano), Syoho Kitagawa (Japão) e Pierre Szekely (húngaro residente em França), e um grupo de jovens escultores portugueses, Rui Anahory, Brígida Arez, José Pedro Croft, Amaral da Cunha, Pedro Fazenda, Luísa Periennes, Pedro Ramos, Manuel Rosa e António Campos Rosado. Muitos destes farão parte da «constelação Cutileiro» a que já aludimos — artistas que, pela influência directa, pela cumplicidade criativa, pelo estímulo ou pela convivialidade, constituem parte da herança cultural e artística de João Cutileiro.

João Cutileiro foi condecorado com a Ordem de Sant’Iago da Espada, Grau de Oficial, a 3 de Agosto de 1983. Receberia ainda doutoramentos Honoris Causa pela Universidade de Évora e pela Universidade Nova de Lisboa, este último concedido em 2017.

Consciente do seu papel, e generoso na convicção de que um seu legado poderia contribuir para o desenvolvimento cultural do seu país e para estímulo e oportunidade de trabalho de outros, particularmente de novas gerações de escultores, entregou ao Estado português a sua casa de Évora, que compreende o seu atelier, todo o seu arquivo pessoal e uma importante selecção de obras representativas do seu percurso artístico.

João Cutileiro é, indiscutivelmente, um dos mais singulares artistas portugueses do século XX. Excessivo, festivo, generoso, o seu trabalho marcou decisivamente a paisagem artística e cultural em Portugal a partir do final dos anos 1950 e início dos anos 1960.

Em reconhecimento do inestimável trabalho de uma vida dedicada à arte, à criação artística e à divulgação e fomento da escultura, difundindo amplamente, em Portugal e no estrangeiro, a Cultura portuguesa, o Governo português concedeu-lhe, em 2019, a Medalha de Mérito Cultural.

Livros relacionados
 

Nasceu no dia 20 de Maio de 1950, em Lisboa. No curto período em que fez crítica de música (revistas, rádio, televisão) foi autor do programa radiofónico na RDP FM Estéreo «A Idade do Rock» (1977-1980), para o qual reuniu materiais que são grande parte da antologia bilingue de poesia Estro in Watts publicada pela Documenta. Na área cultural foi também fundador e primeiro presidente da cooperativa de produção de cinema e de produção de espectáculos Era Nova, e na área social foi presidente da SOMA-Associação Antiproibicionista, que promoveu a actual legislação de descriminalização do consumo de drogas em Portugal. Com licenciatura em Direito (Lisboa) e post-graduação em Altos Estudos Europeus pelo Colégio da Europa (Bruges), desenvolveu grande parte da sua actividade profissional na área da integração europeia, como advogado, diplomata (Bruxelas), negociador (chefe da delegação nacional nos Comités de Redacção do Tratado de Adesão de Portugal às Comunidades Europeias e do Tratado de Lisboa, respectivamente em 1985 e 2007), deputado à Assembleia da República (1991-1995), e professor universitário. Foi ainda empresário nas indústrias da construção (EUROAMER) e da requalificação ambiental (ECOSOROS), fundador e dirigente da Associação FORUM PORTUGAL GLOBAL criada para apoio da participação na Comissão Trilateral, de que foi membro.

Livros relacionados
 

(Lisboa, 1979) Estudou Artes Gráficas na António Arroio e licenciou-se em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. O seu trabalho parte do desenho para explorar várias das suas possibilidades enquanto motor de criação de imagens, passando pela ilustração, cinema de animação, banda desenhada e pintura. Trabalha regularmente como ilustrador para a imprensa desde 2000, assinando ilustrações para diversas publicações nacionais e internacionais. Atualmente colabora regularmente com a New Yorker, The New York Times e a Visão. Deu aulas de ilustração no Ar.Co e é hoje professor na FBAUL. Ilustrou diversos livros, capas de discos, cartazes de cinema e campanhas institucionais. É autor, com Marte, da série de BD Loverboy, e com Pedro Brito, da novela gráfica Tu és a mulher de minha vida, ela a mulher dos meus sonhos. Realizou os filmes de animação Café, em parceria com Alex Gozblau, Algo Importante e Sem Querer, ambos com argumento de João Paulo Cotrim, e Mesa, apresentado em 2020. No mesmo ano estreou no Teatro Luís de Camões o espectáculo da sua autoria Grande Estrondo, dando continuidade ao trabalho desenvolvido com o espectáculo Retrato Falado, criado com Pedro da Silva Martins e estreado em 2014 no Teatro Maria Matos, em Lisboa, e depois apresentado em vários pontos do país. Dos vários prémios que o seu trabalho recebeu destacam-se o Prémio de Ilustração BIG – Bienal de Ilustração de Guimarães, em 2018, Prémio Nacional de Ilustração, 2015, o World Illustration Award atribuído pelo Association of illustrators (UK) e pelo Directory of Illustration(USA) na categoria de ilustração para livros em 2017, o Grande Prémio Stuart – El Corte Inglês de Desenho de Imprensa, 2007, e o Prémio António Gaio – Melhor filme de animação Português, no Festival Cinanima, para o filme Sem Querer, em 2011. Foi ainda várias vezes distinguido pela Society of Illustrators NY, Society of News Design, 3X3 Proshow, Communication Arts e American Illustration. Participou em diversas exposições coletivas e individuais um pouco por todo o mundo. Atualmente vive e trabalha em Lisboa, depois de uma década a viver em Londres.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Mafra, em 1966. Trabalha em Lisboa. Em 1985 iniciou os seus estudos artísticos na ESBAL. Leccionou entre 1989 e 1992 no Ar.Co em Lisboa. É, desde 1999, professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Expõe individualmente desde 1987, tendo participado em inúmeras exposições individuais e colectivas. A sua obra encontra-se representada em várias colecções: CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Caixa Geral de Depósitos, Lisboa, Colecção António Cachola – MACE – Elvas, Fundação PLMJ, Lisboa, Museu do Chiado (Depósito Isabel Vaz Lopes), Lisboa, Museo Extremeño Iberoamericano de Arte Contemporaneo, Badajoz, Veranneman Foundation, Kruishoutem, Bélgica, Art Collectors, Genebra, Fine Arts Gallery, Bruxelas, Renate Schröder Gallery, Colónia, Gallery Catherine Clerc, Lausanne, Collection Kierbaum & Partner, Colónia, Fundação Carmona e Costa, Lisboa, entre outras.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Ecólogo, professor no Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora, tendo colaborado com outras universidades em ensinos graduados e pós-graduados. Responsável por formações de pós-graduados em ecologia humana e sustentabilidade. Ensina e publica nas áreas da ecologia aquática e da ecologia humana. Tem participado em diversos projectos no domínio dos recursos hídricos e da gestão e conservação de ecossistemas aquáticos. Foi consultor do Instituto da Água e colaborou com a administração central nos domínios da conservação da natureza, ecologia de águas interiores e salobras e caudais ecológicos. Participou na elaboração do primeiro Plano Nacional da Água. Como representante do governo português participou na implementação da Directiva-Quadro da Água da União Europeia relativamente à qualidade ecológica, tendo integrado diversos grupos de trabalho e coordenado o grupo da Intercalibração de rios mediterrânicos.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 
 

Natural da Covilhã, Portugal, é doutorando em Comunicação na Universidade da Beira Interior, onde se licenciou, e tem um mestrado em Estudos Europeus na Universidade de Salamanca, Espanha, e uma pós-graduação em Marketing Político pela Universidade Independente / Universidade de Madrid. É membro do Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão. Poeta e romancista, recebeu nove prémios literários pelas suas obras e foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cívico e Cultural, oficializada pela República Federativa do Brasil, pelo seu trabalho de investigação sobre Pedro Álvares Cabral. Recebeu ainda o Troféu «Cristo Redentor» pelo seu trabalho em prol da cultura luso-brasileira, entregue pela Academia de Letras e Artes de Paranapuã – Rio de Janeiro. É presidente da Casa do Brasil – Terras de Cabral. Saber mais em: www.joaomorgado.net.

Livros relacionados
 

João Mourão (Alegrete, 1975) é atualmente diretor do Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas dos Açores e co-curador da Representação Oficial Portuguesa na Bienal de Veneza de 2022. Entre 2009 e 2016 desempenhou funções de Diretor das Galerias Municipais de Lisboa e, no biénio 2014-2015, foi diretor do departamento de Ação Cultural da CML.

Em dupla com Luís Silva fundou em 2009 a Kunsthalle Lissabon que co-dirigiu até 2020. Com Silva foi curador da secção de Desenho da Artissima, Turim, dos solo projects da Zona Maco Sur, Cidade do México, dos solo projects da Arte BA, Buenos Aires e da secção de Performance na Art Dubai, Dubai. Curaram exposições em instituições como MAAT, Lisboa; Fundação Arpad-Szenes Viera da Silva, Lisboa; MACE, Elvas; David Roberts Art Foundation, Londres; Fondazione Giulliani, Roma; Pivô, São Paulo; Institut for Contemporary Art, Filadélfia; Extra City, Antuérpia. Nestas exposições apresentaram trabalhos de Ângela Ferreira, Francisco Tropa, Mariana Caló e Francisco Queimadela, André Guedes, Pedro Barateiro. Com Silva, curou exposições individuais de Ângela Ferreira, Eduardo Batarda, Leonor Antunes, Laure Prouvost, Petrit Halilaj, Mariana Castillo Deball, entre muitas outras. No Arquipélago, curou a retrospetiva de Maria José Cavaco e uma individual de Ana Hatherly.

Foi, com Luís Silva, contributing editor da revista CURA. e os seus textos foram publicados naArtreview, Kaleidoscope e Contemporânea. Foram convidados para debates sobre modelos institucionais em Londres, Nova Iorque, Cairo, Oslo, Beirute, etc. São nomeadores para o Pinchuk Art Prize, Kiev e Veneza; Nasher Prize, Dalas e para o Battaglia sculpture prize, Milão. Integrou o comité de aquisições da Gulbenkian e foi júri dos prémios EDP.

Foi professor convidado do mestrado em Cinema na Escola das Artes da Universidade Católica, Porto e foi professor convidado da pós-graduação em Curadoria de Arte na FCSH da UNL.

 

João Mourão (Alegrete, 1975) is the director of Arquipélago – Contemporary Art Center (São Miguel, Azores, PT), and previously directed the Lisbon Municipal Galleries (PT). Together with Luís Silva, founded Kunsthalle Lissabon in 2009, which was co-directed until 2020. Jointly, they curated the “Disegni” section at Artissima (Turin), solo projects section of Zona Maco Sur (Mexico City), solo projects section of Arte BA (Buenos Aires), and the performance section of Art Dubai (Dubai). They have also curated projects at institutions such as MAAT (Lisbon), Arpad-Szenes Vieira da Silva Foundation (Lisbon), MACE (Elvas), David Roberts Art Foundation (London), Fondazione Giuliani (Rome), Pivô (São Paulo), Institute for Contemporary Art (Philadelphia), Extra City (Antwerp).

Moreover, they were contributing editors for CURA magazine, and have texts published in Artreview, Kaleidoscope and Contemporânea. They have also been invited to participate in debates on institutional models in London, New York, Cairo, Oslo, Beirut, etc; and were nominators for the Pinchuk Art Prize (Kiev and Venice), Nasher Prize (Dallas) and for the Battaglia Sculpture Prize (Milan).

Mourão was a member of the Gulbenkian acquisitions committee and has been jury for the EDP awards.

 

Fotografia: © Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas

Livros relacionados
 
 
 

João Paulo Feliciano (Caldas da Rainha, 1963).

Artista visual e músico, é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade de Lisboa.

Um percurso muito pouco linear tem levado João Paulo Feliciano a experimentar múltiplos campos de expressão, diversas formas artísticas e até diferentes actividades. No entanto é a partir do seu trabalho como artista plástico que Feliciano tem afirmado o essencial da sua linguagem. Na sua obra encontramos instalação, objectos, pintura, desenho, fotografia, vídeo, luz, som, música, design gráfico, arquitectura, performance

Em 2009, em conjunto com o seu irmão Mário Feliciano, criou o Real Combo Lisbonense – uma orquestra de música de dança.

Entre 2015 e 2016 realizou o projecto «Xabregas City», um importante levantamento fotográfico da zona oriental de Lisboa, publicado online e agora em livro. 

Livros relacionados
 

Nascido em 1983, João Pedro Cachopo é musicólogo e filósofo.

Lecciona na Universidade Nova de Lisboa, onde integra o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical.

É o autor de Callas e os Seus Duplos: Metamorfoses da Aura na Era Digital (Documenta, 2023) e d’A Torção dos Sentidos: Pandemia e Remediação Digital (Documenta, 2020; Elefante, 2021), traduzido para inglês como The Digital Pandemic: Imagination in Times of Isolation (Bloomsbury, 2022). Baseado na sua tese de doutoramento, Verdade e Enigma: Ensaio sobre o Pensamento Estético de Adorno (Vendaval, 2013) recebeu o prémio do PEN clube português na categoria de primeira obra em 2014. Co-editou Rancière and Music (Edinburgh University Press, 2020), Estética e Política entre as Artes (Edições 70, 2017) e Pensamento Crítico Contemporâneo (Edições 70, 2014).

Entre 2017 e 2019, foi Marie Skłodowska-Curie Fellow na University of Chicago. Leccionou como professor visitante na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2016), na Universidade Estadual de Campinas (2016) e na Universidade de Brasília (2022).

Traduziu para português Georges Didi-Huberman, Jacques Rancière e Theodor W. Adorno.

Livros relacionados
 
 

Vive e trabalha em Paris. Foi professor auxiliar convidado do Departamento de Arquitectura, na Universidade Autónoma de Lisboa; trabalhou como professor auxiliar convidado do Mestrado de Gestão de Mercados de Arte (ISCTE, Lisboa); foi presidente da Secção Portuguesa da Associação International dos Críticos de Arte (AICA); director de programação do Museu de Arte Contemporânea de Elvas (2007-2010) – Colecção António Cachola, que tinha organizado em 1999; participou em numerosos júris de exposições e Prémios de Arte em Portugal, Espanha e Brasil; em numerosas conferências em Portugal, Espanha, México, Brasil, Rússia e França; colaborou na imprensa como crítico de arte entre 1984 e 2001 (no jornal Público foi responsável pela secção de artes plásticas entre 1990-2000); tem também colaboração em revistas especializadas portuguesas e internacionais (Arte Ibérica, Flash Art, Neue Kunst in Europa, Spazio Umano, Arena...). É consultor artístico e responsável pela programação de exposições da Fundação EDP, desde 2000, onde organizou mais de uma centena de exposições e catálogos; organizador dos Prémios de Arte da Fundação EDP (Prémio EDP – Novos Artistas e Grande Prémio EDP); responsável pela Colecção de Arte da Fundação EDP; comissário e coordenador do Programa da Fundation EDP «Arte e Arquitectura em Barragens»; comissário e coordenador do Programa de Arte Pública do Parque de Escultura Contemporânea do Parque Almourol (Vila Nova da Barquinha); projecto de intervenção na paisagem na zona da Barragem do Alqueva (Aldeia da Luz/Museu da Luz); é comissário de numerosas exposições individuais e colectivas em museus nacionais e internationais (Espanha, França, Rússia, México, Brasil).

Livros relacionados
 

É doutor e professor agregado em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa — instituição onde exerce a sua actividade académica e científica (Instituto de Comunicação da Nova/ICNova), com responsabilidades lectivas por diversas unidades curriculares na área de estudos sociais da comunicação. Tem ainda leccionado com regularidade em outras universidades, em Portugal e no Brasil, cursos de pós-graduação (a nível de mestrados e doutoramentos). Além de artigos em revistas científicas e de capítulos de livros, publicados em Portugal e no estrangeiro, é autor dos livros: Comunicação Política e Democracia (2019), Sociologia da Comunicação (2012; 2.ª ed. 2016), O Espaço Público e os Media (2005), Espaço Público e Democracia (2003 — edição em Portugal e no Brasil) e A Ética da Comunicação e os Media Modernos (1998; 2.ª ed.2003; 3.ª ed. 2007). Como responsável editorial, publicou os livros: Comunicação e Identidades Sociais (2008), Media e Sociedade (2002; 2.ª ed. 2009) e Niklas Luhmann — A Improbabilidade da Comunicação (1993). Organizador dos seguintes números de revistas da especialidade: Revista de Comunicação e Linguagens — n.º 15/16 (1992) e n.º 51 (2020), Revista Media e Jornalismo — n.º 18-vol 10/n.º 1 (2011) e Mediapolis — n.º 14 (2021).

Livros relacionados
 

Nasceu em 1957, em Lisboa, cidade onde vive e trabalha.

Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1984. Entre 1989 e 2002 leccionou Desenho, Pintura e Teoria de Arte no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa, onde foi um dos responsáveis pelo Curso Avançado de Artes Plásticas.

Em 2000 foi-lhe atribuído o Prémio EDP de Desenho. É distinguido também com o Prémio AICA 2011 pela exposição Silvae (Culturgest, Lisboa, 16/X/2010 - 16/I/2011).

Lê-se num texto de apresentação de Silvae: «Por volta de 1998, João Queiroz passou a tomar o género da paisagem como quadro de referência do seu trabalho, radicalizando uma investigação sobre a pintura e o desenho como campos de construção de novos modos de percepção e de conhecimento, de relação do sujeito com as coisas, os seres e os acontecimentos. As suas obras curtocircuitam os hábitos de percepção, as convenções culturais, a linguagem como sistema de ordenação, classificação e hierarquização. Como o artista afirmou em diversas ocasiões, enquanto interpretação (sem o motivo à vista) da experiência de observação atenta da natureza, as suas pinturas mobilizam não apenas a visão e o intelecto, mas o corpo inteiro e as memórias da experiência sensível que esse corpo incorpora. Esta exposição, a primeira antológica do trabalho de João Queiroz, ocupa as duas galerias da Culturgest, reunindo um conjunto muito vasto de pinturas e de desenhos realizados ao longo dos últimos vinte anos. Um convite a descobrir ou redescobrir uma obra de extraordinária singularidade, de enorme rigor e vitalidade, que se reinventa permanentemente na sua incessante averiguação das possibilidades da pintura e do desenho como construção de novos modos de ver.»

Está representado, entre outras, nas seguintes colecções públicas: Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Fundação EDP, Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, Ar.Co, Centro de Arte e Comunicação Visual, Colecção António Cachola, Colecção Museu Estremeño e Iberoamericano de Arte Contemporánea, Museu de Arte Moderna, Funchal.

Livros relacionados
 

(Braga, 1979). João Ribas é diretor executivo do REDCAT (Roy and Edna Disney/ CalArts Theatre), em Los Angeles, e vice-presidente para as parcerias culturais do California Institute of the Arts (CalArts). Dirigiu o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, instituição onde também desempenhou o cargo de director-adjunto e curador sénior (2014-2018). Foi curador do MIT List Visual Arts Center (2009-2013) e do Drawing Center, Nova Iorque (2007-2009). Venceu quatro prémios consecutivos da AICA (2008-2011) e o Emily Hall Tremaine Exhibition Award (2010). Foi também o curador da 4.ª Bienal do Ural (2017) e da representação portuguesa na 58.ª Bienal de Veneza (2019). Os seus textos encontram- -se publicados em inúmeras publicações, tais como a Artforum, Afterall, Artnews, Frieze, Mousse, The Exhibitionist, e Spike. O seu livro In the Holocene, editado pela Sternberg Press (2014), propõe a arte como uma forma de ciência especulativa. Leccionou na Universidade de Yale, na Rhode Island School of Design, na School of Visual Arts, na Universidade Católica do Porto, e na Universidade Lusófona do Porto.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Após mais de vinte anos na publicidade, dez dos quais como CEO da agência BBDO, dedicou-se nos últimos quatro a explorar os temas da criatividade, autoria e busca da singularidade, através da alta cozinha. Depois de se preparar no centro de formação de Alain Ducasse em Paris, viajou à volta do mundo para descobrir o que podemos aprender, para além da cozinha, com alguns dos chefs mais influentes da actualidade. Gastrónomo apaixonado e observador atento da cozinha de vanguarda, é actualmente keynote speaker sobre temas da inovação, criatividade e cultura empresarial. É co-fundador da consultora WB.

 

Former CEO of advertising agency BBDO in Lisbon, spent the last four years exploring the themes of creativity, authorship and the search for singularity, through haute cuisine. After his training at the Alain Ducasse Centre de Formation in Paris he traveled around the world to discover what we can learn from today’s most influent chefs, beyond cooking. A passioned gastronomer and a keen observer of the developments at the forefront of fine dining, João Wengorovius is also a regular keynote speaker on the subjects of innovation, creativity and company culture. Co-founder of the consultancy WB.

Livros relacionados
 

É licenciado em Gestão pela UCP, tem um mestrado em Estudos do Desenvolvimento no ISCTE-IUL e frequentou cursos para executivos no INSEAD, Stanford University, Kellogg School of Management e Harvard Business School. Coordena o Gabinete de Apoio ao Bairro de Intervenção Prioritária (GABIP) da Mouraria da Câmara Municipal de Lisboa e é professor convidado de Gestão de Organizações Sem Fins Lucrativos no ISCTE-IUL.Já foi presidente da TESE (uma associação para o desenvolvimento empenhada na promoção da inovação social, em Portugal e nos PALOP, em parceria com a Young Foundation), director financeiro da associação Chapitô e técnico na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e na Roland Berger – Strategy Consultants. Foi Comissário do Simpósio «Reinventar a Solidariedade (em tempo de crise)», promovido pela Conferência Episcopal Portuguesa. Escreveu crónicas no Diário Económico. Vive em Lisboa.

Livros relacionados
 

Nasceu em 1940. Professou nos Salesianos de Dom Bosco em 1958 e foi ordenado sacerdote em 1970. É licenciado em Filosofia Escolástica (Roma, 1964), Teologia (Roma, 1970) e Filosofia (Lisboa, Faculdade de Letras, 1976), e doutorado em Filosofia (Lisboa, UCP, 1995). Como Professor na Faculdade de Teologia, na Faculdade de Ciências Humanas e no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, leccionou, além de Filosofia Antiga, Filosofia Moderna, Filosofia Contemporânea e Filosofia da Linguagem, as disciplinas de Antropologia Filosófica, Ética e Teologia Filosófica, disciplinas que, sob a égide de São Tomás de Aquino, constituem as suas principais áreas científicas de investigação em Filosofia. Foi membro dos Conselhos Científicos da Faculdade de Ciências Humanas e do Instituto de Estudos Políticos. Aposentado desde Agosto de 2011, continua a dirigir alguns seminários nos mestrados de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas e no Mestrado Integrado em Teologia da Faculdade de Teologia. Integra a direcção do Centro de Estudos de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas e é membro da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa. Algumas publicações: Ipseidade e Alteridade: Uma Leitura da Obra de Paul Ricoeur, Lisboa, INCM, 2004, 2 vols., 485 + 466 pp.); «A Filosofia Moral de São Tomás de Aquino», Didaskalia 37 (2007), fasc. 1 [«Gramáticas da Plenitude: Homenagem à Professora Maria Manuela de Carvalho»], pp. 345-361; «As aporias da identidade pessoal em John Locke (1632-1704): Análise do texto “Da identidade e da diversidade” (Essay, II, 27)», in C. Morujão / L. Loia (org.), John Locke: Nos 300 Anos da Sua Morte, Lisboa, Universidade Católica Editora, 2009, pp. 79-111; «Ética da autenticidade», em Charles Taylor, A Ética da Autenticidade (trad. do inglês). Lisboa: Ed. 70, 2009, pp. 211-232; «Elogio da Filosofia», in [Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa] (org.) Razão e Liberdade: Homenagem a Manuel José do Carmo Ferreira, vol. I. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2010, pp. 693-706; «Festa e Identidade», in Comunicação & Cultura, n.º 10 (2010), pp. 15-31.

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
 
 
 

John Ford — hoje com um homónimo mais célebre do que ele, forte presença no western do cinema norte-americano — pertence a esse isabelino tardio, contemporâneo de Carlos I. A seu respeito, biograficamente pouco se sabe; há a certeza de que nasceu em Ilsington (Devonshire) no ano 1586; de que frequentou o Exeter College de Oxford e foi aos dezasseis anos de idade para Londres com o aparente propósito de frequentar o Middle Temple, onde se faziam prestigiados estudos de Direito, haja embora a suspeita de que o seu ostensivo comportamento de gentleman, a sua vocação mundana e as suas obsessões teatrais, o mantivessem bastante distraído desse propósito.

Mas também podia no Middle Temple frequentar-se um cenáculo literário e teatral com forte reputação londrina — o que teria para ele muito maior sedução. E frequentou-o, de facto, até à desastrada Primavera de 1606 (o ano do seu primeiro poema — Fame‘s Memorial e do ensaio Honour Triumphant) em que foi expulso do seu convívio por inaceitáveis e lesivos comportamentos financeiros.

Teve depois disto sete anos londrinos onde não se encontram sinais literários ligados ao seu nome; mas em 1613 foi autor de Christ‘s Bloody Sweat, um longo poema religioso e do ensaio The Golden Mean. No entanto, a que viria a ser a sua mais significativa expressão literária começou por lhe levantar hesitações e receios; sentia-se pouco preparado para enfrentar os problemas oficinais da escrita dramática, para superar literariamente aquele confronto de emoções exigido, no seu tempo, pelo êxito das representações teatrais. […]

Depois de 1639, o ano em que a última peça teatral de John Ford foi impressa, nenhum conhecimento biográfico existe a seu respeito. Pensa-se que morreu nesse mesmo ano, com cinquenta e três anos de idade, ou um pouco mais tarde em ano incerto. Nunca foi identificado o seu túmulo.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», Má Sorte Que Ela Fosse Puta]

Livros relacionados
 
 

John Main (Londres, 21 de Janeiro de 1926 – Montreal, 30 de Dezembro de 1982) nasceu no seio de uma família católica irlandesa. Diplomou-se em Direito no Trinity College. Inscreveu-se no Serviço Britânico dos Estrangeiros e foi colocado na Malásia, que se revelaria uma estação providencial. Aí contactou com as formas de meditação e oração orientais. No seu regresso tornou-se monge beneditino, na Abadia Beneditina de Ealing em Londres. O seu grande contributo foi recuperar e repropor a experiência contemplativa para as pessoas comuns dentro da tradição Cristã. Nos ensinamentos de João Cassiano (século IV) e dos Padres e Madres do Deserto, ele aprofundou o significado da chamada «oração pura» e compreendeu que esta forma de oração poderia facilitar a busca de uma vida espiritual mais profunda. Em 1977 foi convidado pelo Arcebispo de Montreal, Canadá, a fundar um pequeno Mosteiro Beneditino, dedicado à prática e ao ensino da Meditação Cristã.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

(Lisboa, 2/11/1919 – Santa Barbara, CA, 4/6/1978). Poeta, romancista, contista, dramaturgo, ensaísta, crítico literário e professor universitário. Formado em engenharia civil pela FEUP, profissão que exerceu até partir para o exílio no Brasil em 1959. Professor então de Teoria e Crítica e Literatura Portuguesa nas Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (primeiro a de Assis e depois Araraquara), obtendo o título de livre-docente nesta última em 1964 com uma tese sobre Camões. Em 1965, parte para novo exílio, nos Estados Unidos, estabelecendo-se primeiro em Madison (Universidade de Wisconsin) e depois em Santa Barbara (Universidade da California). Em suas próprias palavras: “Nenhuma forma de arte (em especial a arquitetura e a respectiva história geral e nacional) ou de pensamento me é alheia, por tendência própria ou por intenção cultural… ao fazer qualquer coisa pela primeira vez num ano (por exemplo, comer cerejas no tempo delas), sempre pedi três coisas e pela seguinte ordem: ser feliz como poeta, como homem e como profissional da profissão que tivesse. O destino tem baralhado tudo isto, quer nas preferências e quer em tomar demasiado ao pé da letra o pedido… Tudo o mais, ou não digo, ou está tudo dito nos poemas, na peça magna, menos o que falta dizer, se é que falta, o que não posso saber senão depois.” (Carta a José-Augusto França, 9/1/1951)

Livros relacionados
 

Jorge Fazenda Lourenço (Covilhã, 1955) é poeta e professor de literatura. Pedra de Afiar (1983) foi o seu primeiro livro de poesia, seguido de Uma Surda Cegueira (1990), Derivas (2002) e Cutucando a musa com verso longo e curto e outras coisas leves e pesadas (2009). Em tradução: XIX Poemas, de E.E. Cummings (1991; 2.ª ed., 1998), Harmónio, de Wallace Stevens (2006), O Spleen de Paris, de Charles Baudelaire (2007), e seis poemas de Robert Lowell (Nervo, n.º 10, 2021). Em 2006, organizou, prefaciou e anotou A Invenção da Modernidade (Sobre Arte, Literatura e Música), de Charles Baudelaire. Entre 1972 e 1988, frequentou medicina, cursou jornalismo, fez o PREC, foi professor-cooperante na República Democrática de São Tomé e Príncipe, funcionário da Siderurgia Nacional e crítico literário. Entre 1988 e 1993, estudou e ensinou na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, doutorando-se com uma tese sobre A Poesia de Jorge de Sena: Testemunho, Metamorfose, Peregrinação (1998; edição revista, 2021). Entre 2009 e 2016, foi coordenador-editor das Obras Completas de Jorge de Sena na Guimarães Editores, continuando uma colaboração com Mécia de Sena iniciada em 1984. Publicou ainda, entre outras obras, Poemas Escolhidos, de Fernando Pessoa (1985; 2.ª ed., 1988), O Essencial sobre Jorge de Sena (1987; nova edição, 2019), O Brilho dos Sinais. Estudos sobre Jorge de Sena (2002), Matéria Cúmplice. Para Jorge de Sena (2012) e Azares da Poesia (poemas e ensaios, 2018).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

Nasceu em 1984.

Licenciou-se em Artes Visuais em 2009 pela Universidade do Algarve e adquiriu o grau de mestre em 2012 pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha.

Desenvolve trabalho em áreas tão distintas como pintura, desenho, escultura, fotografia e vídeo. O seu trabalho mais recente, independentemente do medium que utiliza, centra-se na repetição do gesto. No desmontar do gesto e da repetição que criam rituais autónomos e intuitivos.

EXPOSIÇÕES:

2015: Exposição colectiva "Oilgarve" – Farpa Lab, Faro;

2013: Exposição colectiva "Replica - Reflexão sobre gravura" – Casa das Artes, Tavira;

2013: Exposição colectiva "Improprio para consumo" – Galeria Trem, Faro;

2012: Exposição colectiva "Finalistas do Mestrado em Artes Plásticas 2009/2011" – Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha;

2011: Exposição colectiva "90-10, 20 anos de Artes Plasticas ESAD.cr" – Somafre, Lisboa;

2011: Exposição colectiva “Quem são eles?” 40 anos da Galeria Nova Ogva – Óbidos;

2010: Exposição colectiva "Take B" – Museu Bernardo, Caldas da Rainha;

2010: Exposição colectiva “Andaime” – Antiga Fábrica da Cerveja, Faro;

2009: Exposição colectiva “MobileHome” – Lagar das Portas do Céu, Loulé.

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
 

Nasceu em Lisboa, em 1966. 

Estudou no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa (1992-93), e concluiu o mestrado em Belas-Artes na School of Visual Arts, Nova Iorque (1997-99).

Expôs o seu trabalho nos Estados Unidos da América e pela Europa, destacando-se as exposições individuais na Fundação Carmona e Costa, Lisboa (2012), Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto (2007); Horst-Janssen-Museum, Oldenburgo (2006) e no Künstlerhaus Bethanien, Berlin (2004), onde fez uma residência artística. Participou na Bienal de Rennes (2016); 4ª Bienal de Berlim (2006), 26ª Bienal de São Paulo (2004) e na 50ª Bienal de Veneza (2003). 

Foi distinguido com o Prémio Artes Plásticas 2015 da Associação Internacional dos Críticos de Arte.

Após um longo período a viver em Berlim, actualmente vive e trabalha em Lisboa.

Livros relacionados
 
 
 
 

Licenciado em Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mestre em Literaturas Comparadas pela Universidade Nova de Lisboa e doutorado em Estudos de Cultura pela Universidade Católica Portuguesa, tem um percurso multifacetado no panorama cultural, com expressão sobretudo na música e na literatura.

O trabalho literário inclui obras de poesia (A Lenta Rendição da Luz), conto, ensaio (sobretudo, Jorge de Sena: Sinais de Fogo como Romance de Formação [Prémio PEN Clube 2010 e Prémio Jorge de Sena 2011] e Porquê Ler os Clássicos) e tradução (Ciência Nova de Giambattista Vico [Prémio de Tradução Científica e Técnica FCT/União Latina 2006]; Canções de Inocência e de Experiência de William Blake; Vida Nova de Dante Alighieri; obras de ficção e ensaio de Umberto Eco; Tolstoi ou Dostoievski de George Steiner; Ulisses de James Joyce [Grande Prémio de Tradução Literária APT/SPA 2015]; Emma de Jane Austen; Diários e Viagens de Virginia Woolf; Sobre o Infinito, o Universo e os Mundos de Giordano Bruno; O Livro do Cortesão de Baldassarre Castiglione; Vida Nova, Convívio e Divina Comédia de Dante Alighieri).

Foi director da Orquestra Nacional do Porto, liderando o processo de construção da formação sinfónica, e director do Instituto das Artes. É professor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa.

Livros relacionados
 

É doutorado em Sociologia, na especialidade de Sociologia da Comunicação, pelo ISCTE-IUL, e agregado em Ciências da Comunicação pela UBI.

É professor na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL), instituição da qual foi presidente (2010-2018) e vice-presidente (2005-2010). Foi diretor do mestrado em Publicidade e Marketing desta escola, e é o atual diretor da licenciatura em Publicidade e Marketing.

Leciona, também, no programa doutoral em Ciências da Comunicação (ISCTE- -IUL/ESCS).

É investigador no CECS — Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, do ICS da Universidade do Minho, e investigador associado no CIES-IUL — Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do ISCTE-IUL.

Foi coordenador do Observatório da Publicidade (2001-2010), cujos resultados foram objeto de várias comunicações internacionais, artigos e outras publicações. É membro da European Advertising Academy (EAA) e da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM).

Livros relacionados
 
 

Nasceu em Alcobaça, em 1953.

É licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Durante largos anos exerceu a sua actividade profissional em organismos governamentais na área da Cultura, tendo sido presidente do Instituto Português do Livro e da Leitura (1987-1991). Posteriormente assumiu o cargo de director da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian (1992-2012).

Publicou várias obras nas áreas do livro e leitura, bibliotecas e novas tecnologias, quer em Portugal quer no estrangeiro, designadamente A Edição de Livros e a Gestão Estratégica (Booktailors, 2009), com tradução na Argentina.

Foi docente em várias instituições do ensino superior, nomeadamente no Curso de Pós-Graduação em Edição – Livros e Novos Suportes Digitais da Universidade Católica Portuguesa. É membro da Comissão de Honra do Plano Nacional de Leitura 2027.

Paralelamente, desenvolveu diversas actividades no âmbito da Fotografia decorrentes da sua formação profissionalizante no Instituto Português de Fotografia (1981-1984), onde foi posteriormente docente de História da Fotografia.

Expõe desde 1984. Exposições individuais (selecção): «Das Áfricas», Ministério das Finanças / Galeria Cómicos, Lisboa,1991; «Linha de Costa», Museu da Água, Lisboa, 1996; «Imagens do Vale do Ave», Encontros de Imagem de Braga, 2001; «Paisagem Fim de Século» (com Alberto Picco), Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, 2002; «A Ocupação do Espaço. Fotografias 1998-2000», Galeria Municipal de Arte de Almada, 2004; «Canada do Inferno», Galeria Diferença, Lisboa, 2005. Exposições colectivas (selecção): «Buques en el Muelle / Billetes de Andén», Projecto Lusitânia, Madrid, 1992; «Vale do Mondego» (com Debbie Fleming Caffery e Albano Silva Pereira), 13ºs Encontros Fotográficos de Coimbra, 1992; «Tajo Tejo - Doce objetivos fotográficos», Sala Júlio González, Madrid, 1998; «Rondom Porto», Kunsthal, Rotterdam, 2000; «Luz do Sul – Mês da Fotografia», Palácio D. Manuel, Évora, 2004; «Uma Extensão do Olhar. Entre a fotografia e a imagem fotográfica. Obras da colecção da fundação PLMJ», Centro de Artes Visuais, Coimbra, 2005; «A Fotografia no Douro: Arqueologia e Modernidade / Photography in Douro: Archeology and Modernity», Royal College of Arts, London, 2006; «Por Estes Lugares Adentro», m|i|mo, Leiria, 2012.

Publicou, entre outros catálogos e livros fotográficos: Das Áfricas (com Maria Velho da Costa), Difusão Cultural, 1991; Os Quatro Rios do Paraíso (com Clara Pinto Correia e Cristina Castel-Branco), D. Quixote, 1994; Linha de Costa (prefácio de Bernardo Pinto de Almeida), Contemporânea Editora, 1996; Canada do Inferno (introdução de Maria do Carmo Serén), Edição do Autor, 2005; Contaminações — Minas Abandonadas (Fotografias 1994-2009), Documenta, 2019.

Para além de diversas colecções particulares, está representado nas colecções do Instituto Camões (Ministério dos Negócios Estrangeiros), do Centro de Estudos de Fotografia de Coimbra, da Fundação Belmiro de Azevedo, da Fundação PLMJ, da Colecção Nacional de Fotografia do Ministério da Cultura, do Musée de L'Élysée, Lausanne e do Département des Estampes et de la Photographie da Bibliothèque Nationale de France.

Traduziu On Photography, de Susan Sontag (Ensaios sobre Fotografia, Quetzal, Lisboa, 2012).

Livros relacionados
 

Docente convidado na Universidade de Évora, onde lecciona disciplinas da área da história e teoria do teatro, da estética e da programação cultural. Desenvolve investigação na área do teatro, teatro de marionetas, edição, curadoria e programação. Tem colaboração dispersa em vários jornais e revistas, nacionais e internacionais. Dirigiu e produziu o Festival Escrita na Paisagem (2004-2012), no âmbito do qual programou projectos e criações de artistas nacionais e internacionais de âmbito transdisciplinar. Foi o curador português do projecto INTERsection: Intimacy and Spectacle, integrado na Quadrienal de Praga 2011. Dirigiu e programou os «Ciclos de São Vicente», em Évora (2011-2017). Foi director artístico do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida (2018-2023). Além de textos dispersos por catálogos e revistas, publicou os livros Uma Discreta Invençam (2004), sobre Gil Vicente; Da Vida das Marionetas, sobre os Bonecos de Santo Aleixo (2015). Editor de vários títulos, dos quais se destacam Escrita na Paisagem (2005), Autos, Passos e Bailinhos (2007), Teatro do Vestido. Um Dicionário (2018). Colabora com várias organizações ministrando cursos e seminários.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Licenciado em Filosofia pela Universidade de Mogi das Cruzes, Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo, Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (1980) e Doutor em Filosofia pela Universidade Nova de Lisboa (2001). Professor Titular Jubilado da Universidade Federal de Goiás. Investigador Integrado do Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Fundador (1981) e primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Filosofia Medieval (até 1991), membro da Société Internationale pour l’Étude de la Philosophie Médiévale (SIEMP). Autor de livros: As Relações de Poder na Idade Média Tardia: Marsílio de Pádua, Álvaro Pais O. Min. e Guilherme de Ockham O. Min. (EST Edições, Porto Alegre, 2010); O Pensamento Social de Santo António (Edipucrs, Porto Alegre, 2001). Coordenador de livros: O Reino e o Sacerdócio. Pensamento Político na Alta Idade Média e O Reino de Deus e o Reino dos Homens. As Relações entre os Poderes Espiritual e Temporal na Baixa Idade Média (Edipucrs, Porto Alegre, 1995 e 1997, respectivamente), e As Relações de Poder: do Cisma do Ocidente a Nicolau de Cusa (EST Edições, Porto Alegre, 2011). Capítulos de livros: «Guillermo de Ockham y el dualismo político», in La Filosofia Medieval (G. Burlando e Francisco Bertelloni [eds.], Trotta, Madrid, 2002). Autor de numerosos artigos: «Uma visão introdutória à 3.ª Parte do Diálogo de Guilherme de Ockham», Theologica, 46 (2011); «Os deveres do Imperador e dos Reis na Opera Política de Ockham», Itinerarium, 56 (2010); «A causa final do poder secular ou temporal no pensamento de Álvaro Pais», Eborensia, 43 (2009); «As causas eficiente e final do poder espiritual na visão de D. Frei Álvaro Pais», Anales del Seminario de Historia de la Filosofía, 25 (2008); «João Duns Escoto, O. Min. (1266-1308): Sobre a origem da Propriedade e da Autoridade Secular», Revista Portuguesa de Filosofia, 64 (2008); «Santo Antonio e a Ordem Franciscana», Boletín de Teología, Buenos Aires, 37 (2003); «Il programma antoniano di comportamentomorale per l’episcopato e il clero secolare», Il Santo, XLI (2001).

Livros relacionados
 

Professor auxiliar no Departamento de Comunicação e Artes da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior. Doutor e mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior e licenciado em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa, Lisboa. É membro integrado da unidade de investigação PRAXIS — Centro de Filosofia, Política e Cultura da Universidade da Beira Interior. Director do 2.º Ciclo de Estudos em Ensino de Filosofia no Ensino Secundário da Universidade da Beira Interior. Director da colecção Ta Pragmata — Livros de Filosofia Prática, da editora LabCom.IFP. Co-director da LusoSofia, Biblioteca On-line de Filosofia e Cultura. Publicação recente: (co-editor com António Bento e José Maria Silva Rosa), Secularização e Teologia Política, Lisboa, Documenta, 2019 (domingues@ubi.pt).

Livros relacionados
 
 

Cartoonista, fotógrafo e humorista, Lisboa, 1962. Começou a publicar como cartoonista político em 1983 em jornais portugueses. Trabalhou para, entre outros, os jornais O Século, Tal & Qual, Diário Popular e Diário de Lisboa. Publica diariamente tiras cómicas no Diário de Notícias e no Jornal de Notícias. Participou em diversas exposições individuais e colectivas em Portugal e no estrangeiro. Está representado no Sammlung Karikaturen & Cartoons Basel, Suíça, e na antologia Os Melhores Cartoons Políticos da Actualidade, edição de 1992. Publicou fotografia em revistas portuguesas e trabalhou para a Infordesporto como director criativo nas áreas de geração gráfica para televisão e multimédia para Internet. Fundou, com Nuno Artur Silva, Carlos Fogaça e Fernando Marques, a empresa Bandeira Digital.

Livros relacionados
 
 

Doutorado pela Universidade de Lisboa (2019). É investigador do Centro de Estudos Comparatistas, onde integra o projecto RIAL — Realidade e Imaginação nas Artes e na Literatura, que co-fundou. Publicou, na Documenta, Imagens em Fuga: Os Fantasmas de François Truffaut (2016), Sobreimpressões: Leituras de Filmes (2019) e Espectros do Cinema: Manoel de Oliveira e João Pedro Rodrigues (2020). Co-organizou os volumes A Escrita do Cinema: Ensaios (com Clara Rowland, Documenta, 2015), Morte e Espectralidade nas Artes e na Literatura (com Fernando Guerreiro, Húmus, 2019) e Imitações da Vida: Cinema Clássico Americano (com Fernando Guerreiro e Clara Rowland, Bookbuilders, 2020). Com Margarida Medeiros, editou o n.º 53 da Revista de Comunicação e Linguagens, dedicado ao tópico «Photography, Cinema, and the Ghostly».

Livros relacionados
 

Nasceu na Covilhã, em 1950.

É investigador integrado do CIAC — Centro de Investigação em Arte e Comunicação e professor coordenador jubilado do Departamento de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), instituição em que, desde 1981, exerceu também várias funções de direcção, nomeadamente como vogal da Comissão Instaladora e como director do Departamento de Cinema.

Estudou Jornalismo na Faculdade de Filosofia da Université Libre de Bruxelles (ULB). Formou-se em Psicologia pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA). Fez o Curso de Cinema da Escola de Cinema do Conservatório Nacional. É doutorado em Psicologia, especialidade de Psicanálise, pelo Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA-IU).

Na sequência da formação em cinema e de uma primeira experiência profissional na Equipa TV/Cinema da Secretaria de Estado da Emigração (1977-1978), na actividade profissional no cinema exerceu várias funções, com destaque para as de produtor na Trópico Filmes (1985-1995).

Como bolseiro do governo italiano, desenvolveu no Centro Sperimentale di Cinematografia de Roma (1979-1981) uma investigação sobre «Ponto de vista em cinema e neo-realismo cinematográfico», trabalho que prosseguiu, a par de toda a sua actividade docente, na sua tese de doutoramento focada na experiência fílmica enquanto experiência paradoxal do espectador.

No âmbito da representação internacional do Departamento de Cinema que, desde 1990, assegurou no CILECT — Centre International de Liaison des Écoles de Cinéma et de Télévision, foi membro do Comité Executivo do GEECT — Groupement Européen des Écoles de Cinéma et de Télévision (1993-1997) e membro do Comité de Acompanhamento do projecto VISIONS — Atelier europeu de Realização documental dedicado à formação e produção de projectos de documentário (1992-1999), participando na reflexão sobre o ensino do cinema e nas actividades promovidas no seio destas associações em que estão filiadas as mais importantes escolas de cinema.

Para além de artigos em jornais e revistas, publicou Empatia e Alteridade: A Figuração Cinematográfica como Jogo (2014) e Se Confinado Um Espectador: O Cinema como Metamorfose da Experiência Interior (2022), e editou, com Manuel Guerra, Descasco as Imagens e Entrego-as na Boca: Lições António Reis (2020).

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 
 

Com uma licenciatura em Química pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, é investigador no CeNTI há mais de dez anos, onde tem desenvolvido atividades de I&D na área dos Materiais Inteligentes. Ao longo do seu percurso profissional adquiriu competências na área da investigação e desenvolvimento (I&D), através da sua participação em diferentes projetos de I&D (nacionais e europeus) e eventos científicos, tendo acumulado experiência e competências necessárias nas áreas das tecnologias de processamento e caracterização de sistemas eletrónicos convencionais e impressos, utilizando diferentes tipos de substratos, na criação de cápsulas e matrizes inorgânicas, para retenção e libertação de compostos ativos, e em técnicas de caracterização de materiais e estruturas orgânicas e inorgânicas. Desempenha funções de Team Leader relacionadas com o processamento de materiais orgânicos e inorgânicos, através de tecnologias de impressão rolo-a-rolo e folha-a-folha, sendo ainda responsável pela sua caracterização morfológica, estando envolvido na aplicação destes sistemas e materiais inteligentes em substratos e soluções técnicas diversas.

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

É investigador-coordenador com equiparação a professor catedrático da Universidade Aberta e Titular da CIDH – Cátedra FCT/Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização (Universidade Aberta/Polo do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa). Membro da Academia Portuguesa da História. Doutorou-se em História e Civilizações pela EHESS de Paris e em Cultura pela Universidade de Aveiro, sendo mestre em História Moderna pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da mesma Universidade. Concluiu com sucesso a coordenação de vários projetos de investigação de grande fôlego, entre os quais os volumes do Dicionário histórico das ordens, a Obra completa do Padre Manuel Antunes em catorze volumes e o projeto Arquivo secreto do Vaticano em três volumes. Da sua vastíssima bibliografia destacam-se os estudos aprofundados sobre Vieira, os Jesuítas e o Marquês de Pombal, entre eles O mito do Marquês de Pombal (2004) e O mito dos Jesuítas (2006). Coordenou ainda o Dicionário dos antis e a edição das obras completas do Padre António Vieira.

Livros relacionados
 

José Fontes [Abrantes, 1940] iniciou a frequência do Curso de Medicina em Lisboa. Foi membro da Comissão Pró-Associação de Estudantes e aí fundou a Secção de Intercâmbio e Turismo. Continuou a frequência do Curso de Medicina em Coimbra e nesse período, conjuntamente com António Portugal, fundou a Secção Fotográfica da Associação Académica de Coimbra. Organizou cursos de fotografia conjuntamente com outros médicos e professores ilustres. Voltou a frequentar a Faculdade de Medicina de Lisboa, onde dirigiu o departamento fotográfico (primeiro como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e depois como bolseiro do Instituto de Alta Cultura). No Instituto de Anatomia montou um serviço de radiologia e um departamento de microangiografia para apoio a doutorandos e outros investigadores. Paralelamente, como associado do Foto Club 6 × 6 (membro do International Federation of Fotografic Art — FIAP), fez parte do seu Conselho Artístico e participou em concursos nacionais e internacionais, tendo igualmente efectuado exposições individuais.

Livros relacionados
 

Filósofo e ensaísta português, nascido em 1939, em Moçambique. Estuda Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Muda-se para Paris e inscreve-se em Filosofia, concluindo a respectiva licenciatura em 1968, na Faculdade de Letras de Paris. No ano seguinte, faz o mestrado com uma tese sobre a moral de Kant, e em 1982 conclui o doutoramento com «Corpo, Espaço e Poder», editada em livro em 1988. É professor de filosofia no ensino secundário entre 1965 e 1973. Coordenador do Departamento de Psicanálise e Filosofia da Universidade de Paris VIII. Em 1976, regressa a Portugal para ser adjunto do secretário de Estado do Ensino Superior e da Investigação Científica. Foi Directeur de Programme do Collège International de Philosophie de Paris e professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa até 2010, tendo leccionado Estética e Filosofia Contemporânea. Autor de extensa obra ensaística em torno, entre outros temas, da poética de Fernando Pessoa (Fernando Pessoa ou a Metafísica das Sensações, 1987; O devir-eu de Fernando Pessoa, 2010; ou O Espaço Interior, 1994), de reflexões sobre o corpo (Metamorfoses do Corpo, 1981) ou estudos sobre as mentalidades (sobretudo Portugal, Hoje — O Medo de Existir (2004). Publica também três livros de ficção (A Crucificada, Cemitério dos Desejos e Ao meio dia, os pássaros). Em 2005, a revista Nouvel Observateur integra-o na lista dos 25 grandes pensadores do mundo. Nos últimos anos tem feito intervenções no espaço público, sobretudo nas áreas da educação e da política.

Livros relacionados
 

Professor auxiliar convidado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde lecciona Filosofia Social e Política e História das Ideias na Europa Contemporânea. Doutorou-se em Filosofia Política na FLUL, com uma dissertação sobre James Madison. Trabalha num pós-doutoramento sobre federalismo, no horizonte da filosofia política moderna e contemporânea. Membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e do Centro de Investigação do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Publicou diversas obras e artigos sobre teoria política, entre as quais Filosofia Kantiana do Direito e da Política (co-editor, CFUL, 2006), Razão e Liberdade. O Pensamento Político de James Madison (Esfera do Caos, 2012) e Challenges to Democratic Participation. Antipolitics, deliberative democracy and pluralism (co-editor, Lexington Books, 2014).

Livros relacionados
 

É professor catedrático da Escola de Comunicação, Arquitectura, Artes e Tecnologias da Informação (ECATI) da Universidade Lusófona de Lisboa. Doutorou-se em Filosofia pela Universidade de Salamanca, na especialidade de Estética e Teoria das Artes, com uma tese intitulada «Natureza Humana e Artifício em David Hume: Elementos para uma compreensão estética das novas tecnologias» (2002). Fez estudos de pós-doutoramento em Teoria dos Media na Universidade de Humboldt, Berlim, sob a supervisão de Friedrich Kittler. É subdirector da ECATI, onde tem desempenhado diversos cargos de direcção. Tem variados trabalhos publicados sobre Estética e Teoria da Arte, Teoria dos Media, Filosofia da Técnica e Filosofia da Comunicação. Organizou, com José A. Bragança de Miranda, o volume «Carl Einstein: Reflexões sobre arte e estética» (2012) e, com Maria Teresa Cruz, o livro Artes Tecnológicas e a Rede Internet em Portugal (2009).

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

José Manuel Belbute fez o seu doutoramento em 1997 pela Universidade de Évora e o seu mestrado em 1991, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade (Técnica) de Lisboa. É professor catedrático no departamento de Economia da Universidade de Évora, onde iniciou funções como assistente em 1987. Os seus principais interesses de investigação e de ensino residem na área da Macroeconomia, e em particular no crescimento económico e na sua articulação com a problemática do desenvolvimento sustentável. Nos últimos quinze anos tem dedicado especial atenção ao às políticas macroeconómicas de combate e mitigação das alterações climáticas, assim como da avaliação e medição dos custos associados aos objetivos da neutralidade carbónica.

É autor de mais de trinta publicações científicas em revistas internacionais com revisão anónima por pares, sobre temáticas que se encontram na fronteira entre a Economia e o Ambiente. Grande parte da sua produção científica incide sobre temas nacionais.

É membro (fundador) integrado do Center for Advanced Studies in Management and Economics of the Universidade de Évora (CEFAGE-UE) e participa regularmente em conferências internacionais apresentando os resultados da sua investigação. Tem ampla experiência de gestão de projectos de investigação.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Nasceu em Lisboa, licenciou-se em Direito e exerce a advocacia. Poeta, ensaísta e tradutor, publicou vários livros de poesia, o último dos quais, A Mão na Água que Corre (Assírio & Alvim). Tem colaboração crítica e ensaística dispersa pelas principais revistas literárias e jornais portugueses. Tem escrito igualmente sobre pintura, nomeadamente em catálogos de exposições. Participou em diversos Colóquios e Encontros literários em Portugal e no estrangeiro. Traduziu poetas como Federico García Lorca, Eugenio Montale e Umberto Saba. É membro da direcção da Associação Portuguesa de Escritores, tem-se interessado pela divulgação da literatura italiana, sendo colaborador do Osservatorio Permanente Sugli Studi Pavesiani nel Mondo. Tem poemas traduzidos em várias línguas.

 

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 

José María Merino (Corunha, 1941) é um escritor espanhol, autor de obra vasta e diversificada, na qual ocupa lugar privilegiado a ficção narrativa, em todos os seus géneros, mas onde avultam o conto e o microconto. Licenciado em Direito, Merino foi director do Centro de las Letras Españolas do Ministério da Cultura de Espanha e colaborou em diversos projectos da Unesco dirigidos ao mundo hispano-americano. É membro da Real Academia Española, para a qual foi eleito em Março de 2008, e Doutor Honoris Causa pelas Universidades de León (2014) e Saint Louis (2018), distinções a que se somam numerosos prémios literários, de que o mais recente é o Premio Nacional de las Letras Españolas (2021). O conto incluído nesta antologia foi publicado no volume Cuentos del Barrio del Refugio (1994), posteriormente integrado em Historias del otro lugar (2010), que reúne os contos dados à estampa entre 1984 e 2004.

Livros relacionados
 

Licenciatura, mestrado, doutoramento em Filosofia Medieval (2005) na Universidade Católica Portuguesa (UCP, Lisboa). De 1993 a 2002, professor na UCP em Filosofia, Teologia, Ciências Religiosas, Ciências da Comunicação e Serviço Social. Desde 2002, docente na Universidade da Beira Interior (UBI, Covilhã). Actualmente Professor Associado e presidente da Faculdade de Artes e Letras da UBI. Foi Professor Bibliotecário da UBI de 2103 a 2017. Investigador em vários centros de investigação e membro de associações científicas nacionais e internacionais. Os seus principais interesses académicos situam-se nos domínios do Pensamento Antigo, Patrístico e Medieval (especialmente Santo Agostinho), Fenomenologia, História e Filosofia da Religião e Teologia Política. Entre 2013-2017 investigador da COST Action IS130: «New Communities of Interpretation: Contexts, Strategies and Processes of Religious Transformation in Late Medieval and Early Modern Europe». De entre livros publicados: Em Busca do Centro. Investigações sobre a Noção de Ordem na Obra de Santo Agostinho (Período de Cassicíaco), Lisboa, Universidade Católica Editora, 1999; O Primado da Relação. Da Intencionalidade Trinitária da Filosofia, Lisboa, Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, 2007; (ed. e autor) Da Autonomia do Político. Entre a Idade Média e a Modernidade, Lisboa, Documenta, 2012; (ed. e autor com António Bento) Revisiting Spinoza’s Theological-Political Treatise, Georg Olms Verlag, Hildesheim-Deutschland/ Zürich-Suisse/New York-EUA, 2013; (ed. e autor com Ricardo António Alves) A Lã e a Neve de Ferreira de Castro. Releituras, Travessias, Metamorfoses, Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2017; (ed. e autor com António Bento e José Domingues) Secularização e Teologia Política, Lisboa, Documenta, 2019 (jrosa@ubi.pt).

Livros relacionados
 
 

Nasceu em Leiria a 22 de Janeiro de 1933.

Historiador e professor catedrático na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Autor de uma extensa bibliografia, é especialista na História Medieval portuguesa, destacando-se as suas obras Ricos-Homens, Infanções e Cavaleiros, Fragmentos de Uma Composição Medieval, O Reino dos Mortos na Idade Média e Identificação de Um País. Ensaio sobre as Origens de Portugal (1096-1325) (vol. I: Oposição; vol. II: Composição), sucessivamente premiada com o Prémio de História Medieval Alfredo Pimenta e o Prémio Ensaio do P.E.N. Clube Português.

Dirigiu também uma edição de oito volumes da História de Portugal (1993-1995).

Prémio Pessoa, em 1987.

Morreu no dia 8 de Julho de 2023.

 

 

Fotografia: António Pedro Ferreira.

Livros relacionados
 
 
 
 
 

José Pedro Croft nasceu no Porto em 1957. Actualmente vive e trabalha em Lisboa. Entre 1976 e 1981, frequentou o curso de Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Em 2001 vence o Prémio Nacional de Arte Pública Tabaqueira e o Prémio EDP - Desenho. Em 2002 o Centro Cultural de Belém organiza uma grande exposição retrospectiva do seu trabalho. Expõe individualmente com regularidade desde 1981, de onde se destacam, das exposições mais recentes: Chiado 8 - Arte Contemporânea (2011), Lisboa; Galeria Mário Sequeira (2011), Braga; Projecto Contentores P28 (2010), Docas de Alcântara, Lisboa; Galeria Filomena Soares (2009), Lisboa; Galería SENDA (2009), Barcelona; Marília Razuk Galeria de Arte (2009), São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo - Museu de São Paulo de Arte Contemporânea (2009), São Paulo; Galería SCQ (2009), Santiago de Compostela; Pavilhão Centro de Portugal (2008), Coimbra; Galeria Helga de Alvear (2008), Madrid; La Caja Negra (2008), Madrid; Fundação Calouste Gulbenkian (2007 e 2006), Lisboa; MAM - Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro (2006), Rio de Janeiro; Museu de Arte da Pampulha (2006), Belo Horizonte; e Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães-MAMAM (2005), Recife, Brasil. A sua obra encontra-se presente em diversas colecções públicas e privadas, tais como: Banco Central Europeu, Frankfurt; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; CAM-Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Centro Galego de Arte Contemporâneo, Santiago de Compostela; Fundação de Serralves, Porto; Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisboa; Fundación Caixa Galiza, La Coruña; Fundación La Caixa, Barcelona; MEIAC, Museo Extremenho y Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz; Ministério da Cultura, Portugal; Museo de Cantábria, Espanha; Museo de Zamora, Espanha; Museo Nacional, Centro de Arte Reina Sofia, Madrid; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; Sammlung Albertina, Viena; e Colecção Berardo, Lisboa.

Livros relacionados
 

José António Inácio de Sousa Quitério nasceu em Tomar, a 10 de Abril de 1942, cidade onde completou os estudos liceais. Frequentou, sem o concluir, o curso de Direito na Universidade de Coimbra e (após 4 anos, 2 meses e 15 dias de serviço militar obrigatório, com estada forçada em Angola) na de Lisboa. Entrou para os jornais em 1973, para o saudoso O Século, como documentalista. Estreou-se como cronista / crítico gastronómico em 1975, na efémera revista Tilt. Em 1976 foi convidado a fundar a coluna gastronómica do Expresso, que manteve até meados de 2014, tendo sido documentalista, colaborador e redactor (de 1990 até à reforma em Abril de 2007) deste jornal. Entre 1990 e 2006 assinou também a coluna sobre vinhos deste semanário. De 1989 a 1991 publicou textos de gastronomia literária na revista LER – Livros & Leitores. Durante todo o ano de 1993 assinou e leu uma crónica gastronómica na RDP – Antena 1. Criou e dirigiu, desde 1994, a colecção de livros de gastronomia «Coração, Cabeça e Estômago» da editora Assírio & Alvim. Ao longo dos anos 1980 e 1990, além de membro ou presidente de júris de diversos concursos, participou e apresentou comunicações em vários congressos e colóquios de temática gastronómica e/ou literária. Autor de dois guias «100 Restaurantes / 100 Livros» (1995 e 1998) distribuídos com o Expresso.

Autor das seguintes obras: Livro de Bem Comer (1987), Histórias e Curiosidades Gastronómicas (1992), Comer em Português (1997), Escritores à Mesa (e outros artistas) (2010) e Bem Comer & Curiosidades (2015).

Entre os galardões que lhe foram atribuídos (e outros que recusou), destaca: «Mérito Turístico», concedido pela Secretaria de Estado do Turismo, em 1987, «por grande e valioso contributo que tem prestado através dos seus artigos à gastronomia, doçaria e vinhos portugueses»; «Personalidade do Ano / Gastronomia – 1987», revista Portugal, Turismo, Actualidade; «Prémio Especial Jornalismo / Crítica», Revista de Vinhos, 1992; «Medalha de Honra», ARESP, 2007; «Personalidade do Ano na Gastronomia», revista Wine, 2013; «Prémio Universidade de Coimbra», 2015; «Prémio Carreira», ARESP, 2015; «Prémio Gazeta de Mérito», 2016; «Medalha de Honra (Grau Ouro) do Município de Tomar, 2017.

Livros relacionados
 
 
 

Nasceu em 1965, na ilha da Madeira.

Doutorado em Teologia Bíblica, em Roma, é actualmente cardeal, arquivista do Arquivo Apostólico do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica Vaticana, tendo tomado posse em 1 de Setembro de 2018. Anteriormente foi professor e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa e também director da Faculdade de Teologia.

Editou o seu primeiro livro de poesia, Os Dias Contados, em 1990, e desde então tem diversificado a sua extensa obra como ensaísta, tradutor e poeta, ocupando um lugar de destaque na poesia portuguesa contemporânea. A sua poesia reunida em A Noite Abre Meus Olhos está publicada na Assírio & Alvim.

A sua obra tem sido distinguida com vários prémios, entre eles o Prémio Cidade de Lisboa de Poesia (1998), o Prémio PEN Clube de Ensaio (2005), o italiano Res Magnae, para obras ensaísticas (2015), o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE (2016), o Grande Prémio APE de Crónica (2016), o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural (2020).

Livros relacionados
 

Doutor e mestre em Ciência Política e Relações Internacionais pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEP-UCP) e licenciado em Direito (Universidade Lusíada). É, desde 2000, docente no IEP-UCP, onde leccionou cadeiras no âmbito das suas áreas de especialização como Teoria Política Contemporânea, Regimes Políticos, Teoria do Estado, Teoria da Constituição e Pensamento Político Islâmico. Entre 2011 e 2014 foi professor auxiliar convidado na Universidade da Beira Interior, onde ministrou as cadeiras de Teoria Política, Teoria do Estado, História das Ideias Políticas e Políticas Públicas. As suas áreas preferenciais de investigação incidem na teoria política, nomeadamente em temas como o pluralismo, o conservadorismo, o pensamento utópico, o terrorismo político, as origens intelectuais do radicalismo islâmico e o legado filosófico-político do Al-Andaluz.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

Cinquenta e dois anos antes deste romance (que é de 1926) — a minha mão hesitou, antes de ceder a esta fórmula que tão pouco se harmoniza com a sua prosa dominada pelo silêncio dos pântanos, por um céu desmesurado, que tão pouco se conforma às conveniências de uma verdadeira narrativa de ficção romântica — Joseph d’Arbaud nasceu [4 de Outubro de 1874] na herdade La Petite Bastide em Meyrargues, o que é dizer Provença-Alta-Costa-Azul, à beira do Mediterrâneo, terra de um orgulhoso dialecto e ainda hoje com gente que o prefere ao francês; numa família com antepassados que deixavam, na desenvoltura e no prestígio, bem marcada a sua aristocracia; agarrada a tradições; com um avô e uma mãe que já tinham escrito versos provençais na língua d’oc, e só por circunstância e contingência falavam o francês.

Joseph frequentou um colégio de jesuítas em Avinhão, fez o seu direito na universidade de Aix-en-Provence e também quis — quando sentiu a sedução das letras — prolongar-se nas tradições literárias da sua família como escritor da língua d’oc. «A todos tu dominas», dizia-lhe Fréderic Mistral, mesmo sem saber que se antecipava ao que muitos viriam a ter como irrecusável verdade. — Escreve em francês, escreve em francês — diziam-lhe também outros — ou nunca serás reconhecido na literatura deste país.

[…]

Joseph d’Arbaud morreu com setenta e seis anos de idade em Aix-en-Provence, no dia 2 de Março de 1950, e foi sepultado em Barjois sob o triplo signo da Cruz do Languedoque, do tridente da Camarga e do loureiro de Arles. Há uma lápide comemorativa em sua honra, iniciativa da Confraria dos Guardadores, instalada «à beira do Étang Redon, para memória do autor de “O Animal do Vaccarès”».

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», O Estranho Animal do Vaccarès]

Livros relacionados
 
 
 
 

É Maxine Elliot Professor no Department of Comparative Literature e no Program of Critical Theory na University of California, Berkeley. Exerceu as funções de director-fundador do Critical Theory Program. Recebeu o seu Doutoramento em Filosofia pela Yale University em 1984. É autora de Subjects of Desire: Hegelian Reflections in Twentieth-Century France (1987), Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity (1990), Bodies That Matter: On the Discursive Limits of “Sex” (1993), The Psychic Life of Power: Theories of Subjection (1997), Excitable Speech (1997), Antigone’s Claim: Kinship Between Life and Death (2000), Precarious Life: Powers of Violence and Mourning (2004), Undoing Gender (2004), Who Sings the Nation-State?: Language, Politics, Belonging (com Gayatri Spivak, 2008), Frames of War: When Is Life Grievable? (2009), Is Critique Secular? (escrito em conjunto com Talal Asad, Wendy Brown e Saba Mahmood, 2009) e Sois Mon Corps (2011), em co-autoria com Catherine Malabou. Os seus livros mais recentes incluem: Parting Ways: Jewishness and the Critique of Zionism (2012), Dispossessions: The Performative in the Political, em co-autoria com Athena Athanasiou (2013), Senses of the Subject (2015) e Notes Toward a Performative Theory of Assembly (2015). Os seus projectos futuros incluem trabalhos sobre gestos messiânicos em Kafka e Benjamin, ficções filosóficas na obra de Freud, e o género na tradução. É também activa nas políticas gender e sexuais, nos direitos humanos, nas políticas antiguerra, e faz parte da comissão científica da Jewish Voice for Peace. Recebeu o Andrew Mellon Award for Distinguished Academic Achievement in the Humanities (2009-2013). Recebeu o Prémio Adorno da cidade de Frankfurt (2012) devido às suas contribuições para a filosofia feminista e moral, o Prémio Brudner da Yale University pelo seu papel fundamental nos gay and lesbian studies, e o louvor de Research Lecturer na UC Berkeley em 2005. Recebeu também previamente várias bolsas de investigação, que incluem: Guggenheim, Rockefeller, Ford, American Council of Learned Societies, e foi Fellow no Institute for Advanced Study em Princeton e no Collège des Hautes Études em Paris. Recebeu o título Honoris Causa da Université Bordeaux-III, Université Paris-VII, Grinnell College, McGill University, University of St. Andrews, Université de Fribourg, e da Universidad de Costa Rica. Em 2014, foi galardoada com o Diploma de Chevalier da Ordem das Artes e Letras pelo Ministério da Cultura francês.

Livros relacionados
 

Jules Boissière [n. 12 de Abril de 1863, em Clermont-l´Hérault] tinha vinte e quatro anos de idade quando partiu em 1886 para a Indochina como secretário de Paulin-Alexandre Vial, representante do governo em Annam e Tonquim. O sonho do Oriente, nessa época exacerbado pela cultura europeia, o que dava solas de vento a Rimbaud, excitava Flaubert, Gautier, Nerval, Loti e Farrère, fez-se-lhe irrecusável quando o seu pai abandonou por outra aventura o lar conjugal e graves dificuldades financeiras surgiram. [...]

Diário de um Fuzilado destaca-se pela intransigência da sua recusa ao «politicamente correcto». Se Palavras de um Fumador de Ópio apenas nos revela a experiência pessoal do autor na sua relação com a droga, a personagem central do Diário é ficcionada nesta mesma relação com um soldado elitista e xenófobo que deserta do exército francês e se introduz no exército rebelde anamita, não por aprovar a luta desses colonizados contra o poder imperialista, mas saber que poderá nas suas fileiras fumar ópio sem as punições que o exército do seu país lhe destina para o dissuadir do vício. [...]

Jules Boissière morreu subitamente no dia 12 de Agosto de 1897, aos trinta e quatro anos de idade, com uma oclusão intestinal provocada pela maldade dos trópicos e pelo ópio. E teve tempo, nessa agonia violenta, de dizer que desejava ficar sepultado num cemitério de Hanói. [...] tinha em Paris um incondicional amigo — Stéphane Mallarmé, o que lhe tinha influenciado no tom e nos artifícios os primeiros versos. [Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 

Era, pela certidão do baptismo, Jules Gabriel Verne [Nantes, 1828-Amiens, 1905]; e o seu pai, um magistrado de Nantes, desde os seus tempos de berço sonhava-o a brilhar na mesma profissão. Mas bastaram-lhe onze anos de vida e umas quantas e emocionantes leituras para fugir de casa levando consigo um desejo de mar e aventura (e a decisão, muito mais prática, de trazer um colar de coral para oferecer à sua prima Caroline, por quem estava apaixonado) tudo isto vivido — não mais lhe consentiria a idade — como grumete num barco-correio. Sobressaltado, M. Verne foi a tempo de capturá-lo em Paimbæuf, um pequeno porto do Loire-Atlântico. «Pois bem», prometeu a criança frustrada e ingloriamente retida nos seus altos voos, «só vou viajar em sonho». — Quem poderia prever que estas palavras, proferidas numa tão tenra idade, deviam ser tomadas à letra?

É verdade que Jules Verne, para satisfazer os desejos do seu pai chegou à Sorbonne e à licenciatura que poderia dar-lhe o sonhado futuro como magistrado; mas sobrepôs-se a toda esta sabedoria em Direito uma irresistível fascinação literária. De regresso a Nantes, e frustrado por ver a mulher que amava casada com outro homem, voltou para a capital. Parto porque fui desprezado, escreveu numa carta ao músico Aristide Heignard, mas todos verão de que matéria é feito o pobre rapaz a que chamam Jules Verne.

[...] Esteve em Lisboa por duas vezes, em 1878 e em 1884.

A idade mais avançada deu-lhe diabetes, má visão e uma perna coxa que nunca se recompôs de um tiro de espingarda, saído em má hora das mãos de um sobrinho louco. Começou a escrever menos, e até a não escrever. Na minha idade as palavras fogem e as ideias já não entram, pode ler-se numa carta sua.

Morreu em 1905, derrotado por diabetes e cegueira.

O século XX fez dele um clássico; tirou algumas das suas obras da esfera adolescente para acompanhar a de grandes clássicos centrais. Michel Butor é peremptório: «Temos de colocar a sua obra nos grandes conjuntos de romances do século XIX.» E Roland Barthes dedicou-lhe todo um capítulo do seu Mythologies, onde compreende o lado-cárcere dos seus grandes espaços: «A imaginação da viagem corresponde em Verne a uma exploração da clausura. […] O barco pode muito bem ser o símbolo da partida; mas é profundamente a cifra da clausura.» […] «O navio é um facto habitacional, antes de ser um meio de transporte.»

Nenhum outro dos seus livros leva mais à letra estas palavras do que o seu Chancellor.

[Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 

Julião Sarmento (1948-2021) nasceu em Lisboa e viveu e trabalhou no Estoril. Estudou pintura e arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Foi um artista interdisciplinar e, ao longo da sua carreira, trabalhou nos mais diversos suportes: pintura, desenho, escultura, fotografia, cinema, vídeo, performance, som e instalação. Desenvolveu vários projectos específicos de locais significativos e teve inúmeras exposições individuais e colectivas em todo o mundo nas últimas cinco décadas. Representou Portugal na 46.ª Bienal de Veneza (1997). Foi incluído na Documenta 7 (1982) e na Documenta 8 (1987), na Bienal de Veneza (1980 e 2001) e na Bienal de São Paulo em 2002. O seu trabalho está representado em muitas colecções públicas e privadas na América do Norte e do Sul, Europa e Japão.

 

Julião Sarmento (1948-2021) was born in Lisbon, Portugal, having lived and worked in Estoril. He studied painting and architecture in Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. An interdisciplinary artist, throughout his long career Sarmento worked with multiple media: painting, drawing, sculpture, photography, cinema, video, performance, sound and installation. He developed several site specific projects and presented numerous solo and collective exhibitions all over the world in the last five decades. Julião Sarmento represented Portugal at the 46th Venice Bienalle (1997). Hs works were included in documenta 7 (1982) and documenta 8 (1987), the Venice Bienalle (1980 and 2001) and the São Paulo Bienalle in 2002. His work is represented in many public and private collections in North and South America, Europe and Japan.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Pseudónimo literário do médico e escritor Joaquim Guilherme Gomes Coelho, nasceu no Porto a 14 de Novembro de 1839.

É autor, entre outras obras, de As Pupilas do Senhor Reitor, Uma Família Inglesa, A Morgadinha dos Canaviais, Serões da Província, Os Fidalgos da Casa Mourisca.

Sobre ele escreve, n'As Farpas, Eça de Queirós: «Tréguas por um instante nesta áspera fuzilaria irónica! Esta página é um parêntesis tranquilo e meigo, onde pomos a lembrança de Júlio Dinis. Que as pessoas delicadas se lembrem dele e se recolham um momento: recordá-lo é aprender a amá-lo; e nós, ainda sabemos recordá-lo bastante. Tanto é o nosso mal que este espírito excelente não ficou popular: a nossa memória, fugitiva como a água, só retém aqueles que vivem ruidosamente, com um relevo forte: Júlio Dinis viveu de leve, escreveu de leve e morreu de leve!».

Morreu no Porto a 12 de Setembro de 1871

Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa a 10 de Janeiro de 1926. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e as Escolas de Belas-Artes de Lisboa e do Porto. No início da sua carreira, foi um dos animadores do movimento neo-realista, desenvolvendo uma larga intervenção crítica em jornais e revistas. Dedicou-se especialmente à pintura, mas realizou igualmente trabalhos de desenho, gravura, escultura e assemblage, ilustração, cerâmica e vidro, tapeçaria, cenografia para teatro e decoração mural em azulejo. Foram-lhe atribuídos vários prémios, nomeadamente o Prémio de Gravura (ex aequo) na sua I Exposição de Artes Plásticas, em 1957, o 1.º Prémio de Pintura (ex aequo) na II Exposição de Artes Plásticas, em 1961, o Prémio Montaigne em 1993, o Prémio AICA-SEC em 1995, o Prémio Celpa / Vieira da Silva, em 2000, e em 2003 o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso. Além de diversos textos publicados em revistas e catálogos, sobre outros artistas e sobre a sua própria obra, Pomar é autor de livros de ensaios sobre pintura. Morreu em Lisboa a 22 de Maio de 2018.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Mas há, antes de tudo isto, um holandês na Holanda; de seu nome inteiro Cornelis Theodorus Maria «Kees» van Dongen, nascido no ano 1877 em Delfshaven, pequena localidade nos arredores de Roterdão; com anos de escola e jogos de uma infância sem história, e depois um adolescente que se viu longe dos bons comportamentos da sua terra natal e a frequentar, com a desenvoltura que esta nova liberdade incitava, a Real Academia de Belas Artes de Roterdão. Cornelis praticou desde logo uma militante oposição à austeridade judaica que dava nesses dias o mais alto tom aos costumes da sociedade holandesa; e viu-se envolvido num pequeno escândalo «visual» multiplicado com a ampla divulgação do Rotterdams Nieuwsblad, que achou por bem publicar nas suas páginas uma porção de desenhos vandonguianos com mulheres do porto muito explicitamente entregues à sua vida com marinheiros de acaso. Esta Holanda de austeras moralidades não convinha ao jovem Van Dongen que só via, como seu destino previsível, o de um trabalho burocrático na fábrica de malte do seu pai; e sonhava neste desagrado com as míticas liberdades de Paris.

[…]

Van Dongen foi «fauvista» até se descobrir como um pintor de mulheres que não renegavam a orgia da cor insolente, a joie de vivre da forma, mas fazendo-o apenas até ao sábio limite admitido pelo público que adquiria essas obras. Os rostos, os corpos femininos da sua pintura sucederam-se, fizeram-se mundanos e em ruptura com os valores dos seus dias anteriores de revoltado. Van Dongen fez-se um pintor de nevroses elegantes (disse-o Paul Gsell quando falou dele), uma moda consumida pela alta burguesia, comercializada com a exibição de uma sensualidade canalha mas que o não desmentia nos seus méritos como pintor. É evidente que o olhar irónico da sua facilidade mundana nunca iludiu uma vontade firme de se exercer com uma sub-reptícia sátira social; e que a sua indiferença perante resultados visuais, que se afastavam do modelo retratado, continha prazeres vingativos contra a burguesia que o alimentava. Às que diziam «não estou parecida», respondia: Quando alguém se deixa pintar por um pintor célebre, só lhe resta uma hipótese: tornar-se parecido com o retrato.

[…]

Em 1929 Van Dongen preferiu ser francês, e obteve sem dificuldade uma nova nacionalidade; tinha vivido como um autêntico francês os tempos mais gloriosos e mundanos da sua carreira de pintor.

Vinte anos mais tarde percebeu que a gente abastada do Mónaco lhe daria a pintar muitos retratos; que viveria lá rodeado de clientes para a sua pintura. Avançava na idade sem mostrar grandes desgastes físicos, e o clima era mais ameno. Mudou para Monte Carlo a sua residência, instalou-se numa casa cheia de sol a que chamou — talvez saudoso do difícil Montmartre de Paris — Bateau-Lavoir.

O principado venerou-o. Convidava-o para o seu palácio, mostrava-o nas suas festas, fê-lo membro de um júri no Festival de Cannes. Já muito idoso mas ainda activo, rodeado de estrelas de todos os firmamentos que não dispensavam aquele Midi na sua trajectória, pintou uma má tela com Brigitte Bardot que nunca se sujeitou a ficar — nesses anos de glória física — parecida com o seu retrato.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», A Vida de Rembrandt]

Livros relacionados
 

Mestre em Técnicas de Caracterização e Análise Química e licenciado em Bioquímica pela Universidade do Minho, é investigador e Team Leader na equipa de Materiais Inteligentes do CeNTI. As competências adquiridas ao longo do seu percurso formativo e profissional têm-no dotado de competências na caracterização e análise de materiais, desenvolvendo conhecimentos mais específicos na caracterização de formulações, bem como na optimização de processos de impregnação de fibras, caracterização química de formulações, caracterização morfológica e caracterização mecânica de fibras/compósitos. Durante a sua atividade profissional, adquiriu conhecimentos na área de eletrónica impressa para desenvolvimento de sensores, atuadores e dispositivos em diversos substratos, possuindo ainda conhecimentos no desenvolvimento de smart textiles e smart composites.

Livros relacionados
 

«O japonês Yakumo Koisumi teve como o seu primeiro nome inteiro Patricio Lafcadio Tessima Carlos Hearn [27 de Junho de 1850 – 26 de Setembro de 1904], o que lhe foi dado quando nasceu no ano 1850 em Lêucade, uma ilha do Mar Jónico nessa altura sob ocupação inglesa e hoje pertencente à Grécia. Charles Hearn, o seu pai, era um cirurgião irlandês militarmente destacado para trabalhar no hospital inglês de Lekvas, e casou-se com uma grega aristocrática — casamento desde o início pouco tranquilo. Lafcadio teve os primeiros anos da infância espalhados por uma assinalável variedade geográfica, cumprida ao sabor das ocupações cirúrgicas do seu pai, embora com permanência maior em Dublim; isto assim, até à intempestiva separação matrimonial que o deixou entregue aos cuidados de uma tia-avó. Lafcadio Hearn, que nunca mais voltou a ver os seus pais, sentiu desde criança uma emocionada sensação de orfandade; e a partir da adolescência complexados incómodos — porque a sua estatura sujeitou-o a só poder mostrar um pouco decorativo metro e cinquenta e sete; porque tinha no rosto um olho esquerdo cego e recolhido dentro da órbita (devido a um acidente), um olho direito míope e exoftálmico. […] [Aníbal Fernandes, in apresentação de Chita — Uma Memória da Ilha do Fim]

Livros relacionados
 

Lala Meredith-Vula (*1966, Sarajevo) é artista e professora de arte e fotografia na Universidade De Montfort, Leicester, Reino Unido. Representou a Albânia na 48ª Bienal de Veneza (1999) e participou da documenta 14 em Atenas e Kassel (2017). A sua exposição mais recente foi resultado de uma residência na Fermynwoods Contemporary Art, Reino Unido. Atualmente, Meredith-Vula está no processo de publicar um livro de fotografias de palheiros dos últimos trinta anos, com apoio da Graham Foundation, Chicago, e com exposições em Vancouver e Amsterdão previstas para 2021.

 

Lala Meredith-Vula (*1966, Sarajevo) is an artist and professor of art and photography at De Montfort University, Leicester, uk. She represented Albania in the 48th Venice Biennial (1999) and participated in documenta 14 in Athens and Kassel (2017). Her most recent exhibition was the result of a residency at Fermynwoods Contemporary Art, uk. Currently Meredith-Vula is in the process of publishing a book of her on-going haystack photographs from the past 30 years with an award from the Graham Foundation, Chicago with exhibitions intended in 2021 in Vancouver and Amsterdam.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

A Intervenção Surrealista, esse livro apaixonante de Mário Cesariny sobre o Surrealismo em Portugal, veio, por acaso, parar às mãos do poeta surrealista holandês Laurens Vancrevel em 1969. Como o surrealismo português era quase desconhecido no estrangeiro, Vancrevel quis aprofundar esse conhecimento. Escreveu uma carta a Mário Cesariny que de imediato lhe respondeu. Essa carta marca o início de uma longa correspondência. Vancrevel, que à época trabalhava como assistente editorial (mais tarde tornar-se-ia editor de textos literários), estava ligado ao grupo surrealista desde 1961, e interessava-se principalmente pela dimensão internacional desse movimento de poetas e artistas. Frida, sua mulher, estudava Língua e Literatura da Irlanda medieval; mais tarde, veio a ser co-tradutora de vários volumes de antigos contos épicos irlandeses. O primeiro encontro com Mário Cesariny, quase vinte anos mais velho, data de Junho de 1970. Foi o início de uma profunda amizade.

Livros relacionados
 
 
 
 

Oriol, cidade na convergência dos rios Oka e Orlik, fundada por Ivan o Terrível, tem por baixo de si uma enorme jazida de petróleo que no século XX a desviou dos seus tempos de inocência, alheios às agitações e às perversidades da riqueza fóssil; citavam-na então como pequena cidade industrial com um clima muito frio e convivência difícil com quase todas as actividades agrícolas. Mas Oriol já se orgulhava de muitos dos seus filhos que ficavam célebres em quase todas as áreas da celebridade; tinha nos seus registos cientistas, políticos, filósofos; nas artes os versos do poeta Afanasi Fet, as sinfonias de Vasili Kalinnikov, os romances de Ivan Serguéievitch Turguéniev. E a 8 de Agosto de 1871 — precisamente nos dias em que os leitores russos se espantavam com a volumosa novidade a que Liev Tolstói chamou Guerra e Paz (ou Guerra e Povo) — acrescentava-lhes um Leonid Nicolaevitch Andreiev, o que viria a ser, numa extensa obra de penumbras e pessimismos, o autor deste Riso Vermelho.

Mais velho entre seis filhos de um topógrafo que enfeitava as tabernas de Oriol com demonstrações de uma força hercúlea e o espectáculo de uma turbulenta embriaguez, habituou-se desde cedo a viver num mundo de apertadas economias, mas com defesas de espírito que o afastavam das disciplinas que tinha, por infância e regra social, de respeitar. Dos seus anos de estudante preguiçoso e sonhador há este elucidativo parágrafo na sua Autobiografia: Nunca fui bom aluno; na sétima classe fui sempre o pior, e os professores davam-me más notas por não me aplicar. O tempo mais agradável que passei no colégio, e ainda recordo com prazer, foi o dos intervalos entre as aulas, os recreios, ou quando os professores me punham fora da aula — não com muita frequência, é verdade — por falta de atenção ou de respeito. Nos largos corredores desertos reinava um silêncio sonoro que vibrava com o solitário ruído dos meus passos; de um e outro lados, portas fechadas de salas de aula cheias de alunos; um pequeno raio de sol — um pequeno e livre raio de sol — brincava com o pó levantado durante o recreio porque não tinha ainda pousado; era tudo misterioso, fascinante, cheio de um especial e secreto sentido.

[…]

A Rússia soviética ignorou-o, escondeu-o até ao degelo de Nikita Khrushchov. Antes disso o nome de Andreiev conformou-se com muitos anos de apagamento, com uma fama de escritor para burgueses do Ocidente, sussurrado e muito raramente referido no seu país natal. Em anos estalinistas, com a Sibéria presente como nunca à distância de uma frase, e a imagem dos «incómodos » quimicamente apagada dos retratos, era lido às escondidas e em velhas edições saídas da segunda fila, em estantes de russos mais velhos que as resguardavam da ceifa comunista. Os seus restos físicos estão hoje em São Petersburgo, assinalado com um singelo pilar prismático no cemitério de Volkovo; perto dele Blok, Kuprin, Leskov e Pavlov; a dois passos de Turguéniev.

[Aníbal Fernandes, in «Apresentação» de Riso Vermelho]

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Leonor de Oliveira é investigadora do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Desde a licenciatura em História da Arte (FCSH/UNL), tem colaborado com diversos museus portugueses e colecções privadas, participando na publicação dos respectivos catálogos: Caixa Geral de Depósitos (2006); Colecção Telo de Morais (Coimbra, 2009); Fundação Passos Canavarro (Santarém, 2009); Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (2011). É autora dos textos do catálogo de obras do Centro de Arte Moderna que se encontram em exposição na sede da Comissão Europeia em Bruxelas. Trabalhou ainda com o Millennium BCP na inventariação da sua colecção de arte. De 2004 a 2008 colaborou na elaboração do catálogo raisonné de Amadeo de Souza-Cardoso, levado a cabo por uma equipa do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. Participou ainda na publicação do catálogo da exposição Amadeo de Souza-Cardoso: Diálogo de Vanguardas. Prepara actualmente a sua tese de Doutoramento, que se debruça sobre o papel da Fundação Calouste Gulbenkian na promoção das artes plásticas portuguesas entre 1956 e 1969. Integra a equipa do projecto de investigação Fontes para a História dos Museus de Arte em Portugal, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e sediado no Instituto de História da Arte.

Livros relacionados
 

Leonor Nazaré (Caldas da Rainha, 1963) é assessora e curadora no Museu Calouste Gulbenkian, Coleção Moderna, desde 1999. Nesse âmbito, comissariou até ao momento um total de 42 exposições de arte contemporânea, (entre as quais Densidade Relativa, 2005, Respublica, 1910 e 2010 Face a Face, 2010, e exposições retrospetivas de Joaquim Bravo, Rui Sanches, Fernando Azevedo ou Charrua, assumindo a coordenação da edição de muitos dos respetivos catálogos.

É doutorada em Arte Contemporânea pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra (2017). Concluiu um D.E.A. (Diplôme d’Etudes Approfondis): La Philosophie et la Cité, variante Esthétique, na Universidade de Paris X, Nanterre (1997). A equivalência ao grau de Mestre em Ciências da Comunicação foi atribuída pela Universidade Nova de Lisboa. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1985). É crítica de arte desde 1989: foi colaboradora permanente do jornal Expresso entre 89 e 97 e pontual de algumas revistas de arte nacionais e estrangeiras. Integrou o corpo dirigente da secção portuguesa da AICA de 2004 a 2012.

Lecionou na Universidade Autónoma de Lisboa e no Instituto Camões em Paris. Lecionou também diversos módulos na escola Ar.Co; nos Mestrados de Pintura e de Curadoria da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e no Mestrado de Coreografia da Escola Superior de Dança de Lisboa. Lecionou ainda em diferentes graus do ensino secundário. Foi autora de vários cursos e conferências na área da arte contemporânea, num total de cerca de 50 eventos. Participou em cerca de 55 júris de concursos diversos na área artística. Publicou cerca de 90 textos, entre os quais vários textos de catálogo e textos sobre artistas, três livros sobre artistas e entrevistas e compilações de carácter enciclopédico na área da arte contemporânea. Publicou três traduções literárias.

Livros relacionados
 
 

Nasceu em São Paulo, Brasil, em 1978.

Formada em Artes Plásticas pela FAAP (1998-2002).

Realizou, entre outras, as seguintes exposições individuais: 2018: Estacionamente, Galeria do Senac Rua Scipiã, São Paulo. 2017: Pulso, Galeria Vermelho, São Paulo; É como Dançar sobre a Arquitetura, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo. 2016: (Co)Habitar, Casa da América Latina, Lisboa. 2013: Contratempo, Galeria Vermelho, São Paulo. 2012: Solo Project, ARCO 2012, Madrid. 2009: Rodopio, Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo. 2006: Fauna, Paço das Artes, São Paulo. 2005: Lia Chaia, Centre de Creation Bazouges la Perouse. 2002: Experiências com o Corpo, Instituto Tomie Othake, São Paulo.

Participou igualmente em inúmeras exposições colectivas, de que se destacam as dos últimos anos como: 2018: Que Barra, Ateliê 397, São Paulo; Yoyo: Tudo o que Vai Volta, Sesc Belenzinho, São Paulo; Ação e Reação, Casa do Brasil: Colegio Mayor Universitario, Madrid. 2017: How to Remain Silent? A4 Arts Foundation, Cidade do Cabo; Past/Future/Present: Contemporary Brazilian Art from the Museum of Modern Art, Phoenix Art Museum; Metrópole: experiência Paulistana, Estação Pinacoteca, São Paulo. 2016: O Útero do Mundo, Museu de Arte Moderna [MAM SP]; Os Muitos e o Um: a Arte Contemporânea brasileira na coleção de José Olympio e Andrea Pereira, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo; O Estado da Arte, Instituto Figueiredo Ferraz (IFF), Ribeirão Preto. 2015: Parati em Foco, Casa da Cultura de Parati; Paisagem Opaca, Museu de Arte Moderna [MAM SP]. 2014: Pinacoteca de São Paulo visita o MAC de Sorocaba, Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba; Entre Tiempos… Presencias de la Colección Jozami en el Museo Lázaro Galdiano, Museo Lázaro Galdiano, Madrid; 140 Caracteres, Museu de Arte Moderna [MAM SP]. 2013: ExpoProjeção 1973-2013, Sesc Pinheiros, São Paulo; Cleaning Up, Johanes Vogt Gallery, Nova Iorque; Circuitos Cruzados: O Centre Pompidou encontra o MAM, Museo de Arte Moderna [MAM SP]. 2012: XI Bienal Internacional de la Habana: Práticas Artísticas e Imaginários Sociales, Havana; Daquilo que me habita, Centro Cultural Banco do Brasil-Brasília. 2011: Os primeiros 10 anos – Instituto Tomie Ohtake; São Paulo; Geração 00 – A Nova Fotografia Brasileira, Sesc Belenzinho, São Paulo; Ordem e Progresso, Museu de Arte Moderna [MAM SP]. 2010: Vidéo et Aprés, Centre Pompidou, Paris; Convivências: dez anos da Bolsa Iberê Camargo, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre; Film and Video from Brazil, New Museum, New York.

Bolsas e residências: 2009: Currents-Art & Music, Beijing. 2005: Bolsa Iberê Camargo/ Sala de Arte Publico Siqueiros e Galeria Garash, México DF. 2003: Programa de Residência/ Artist In Residence Programme, Cité des Arts, Paris; 2002: Faxinal das Artes, Pinhão, Curitiba. Vive e trabalha em São Paulo.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Lieke Marsman, atualmente considerada uma das poetisas mais originais nos Países Baixos, nasceu em 1990. Foi eleita Poeta Laureada para o período de 2021-2023. A sua poesia combina a experiência pessoal com a complexidade do mundo moderno. Estreia-se em 2010 com uma coletânea de poesia, Wat ik mijzelf graag voorhoud [De que quero convencer- me]. Em 2014, publica De eerste letter [A primeira letra], em que fala dos seus ataques de pânico. Em 2017, segue-se Het tegenovergestelde van een mens [O contrário de um ser humano], livro em que combina poesia com ensaística e onde aborda as alterações climáticas. No mesmo ano, publica Man met hoed [Homem com chapéu]. De volgende scan duurt vijf minuten [O próximo scan demora cinco minutos] é o título da coletânea escrita depois de ter sido diagnosticada com um cancro nos ossos. Em 2022 publica In mijn mand [No meu cesto] e no mesmo ano é submetida a uma amputação do braço e do ombro direitos.

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 

É director emérito de investigação do CNRS — Centro Nacional de Investigação Científica e ex-director do Instituto Marcel Mauss (EHESS- -CNRS). Foi professor titular e director de investigação na École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris. A sua investigação centra-se principalmente na sociologia da acção, na epistemologia das ciências sociais e na etnometodologia. A sua abordagem inscreve-se no legado do pensamento de Jürgen Habermas, da hermenêutica de Hans-Georg Gadamer e do pragmatismo de John Dewey e George Herbert Mead. É autor de uma extensa obra académica e científica, contando-se livros como Des miroirs équivoques — Aux origines de la communication moderne; Les moments de la confiance: connaissance, affects et engagements; Dynamiques de l’erreur; Les émotions collectives; La fabrique des émotions; e, em 2023, Il n’y a pas de cerveau des émotions. Para breve, dois outros livros, «Au commencement était l’acte». Pragmatisme et sociologie e La confiance n’est pas une faiblesse excusable. Publicou, igualmente, inúmeros capítulos de livros e artigos em revistas científicas nacionais e internacionais.

Livros relacionados
 

Artista plástica portuguesa, nasceu a 9 de Dezembro de 1930, no Funchal, ilha da Madeira. 

Frequentou a Escola Alemã, no Funchal, na década de 1930. Concluiu o curso na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa em 1956.

Expôs individualmente pela primeira vez em 1955, no Funchal, participando também em algumas exposições colectivas em Lisboa.

Parte para Munique em 1957, e pouco depois instala-se em Paris, com René Bertholo. Em 1958, juntamente com René Bertholo, Costa Pinheiro, João Vieira, José Escada, Gonçalo Duarte, Jan Voss e Christo, funda o grupo KWY.

Regressou ao Funchal em 1983, onde reside.

Algumas exposições individuais: Baden-Baden, Stattliche Kunsthalle (1966), Indica Gallery, London (1967), Moderna Galerija, Ljubljana, Akademie der Künste (1971) (com René Bertholo). Exposições colectivas (selecção): 5.ª Bienal de São Paulo (1959 e 1985); Grupo KWY, Universidade de Saarbrüken, Alemanha; SNBA, Lisboa (1960); 1.ª Bienal de Paris (1961), Diálogo, Fundação Calouste Gulbenkian, CAM, Lisboa (1985), Vraiment faux, Fondation Cartier, Paris (1988). Retrospectiva na Fundação Calouste Gulbenkian em 1992.

Representou Portugal, juntamente com Francisco Tropa, na Bienal de São Paulo em 1998.

Em 2003 realizou uma grande exposição no Museu de Serralves.

Grande Prémio EDP (2000), Prémio Artes Visuais AICA (2010), Prémio Árvore da Vida (2015), Medalha de Mérito Cultural (2020).

Morreu a 8 de Janeiro de 2022, no Funchal.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Agrigento, 1867 – Roma, 1936. Foi um dos mais importantes escritores e dramaturgos italianos. Em 1934 ganhou o Prémio Nobel de Literatura. Nasceu numa família da média burguesia e seguiu os estudos de filologia românica primeiro em Roma e depois em Bona.
Logo a seguir ao casamento, a mulher Antonietta começou a manifestar sinais de transtornos mentais, o que levou o escritor a aprofundar o estudo dos mecanismos da mente e da reacção social perante a perda de equilíbrio intelectual.
A formação de Pirandello desenvolveu-se no período de passagem entre o verismo e o decadentismo, quando a fé na realidade objectiva e nas ciências cedeu o lugar à subjectividade e à sensibilidade. Este facto manifesta-se nas suas obras como drama do pensamento, que perde a capacidade de distinguir o verdadeiro do falso.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

(Fundão, 1961). É professor de Estudos do Som e Vice-Reitor da Universidade Lusófona. Doutorado e agregado em Ciências da Comunicação, desenvolve investigação no campo da epistemologia dos media e do som. As suas mais recentes obras focam-se na identificação e caracterização das alterações produzidas pelos mediadores sonoros na sociedade contemporânea, destacando-se: O Mundo é uma Paisagem Devastada pela Harmonia (2011), O Som Moderno — Novas Formas de Criação e Escuta (2011, 1.ª edição; 2022, 2.ª edição) e Fundamento e Imersão (co-editor, 2019). É investigador principal dos projectos «Lisbon Sound Map» e «Aural Experience, Territory, and Community», ambos apoiados pela FCT. Paralelamente à sua actividade académica é escritor. As suas obras literárias mais recentes são: Sucede no entanto que o Outono veio, romance (Lisboa: 2013) e Um Jardim Abandonado que Desbota, poesia (Lisboa: 2014).

Livros relacionados
 

Músico, Musicólogo, Historiador de Arte e Pintor. Estudou contrabaixo no Conservatório Nacional de Lisboa e na Academia de Amadores de Música; tem dividido a sua actividade entre a música prática, a docência e a investigação, sobretudo em Iconografia Musical. Mestre e Doutor em História da Arte – Medieval, e Licenciado em Musicologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É Investigador do CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical), integrado no seu Núcleo de Iconografia Musical (NIM), e do Instituto de Estudos Medievais (IEM); tem desenvolvido trabalhos no domínio da iconografia medieval, sobretudo iconografia musical, sendo membro fundador do Study Group for Musical Iconography da International Musicological Society, criado em Junho de 2006. Nos últimos anos tem trabalhado, sobretudo, no domínio da iluminura medieval, tendo concluído um projecto de Pós-Doutoramento centrado no estudo das Bíblias portáteis do século XIII, existentes nas bibliotecas e arquivos portugueses.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

Nascido em Lisboa, é Licenciado em Assuntos Públicos e Internacionais pela Universidade Católica de Lovaina, fez estudos pós-graduados na Escola de Estudos Asiáticos e Africanos da Universidade de Londres e obteve o grau de Doutor em Ciência Política no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Montesquieu de Bordéus.

Tem investigado e publicado, de modo consistente, no quadro do processo de reavaliação da natureza das políticas públicas coloniais conduzidas por Portugal nos continentes asiático e africano, bem como no da reflexão sobre os comportamentos patológicos que afligem as democracias liberais contemporâneas.

Admitido no concurso diplomático na sequência da conclusão da licenciatura, abandonou o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o serviço diplomático para se dedicar à investigação e ao ensino. Nesse contexto, concebeu e dirigiu o projecto que criou o curso de Relações Internacionais na Universidade Autónoma de Lisboa, o primeiro a ser aprovado e leccionado no ensino superior privado, em Portugal. Actualmente, lecciona nos cursos de Licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais e de Mestrado em Ciência Política da Universidade da Beira Interior, encontrando-se em pleno exercício do mandato de director deste último. No quadro do seu envolvimento cívico, tem desenvolvido actividade no CIDAC – Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral, na extinta CDPM – Comissão para os Direitos do Povo Maubere, no FSP – Fórum Social Português, do qual, na sua primeira edição, foi eleito tesoureiro, e na Associação de Amizade Portugal Sahara-Ocidental.

Livros relacionados
 
 
 
 

É investigador integrado do CECS — Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, onde desempenha as funções de coordenador do Barómetro para a Qualidade da Informação, projecto que se encontra em fase de desenvolvimento das ferramentas conceptuais de análise. É, desde 2021, professor auxiliar do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, instituição onde se doutorou em 2012 antes de passar quase uma década como investigador do CICANT e docente na Universidade Lusófona do Porto. Nesta instituição, dirigira a licenciatura em Ciências da Comunicação e o mestrado em Comunicação, Redes e Tecnologias. Foi jornalista de televisão e rádio durante quase trinta anos, tendo, entre 2015 e 2021, integrado a equipa de jornalismo de investigação da RTP. Produziu mais de uma centena e meia de trabalhos deinvestigação jornalística para o programa «Sexta às 9» contando-se, entre os de maior impacto público, o dossiê que co-investigou sobre a concessão, pelo governo português, da exploração de lítio em Montalegre (2019-2020), os dossiês sobre o Plano Nacional de Barragens que produziram trabalhos, em tempos distintos, sobre os processos de Foz-Tua (2016), Fridão (2019) e as barragens vendidas pela EDP à Engie (2021), e o dossiê sobre corrupção na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, envolvendo negócios paralelos à instituição que utilizavam a vinda de estudantes brasileiros de mestrado e doutoramento para Vila Real (2016).

Livros relacionados
 

Artista plástico, poeta e crítico textual, nasceu em Lisboa, em 1960.

Publica capas e ilustrações em livros e periódicos desde 1986, colabora em revistas literárias, expõe individualmente e participa em exposições colecticas, e comissariou e foi consultor de diversas exposições.

Publica poesia, faz crítica textual para edições de vários autores e é um dos editores responsáveis, com Fernando Cabral Martins, Mariana Pinto dos Santos e Sara Afonso Ferreira, pela Obra Literária de José de Almada Negreiros.

 

Sobre a relação dos desenhos com a poesia em Luis Manuel Gaspar, diz-nos Rosa Maria Martelo: «Muitos dos desenhos de Luis Manuel Gaspar subentendem as palavras da poesia. Não apenas porque a surpresa que provocam pode resultar de articulações metafóricas, de um tropo que liga dois reinos para produzir um terceiro, mas também porque, em muitos casos, os desenhos se destinaram a acompanhar poemas, ou partiram de textos; e ainda porque, nas pranchas dedicadas a vários poetas, encontramos as imagens que Luis Manuel Gaspar quis que víssemos nos versos reproduzidos, ou a par deles. É um mundo onde as imagens da poesia e as imagens visuais se interpelam mutuamente. Livremente. Um mundo para ver, ler e imaginar. Fluido, delicado, irónico e inquieto. E cheio de gravidade.»

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

Luís Pavão nasceu em Lisboa (1954). Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior Técnico, 1981. Mestrado pelo Rochester Institute of Technology, 1989, Master of Fine Arts on Photography, Museum Science. Desde 1979 fotógrafo free lancer no ramo da fotografia de arquitetura e etnográfica, trabalho pessoal nos campos da fotografia panorâmica e impressão fotográfica por processos alternativos. Fundador e gerente da LUPA (Luis Pavão Limitada), especializada em conservação e digitalização de coleções de fotografia. É conservador das coleções de fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa. Professor na Escola Superior de Tecnologia de Tomar, lecionando tecnologia da fotografia e processos fotográficos alternativos. Autor de Tabernas de Lisboa, Fotografias de Lisboa à Noite, Assírio e Alvim, (1979 e 1983), Conservação de Colecções de Fotografia, Dinalivro 1997, Lisboa em vésperas do terceiro Milénio, Assírio e Alvim, 2002.

Livros relacionados
 

Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (curso de 1966) e jornalista profissional desde 1973 (carteira n.º 78), nasceu em Coimbra no dia 17 de Julho de 1947 e é sócio da Associação Académica de Coimbra desde 1958.

Iniciou a sua actividade profissional na agência ANI no dia 1 de Novembro de 1973, prosseguindo nas suas sucessoras ANOP, NP e Lusa até 28 de Julho de 2000, após o que foi director de Comunicação da Parque EXPO. Reformou-se em 2009.

Nas agências noticiosas foi sucessivamente editor de política (1975), chefe de redacção (1981), subdirector de informação (1985-1990) e director-adjunto de informação (1990-1993). Foi director da agência EXPO (1998) e do portal cultural NetParque (2000-2002).

Foi co-autor do primeiro livro de estilo de uma agência noticiosa (1976).

Colaborou na revista Opção (1976), no semanário O Jornal (1978) e na «Informação 2» da RTP (1978) e foi fundador dos jornais O Globo (1982) e Blitz (1984), das revistas Elan (1987) e Voice (1999) e da RFM («Amigos de Alex», 1987). Colaborou esporadicamente no Expresso.

Integrou equipas de informação da manhã da Rádio Comercial (1986-1989) e foi co-autor de programas de informação da Rádio Renascença («Já Agora», 1991) e do Correio da Manhã Rádio («Conversa Acabada», 1991).

Durante o serviço militar obrigatório, a seguir ao 25 de Abril, fez parte, em 1975, do gabinete de imprensa do COPCON (Comando Operacional do Continente).

Fez parte da delegação oficial portuguesa à Conferência Europeia de Informação (Londres, 1989) e foi membro da comissão organizadora do I Encontro de Jornalistas de Língua Portuguesa (1978).

Foi também membro do Sindicato dos Jornalistas (1974), da Associação dos Jornalistas Europeus (1981), do Clube dos Jornalistas (1980), da Organisation Internationale des Journalistes (1980) e da Internacional Federation of Journalists (1981) e um dos subscritores da proposta de criação de uma Ordem de Jornalistas (1991).

É autor e/ou co-autor dos livros Enciclopédia da Música Ligeira Portuguesa (Círculo de Leitores, 1998), 25 de Abril — Memórias (Agência Lusa, 1994), Beatles em Portugal (Assírio & Alvim, 2002; 2.ª edição, Documenta, 2012), Biografia do Ié-Ié (Documenta, 2014), e Com os Beatles, Caro Jó (Documenta, 2019).

Em 2007, iniciou o blogue Ié-Ié (guedelhudos.blogspot.pt), sobre os anos 60.

Em 2016, foi distinguido com o Prémio Pró-Autor da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA). 

Foi um dos fundadores, em 2017, da Ephemera – Associação Cultural.

Em 2017, foi eleito (como suplente) para a Assembleia Municipal de Oliveira de Frades, distrito de Viseu, pela lista Nós Cidadãos.

Em 2022, foi entronizado membro da Confraria dos Gastrónomos da Região de Lafões e recebeu um Viriato Honorário (espécie de Oscar) pelo serviço militar prestado no Regimento de Infantaria 14, em Viseu, onde fundou o jornal Viriato (1974).

No mercado discográfico, é autor das colectâneas: Biografia do Pop/Rock (Movieplay, 1997), All You Need Is Lisboa (EMI), 2004), Caloiros da Canção, 50 Anos de Yé-Yé (iPlay, 2010), Óculos de Sol, vol. 1 (iPlay, 2010), Óculos de Sol, vol. 2 (iPlay, 2011), Volta a Portugal (iPlay, 2011), Vozes da Rádio (iPlay, 2011), Melodias para Sempre (iPlay, 2011), Os Fabulosos Anos 60 (iPlay, 2012), Os Fabulosos Anos 70 (iPlay, 2012), Os Fabulosos Anos 80 (iPlay, 2012), Love Me Do — 50 Canções Que Influenciaram os Beatles (iPlay, 2013).

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 
 
 
 

É graduado em Letras Português-Inglês pela Universidade Federal de Sergipe (1990), onde também se bacharelou em Direito (1997), e professor titular do Departamento de Letras Estrangeiras (DLES) e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED) da mesma instituição. Fez mestrado em Teoria e História Literária na Universidade Estadual de Campinas (1999), doutorado em História da Educação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2006) e pós-doutorado em Literatura Comparada na Universidade de Lisboa (2012). Edita a Revista de estudos de cultura e é autor de A historiografia brasileira da literatura inglesa: uma história do ensino de inglês no Brasil (1809-1951), publicado, em 2015, pela Editora Pontes, O mito de Inglaterra: anglofilia e anglofobia em Portugal (1386-1986), publicado, em 2014, pela Editora Gradiva, de Portugal, Gramatização e escolarização: para uma história do ensino das línguas no Brasil (1757-1827), publicado pela Editora UFS / Fundação Oviêdo Teixeira em 2010, e organizador de A legislação pombalina sobre o ensino de línguas: suas implicações na educação brasileira (1757-1827), publicado pela EDUFAL em 2010.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 

Manoel de Oliveira Paiva [Ceará, 1861-Ceará, 1892] começa a sua actividade literária enquanto estuda na Escola Militar no Rio de Janeiro, fundando nessa altura a revista A Cruzada, onde publicou o seu folhetim Tal Filha, Tal Esposa. No entanto, dois anos mais tarde, tem de abandonar a Escola Militar por sofrer de tuberculose. Regressa então ao Ceará onde, enquanto jornalista, luta pelo abolicionismo. Paralelamente, intensifica a produção literária através de contos, crónicas e sonetos. Em 1889 é publicado em folhetins no jornal Libertador o seu romance de estreia, A Afilhada, e, três anos mais tarde, deixa pronto um novo romance, Dona Guidinha do Poço, que contudo só viria a ser publicado em 1952. Esta obra é considerada um dos mais marcantes romances do naturalismo brasileiro.

Livros relacionados
 

Fez o doutoramento no Departamento de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e o mestrado em História Cultural e Política na mesma Universidade. Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa e em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa.

Professor associado, desde 2012, na Faculdade de Direito da Universidade de Macau. Desde 2003, professor assistente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Professor também na Universidade de Aix-Marseille.

Escreveu diversos artigos sobre História, História das Ideias, Filosofia e Literatura em jornais e revistas de especialidade e é autor dos livros Introdução ao pensamento social francês do século XVIII, UTAD, Vila Real (1987), A ideia de felicidade em Portugal no século XVIII, entre as luzes e o romantismo. Eticidade, moralidade e transcendência (2008).

Tradutor de poesia e poeta, publicou Caligrafia imperial e dias duvidosos, Assírio & Alvim, Lisboa (2007); Os últimos lugares, Assírio & Alvim (2004), Os limites da obscuridade, Caminho (1990), O roubo da fala, Ágora (1981).

Colabora com a Biblioteca Pública de Macau desde 2014.

Livros relacionados
 

Manuel António Sotto-Mayor da Silva Amado nasceu a 13 de Junho em Lisboa, quarto dos sete filhos do escritor e encenador Fernando Alberto da Silva Amado, natural de Lisboa, e de Margarida Abreu Sotto-Mayor, natural da ilha de São Miguel, Açores. Até aos 19 anos residiu numa grande casa do século XVIII, propriedade dos avós paternos e actual Museu de Lisboa. Passava as férias de Verão na praia de São Martinho do Porto.

Estudou no Colégio Moderno de 1944 até 1956, onde foi actor nos espectáculos de teatro promovidos pelo Colégio e dirigidos pelo actor Manuel Lereno, e no teatro da Mocidade Portuguesa (estrutura implementada pelo Estado Novo para «formação» e doutrinação da juventude), dirigido por António Manuel Couto Viana. Depois de receber de oferta uma caixa de tintas e um cavalete aos 14 anos, fora desenhando e pintando de forma autodidacta. Durante o último ano do liceu praticou desenho a carvão para poder concorrer ao curso superior de Arquitectura. Continuará a ser actor de teatro até cerca dos 20 anos, trabalhando também sob a direcção do seu pai no Teatro Universitário de Lisboa. Fez também, desde cedo, cenários para peças de teatro.

Em 1957 iniciou o curso de Arquitectura e pintou diversos retratos de amigos. Em 1959 trabalhou num atelier de arquitectura e no Verão foi um mês para Paris, onde grande parte do tempo foi passado na Cinemateca, registando depois os nomes dos filmes que via. O curso de Arquitectura será feito com interrupções, pois fora chamado a fazer o serviço militar em 1960 e, com o início da guerra colonial em 1961, foi logo de seguida como oficial miliciano para Angola, de onde regressaria em 1963. É em Angola que conhece Cruzeiro Seixas. Antes de partir, casara com Maria Teresa Rosa Viegas (que depois adopta o apelido Amado). Em 1964 nasceu o seu primeiro filho, Rodrigo, e um ano depois, a filha Rita. Em 1966 terminou o curso de Arquitectura enquanto trabalhava no Gabinete de Obras dos Edifícios Hospitalares Militares. em Junho de 1968 nasceu a sua filha Joana.

Em 1971 viajou com Teresa e o seu amigo Cruzeiro Seixas ao norte e centro de itália passando pela Catalunha e o sul de França, para ver pintura e arquitectura. Depois do 25 de abril de 1974, projectou a Loja 6, em Lisboa, um espaço dirigido por Teresa Amado dedicado à divulgação e venda de produtos de design.

Ao longo desses anos dedicou-se à pintura de forma intermitente, nas horas vagas. Em 1975 e 1976 participou em exposições colectivas na Sociedade Nacional de Belas-Artes e também numa colectiva organizada por Mário Cesariny e Cruzeiro Seixas, na Galeria Ottolini, em Lisboa. Fez o cenário para a peça de Peter Weiss Como o Senhor Mockinpott se libertou dos seus tormentos, levada à cena pelo Grupo 4, no Instituto Alemão em Lisboa.

Em 1978, a convite de Cruzeiro Seixas, que então dirigia a Galeria da Junta de Turismo da Costa do Sol no Estoril, fez a sua primeira exposição individual, mas as obras expostas não se destinavam a ser vendidas. No ano seguinte, projectou uma casa para a sua família no sopé da serra de São luís, no Parque Natural da Arrábida, que viria a ser tema de muitas das suas pinturas.

Em 1981 mudou para um novo emprego onde o horário de trabalho lhe permitia dedicar mais tempo à pintura. Em 1982 vendeu o seu primeiro quadro, a Mário Soares. A partir de 1983 começou a expor regularmente na Galeria de São Mamede em Lisboa, na Nasoni no Porto, e noutros locais. Em 1984 voltou ao palco para contracenar com a artista e amiga Lourdes Castro na peça de teatro de Almada Negreiros Antes de Começar, em quatro espectáculos realizados no Centro de arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.

Em 1986 expôs na Galeria de São Mamede a série Comboios, Estações e Apeadeiros. Este conjunto foi adquirido pelo Banco Comercial Português, que o mostrou de seguida na sua sede em Lisboa, aquando da inauguração, e nos anos seguintes por todo o país nas sedes distritais. Em 1987 esta série viajou a Washington, onde foi exposta na Smithsonian institution — Wilson Center. Simultaneamente, Manuel Amado fez uma exposição de pinturas na Patricia Carega Gallery, na mesma cidade. Durante esta viagem aos EUA viu pela primeira vez quadros de Edward Hopper que lhe causaram uma forte impressão.

A partir do Verão de 1987 passou a dedicar-se exclusivamente à pintura. Nos anos 1990 exporá novamente nos EUA, em Londres, Paris, Madrid, Pequim, além de fazer exposições regulares em Portugal. Fez o cenário para a peça irlandesa Playboy of the Western World de J.M. Synge, levada à cena pelo Grupo de Teatro da Malaposta. A convite da Casa Fernando Pessoa, pintou o tríptico O Quarto de Fernando Pessoa, que foi exposto em 1994 em simultâneo com a série A Casa sobre o Mar, para a qual Pedro Tamen escreveu um poema. A convite da Fundação Arte y Tecnologia da telefónica de Madrid realizou a primeira exposição antológica — Pintura 1971-1994— no Museu da Telefónica, em Madrid. Em 1998, a convite da Câmara Municipal de Lisboa e da Fundação Millennium bcp, realizou no Palácio Galveias, em Lisboa, uma grande exposição com temática de Lisboa. 1999 foi o ano do centenário do nascimento do pai e Manuel Amado colaborou em várias manifestações culturais comemorativas da efeméride, entre elas a da execução da capa para o livro À Boca de Cena — Fernando Amado, edição & etc.

Em 2000 pintou a série A Grande Cheia, que expôs na Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, no início de 2001. No livro bilingue Jogo de Reflexos — Poesia e Pintura — Nuno Júdice e Manuel Amado, publicado em França, Nuno Júdice dialoga em poesia com os quadros dessa série. Em Maio, a convite de José-Augusto França, realizou na Galeria Municipal, em Tomar, a exposição Grupos. No dia 31 de Dezembro de 2001 nasceram os netos trigémeos, Manuel, António e Ana.  

Em 2004 teve nova exposição antológica na SNBA: Manuel Amado PINTURA 1992/2004. A série O espectáculo vai começar… foi objecto de uma grande exposição no Palácio Nacional da Ajuda em 2007. Em Novembro desse ano nasceu a sua neta Maria. Em 2009 colaborou na cenografia da peça Menina Júlia de August Strindberg, com encenação de Rui Mendes, no Teatro Nacional D. Maria ii, em Lisboa. Em Agosto nasceu a sua neta Laura. Voltou ao teatro em pintura com a série Encenações, exposta em 2011 em Lisboa, na SNBA. Em 2016, Paula Rego escolheu um conjunto de obras suas para uma exposição na Casa das Histórias, em Cascais.

As casas que habitou, o cinema, a praia e o mar, os espaços transitórios e o teatro são a matéria de que é feita a sua pintura. Morreu em lisboa no dia 14 de Outubro de 2019.

 

A sua obra encontra-se representada em várias colecções públicas e privadas, nomeadamente Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação das Descobertas (Centro Cultural de Belém), Fundação Millennium bcp, Fundação Oriente, Fundação EDP, Fundação Portugal Telecom, Fundação Cupertino de Miranda, Fundação D. Luís I, Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, Culturgest, Museu da Cidade (Lisboa), Casa-Museu Fernando Pessoa, Museu de Tomar (doação José-Augusto França), Museu do Convento de Jesus (Setúbal), Museu da Tapeçaria de Portalegre e Museu Colecção Berardo. No estrangeiro: Fundação Jacqueline Vodoz e Bruno Danese (Milão, Itália), Fundação Antonio Pérez — Museu de Arte Contemporânea (Cuenca, Espanha).

 

© Fotografia de Angel Ordiales, s/d.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Manuel Baptista (Faro, 1936-Lisboa, 2023).

Participa pela primeira vez numa exposição colectiva em 1956, no Círculo Cultural do Algarve, Faro. Em 1957 parte para Lisboa, onde frequenta o curso de Arquitectura na ESBAL (Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa), que mais tarde abandonará para se dedicar inteiramente à pintura. No mesmo ano realiza a sua primeira exposição individual, no Círculo Cultural do Algarve, Faro. Em 1960 ilustra a capa do n.º 5 dos Cadernos do Meio Dia, a primeira de uma longa série de trabalhos gráficos. Em 1962 conclui o Curso Complementar de Pintura na ESBAL. Nesse ano parte para Paris, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, onde reside até 1963. Em 1968 vive em Ravena, Itália, com uma bolsa do Instituto Italiano. Foi professor assistente de Pintura na ESBAL entre 1964 e 1972. Realiza a sua primeira obra pública em 1971, a convite da Secção Portuguesa da AICA, integrando a renovação da decoração do café A Brasileira. Em 1972 executa um conjunto de painéis de madeira na dependência de Sacavém do Banco Nacional Ultramarino. Dois anos depois, em 1974, participa na pintura colectiva comemorativa da Revolução de Abril realizada na Galeria de Arte Moderna, Belém. Entre 1977 e 1980 desloca-se regularmente a Lippstadt e SchmaIlenberg, na República Federal da Alemanha, onde trabalha e realiza quatro tapeçarias. Em 1988 apresenta a primeira retrospectiva de desenho e pintura (1956-1988), no Convento do Espírito Santo, Loulé. Realiza uma segunda retrospectiva de pintura (1963-1990) na Sociedade Nacional de Belas-Artes, Lisboa. Finalmente, em 1996, na Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Almada, vê concretizada a sua primeira exposição antológica. No mesmo ano realiza os primeiros estudos para a intervenção plástica na estação Quinta das Conchas, no Lumiar, do Metropolitano de Lisboa. Entre 1990 e 2003 assume a direcção e programação das Galerias Municipais de Faro (Trem e Arco).

Continuou a realizar exposições das quais se destacam em 2011 Fora de Escala — Desenho e Escultura 1960-1970, apresentada no Museu da Electricidade/MAAT, em simultâneo com Escrever Paisagem – Desenho 1960-1970 na Fundação Carmona e Costa, e em 2019 Sombras e Outras Cores, em simultâneo na Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva e na Giefarte.

Recebeu vários prémios nacionais: 1.º Prémio de Pintura, Prémio Guerin de Artes Plásticas, 1968; Prémio Soquil, 1970; Prémio de Pintura da IV Bienal de Cerveira, 1984; Prémio BANIF de Pintura, 1993. Em 2012 recebeu o Prémio Autores atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores pela exposição Fora de Escala — Desenho e Escultura 1960-1970, apresentada no Museu da Electricidade/MAAT, Lisboa

Livros relacionados
 

É professor auxiliar na Faculdade de Comunicação, Artes, Arquitectura e Tecnologias da Informação (FCAATI) da Universidade Lusófona do Porto (ULP) e professor auxiliar convidado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É doutorado em Ciências da Comunicação, especialidade de Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias (FCSH-UNL), com uma tese intitulada «Materialidade e Tecnicidade: investigação sobre a objectualidade técnica», tendo sido bolseiro FCT. É investigador integrado no Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT), membro do comité científico do projecto europeu financiado «CA2RE+ Collective Evaluation of Design Driven Doctoral Training» e é o representante dos jovens investigadores da secção de Filosofia da Comunicação da European Communication Research and Education Association (ECREA). Integrou, entre 2017 e 2021, a direcção do doutoramento em Arte dos Media (ULP/ULHT). Investiga e publica nas áreas da filosofia da técnica, das materialidades dos media e da teoria da cultura.

Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa em 1950. É professor associado na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Vive e trabalha em São Pedro do Estoril.

Licenciatura em Arquitectura, Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1968-1976). Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian na Byam Shaw School of Art, Londres, entre 1983 e 1985. Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian na Slade School of Fine Art, Londres, entre 1985 e 1987 (Higher Diploma in Fine Art). Doutoramento em Belas-Artes/ Pintura, Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, 2006.

Participou em múltiplas mostras colectivas. Entre as suas exposições individuais podem destacar-se as seguintes: Fundação Calouste Gulbenkian (1986; 1994); Museu Nacional de Arte Antiga (2000; 2019-2020); Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Fundação Calouste Gulbenkian (2005); Museu de Arte Contemporânea de Elvas (2008); Fundação EDP (2008); Centro Cultural de Lagos (2005, 2009); Fundação PLMJ (2012); Pavilhão Preto, Museu da Cidade, Câmara Municipal de Lisboa (2014); Galeria do Parque, Vila Nova da Barquinha (2014-2015); Convento dos Capuchos, Costa da Caparica (2019-2020); e ainda nas galerias Módulo (Lisboa e Porto), Flowers East (Londres), Miguel Nabinho (Lisboa), Fernando Santos (Porto), João Esteves de Oliveira (Lisboa), Gomes Alves (Guimarães), etc.

Está representado em diversas colecções públicas e privadas, podendo destacar-se as seguintes: Culturgest, Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Coleção Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Coleção de Arte Moderna e Contemporânea – Norlinda e José Lima, São João da Madeira; Fundação EDP, Lisboa; Fundação PLMJ, Lisboa; Millennium BCP; Museu de Arte Contemporânea de Elvas, Coleção António Cachola, Elvas; Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Lisboa.

 

Born in Lisbon, in 1950. He is an associate professor at the Faculty of Fine Arts, University of Lisbon. He lives and works in S. Pedro do Estoril.

Studied architecture at Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1968-76). A grant from the Calouste Gulbenkian Foundation allowed him to study at the Byam Shaw School of Art (1983-85) and the Slade School of Fine Art, London (1985-87). Holds a PhD degree in Fine Arts / Painting (Faculty of Arts, University of Lisbon, 2006).

He took part in numerous group exhibitions. He held many one person exhibitions, namely: Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon (1986; 1994); Museu Nacional de Arte Antiga, Lisbon (2000; 2019-20); Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon (2005); Museu de Arte Contemporânea de Elvas, Elvas (2008); EDP Foundation, Lisbon (2008); Lagos Cultural Centre, Lagos, Portugal (2005, 2009); PLMJ Foundation, Lisbon (2012); Pavilhão Preto, Museu da Cidade, Câmara Municipal de Lisboa, Lisbon (2014); Galeria do Parque, Vila Nova da Barquinha (2014-15); Convento dos Capuchos, Costa da Caparica (2019-2020); and also in art galleries such as: Módulo (Lisbon and Oporto), Flowers East (London), Miguel Nabinho (Lisbon), Fernando Santos (Oporto), João Esteves de Oliveira (Lisbon), Gomes Alves (Guimarães), etc.

His work is featured in many public and private collections, such as: Culturgest, Caixa Geral de Depósitos, Lisbon; Collection of Modern and Contemporary Art – Norlinda and José Lima, S. João da Madeira; Modern Collection, Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon; EDP Foundation, Lisbon; PLMJ Foundation, Lisbon; Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisbon; Millennium BCP, Lisbon; Contemporary Art Museum, Elvas (António Cachola collection); Lisbon Contemporary Art Museum, Museu do Chiado.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa a 12 de Janeiro de 1954.

Estudou pintura (ESBAL) e Sociologia (ISCSP) em Lisboa. Em Nova Iorque, completou o Whitney Museum of American Art Independent Study Program (1980/81) e estudou História de Arte na New York University (B.A. 1983) e no Institute of Fine Arts/NYU (M.A. 1985, com especialização em arte contemporânea).

Foi responsável pelas aquisições da Colecção de Arte Contemporânea Portuguesa da Fundação Luso-Americana, Lisboa (1986-2005).

Num regime eventual, escreve sobre arte e comissaria exposições, participando também em conferências, seminários e colóquios na área da Teoria, História e Crítica de Arte.

Desde 1994 é Director Executivo do Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa, onde exerce actividade lectiva como coordenador do Curso Avançado de Artes Plásticas.

Livros relacionados
 
 

Manuel Pedro Ivens Collares-Pereira, Engenheiro Electrotécnico (IST-1974) e Ph.D. em Física (Universidade de Chicago, 1979), com Agregação (UNL). Desde Abril de 2019 está na situação de reformado e é Consultor Científico da Vanguard Properties, desde Outubro de 2021. Anteriormente: Investigador Coordenador da Cátedra de Energias Renováveis, Universidade de Évora até 2019, onde também foi Presidente do Conselho Científico do IIFA (Instituto de Investigação e Formação Avançada) e, depois, seu Director. Fundador (em 2012) e Presidente do Instituto Português de Energia Solar, até ao presente. De 1996 a 2010, foi Professor Catedrático Convidado no Departamento de Física do IST. Investigador Coordenador no INETI-LNEG até 2006, no Departamento de Energias Renováveis. Fundador e duas vezes Presidente do CCE, Centro para a Conservação de Energia (a actual ADENE). Fundador e duas vezes Presidente da SPES, Sociedade Portuguesa de Energia Solar (Secção Portuguesa da ISES) e Presidente da ACTD – Associação para a Ciência Tecnologia e Desenvolvimento. Foi fundador e CSO de várias empresas na área da Energia.

Foi Editor Associado da Solar Energy (Elsevier).

Tem uma extensa obra de investigação em Energia Solar, como especialista em Óptica e Termodinâmica. É o autor dos livros As Energias Renováveis: a Opção Inadiável (1998) e Jeremias e o Desenvolvimento Sustentável (2020) e de um grande número de publicações científicas (>260) em áreas como «Non Imaging Optics», Electricidade Solar por Via Térmica e PV, Iluminação e Fotocatálise, Estatística da Radiação Solar, Engenharia de Sistemas Solares para Aquecimento de Água, Aquecimento e Arrefecimento Ambiente, Frio por Absorção, Secagem Solar, Lagos Solares, Estufas Solares e Cocção Solar. Foi proponente e Coordenador de muito projectos nacionais e europeus, incluindo o actual programa H2020. Representou Portugal inúmeras vezes em instâncias ID europeias.

É membro da Academia de Engenharia (Portugal) e membro honorário da Academia Mexicana de Energia. É membro da Academia das Ciências de Lisboa.

Recebeu vários prémios, com destaque para o prémio «Heating and Cooling Award for Lifetime Achievement» da Agência Internacional de Energia (IEA).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Nasceu em Lisboa, em 1991.

Professor do Curso de Comunicação Audiovisual da Escola Artística António Arroio, em Lisboa, onde lecciona a disciplina de Imagem e Som, dinamiza o Cineclube desta instituição, iniciativa que, em articulação com diferentes agentes do sector audiovisual, procura dar a ver a toda a comunidade educativa o património das imagens em movimento e as práticas cinematográficas contemporâneas, promovendo a renovação do olhar e a criação. Integra a Comissão do Núcleo do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (FENPROF) na Escola Artística António Arroio. Em 2020, foi eleito representante do pessoal docente do ensino secundário público no Conselho Municipal de Educação de Lisboa

Pós-graduado em Filosofia, na área de especialização de Estética, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, licenciou-se em Cinema, no ramo de Realização, pela Escola Superior de Teatro e Cinema do Instituto Politécnico de Lisboa.

Realizou alguns filmes curriculares premiados em diferentes festivais: Prémio «Take One!» do Festival Curtas Vila do Conde 2012; Prémio «Melhor Filme — Ensaios Visuais» do Festival Caminhos do Cinema Português 2012; Prémio «PrimeirOlhar / Oficial 2012» dos Encontros de Cinema de Viana do Castelo; Prémio «Património Imaterial 2012» do Concurso de Vídeo da Fundação INATEL; Prémio «PrimeirOlhar / Oficial 2009» dos Encontros de Cinema de Viana do Castelo.

Em 2013, foi bolseiro do Seminário Internacional sobre Cinema Documental «Doc’s Kingdom — Ideia de uma Ilha», realizado nas ilhas do Faial e do Pico, Açores.

Tem participado como júri e orador convidado em diferentes iniciativas.

Na juventude foi co-fundador de uma associação de promoção cultural e cívica com intervenção centrada em Corroios, freguesia do concelho do Seixal onde cresceu. Eleito da Assembleia de Freguesia de Corroios (2021-2025), presidiu a esse órgão autárquico no mandato de 2017 a 2021. 

 

© Fotografia de Miguel Barros

Livros relacionados
 

Poeta, ensaísta, tradutor e professor universitário, nasceu em Évora, em Dezembro de 1945. 

Licenciou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, tendo-se doutorado com a tese sobre a poética de Francis Ponge, em 1987. É professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, desenvolvendo trabalho nas áreas da Literatura Portuguesa, Literatura Francesa e Teoria da Literatura. É membro da Associação Internacional de Literatura Comparada e fundador da Associação Portuguesa de Literatura Comparada. 

Pertenceu às redacções das revistas  O Tempo e o Modo e  Letras e Artes e foi colaborador permanente do Jornal Crítica, entre 1961 e 1971. Foi fundador das revistas Ariane (revue d’études littéraires françaises), que se publica desde 1982, e Dedalus, da Associação Portuguesa de Literatura Comparada, desde 1991). É coordenador editorial da revista Vértice desde 1988. 

Tem reconhecida obra no domínio do ensaio, designadamente sobre Fernando Pessoa, Carlos de Oliveira, Nuno Bragança, Maria Velho da Costa, Luiza Neto Jorge e Gastão Cruz. Estreou-se como poeta aos 45 anos, em 1990, com Dois Sóis, A Rosa - A Arquitectura do Mundo. Seis anos depois, publicou Mapas - O Assombro e a Sombra. Mas foi com Teatros do Tempo que o eco da sua obra se alargou. 

 

 

Livros relacionados
 

(Barcelona, 1970). Doutor em Filosofia pela Universidad Pontificia de Salamanca, realizou estudos de filosofia no Institut Catholique de Paris, na École Pratique des Hautes Études, Section V, «Sciences Religieuses» e na Université de Paris 1 (Pantheon-Sorbonne). Tem efectuado estudos teológicos em diversos centros de Espanha, França e Portugal. Professor de diversos centros universitários no Equador e em Espanha: na Universidad Internacional FLACSO (Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales) e na Pontificia Universidad Católica del Ecuador, e Professor Estável da Área de Filosofia do Instituto Superior de Ciências Religiosas de Mérida-Badajoz, assim como Professor Ordinário da Área de Filosofia do Instituto Teológico «San Pedro de Alcántara» de Cáceres (centros da Universidad Pontificia de Salamanca). Actualmente, é Investigador Auxiliar (Programa C-2008 de FCT) no Instituto de Filosofia, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Colabora com diversas revistas de filosofia, de pensamento medieval e franciscano. Actividade do projecto de investigação, Iberian Scholastic Philosophy at the Crossroads of Western Reason: The Reception of Aristotle and the Transition to Modernity (ISPCWR — Ref.: PTDC/FIL-FIL/109889/2009). Entre as suas publicações podemos assinalar: La creación en Buenaventura. Acercamiento filosófico a la metafísica expresiva del ser finito (Grottaferrata — Roma, 2005).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

 

Nasce em Beja. Em 1978 conclui a licenciatura em escultura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e trabalha com o escultor João Cutileiro. Expõe individualmente, pela primeira vez, em 1984, na Módulo — Centro Difusor de Arte, Lisboa.

Utilizando materiais como a pedra, o bronze, o vidro e o metal, do seu trabalho Nuno Faria diz: «O vocabulário de Manuel Rosa é amplo em termos formais, temáticos e materiais. É um trabalho que, entre referências à escultura primitiva e pré-clássica, à Arte Povera e à geração de escultores britânicos surgida nos anos 80 do século passado, se destacou pela forma como construiu um forte sentimento de intemporalidade, por um lado, e uma intensa ligação à terra e aos materiais do lugar, por outro.

Reiterando, por um lado, arquétipos poderosos — a casa, o barco, o corpo humano —, e, por outro, objectos sem aura, de uso corrente ou índole industrial — cabaças, bolas, baterias de automóvel —, o artista opera, com desconcertante liberdade processual, uma ininterrupta circulação entre energia e forma, figura e sombra, cheio e vazio, totalidade e fragmento, pequena e grande escala, o efémero e o perene.»

As suas exposições individuais mais recentes foram: Clareira, SNBA, Lisboa (2018); Esculturas — Obras da Coleção de Serralves, Museu Internacional de Escultura Contemporânea, Santo Tirso (2018); Clareira, CIAJG, Guimarães (2019); Primeiro os pés __ depois a cabeça, Ala da Frente, Vila Nova de Famalicão (2019); Ora as sombras existem, Land Art Cascais, Quinta do Pisão, Cascais (2020); Escultura, Galeria Neupergama, Torres Novas (2022).

Desenvolveu também uma intensa actividade na edição, desde 1975 (ainda aluno na ESBAL) na editora Assírio & Alvim, e desde 2012 na Sistema Solar / Documenta.

Fotografia de Duarte Belo

Livros relacionados
 

Artista plástico, músico e artista de variedades, nasce em Lisboa, onde vive e trabalha. Como Manuel Vieira, a sua arte é hiperfigurativa.

Completa o curso de pintura da ESBAL, onde é co-fundador do grupo Homeostética, com Pedro Proença, Pedro Portugal, Fernando Brito, Ivo e Xana, em 1983. Este histórico movimento é o ponto de exclamação e interrogação da arte dos anos 80 em Portugal.

Posteriormente sê-lo-á também dos grupos Ases da Paleta (1989), com Pedro Portugal, Fernando Brito e João Paulo Feliciano. Nele assume o nome de Sanita Pintor, aludindo ao mítico Santa Rita, caricaturando algumas correntes mais ou menos icónicas da arte contemporânea da época (completamente diferentes das de hoje em dia).
Funda o movimento Orgasmo Carlos (2004), que com as suas quatro históricas exposições inventa a Arte Masculinista, por oposição à Arte Feminista, e se assume como canto do cisne do Pintor Macho Latino Provinciano. Os membros do grupo são artistas desconhecidos e as suas obras irreconhecíveis, sendo estas assinadas por todos, simplesmente, como «Orgasmo Carlos».
Parte integrante e seguidamente dissidente do Movimento Bolista, rompe com este devido à atitude dos seus membros, que se recusaram a executar quaisquer obras assim como a fazer exposições. «A nossa Não-Arte é para o Não-Espectador», afirmam. Vieira discorda dessa atitude e funda o movimento neobolista, do qual será até hoje o único elemento.
Executa a performance Candidato Vieira, com a participação de Pedro Portugal e Filipe Melo, assim como de Fernando Brito e Pedro Proença, em 2001, na qual se candidata à Presidência da República portuguesa com um programa absurdo e, por vezes, caricatural, percorrendo o país, estabelecendo assim de facto uma ponte entre o universo da política, os media e a pura ficção. O seu leite-motivo é «Só desisto se for Eleito» ou «Um país de dez milhões de navegadores solitários».
Na área da música ligeira, como performer, escritor e compositor, organiza os grupos de música Ena Pá 2000, Os Irmãos Catita, Corações de Atum, O Lello Perdido e o Quarteto 4444, entre outros. Nas suas performances em palco experimenta passar do estado de sobriedade absoluta até ao de semi-inanição alcoólica, contando a história da sua vida, que sempre que ganha contornos diferentes neles encarna heterónimos como Lello Minsk ou Elvis Ramalho. Só acaba as performances depois de todos os outros músicos e o próprio público saírem da sala.
Entre outros objectos de Vídeo Arte, realiza o pindérico programa de televisão de vanguarda «Portugal Alcatifado», no canal Q, sem qualquer sucesso comercial, investindo a maior parte da sua fortuna pessoal. Participa em vários filmes portugueses para tentar recuperar dinheiro.
Na sua última exposição, na Cordoaria Nacional, reproduziu a sua casa/atelier à escala 100/100, com todo o respectivo recheio, sem esquecer mesmo o pó ou o lixo, numa ossatura de carpintaria de teatro executada pelo mestre Fernando Abreu, e viveu lá, sendo filmado em directo 24 horas por dia.
Tem obras na colecção do Museu de Serralves, Fundação Ilídio Pinho, FLAD e Portugal Telecom.
Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa em 1944 e estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio.

Instalou-se em Paris no final dos anos 60 onde foi assistente de René Bertholo e conheceu Lourdes Castro. Nas décadas de 70 e 80 colaborou no Teatro de Sombras de Lourdes Castro com a criação de dispositivos de iluminação e partilhando a autoria das obras As Cinco Estações, 1976-80, e Linha de Horizonte, 1981-85.

O trabalho de Manuel Zimbro foi exposto em seis momentos: Torrões de Terra, Assírio & Alvim, Lisboa, 1995; história secreta da aviação, Porta 33, Funchal, 1997; história secreta da aviação, Assírio & Alvim, Lisboa, 1998; história secreta da aviação, Galeria Lino António, Escola Artística António Arroio, Lisboa, 2005; À Luz da Sombra, Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, Porto, 2010; e Linha de Horizonte, Chiado 8, Lisboa, 2013.

Aproximou-se do pensamento de David Bohm e do budismo zen, cuja filosofia divulgou em Portugal. Em 1993 organizou com Pedro Morais a exposição Sutra do Coração. Caligrafia do mestre zen Hôgen Daidô no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. Co-traduziu e coordenou os livros Folhas Caem, um Novo Rebento e No caminho aberto, ambos da autoria de Hôgen Yamahata. Em 2003 coordenou a edição do volume colectivo Desenho com Nuno Faria, uma iniciativa da Fundação Carmona e Costa.

Morreu em 2003 na Ilha da Madeira.

Livros relacionados
 
 
 
 

Docente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa desde 1984, onde tem lecionado diversas disciplinas na área da Biologia Vegetal.

Especialista em taxonomia, sistemática, biogeografia e ecologia de briófitos de Portugal e da Macaronésia.
O trabalho de investigação que tem desenvolvido compreende a ecologia das comunidades de briófitos, com interesse especial pela avaliação de parâmetros ambientais. Tem igualmente colaborado na determinação e aplicação de critérios de vulnerabilidade em espécies de briófitos de Portugal continental e da Macaronésia, visando a valorização e a conservação do património natural. Os aspetos relacionados com a avaliação de afinidades biogeográficas, em particular dos padrões de colonização e processos de diversificação e origem de espécies da flora de Portugal e da Macaronésia, têm sido igualmente desenvolvidos.
De referir ainda, investigação aplicada através da biomonitorização ambiental por meio de briófitos e líquenes. Tais estudos têm possibilitado o reconhecimento destes organismos como indicadores biológicos da qualidade do ar, da água e de alterações climáticas. Tem ainda desenvolvido estudos de certificação de cartografia de grandes unidades da vegetação, por meio de bioindicadores.

Publicou cerca de 80 artigos em revistas internacionais com arbitragem científica. Colaborou na publicação de 6 livros e em 15 capítulos de livros.

Livros relacionados
 

É doutorada em Biologia pelo Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova, mestre em Epidemiologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova e licenciada em Medicina Veterinária pela Universidade Eduardo Mondlane em Maputo, Moçambique (reconhecido pela Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, Portugal). É professora associada com agregação no Departamento de Medicina Veterinária na Universidade de Évora, membro integrado do MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, da Universidade de Évora. Foi coordenadora do Projecto Alfa Europeaid/126-821/C/ACT/RAL «The SAPUVETNET III – Project»: Contributing to the millennium development goals through the one health concept» de 2008 a 2012. É membro das redes internacionais NEOH (COST TD 1404), CYSTINET (COST TD 1302), SAPUVETNET III, CYTED e REALP. É directora do Mestrado «Uma Saúde: Saúde Pública Humana e Animal» e regente das Unidades curriculares de Epidemiologia, Higiene e Saúde Pública e Medicina Preventiva e Saúde Pública do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária da Universidade de Évora.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

Possui graduação em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1986), mestrado em Letras (Língua e Literatura Alemã) pela Universidade de São Paulo (1991), doutoramento em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Freie Universität Berlin (1996), pós-doutoramento pelo Zentrum Für Literaturforschung Berlin (2002) e por Yale (2006). É Professor titular de Teoria Literária na UNICAMP e pesquisador do CNPq. É autor dos livros Ler o Livro do Mundo. Walter Benjamin: romantismo e crítica poética (Iluminuras/FAPESP, 1999, vencedor do Prêmio Mario de Andrade de Ensaio Literário da Biblioteca Nacional em 2000), Adorno (PubliFolha, 2003), O Local da Diferença. Ensaios sobre memória, arte, literatura e tradução (Editora 34, 2005, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Melhor Livro de Teoria/Crítica Literária 2006), Para uma crítica da compaixão (Lumme Editor, 2009) e A atualidade de Walter Benjamin e de Theodor W. Adorno (Editora Civilização Brasileira, 2009); organizou os volumes Leituras de Walter Benjamin (Annablume/FAPESP, 1999; segunda edição 2007), História, Memória, Literatura: o Testemunho na Era das Catástrofes (UNICAMP, 2003) e Palavra e Imagem, Memória e Escritura (Argos, 2006); co-organizou Catástrofe e Representação (Escuta, 2000), Escritas da violência. Vol. I: O testemunho (7Letras, 2012) e Escritas da violência. Vol. II: Representações da violência na história e na cultura contemporâneas da América Latina (7Letras, 2012); Imagem e Memória (Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2012). Traduziu obras de Walter Benjamin (O conceito de crítica de arte no romantismo alemão, Iluminuras, 1993), G.E. Lessing (Laocoonte. Ou sobre as Fronteiras da Poesia e da Pintura, Iluminuras, 1998), Philippe Lacoue-Labarthe, Jean-Luc Nancy, J. Habermas, entre outros. Possui vários ensaios publicados em livros e revistas no Brasil e no estrangeiro. Foi Professor Visitante em Universidades no Brasil, Argentina, Alemanha e México. Actua principalmente nos seguintes temas: romantismo alemão, teoria e história da tradução, teoria do testemunho, literatura e outras artes, teoria dos media, teoria estética dos séculos XVIII ao XX e a obra de Walter Benjamin.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

É doutorado em Ciências Musicais, variante de Etnomusicologia na NOVA FCSH, ao abrigo do programa Doctor Europaeus. Os seus interesses teóricos centram-se nos seguintes tópicos: construção sonora de nações e nacionalismo no continente africano; comportamento expressivo, género e sexualidade; estudos de música popular e das indústrias da música; música, propaganda e conflito; humanidades digitais e infraestruturas de investigação; e história da Etnomusicologia. Desde 2010 que colabora com o Departamento de Ciências Musicais da NOVA FCSH na lecionação de várias disciplinas de licenciatura e de mestrado. Entre 2020 e 2023 integrou a equipa de investigação da Infraestrutura ROSSIO: Ciências Sociais, Artes e Humanidades como especialista em música. Em abril de 2023 iniciou o projeto de investigação «Battle of Frequencies» (2022.03938.CEECIND) no âmbito do concurso internacional CEEC individual (FCT), que tem como objetivo explorar o lugar da música, da radiodifusão e da propaganda política durante a guerra de libertação em Moçambique (1964-1974).

Livros relacionados
 
 
 

(1957-2024). Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Doutorada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, foi professora do Departamento de Ciências da Comunicação da FCSH da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde leccionou disciplinas na área de Cultura Visual e de Teoria da Fotografia.

Entre as obras publicadas, contam-se Fotografia e Narcisismo — O Auto-Retrato Contemporâneo (Lisboa: Assírio & Alvim, 2000), Fotografia e Verdade — Uma História de Fantasmas (Lisboa: Assírio & Alvim, 2010), A Última Imagem (Fotografia de Uma Ficção) (Lisboa: Documenta, 2012) e Animismo e Outros Ensaios (Lisboa: Documenta, 2023). Em 2008 editou o n.º 39 da Revista de Comunicação e Linguagens sob o tema «Fotografia(s)».

Desde 1989, publicou regularmente, em jornais e revistas, na area da crítica, história e teoria da fotografia. 

Livros relacionados
 
 

Doutorada em Ciências Veterinárias pela Universidade de Lisboa; Mestre em Biologia da Conservação pela Universidade de Évora; Licenciada em Medicina Veterinária pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e Licenciada em Enfermagem pela Escola de Superior de Enfermagem de Coimbra. Foi docente do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade de Évora, nas áreas de Saúde Pública e Doenças Infecciosas, presentemente em formação especializada em Saúde Pública e Microbiologia pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças. Membro integrado do Comprehensive Health Research Centre (CHRC), os seus interesses focam-se no estudo de zoonoses numa abordagem de «Uma Saúde, Saúde Pública», e estratégias de educação e profissionalização [ORCID https://orcid.org/0000-0003-0997-5683].

Livros relacionados
 
 

É doutorada em Semiologia pela Universidade de Paris VII (1981) e agregada em Teoria da Cultura pela Universidade do Minho (2011). Actualmente aposentada, foi, desde 1981, professora no Departamento de Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Pertenceu aos Conselhos Científicos do Doutoramento interuniversitário de Estudos de Género (FCSH, ISCSP, FLUL), criado em 2018, e do Doutoramento Communication Studies: Technology, Culture and Society — FCT (UM, ISCTE, UBI, Lusófona e CIMJ e CECL da Nova) em Ciências da Comunicação, criado em 2012. É investigadora no Instituto de Comunicação da Nova — ICNova. Foi presidente do Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens — CECL — a partir de 2014. Foi directora da Revista de Comunicação e Linguagens, entre 1999 e 2006. Fundou em 2016, com Jorge Lozano, a Associação Ibérica de Semiótica. Em 2018, recebeu o Prémio do Centro Nacional de Cultura — Uma ideia para mudar o mundo — patrocinado pelo Presidente da República e pelo secretário-geral da ONU, com o projecto O Outro Sou Eu — plataforma colaborativa. Da investigação mais recente destaca-se a coordenação da secção Glossário do AFRICAN-EUROPEAN NARRATIVES; Programme: Europe for Citizens. Dirige o projecto We The People — Plataforma Colaborativa, Intercultural, sediado no ICNova, em parceria com a Fundação Aga Khan. O mais recente livro de que é autora intitula-se Culturas do Eu — Configurações da Subjectividade, 2019.

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 
 
 

Professora Catedrática, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL). Doutorou-se em 1992 com a tese O Pensamento Morfológico de Goethe (INCM, Lisboa, 1995). É membro do Instituto de Filosofia da Linguagem (IFILNOVA) e do Groupe International de Recherches sur Nietzsche (GIRN). Foi membro do Conselho Científico do Collège International de Philosophie, Paris (2003-2009).

Escreve sobre problemas de estética, enquanto problemas de conhecimento e de linguagem, para revistas de filosofia e de literatura, entre outras, Filosofia e Epistemologia, Prelo, Análise, Revista Ler, Sub-Rosa, A Phala, Internationale Zeitschrift für Philosophie, Philosophica, Belém, Dedalus, Intervalo, Rue Descartes, Chroniques de Philosophie, La Part de l’Oeil, Cadernos Nietzsche, Lettre International, Diaphanes.

Tem igualmente escrito para catálogos e outras publicações sobre arte e artistas, portugueses e estrangeiros, entre os quais, Jorge Martins, Ruy Leitão, Rui Chafes, Helena Almeida, Ana Vieira, Luísa Correia Pereira, Julião Sarmento, Rui Sanches, António Sena, José Pedro Croft, Bernard Plossu, Juan Muñoz, Noronha da Costa, Antony Gormley, Louise Bourgeois, Francisco Tropa, Amadeo de Souza-Cardoso, Alberto Giacometti, Alexandre Conefrey.

Co-autora e locutora do programa de rádio «Ruas de sentido único», (Antena 2, Maio-Julho 2019), actividade do projecto «Fragmentação e Reconfiguração: a experiência da cidade, entre arte e filosofia», apoiado pela FCT (2018-2021), do qual é coordenadora.

Principais publicações: Semear na Neve. Estudos sobre Walter Benjamin (Relógio D’Água, Lisboa, 1999 — Prémio PEN Clube 2000 para Ensaio), A Imperfeição da Filosofia (Relógio D’Água, Lisboa, 2003), O Absoluto Que Pertence à Terra (Edições Vendaval, 2005), Símbolo, Analogia e Afinidade (Edições Vendaval, 2009), O Químico e o Alquimista. Benjamin, Leitor de Baudelaire (Relógio D’Água, 2011 — Prémio PEN Clube 2012 para Ensaio), As Nuvens e o Vaso Sagrado (Relógio D’Água, 2014), Rebuçados Venezianos (Relógio D’Água, 2016 — Prémio AICA/FCC 2017), Depósitos de Pó e Folha de Ouro (Lumme Editora, São Paulo, 2016), Cerimónias (Chão da Feira, Belo Horizonte, 2017), Dia Alegre, Dia Pensante, Dias Fatais (Relógio D’Água, 2017— Prémio PEN Clube 2018 para Ensaio).

 

Fotografia de Jorge Molder, 2015.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Artista visual nascida em Zamora, Espanha, vive e trabalha em Londres e Madrid. O seu mais recente trabalho versa sobre mulheres artistas e do reconhecimento do seu papel pela história de arte. Tirou um mestrado em Belas-Artes pela Universidade Complutense de Madrid (UCM). A sua educação clássica permite-lhe um domínio de técnicas diversas, alcançando um largo espectro de media: desenho, pintura, bordado, vídeo, performance, conferências… O seu trabalho performativo atual, Queridas viejas, propõe-se reescrever a história de arte ocidental, para incluir as mulheres artistas, excluídas da sua narrativa pelos historiadores. Trabalha com a Gowen Contemporary Gallery em Genebra e é colaboradora regular de Casa Amarilla, Guillermina Caicoya Art Projects, Rafael Pérez Hernando Gallery em Espanha e Páramo Galería em Guadalajara, México.

Livros relacionados
 
 
 
 

Doutora em História das Ideias Políticas pela FCSH-UNL (em 2007, com uma tese sobre John Rawls e Robert Nozick), é investigadora permanente do Grupo de Teoria Política do CEH-UM, investigadora do Observatório Político e membro do Seminário Livre de História das Ideias da UNL. Conferencista em História das Ideias Políticas do Departamento de Estudos Políticos da FCSH-UNL (2009/12) e do mestrado em Filosofia Política da Universidade do Minho (desde 2013/14). Como bolseira de pós-doutoramento da FCT desenvolveu os projectos Paz, Democracia e Direitos Humanos nos Contornos da Utopia Realista Rawlsiana (2008/11) e Justiça Global e Direitos Humanos (2011/14). Autora de artigos publicados em livros e revistas científicas e das obras A Ideia de Justiça em Antero de Quental (Iman, 2002) e Utopia Realista (Fonte da Palavra, 2014).

Livros relacionados
 

Nasceu em 1963, em Lisboa e viveu a sua infância em Angola. Regressou em Fevereiro de 1975 e estudou na Universidade Nova de Lisboa, onde se licenciou em Filosofia, realizou dissertação de mestrado (tendo publicado o livro O Anjo Melancólico a partir da dissertação) e se doutorou, em Filosofia Contemporânea, com a tese Walter Benjamin, Messianismo e Revolução: a História Secreta. Actualmente é professora no Ensino Secundário e foi Professora Auxiliar no IADE (Creative University of Lisbon) entre 2011 e 2015.

É actualmente membro integrado do Centro de Filosofia da Faculdade de Letras de Lisboa (desde 2012) e Membro Associado do Collège d’Études Juives et de Philosophie Contemporaine, Membro da Direcção do Pen Clube Português, da APE (Associação Portuguesa de Escritores) e da APCL (Associação Portuguesa de Críticos Literários). Publicou várias obras de Ficção, Poesia e Ensaio.

Organizou congressos internacionais sobre María Zambrano (com Maria João Cabrita e Isabel Lousada), Walter Benjamin (com Bragança de Miranda, Fernando Cascais), Paul Celan (com Cristina Beckert, Carlos João, Ricardo Gil Soeiro), Levinas (com Maria Lucília Marcos e Paulo Barcelos). Foi professora-visitante em Brasília (UNB), Rio de Janeiro (UFRJ) e Goiânia (UFG).

Colabora regularmente com a Revista Colóquio-Letras e com diversas publicações, em Antologias de Poesia. Participa regularmente em mesas-redondas e conferências.

Foi galardoada com o Prémio Glória de Sant’Anna 2017 pela sua obra Do Ínfimo (Coisas de Ler, 2016).

 

 

Fotografia: Vasco Ribeiro, 2017.

Livros relacionados
 
 
 
 
 
 

Doutora em Ciências de Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa. É professora associada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde lecciona matérias ligadas à comunicação, jornalismo e estudos de género. Os seus interesses de investigação centram-se no tema das relações entre as identidades e a comunicação como medium das interacções sociais, numa perspectiva política e sociológica. É neste sentido que tem investigado particularmente os temas dos direitos comunicativos das mulheres e liderado vários projectos neste domínio. É consultora e referee de várias revistas nacionais e internacionais sobre comunicação. De um vasto conjunto de publicações, destacam-se Identidades, Media e Política (Livros Horizonte, 2004) e Os Media e as Mulheres (organizadora, Livros Horizonte, 2004), além de artigos nas revistas Ex-Aequo, Comunicação e Sociedade, Feminist Media Studies, South European Society & Politics e Revista Crítica de Ciências Sociais, entre outras.

Livros relacionados
 

Maria José Cavaco (Ponta Delgada, 1967-2021) foi uma das mais importantes artistas visuais açorianas. Licenciatura em Artes Plásticas-Pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa (1990) e com Doutoramento, com tese teórico-artística, em Arquitetura pelo ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (2017). Foi bolseira de Criação Artística, do Governo Regional dos Açores, no domínio das Artes Plásticas (2012) e Prémio Regional de Pintura António Dacosta (2016). Foi ainda Investigadora do DINÂMIA’CET-IUL desde 2018.

O seu trabalho cruza a pintura com diversos meios de expressão, incidindo em estratégias e dispositivos de operacionalização no espaço, de um conjunto de conceitos associados à dimensão crítica da autorreflexividade na ficção artística. Desde 1991 realizou 20 exposições individuais, das quais as mais recentes foram, em 2018, Pinturas Recentes, na Galeria Fonseca Macedo, Ponta Delgada, em 2019, Desenhos de Lisboa e Uma Fuga, no Convento de São Francisco, Lagoa, e em 2021, Lugares de Fratura, exposição Antológica no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, Ribeira Grande, Açores, e participou em diversas exposições coletivas, sobretudo em Portugal e Espanha.

Está representada em coleções públicas e privadas, destacando-se as coleções: Figueiredo Ribeiro, Abrantes; Fundação PLMJ, Lisboa; Fundação Carmona e Costa, Lisboa; Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, Ribeira Grande, Açores; Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa; Museu Carlos Machado, Ponta Delgada, Açores; Centro Cultural da Caloura, Açores; Câmara Municipal de Lisboa; Câmara Municipal de Ponta Delgada; Câmara Municipal de Lagoa; Presidência do Governo Regional dos Açores; e Universidade dos Açores. É consultora para as Artes Visuais da Câmara Municipal de Ponta Delgada e integra o Conselho Regional de Cultura, Açores, desde 2018.

 

Maria José Cavaco (Ponta Delgada, 1967-2021). She had a degree in visual arts and painting from Lisbon Faculty of Fine Arts (1990) and a PhD in architecture, with a theoretical-artistic thesis, from ISCTE – Lisbon University Institute (2017). She has been a researcher at DINÂMIA’CET-IUL since 2018.

She received a grant for artistic creation in the field of visual arts from the Regional Government of the Azores (2012) and the António Dacosta Regional Painting Prize (2016). Since 1991 she has had 19 solo exhibitions, the most recent being in the Convent of São Francisco, in Lagoa, Azores, in 2019, and at the Fonseca Macedo Gallery, Ponta Delgada, Azores, and at the Portuguese Communications Foundation, Lisbon, in 2018.

She has participated in various group exhibitions, especially in Portugal and Spain. She is represented in public and private collections, including those of: Figueiredo Ribeiro, Abrantes; the PLMJ Foundation, Lisbon; the Carmona e Costa Foundation, Lisbon; the Portuguese Communications Foundation, Lisbon; Lisbon Municipal Council; Lagoa Municipal Council, Azores; the Presidency of the Regional Government of the Azores; Arquipélago – Contemporary Arts Centre, Ribeira Grande, Azores; the Carlos Machado Museum, Ponta Delgada, Azores; the Caloura Cultural Centre, Azores; the University of the Azores; Ponta Delgada Municipal Council, Azores. She has been a member of the Regional Council for Culture, Azores, since 2018 and is a visual arts consultant for Ponta Delgada Municipal Cultural Centre.

 

Fotografia: © Arquipélago – Centro de Artes Contenporâneas

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Maria Leonor Lamas de Oliveira Xavier é professora Associada com Agregação e directora do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde tem leccionado, entre outras, as disciplinas de Filosofia Medieval e de Filosofia e Teologia na Idade Média. É membro da Société Internationale pour l’Étude de la Philosophie Médiévale (SIEPM), do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (CFUL), da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa (SCUCP) e da Comissão Científica do Doutoramento em Enfermagem da UL. Autora de: Filosofia com Coração (2017); Three Questions on God (2016); A Questão da Existência de Deus. Uma Disputa Medieval (2013); O Teísmo Medieval. Santo Anselmo e João Duns Escoto (2009); Questões de Filosofia na Idade Média (2007); Razão e Ser. Três Questões de Ontologia em Santo Anselmo (1999); bem como de dezenas de artigos publicados em obras colectivas e revistas de filosofia. Tradutora de: Teologia Mística. Textos de Pedro Hispano e Tomás Galo (2008). Coordenadora de: Philosophica 34. Anselmo sola ratione 900 anos depois (2009); A Questão de Deus na História da Filosofia I-II (2008) e A Questão de Deus. Ensaios Filosóficos (2010), obras publicadas no âmbito do Projecto de Filosofia FCT/CFUL [PTDC/FIL/64249/2006] «A Questão de Deus. História e Crítica».

(mxavier@campus.ul.pt)

Livros relacionados
 

É professora associada, com agregação, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Com vários estudos sobre Utopia, Teatro e Retórica, a sua investigação debruça-se essencialmente sobre a literatura dos séculos XVIII e XIX. É, desde 1990, sócia da Sociedade Francesa de Estudos do Século XVIII e membro fundador da Sociedade Portuguesa de Retórica. Membro ativo do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e colaboradora do Instituto de Filosofia (UP), unidades financiadas pela FCT. Entre 2013 e 2018, vice-presidente da Associação Portuguesa de Literatura Comparada (APLC). Coeditora da revista online de Filosofia e Literatura Pontes de Vista. Autora dos seguintes títulos na área da Retórica: 2017: Fidelino de Figueiredo: Travessias. Estudos de Filosofia e Literatura [Coedição], Campinas, Pontes Editores, 2016; 2014: A moda, retórica silenciosa para «pássaros sem penas», Palavra, Escuta e Silêncio, Porto, UC Editora, 2014, pp. 283-306; 2009: Manual Anti-Tiranos. Retórica, Poder e Literatura, Porto Alegre, Livraria do Advogado; 2007: Manual de Retórica & Direito, Lisboa, Quid Juris, 2007, 350 pp. (responsável pela parte da Retórica Geral). Em coautoria.

Livros relacionados
 

Maria Manuela Brito Martins é doutorada em Philosophie et Lettres pela Université Catholique de Louvain-la- -Neuve, no Institut Supérieur de Philosophie (Bélgica). É actualmente Professora Associada na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, Porto, onde lecciona diferentes cursos, entre os quais destacamos História da Filosofia Antiga, História da Filosofia Medieval, História da Filosofia Contemporânea e Ontologia, para além ainda de diversos seminários. Tem-se dedicado à investigação e tem publicações, aos níveis nacional e internacional, sobre Santo Agostinho e sobre alguns autores medievais, em particular, na linha da tradição agostiniana. Tem-se dedicado, igualmente, ao pensamento filosófico contemporâneo na sua relação com a tradição filosófica grega e medieval. Por último, alguns dos seus estudos dedicam-se ao pensamento português, nomeadamente em torno da filosofia da história (mbmartins29@gmail.com).

Livros relacionados
 
 
 

É doutorada em Gestão pela Universidade de Évora, é professora associada com agregação no Departamento de Gestao da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora, investigadora (membro integrado) no CEFAGE – Centro de Estudos de Formação Avançada em Gestão e Economia da Universidade de Évora, e professora visitante da Universidade de Varsóvia, Polónia. As suas áreas de interesse são os agro-negócios e sustentabilidade, marketing e comportamento do consumidor, cadeias agro-alimentares e desenvolvimento rural. Tem desenvolvido extensa investigação nas áreas de gestão, marketing e comportamento do consumidor e participado em diversos projectos, incluindo estudos transnacionais com a América Latina, Ásia, África e Europa. É revisora em vários periódicos indexados na Scopus e ISI, editou seis livros, sendo autora de vários capítulos de livros e artigos científicos em periódicos internacionais indexados e com factor de impacto [ORCID: 0000-0002-5731-767X] e outras publicações. Pertence à comissão coordenadora do programa de Doutoramento em Agronegócios e Sustentabilidade e directora de dois programas de mestrado, em Economia e Gestão Aplicadas e em Gestão da Qualidade e Marketing Agroalimentar e, até ao momento, supervisionou mais de cem alunos de doutoramento e de mestrado, nacionais e internacionais.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

(Rio de Janeiro, 1992) é professora de literatura. Formada em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é Mestre e Doutora em Literatura Portuguesa pela mesma instituição, com períodos de investigação na Universidade do Porto e no espólio de Mário Cesariny (1923-2006), depositado na Fundação Cupertino de Miranda. Sua investigação é voltada principalmente para a obra de Cesariny, poeta que guia a caminhada rumo ao Surrealismo e a abordagens expandidas do conceito de poesia. É autora de diversos artigos e ensaios dedicados a esses temas e à poesia portuguesa. É pesquisadora pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da UFRJ, onde desenvolve projeto sobre a experiência poética em tempos de pandemia na universidade pública brasileira.

Livros relacionados
 

É professora associada no Departamento de Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UniversidadeNova de Lisboa, onde lecciona nos campos de Teoria da Imagem, Estética dos Media e Arte e Cultura Contemporâneas. Integra o Grupo de Pesquisa em Cultura, Media e Arte do Instituto de Pesquisa em Comunicação da Universidade Novas de Lisboa (ICNOVA). Foi fundadora do Interact — Jornal de Arte, Cultura e Tecnologia, que dirigiu entre 2000 e 2006. A sua investigação mais recente centra-se em temáticas dos media digitais e culturas de participação («African-European Narratives» — Europe For Citizens, 2018-2019) e nas questões da mediação de herança cultural (Centro Interpretativo G. Ribeiro Telles, Fundação Gulbenkian, 2013; Museologia Design para o COA — Museu de Arte Paleolítica — World Heritage, 2008-2010). Entre os seus livros contam-se A Modernidade Estética. Uma Arqueologia do Sensível (2020); Media Theory and Cultural Technologies (Cambridge Scholars, 2017); Novos Media — Novas Práticas (Lisboa, 2011). As suas áreas de pesquisa incluem a Estética dos Media e a Teoria dos Media; Teoria da Imagem; Arte e Cultura Contemporâneas; Técnicas Culturais e a Participação e Cultura Colaborativa.

Livros relacionados
 

Escritora e jornalista, nasceu em Lisboa no dia 20 de Maio de 1937. Frequentou a Faculdade de Letras. Foi a primeira mulher a exercer funções dirigentes no cineclubismo em Portugal e é conhecida como uma das mais destacadas feministas portuguesas. Estreou-se na poesia em 1960, e a sua obra poética publicada até 2006 está coligida em Poesia Reunida (2009), distinguida com o Prémio Máxima Vida Literária. Na ficção surge com o romance Ambas as Mãos sobre o Corpo, em 1970. Seguem-se-lhe Novas Cartas Portuguesas (1972) – em co-autoria com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa –, obra que valeu às autoras um processo judicial «por ofensa à moral pública», e os romances Ema (1984; Prémio Ficção Revista Mulheres) e A Paixão segundo Constança H. (1994). Em 2011, publica o romance As Luzes de Leonor (Prémio D. Dinis 2011 e Prémio Máxima de Literatura 2012) e, no ano seguinte o livro Poemas para Leonor. Também em 2012, a sua poesia erótica é reunida na antologia As Palavras do Corpo. Em 2013 surpreendeu com A Dama e o Unicórnio, uma original interpretação das tapeçarias quatrocentistas La Dame à la Licorne que conjuga poesia e imagem, edição acompanhada de um CD com a cantata profana do compositor António de Sousa Dias sobre a poesia de Maria Teresa Horta dita pela actriz Ana Brandão.

 

Fotografia: Euric Vives-Rubio.

Livros relacionados
 

Nasceu no dia 26 de Junho de 1938, em Lisboa.

Licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, frequentou o curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e de Psiquiatria. Foi presidente da Associação Portuguesa de Escritores (1973-1978) e dirigiu a revista literária Loreto 13 (1978-1988).

Foi leitora do Departamento de Português e Brasileiro do King's College, Universidade de Londres (1980-1987). Foi Adjunta do secretário de Estado da Cultura (1979) e Adida Cultural em Cabo Verde (1988-1990). Entre os prémios que recebeu destacam-se: Prémio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora (1997), pelo conjunto da sua obra; Prémio Camões (2002); Prémio Correntes de Escritas (2008) e Grande Prémio de Literatura dst (2010), ambos pelo romance Myra.

Em 1966 publica o seu primeiro livro de contos, O Lugar Comum, e em 1969 publica Maina Mendes, o primeiro romance, onde é desde logo manifesta a singularidade da sua escrita. Estabelecendo um diálogo com a tradição literária portuguesa por meio de alusões ou recorrendo a um jogo estilístico referencial, podemos simultaneamente identificar na obra um corajoso experimentalismo que lhe permitiu libertar a linguagem e ampliar as possibilidades formais e temáticas até então exploradas no romance português, em muito contribuindo para a renovação deste género literário. Sobre Maina Mendes, Eduardo Lourenço releva o «[…] mundo de frustração […], mundo de sufocação […], a genérica condição da mulher portuguesa […]», mostrando que a obra constitui «só por si um acontecimento na história real e textual da moderna consciência feminina, assinalando nela a passagem da mulher como «objecto» à sua conversão em «sujeito». Sujeito da história, da sua própria história e das «histórias» que consagram essa conquista do seu reino […] Nenhum dos nossos livros contemporâneos redistribui com tanto sucesso as experiências mais criadoras da prosa portuguesa, de Fernão Lopes a Guimarães Rosa, paisagens atravessadas e recriadas, a par de outras, com uma originalidade absoluta. Não é a sua visão, nem desorbitada como a de Herberto Helder, nem irrepressível e aleatória como a de Bessa-Luís. Exprime-se com contenção e reserva, em parágrafos tensos para melhor explodir a ira informe mas controlável que a habita como herança sua e da longa linhagem que do castro ibérico até ao interior morto da sala burguesa se metamorfoseou em história e natureza. […]».

Entre os temas ou símbolos transversais à obra de Maria Velho da Costa, e que apresenta, frequentemente, através de meticulosos jogos de linguagem, encontramos uma ligação profunda ao fértil mundo da infância, um incisivo retrato político-social, do conflito de valores fruto do confronto de classes, bem como a incontornável e agudíssima consciência da condição da mulher que soube, de forma extraordinária caracterizar e fixar, na pluralidade das suas manifestações, restaurando uma dignidade que não raro lhe era negada. A escritora ficará para sempre associada à polémica gerada pela publicação do livro Novas Cartas Portuguesas, que escreve com Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno, obra proibida pelo Estado Novo e que levou as autoras a tribunal no que ficou conhecido como o «processo das três Marias.»

Colabora, desde 1975, com vários cineastas, nomeadamente João César Monteiro, Margarida Gil e Alberto Seixas Santos.

Em 1976 publica Cravo. A publicação de Casas Pardas, em 1977, reforça a consagração da escritora. É atribuído ao livro o Prémio Cidade de Lisboa. No mesmo ano e par do seu trabalho de investigação efectuado no Hospital Miguel Bombarda, publica Português; Trabalhador; Doente Mental. Seguem-se os livros: Da Rosa Fixa (1978), Corpo Verde (1979), Lucialima (1983) e O Mapa Cor-de-rosa (1984).

Em 1988 publica Missa in Albis. Numa entrevista de 2013, Maria Velho da Costa disse sobre este livro: «[…] o José Cardoso Pires, que eu respeito muito, e que leu mais do que o manuscrito do Missa in Albis, escrito quando vim de Londres, e o livro com o qual ainda hoje me identifico mais me diz que é muito bom, isso é importante.»

Seguidamente publica Das Áfricas — com José Afonso Furtado (1991), Dores — contos, com Teresa Dias Coelho (1994), Irene ou o Contrato Social (2000), O Livro do Meio, com Armando Silva Carvalho (2006).

Em 2008 publica Myra, com pinturas de Ilda David’. Sobre Myra, disse João Barrento em 2016: «Penso que o romance mais importante que foi escrito depois de 2000 foi Myra de Maria Velho da Costa, que continua a ser a nossa maior escritora viva. Não me parece que nada do que foi feito entretanto se possa comparar.»

Em 2012 publica O Amante do Crato, também com pinturas de Ilda David’. Nas palavras de Urbano Tavares Rodrigues, este «É um muito belo conjunto de contos, cada qual mais original do que os outros e onde a todo o passo se encontra a escrita desafiante, criadora, irónica e lírica de Maria Velho da Costa, o seu gosto pelo vocábulo raro, pela construção insólita, pela intenção verbal. O pequeno texto que dá o título ao volume é uma evocação do mágico e do diabólico da primeira infância, em que uma menina arisca é salva da mordedura de uma víbora por outra criança, o primo (o amante do Crato) que se interpõe, vindo a morrer assim por ela. […]».

Morreu no dia 23 de Maio de 2020, em Lisboa.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Mariana Gomes (Faro, 1983) vive e trabalha em Lisboa. Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, foi distinguida, em 2011, com uma Menção Honrosa no Prémio Fidelidade Mundial – Jovens Pintores. Das exposições que realizou destacam-se a colectiva Quote / Unquote. Between Appropriation and Dialogue, curadoria de Gabriela Vaz Pinheiro, Galeria Municipal do Porto, Porto, MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, Lisboa (2017); e as individuais Romanian Dances, Galeria Baginski, Lisboa (2017); Bollocks, curadoria de Bruno Marchand, Appleton Square, Lisboa (2016); 10.º Prémio Amadeu de Souza-Cardoso, Museu Municipal Amadeu de Souza-Cardoso, Amarante (2015); Breviário, Galeria Fernando Santos, Porto (2014); Stop Making sense!, com curadoria de João Pinharanda, Fundação EDP, Lisboa (2013); X Tentativas, Galeria Módulo – Centro Difusor de Arte, Lisboa (2009). O seu trabalho encontra-se representado em várias colecções privadas e em colecções públicas como a Colecção de Arte Contemporânea da Fundação EDP e a Colecção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa.

 

Fotografia: Filipa Pestana (pormenor).

 

Livros relacionados
 
 

Historiadora da arte e curadora independente, doutorada em História e Teoria pela Facultat de Belles Arts — Universitat de Barcelona. É investigadora integrada do Instituto de História da Arte da NOVA FCSH, onde coordena o Grupo de Investigação «Teoria da Arte, Historiografia e Crítica». É autora do livro Vanguarda & Outras Loas — Percurso Teórico de Ernesto de Sousa (2007, 2.ª ed. no prelo) e de diversos estudos e ensaios publicados em catálogos, livros e revistas internacionais, sobre história da arte contemporânea, modernidade e modernismo, teoria e historiografia da arte. É co-editora da Obra Literária de Almada Negreiros (Assírio & Alvim). É co-responsável pelo projecto de investigação «Modernismos ibéricos e o imaginário Primitivista» (2018-22) (PTDC/ ART-HIS/29837/2017). É editora, com Rui Miguel Ribeiro, nas Edições do Saguão desde 2017.

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 
 
 
 

Nasceu em Lisboa no dia 9 de Agosto de 1923. Estudou belas-artes e música. Foi membro do Grupo Surrealista Português fundado em 1947. Após o seu afastamento do grupo, formou com António Maria Lisboa o que se tornou conhecido pelo Segundo Grupo Surrealista Português. Um poeta excepcional, cuja poesia mostra afinidades com a de Álvaro de Campos, Mário de Sá-Carneiro, António Maria Lisboa e a dos surrealistas franceses Breton e Artaud. A poesia de Mário Cesariny e, através dele, o surrealismo como atitude vital, influenciou toda uma geração de novos poetas tal como tinha acontecido com o Modernismo do Orpheu. Morreu em Lisboa no dia 26 de Novembro de 2006.

 

Ouvimos esta voz com o poema que nos traz e não sabemos se é a voz que diz o poema ou se é o poema que diz a voz. Esta coincidência do dizer e do dito, do som e do sentido, do corpo e do espírito, da poesia e da vida, do dia e da noite foi sempre o sinal de Mário Cesariny.

Já Breton escrevera: «Tudo leva a crer que existe um certo ponto do espírito donde a vida e a morte, o real e o imaginário, o passado e o futuro, o comunicável e o incomunicável, o que está em cima e o que está em baixo deixam de ser apercebidos contraditoriamente». Cesariny afirmava: «O único fim que eu persigo / é a fusão rebelde dos contrários».

É por isso que estamos aqui: não apenas para cumprir um acto de homenagem civil e cultural, mas acreditando que Cesariny reconhecia neste lugar onde a sua luz encontra a sua sombra, um sentido sagrado, dando a esta palavra a fundura mais funda e a liberdade mais livre. A morte é o que resta do sagrado e mesmo isso está a desaparecer, afirmava ele. E, às vezes, falava do osso sacro como de um segredo que é preciso guardar.

Cesariny era distante de tudo o que é oficial, convencional e vazio, mas aceitava os ritos que protegem os mitos. Foi assim que aceitou a Ordem da Liberdade, que lhe foi entregue em sua casa, numa tarde em que tudo se calava para o ouvir. Ele recebeu a Grã-Cruz, beijou-a e gritou: «A Santa Liberdade!». A liberdade era a sua medida desmedida, o rosto do seu rosto.

Nessa tarde, recordei uma outra tarde passada com Jorge Luis Borges, que acabava de receber a Ordem de Sant’Iago da Espada, que a sua cegueira o impedia de ver. Ele pediu-nos para lhe descrevermos as cores e as figuras do colar. A seguir, num gesto que foi repetindo, levou a mão ao frio do metal, exclamando: «Sant’Iago! Sant’Iago!» Falámos então daquela passagem de São Paulo que diz «Agora, vemos como num espelho, mas um dia veremos face a face». Borges falava e a nossa visão era o rascunho da sua cegueira. 

Sabemos que esta homenagem nunca conseguirá oficializar, normalizar, naturalizar, neutralizar Cesariny. Ao contrário, e por contraste, torna ainda mais nítido e invencível o seu escárnio selvagem, a fúria firme e feroz, o desassombro ímpio.

A sua vida foi vivida em nome da Liberdade, da Poesia e do Amor, de que os surrealistas fizeram a nova trilogia, juntando ao «transformar o mundo» o «mudar a vida». Em cada dia e em cada passo dele havia uma grande razão, aquela que num poema reclamava: «Falta por aqui uma grande razão / uma razão que não seja só uma palavra / ou um coração/ ou um meneio de cabeças após o regozijo / ou um risco na mão…» Cesariny procurava o ouro do tempo.

Agora, lembro. O Mário fala de Pascoaes, o velho da montanha, e conta o momento sagrado em que o conheceu. Fala de Lautréamont e de Rimbaud com palavras lentas e acesas. Fala de Artaud e a sua cara coincide com a dele. Já na rua, passa a velha que apanha o que encontra e ele faz-lhe perguntas que guiam respostas assombradas. O Mário ri e diz: «É a Vieira da Silva!» Agora, estamos nos Açores e ele toca piano, enquanto, da janela, vemos o mar erguer-se como no Moby-Dick, esse livro mágico e trágico, que lia e voltava a ler.

Estar com Cesariny era partir numa nave espacial e olhar cá para baixo com os olhos muito abertos. Havia nas suas mãos um fogo que, quando queimava, mostrava a tragédia, e, quando iluminava, fazia aparecer a comédia. Esse sentimento trágico e cómico da vida é o dos visionários do visível. Ele confessou um dia: «Para mim, só o momento da criação é linguagem, tudo o mais é baço, não diz, pertence ao sono das espécies, mesmo quando dormem inteligentemente.» Mas em todos os momentos dele havia criação. Nunca o ouvi dizer lugares-comuns, ideias mortas, frases feitas.

Na sua poesia, as palavras têm a exactidão cortante da ponta do diamante sobre o vidro, a velocidade densa dos grandes êxodos, o brilho obscuro dos olhos no amor. Na sua pintura, as cores levam o braço até à proximidade do mar e as formas são as do vento a abrir o portão do castelo.

Cesariny gostava de anarquistas, videntes, xamãs, usurpadores, hereges, piratas, incendiários e revoltosos. E de reis destronados, deuses abolidos, bruxas acossadas, fidalgos arruinados, heróis vencidos, náufragos salvos no último momento. Detestava tiranos, tiranetes, moralistas, hierarcas, burocratas, preopinantes, instalados, acomodados, calculistas, carreiristas, conformistas, cínicos, convencidos, contentinhos, coitadinhos.

Desses, ria com um riso que era sal insolúvel e tinha a grandeza escura da tempestade no Verão. O país dos risinhos, das piadinhas, das gracinhas, e das graçolas, não aguentava um riso tão livre: enorme e desassombrado. Não suportava esse riso cheio de amargura e desdém, de raiva e protesto. Nesse riso, passavam o riso antigo de Rabelais e o riso moderno de Artaud, o riso dos funâmbulos e das feiticeiras.

Num país em que o medo gerava cobardia e obediência, do medo dele nasciam coragem, insubmissão, subversão. No fim, estava ainda mais desencontrado com aquilo com que sempre se desencontrou: a vida pequenina, a vidinha de que falava o seu amigo Alexandre O’ Neill. E agora («O tecto está baixo», avisava-nos ele) só se fala da vidinha - e só a vidinha fala.

Afinal, é preciso repetir a pergunta de Hölderlin: «Para quê os poetas em tempos de indigência?» Afinal, é preciso repetir a resposta de Hölderlin: «O que permanece os poetas o fundam». E a resposta de Cesariny: «A palavra poética é a palavra verdadeira. É a única que diz.» Então, os poetas, se os houver, são para dizer o que ninguém diz, mesmo que ninguém oiça. Mas nesse dizer que ninguém ouve salva-se a honra de um tempo em que tudo se perde.

De Mário Cesariny, não basta afirmar que a sua poesia é das maiores do nosso século XX. Nem que a sua pintura é das mais originais desse tempo. É preciso reafirmar que, nele, pessoa, vida, morte, obra, atitude, ímpeto tinham a força que nos atira para um abismo de claridade.

Nestes 10 anos da sua morte, ouvir a voz de Cesariny é olhar o céu naquele momento em que o sol ainda não partiu e a lua já chegou.

 

José Manuel dos Santos

Lisboa, 8 de Dezembro de 2016

 

 

foto © Susana Paiva

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu na Nazaré, em 1969.

Jornalista desde 1987, foi sub-chefe de redacção da Antena 1 e da Antena 2, coordenador da Grande Reportagem da Antena 1. Actualmente é redactor-jornalista na Antena1.

Prémios: Prémio especial comunicação «Prémios Turismo Alentejo/Ribatejo» 2015, Prémio Gazeta de Rádio 2014, Prémio Jornal do Fundão – António Paulouro, 2014, Menção Honrosa Prémio Jornal do Fundão – António Paulouro 2014, Prémio Escritaria Rádio & Multimédia, Penafiel, 2013, Guilhim de Cristal 2004, Menção honrosa Prémio AMI 2000, Guilhim de Cristal 1997.

Outras actividades: Formador de Jornalismo de Rádio e Comunicação com os Media (desde 2000); editor nas publicações de poesia «non nova sed nove» e «volta d' mar»;  autor de Era uma Classe — Biografia de Silvino Marques Pais da Silva, Biblioteca da Nazaré, 2019, Uma Estória de Jazz em Valado dos Frades, BIR, 2004 (2.ª ed. Ediresistência, 2013) e No Tempo dos Pinhocos, Confraria N.ª Sr.ª da Nazaré, 2004.

Livros relacionados
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Nasceu em Lisboa, em 1963.

Artista Plástica. Autora da Metodologia Um, Dois e Muitos. 

A sua pesquisa plástica é pessoal e multidisciplinar, dialogando com outras disciplinas artísticas e científicas. Em 2012 cria a metodologia Um, Dois e Muitos, que se baseia no estudo do movimento constante entre o Um (a Singularidade), o Dois (a Cumplicidade), e o Muitos (a Comunidade), consciente da presença deste movimento em todas as coisas vivas.

É doutoranda em Arte Contemporânea no Colégio das Artes, Universidade de Coimbra onde desenvolve a tese Um, Dois e Muitos.

Expõe individualmente desde 1989. Das suas exposições e performances mais recentes destacam-se Preto Veludo, Cooperativa Árvore (2018) curadoria Albuquerque Mendes; Um, Dois e Muitos, Museu de História Natural, Lisboa (2018) curadoria Paulo Pires do Vale; Escola Nómada, Appleton Square (2018); Extática Esfinge: Desenho e Animismo II, Centro Internacional das Artes José de Guimarães, curadoria Nuno Faria (col.) 2017; Um, Dois e Muitos: Uma ilha em exposição, curadoria Sarina Basta, Museu Carlos Machado, Ponta Delgada, São Miguel, Açores (2016); Transmission, Recréation et Repétition, Palais des Beaux-arts, Paris, curadoria Sarina Basta (col.) (2015); Focus: Drawings for use, Festival ofEphemeral Art, Sokolovsko, Polónia (2013); Cabana de Leitura, Biblioteca do Um, Dois e Muitos, Trienal de Arquitectura, Lisboa; A Grande Saúde, Fundação EDP, curadoria João Pinharanda, Lisboa (2012), Objectos de Errância, Museu do Chiado (2011); Mise à nu par l’action, Centre Culturel Calouste Gulbenkian, Paris (2009).

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Mathilde Verlaine (17 anos de idade em 1870): Muitas seriam as dificuldades num casamento com Verlaine, apesar das elegias de La Bonne Chanson. Mathilde vive porém os seus tumultos como heroína de um romance negro, não poupa nenhuma sombra ao retrato de Rimbaud que sairá mais tarde de entre as páginas de Mémoires de Ma Vie (1935). Em 1874 está separada, em 1885 divorciada. Mas apesar de já ser Mme Delporte, não se esquece de que foi um dia Mme Verlaine: sempre que pode escreve, fala, recorda, retoca até mais não poder a imagem do anjo atraído à cova dos leões. Quando só fala de si, os olhares distraem- -se: do seu livro extenso hoje são lidos com atenção dois ou três capítulos — a breve passagem pelos braços de Verlaine, a humilhação perante a ditadura de um obstinado «rival». [Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Destinado na literatura a domador de perigos, Maurice Renard desde cedo se imaginou […] como um escriba de milagres.

Tinha nascido no último dia de Fevereiro de 1875; e, segundo consta no seu registo baptismal, em Châlons-sur-Marne; mas perto de Reims, em Hermonville, é que ele viveu a sua infância apertada pela severidade das tradições e dos preconceitos, incitada a seguir um tom de família visto como superior exemplo de prestígio social; a amar aquele luxo de magníficos cavalos; a saber-se servido pela comodidade de um grande número de bem treinados empregados domésticos.

Desviado para Paris como aluno da privilegiada instrução da escola Monge, mostrou-se primeiro classificado em composição francesa e… quem tal diria… em ginástica. E é nesta distância, neste descanso das regras familiares de Hermonville, que ele se arrasta para lá de Sindbad e chega ao Edgar Poe tão bem recriado por Baudelaire; que está numa intimidade de leitura com as imaginações de Hoffmann e com o lobisomem de Erckmann-Chatrian. Renard cumpre «o dever» de um bacharelato em letras e em filosofia; e, depois dele, um outro em estudos de Direito que não conclui porque muito pouco lhe dizem os advogados e os tribunais; chega também a pressentir-se militar, mas a rigidez hierárquica dos exércitos refaz-lhe antigas e pouco apetecíveis sensações de Hermonville que não se conciliam com o seu desejo de liberdade.

[…] voou na vida até ao 18 de Novembro de 1939; o dia em que foi vítima das consequências de uma operação cirúrgica menos eficaz do que a outra, a do pianista que ele celebrizou em As Mãos de Orlac. Ficou no cemitério da ilha de Oléron — um ventoso sul de França que em dias passados oferecia ostras aos seus prazeres da mesa, e ao seu sono noites batidas pelo som do mar; o mar que ali parece exprimir-se com uma insondável revolta — e não dá descanso às suas costas selvagens.

[Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Nasceu em 1960, em Rodes, na Grécia.

Desde 1985, tem trabalhado como cartoonista editorial em jornais e revistas gregos. Trabalha atualmente no jornal Efimerida ton Syntakton. Colabora também com o Courrier International e a Caglecartoons.

Tem participado em muitas exposições individuais e coletivas na Grécia e no estrangeiro. Ganhou o Grand Prix do World Press Cartoon (2013) e tem sido premiado em vários concursos de cartoons nas Nações Unidas, Espanha, Bélgica, Itália, Turquia, Irão, Grécia, etc.

Faz ilustração de livros infanto-juvenis e foi premiado com o Illustration Prize of IBBY Grécia 2002, e com o 1.º Prémio Design and Illustration 2005.

É membro da Athens Journalists Union, membro fundador da Greek Cartoonists Association e membro da associação internacional Cartooning for Peace.

Desde 2011, tem trabalhado em projetos inovadores para a utilização de cartoons no sector da Educação. 

Livros relacionados
 
 

Nasceu em Lisboa em 1964. Vive e trabalha em Nova Iorque e Lisboa.

Licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (1992), entre 1994 e 1996 fez o Master of Fine Arts, na School of Visual Arts de Nova Iorque. É doutorado pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2014), onde ingressou como assistente em 2002.

Expõe com regularidade desde 1991, incluindo as exposições realizadas no Visual Arts Museum (curadoria de Klaus Kertess); na Frieda and Roy Furman Gallery, Walter Reade Theater, Lincoln Center e na Storefront for Art and Architecture, em Nova Iorque. Também expôs no MUDAM, Luxemburgo; no Museu do Chiado; no CAM - Gulbenkian (curadoria de Nuno Crespo) e na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa; na Laure Genillard Gallery, Londres; na Fundação RAM, em Roterdão e na Fundação de Serralves, Porto.

Em 2018, com a curadoria de Maria do Mar Fazenda, realizou a exposição «Spielraum» (momento 1 e momento 2) na galeria Águas Livres, em Lisboa, incluindo uma publicação com o mesmo título. A sua obra está representada em várias colecções públicas, bem como instalações permanentes na Ross School of Business, University of Ann Arbor, Michigan, EUA e na Faculdade de Direito, Universidade de Lisboa.

Livros relacionados
 

Castelo Branco, 1963. Estudou Pintura na FBAUL; é professor do Ar.co desde 1989, responsável pelo Departamento de Desenho e Pintura desde 1994. Vive e trabalha em Lisboa.

Expõe individualmente desde 1989. Participou em três importantes exposições internacionais de arte portuguesa: "Portugal Agora, Portuguese Contemporary Art", Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean, Luxemburgo, 2007; "Situation Zero, Recent Portuguese Visual Arts", Yerba Buena Center for the Arts, São Francisco, EUA, 2001; "Tríptico, Europália 91 – Portugal", Museum Van Hedendaagse Kunst, Gent, Bélgica, 1991.

Está representado nas seguintes colecções públicas: Ar.Co; Caixa Geral de Depósitos; CAM- Fundação Calouste Gulbenkian; Fundação Carmona e Costa; Fundação EDP; Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento; Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean, Luxemburgo; Museu de Arte Contemporânea, Funchal; Museu de Arte Moderna, Fundação de Serralves.

Livros relacionados
 
 
 
 
 
 

É membro do CLEPUL – Centro de Literaturas e Culturas Europeias e Lusófonas da Universidade de Lisboa, publicou, nos últimos anos os ensaios Introdução à Cultura Portuguesa (2011), O Pensamento Português Contemporâneo. 1890-2010 (2011), Nova Teoria do Mal (2012), Romance Português Contemporâneo. 1950-2010 (2012), Nova Teoria da Felicidade (2013), Comentário a «Mensagem» de Fernando Pessoa (2013), Nova Teoria do Sebastianismo (2014), O Futuro da Religião (2014), Manifesto em Defesa de uma Morte Livre (2015), Portugal – Um País Parado no Meio do Caminho. 2000-2015 (2015), O Teatro na Cultura Portuguesa do Século XX (2016), Nova Teoria do Pecado (2017), Traços Fundamentais da Cultura Portuguesa (2017) e Fátima e a Cultura Portuguesa (2018). Recebeu o Prémio Revelação de Ficção da Associação Portuguesa de Escritores (APE); Prémio Revelação de Ensaio da APE; Prémio Fernando Namora de Literatura; Prémio Ficção Ler/Círculo de Leitores; Prémio Ficção da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), Prémio Jacinto do Prado Coelho da Associação Portuguesa de Críticos Literários e, em conjunto com Filomena Oliveira, o Grande Prémio de Teatro do Teatro Aberto/SPA.

Livros relacionados
 
 

É doutorado em Economia pela Universidade de Évora e mestre e licenciado em Economia pela NOVASBE, Portugal. É professor auxiliar no Departamento de Economia na Universidade de Évora, membro integrado do CICP – Centro de Investigação em Ciência Política, e membro do CEFAGE – Centro de Estudos de Formação Avançada em Gestão e Economia, da Universidade de Évora. Foi igualmente director de departamento durante cinco anos.

As suas áreas de especialização são a macroeconomia, a economia política, o crescimento e desenvolvimento económico, a reforma da terra, as organizações internacionais, ambos com um foco teórico e aplicado à Europa e América Latina.

Os seus últimos livros co-editados são Globalization and Agriculture: Redefining Unequal Development, pela Rowman & Littlefield, USA, e Challenges and Opportunities for Eurozone Governance, também com uma tradução portuguesa, pela Sílabo. Co-editou, em 2021, Economic Globalization and Governance, pela Springer.

Sobre as alterações climáticas publicou vários capítulos de livro, sendo o mais recente: Caleiro A.B., de Sousa M.R., de Oliveira I.A. (2019) «Global Development and Climate Change: A Game Theory Approach». In: Sequeira T., Reis L. (eds.) Climate Change and Global Development. Springer, Cham, 15-31. http://dx.doi.org/10.1007/978-3-030-02662-2_2

Foi membro da Avaliação do Impacte do «Cédula da Terra» com o Banco Mundial e o Ministério da Agricultura do Brasil. Foi seleccionado para o painel de audição do primeiro-ministro de Portugal sobre a retoma da actividade económica no pós-Covid-19, em 14 de Abril de 2020 e, sobre o PRR — Plano de Recuperação e Resiliência, em 12 de Outubro de 2020.

É um leitor voraz, gosta de se exercitar, nomeadamente, de correr e fazer ciclismo ocasional.

Livros relacionados
 

N. Braga, 1970. Vive e trabalha em Lisboa. http://www.migso.net/

Licenciado em Design de Equipamento, Faculdade de Belas-Artes, Lisboa (1989-1995), após formação em fotografia no Ar.Co, Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa (1989-1990) e formação em desenho, com Manuel San Payo, Galeria Monumental, Lisboa (1989-1990), é doutorando em Arte Contemporânea pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra (2010-presente). Profissionalmente, além da docência, actividade que exerce desde 2006, na Universidade do Algarve, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Universidade de Évora e Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, tem mantido uma regular carreira artística, expondo colectivamente desde 1898 e, individualmente, desde 1991, em Portugal e no estrangeiro.

Foi vencedor do prémio BES Photo 2007.

A sua obra está representada em várias colecções públicas e privadas em Portugal e no estrangeiro.

 

 

B. Braga, 1970. Lives and works in Lisbon. http://www.migso.net/

Miguel Soares graduated in Equipment Design from the Faculty of Fine Arts, Lisbon (1989-1995) after training in photography at Ar.Co, Arts and Visual Communication Centre, Lisbon (1989-1990) and training in drawing, with Manuel San Payo, at the Galeria Monumental, Lisbon (1989-1990). He is completing a doctorate in Contemporary Art at the College of Arts of the University of Coimbra (2010-present). Professionally, he has also taught, since 2006, at the University of Algarve, the Faculty of Sciences and Technology of the University of Coimbra, the University of Évora and the Faculty of Fine Arts of the University of Lisbon, he has maintained a regular artistic career, exhibiting collectively since 1989 and solo since 1991, in Portugal and abroad.

He was the winner of the BES Photo prize in 2007.

His work is represented in various public and private collections in Portugal and abroad.

Livros relacionados
 
 
 
 
 
 
 

Nasceu em Santarém, em 1979 e viveu em Almeirim e em Lisboa. Mora numa aldeia do concelho da Sertã.

Estudou desenho no AR.CO e fez um curso de Técnico de Biblioteca e Documentação.

Em 2008 estreia-se com o livro Contra a Manhã Burra (edição de autor) e faz sair, também nesse ano, Quando Escreve Descalça-se (edição Trama Livraria). Santo Subito, de 2010 (edição de autor), pertence, como os anteriores, à colecção “Os Carimbos de Gent”, à qual acrescenta outros dois títulos em 2012: Ensinar o Caminho ao Diabo e Um Lugar a Menos (edições de autor). No mesmo ano publica ainda Aqui Podia Viver Gente, com ilustrações de Bárbara Assis Pacheco (Primeiro Passo). Tojo: Poemas Escolhidos (Relógio D’Água) e Supremo 16/70 saem em 2013 (Artefacto). Em 2015 vem a lume Persianas (Tinta-da-china).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Mme Verlaine (58 anos de idade em 1870): Adiantada no casamento, consegue ter um filho. Paul habituou-se a ver três fetos que o vigiavam em grandes frascos de éter, guardados pela morbidez materna numa prateleira como testemunho de um drama em três fracassos que o precedeu. (O poeta virá a parti-los muito mais tarde, num ataque de fúria.) Viúva abastada com 400 000 francos de renda, nem por isso desistiu de coleccionar: restos de comida, roupas no fio, dinheiro que ia fugindo aos sobressaltos, com as exigências de um filho boémio. No fim da vida estava quase arruinada. Costumava dizer-me durante as nossas cenas, escreve Verlaine nas Confissões: «Vais ver, tantas me fazes que um dia vou-me daqui sem nunca mais saberes onde estou. E foi de Arras descida pela janela de uma casa de portas estreitas, morta. Desapareceu! E o resto do meu sonho perde-se na angústia crescente de uma infinita e vã procura…» [Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 

Publicista brasileiro filho de imigrantes judeus russos, Moacyr Scliar (Porto Alegre, 1937-2011) foi médico de formação. A licenciatura em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul serviu de inspiração para o livro de estreia, Histórias de um médico em formação (1962). Contista, cronista e romancista, ficcionalizou, com frequência, a sua atividade médica e a cultura da comunidade judaica, em que foi criado, além de contar com incursões pela literatura fantástica. Publicou mais de setenta livros, entre eles O centauro no jardim (1980), que lhe valeu o Prémio da Associação Paulista de Crítica de Arte, ou O olho enigmático (1986), um livro de contos que conquistou o tão cobiçado Prémio Jabuti (1988), o qual voltaria a ganhar com os romances Sonhos tropicais (1993), A mulher que escreveu a Bíblia (2000) e Manual da paixão solitária (2009). É um dos autores brasileiros mais traduzidos. (Página oficial do autor: www.moacyrscliar.com)

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Es Profesora Titular de Filosofía Política en la Universidad de Navarra. Es investigadora principal del proyecto «Religión y sociedad civil» del Instituto Cultura y Sociedad. Es directora de la revista Anuario Filosófico. Sus principales libros son: La política revolucionaria de John Locke, Madrid: Tecnos, 2015; Poder, gobierno, autoridad. La condición saludable de la vida política (Madrid: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2015); The Political Discourse of Carl Schmitt. A Mystic of Order (Lanham: Rowman & Littlefield, 2015); Ficciones políticas: el eco de Thomas Hobbes en el ocaso de la modernidad (Buenos Aires, Madrid: Katz, 2012); El nomos y lo político: la filosofía política de Carl Schmitt (Pamplona: Eunsa, 2007, 2.ª ed.); Carl Schmitt und Álvaro d’Ors Briefwechsel (Berlín: Duncker & Humblot, 2004) (mherrero@unav.es).

Livros relacionados
 

Musa paradisiaca é um projecto artístico de Eduardo Guerra (Lisboa, 1986) e Miguel Ferrão (Lisboa, 1986) centrado no diálogo. Tendo início em 2010, com a apresentação de um conjunto de ficheiros sonoros em www.musaparadisiaca.net, a prática de Musa paradisiaca tem vindo a pluralizar-se desde então. Em contexto discursivo, participativo ou expositivo, Musa paradisiaca pode ser definida pela produção de esculturas, filmes, desenhos e acções performativas, entre outras. Ao reunir diferentes entidades, praticantes, especialistas ou referências, sejam estes de cariz colectivo ou individual, Musa paradisiaca tem estabelecido uma afinidade de pensamento que partilha e revela várias vozes.

Entre as suas exposições individuais mais recentes destacam-se «The I of the Beeholder», Fundação Carmona e Costa, Lisboa (2020), «Cavazaque Piu Piu», Galeria Quadrado Azul, Porto (2019), «Curveball Memory», Galeria Municipal do Porto, Porto (2018), «Man with really soft hands», Galeria Múrias Centeno, Lisboa (2017) e Frieze, Londres (2017), «Masters of Velocity», Dan Gunn Gallery, Berlim (2016), «Alma-bluco», CRAC Alsace, Altkirch (2015), «Audição das máquinas», Kunsthalle Lissabon, Lisboa (2014) e «Audição das flores», Galeria 3+1 Arte Contemporânea, Lisboa (2014). O seu trabalho tem sido apresentado em diferentes contextos, entre os quais Whitechapel Gallery, Londres (2019); MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, Lisboa (2018); Haus der Kulturen der Welt, Berlim (2017); BoCA – Bienal das Artes Contemporâneas, Lisboa (2017); Vdrome, online (2017); ISELP, Bruxelas (2017); Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa (2017 e 2013); Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Guimarães (2016); Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto (2016 e 2015); Videoex Film Festival, Zurique (2015); Malmö Art Academy – Moderna Museet, Malmö (2015); Fondation d’Entreprise Ricard, Paris (2015); Palais de Tokyo, Paris (2013); Cinemateca Portuguesa, Lisboa (2013). 

 

 

Musa paradisiaca is an artistic project by Eduardo Guerra (Lisbon, 1986) and Miguel Ferrão (Lisbon, 1986). Founded in 2010, with the presentation of a set of podcasts at www.musaparadisiaca.net, Musa paradisiaca’s practice has been pluralized since. Within either discursive, participatory or in exhibition contexts, Musa paradisiaca can be seen to produce sculptures, films, drawings and performative actions, among others. While gathering different entities, practitioners, experts or references, be they collective or individual, Musa paradisiaca establishes an affinity of thinking that shares and reveals many voices.

Recent solo exhibitions include “The I of the Beeholder”, Fundação Carmona e Costa, Lisbon (2020), “Cavazaque Piu Piu”, Galeria Quadrado Azul, Porto (2019), “Curveball Memory”, Galeria Municipal do Porto, Porto (2018), “Man with really soft hands”, Galeria Murias Centeno, Lisbon (2017), and Frieze, London (2017), “Masters of Velocity”, Dan Gunn Gallery, Berlin (2016), “Alma-bluco”, CRAC Alsace, Altkirch (2015), “Machines’ audition”, Kunsthalle Lissabon, Lisbon (2014), “Flowers’ audition”, 3+1 Arte Contemporânea, Lisbon (2014). Their work has been presented in different contexts, including Whitechapel Gallery, London (2019); MAAT – Museum of Art, Architecture and Technology, Lisbon (2018); Haus der Kulturen der Welt, Berlin (2017); BoCA – Biennial of Contemporary Arts, Lisbon (2017); Vdrome, online (2017); ISELP, Brussels (2017); Calouste Gulbenkian Museum, Lisbon (2017 and 2013); José de Guimarães International Art Centre, Guimarães (2016); Serralves Museum of Contemporary Art, Porto (2016 and 2015); Videoex Film Festival, Zurique (2015); Malmö Art Academy – Moderna Museet, Malmö (2015); Fondation d’Entreprise Ricard, Paris (2015); Palais de Tokyo, Paris (2013); Cinemateca Portuguesa, Lisbon (2013).

Livros relacionados
 
 
 
 

De ascendência grega, nasceu em Lisboa em 1931.

Frequentou o curso de Arquitectura, que abandonou para se dedicar à pintura, actividade que manteve regularmente.

Começou por expor em 1948, nas Exposições Gerais de Artes Plásticas e, desde então, realizou diversas exposições individuais e participou em diversas colectivas, em Portugal e no estrangeiro.

Além da pintura a óleo, como actividade dominante, dedicou-se à litografia, serigrafia e ilustração de livros. Entre outras obras, ilustrou Quando os Lobos Uivam, de Aquilino Ribeiro (Livraria Bertrand, 1958) e Andamento Holandês, de Vitorino Nemésio (Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1983). Executou litografias para o Congresso de Psicanálise de Línguas Românicas (1968) e para o Cinquentenário do Banco Português do Atlântico (1969). Executou serigrafias para Kompass (1973).

Obteve a Bolsa Malhoa da Sociedade Nacional de Belas-Artes (1963).

É autor de um dos painéis do café A Brasileira do Chiado (1971) e participou na execução do painel comemorativo do 10 de Junho de 1974.

Foi-lhe concedido um subsídio para investigação pela Fundação Calouste Gulbenkian (1976-77).

O Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian mostrou uma exposição antológica da sua pintura, completada com uma retrospectiva da obra gráfica e guaches na Sociedade Nacional de Belas-Artes (1985).

Foi-lhe atribuído o prémio da crítica AICA – SEC (1990).

Apresentou no Palácio Galveias (CML) uma antologia de desenhos realizados entre 1985 e 1993 (1993).

O Museu do Chiado realizou uma retrospectiva de retratos (1955-1974) (1996).

O Museu de Arte Moderna da Fundação de Serralves apresentou a exposição antológica «Prospectiva 1966-2000» (2000).

Foi-lhe atribuído o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (2005).

Realizou um painel em cerâmica para o Metropolitano de Lisboa (2005).

A Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva apresentou a série de pinturas «Quartos Imaginários», relativa a quartos de dormir e a ateliers de diversos pintores e poetas (2006).

Foi-lhe atribuído o Prémio de Arte Casino da Póvoa (2006).

Foi realizado para a televisão um filme documental sobre o conjunto da sua obra (2007).

Realizou no Centro Cultural de Cascais a exposição «Desenho a Preto e Branco e a Cores», abrangendo a obra gráfica entre 1958 e 2009 (2009).

Realizou a pintura Paisagem – Bandeira Portuguesa, alusiva à Bandeira Nacional e integrada nas Comemorações do Centenário da República (2009).

O Museu Coleção Berardo apresentou a exposição antológica Presente e Passado, 2012-1950 (2012).

Foi-lhe atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores o Prémio de Artes Visuais (2013).

Apresentou na Casa Fernando Pessoa a série de guaches «Lago de Cobre» e a série de desenhos «Estudos de Intenção Transcendente» (2014).

Ilustrou a revista Colóquio Letras dedicada a Almada Negreiros (2014).

Apresentou na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva a série, desenvolvida a partir de 2014, «Paisagens Ocultas — Apologia da Pintura Pura» (2017).

Publicou textos de intervenção crítica em diversos jornais e revistas.

Morreu em Lisboa no dia 26 de Agosto de 2020.

 

 

 

 

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa, em 1974.

É escritor e guionista para cinema, dramaturgo, autor de programas radiofónicos e televisivos. É colaborador permanente da revista Ler, onde assina o espaço Provedor do Leitor.

Principais obras publicadas: Vou Emigrar para o meu País (Escrit’orio Editora, 2014), Às vezes é um insecto que faz disparar o alarme (Companhia das Ilhas, 2012), Trabalhos Paixões de Fernando Assis Pacheco (biografia, Tinta da China, 2012), Melancómico – O Livro (aforismos, Escritório, 2011), Melancómico – Aforismos de Pastelaria (aforismos, Guerra e Paz, 2007), O Inferno do Condomínio (crónica/ficção, Gradiva, 2006), Os Dias Não Estão para Isso (poesia, Livramento, 2006), Problemas de Agenda e Trabalhador Independente (teatro, in Urgências, Livros Cotovia, 2006), Desejo Casar (colectivo, crónicas, Verso da Kapa, 2006), Dez Regressos (ficção, Salamandra, 2004). Em 2016, pela Quetzal, lançou o seu primeiro romance: Céu Nublado com Boas Abertas, obra escrita a partir de um livro do avô e da relação profunda com os Açores.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 

 

É curador independente e professor convidado na Escola Superior de Design das Caldas da Rainha e na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa. Trabalhou no Instituto de Arte Contemporânea do Ministério da Cultura de Portugal (1997-2003) e na Fundação Calouste Gulbenkian (2003-2009). Viveu e trabalhou no Algarve entre 2007 e 2012, onde fundou (em Loulé, em 2009) o projecto Mobilehome – Escola de Arte Nómada, Experimental e Independente. Foi diretor artístico do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Guimarães (2013-2019) e do Museu da Cidade do Porto (2019-2022).

Livros relacionados
 

Doutorado em Filosofia — Epistemologia e Filosofia do Conhecimento — (2012) pela Universidade Nova de Lisboa, licenciou-se em Filosofia (2004) e em Direito (1998) pela Universidade de Coimbra.

Investigador Pós-Doc (FCT) do Instituto de Filosofia da Nova, estuda as questões estéticas, epistemológicas e éticas da utilização da experiência sonora no contexto das práticas artísticas contemporâneas. Como membro da CulturLab, tem contribuído com trabalhos sobre Arte, Crítica e Experiência Estética, centrando-se sobretudo nas questões relativas à experiência da cidade.

Entre outras publicações e artigos, destaque para: tradução, apresentação e notas de Antoine Arnaud & Pierre Nicole, A Lógica ou A Arte de Pensar, colecção «Textos Clássicos», Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2016; Maria Filomena Molder, Diana Soeiro & Nuno Fonseca (Eds.), «Morphology: Questions of Method and Language», Lisbon Philosophical Studies – Uses of Language in Interdisciplinary Fields, Vol. 3, Bern, Berlin, Bruxelles, Frankfurt am Main, New York, Oxford, Wien: Peter Lang AG, Internationaler Verlag des Wissenschaften, 2013; Nuno Fonseca, «Hitting the ‘Play’ Button: the aesthetic values of videogame experience» in Itinera - Rivista di filosofia e di teoria delle arti, nº 11 (2016), pp. 75-96; Fonseca, Nuno, «Dar a ouvir a cidade: o valor estético das paisagens sonoras quotidianas» in Interact: Revista Online de Art, Cultura e Tecnologia, # 22-23 (Fevereiro a Julho 2015).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Poeta, ensaísta, tradutor e professor universitário (aposentado), Nuno Júdice (n. 1949) formou-se em Filologia Românica e doutorou-se em Literatura Medieval, dedicando-se desde então ao estudo da literatura portuguesa e da teoria literária. Foi conselheiro cultural e diretor do Instituto Camões em Paris (1997-2004) e dirige desde 2009 a revista Colóquio-Letras. Conta com mais de 70 obras publicadas, entre poesia, ficção e ensaio. Em 2022 celebraram-se cinquenta anos desde a publicação do seu primeiro livro de poesia. A sua extensa obra tem acumulado os mais diversos prémios, tanto nacionais como internacionais, de que se destacam o Prémio Pen Clube (1985), o Prémio D. Dinis (1990), o Prémio Fernando Namora (2004), o XXII Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana (2013), o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (2021) ou o 1573 International Poetry Award (2022). Nuno Júdice traduz sobretudo poesia e texto dramático, tanto do francês como do espanhol. Do inglês traduziu Emily Dickinson.

Livros relacionados
 
 

(Lisboa, 1976) vive e trabalha em Santarém.

Expõe individualmente com regularidade desde 2000. Das suas exposições individuais mais recentes destacamos: «café central», Galeria Juan Silió, Madrid, Espanha (2021); «dois anos e meio», Balcony Contemporary Art Gallery, Lisboa (2019); «¿A qué hora comienza la revolución?», Galería Juan Silió, Santander, Espanha (2017) e «1440 minutos», Galeria Baginski, Lisboa.

Participou em inúmeras exposições colectivas, entre as quais: «Alianza del ojo y del alma», Centro Cultural Los Arenales, Biblioteca y Archivo de Cantabria, Santander, Espanha (2019); «Crónicas del mundo actual», Fundación Valentín de Madariaga, Sevilha, Espanha (2018); «O que eu sou», MAAT, Lisboa (2017); «Portugal em Flagrante, Operação 1, 2 e 3», Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa (2017); «Rehabitar el espacio: presente, passado y futuro», Colección DKV, Museo Lázaro Galdiano, Madrid, Espanha.

Os seus trabalhos estão presentes em diversas colecções, nomeadamente na Fundação Calouste Gulbenkian, IVAM, MAAT, FLAD, Fundación Hortensia Herrero, Colección Norte de Arte Contemporáneo, Fundación Focus-Abengoa, Fundació Sorigué, Colección DKV, Fundação Bienal de Cerveira, Museo de Arte Moderno y Contemporáneo de Santander, Liberty Seguros, Colección olorVISUAL, Colección ACB, Juan Uslé, entre outras.

Livros relacionados
 
 

Nasceu em Lisboa, em 1969. Como ilustrador editorial colaborou praticamente com toda a imprensa escrita portuguesa, com destaque para o Expresso, Observador, Público ou TimeOut Lisboa. Com Júlio Pinto criou as séries em BD Filosofia de Ponta, Arnaldo, o Pós-Cataléptico e A Guarda Abília. Nos últimos anos publicou com João Miguel Tavares A Crise Explicada às Crianças (Esfera dos Livros) com versão grega (Patakis Publications); ilustrou o livro Caríssimas 40 Canções – Sérgio Godinho e as Canções dos Outros (Abysmo); Isto É um Assalto, com Francisco Louçã e Mariana Mortágua (Bertrand) e Aníbal Milhais – O Soldado Milhões, texto de José Jorge Letria (Pato Lógico). Desenhou as Festas de Lisboa que animaram arraiais desde 2014 até hoje. O seu livro Tudo Isto É Fado! (Museu do Fado) foi galardoado com o prémio Melhor Livro de BD 2016 (FIBDA). Ganhou o agora regressado concurso a Bolsas de Criação Literária na modalidade BD por despacho do Ministro da Cultura e homologado pelo Diretor-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, 2018. É atualmente docente na escola de artes e comunicação Ar.Co onde ajudou a criar vários workshops nas áreas de ilustração, BD, cinema e cartoon político. Por estes dias tem-se dedicado também à pintura mural e já conta com seis obras espalhadas pela cidade de Lisboa.

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 

Nasceu em Lanús, Província de Buenos Aires, em 1943.

Depois de estudar na Escola Pan-Americana de Artes, começou a trabalhar em animação aos 16 anos. Ao mesmo tempo, a sua carreira aventurou-se na publicação de desenhos humorísticos para revistas satíricas, como a Tía Vicenta, na ilustração de livros e na pintura. Em 1969, viajou para a Europa, onde trabalhou como ilustrador em Espanha e Itália antes de se radicar em Londres, em 1971, onde retomou a sua carreira como animador.

Durante os anos seguintes, Oscar dirigiu e animou inúmeros anúncios publicitários, bem como curtas-metragens animadas, incluindo Seaside Woman, com música de Linda e Paul McCartney, que receberam a Palma de Ouro em Cannes em 1980.

Nesse mesmo ano, Oscar fundou a Klactoveesedstene Animations com Ted Rockley. O seu trabalho na área da ilustração e da pintura continua e, ao longo dos anos, realizou exposições na Argentina, em Espanha, Itália, França e Reino Unido, além de publicar os seus desenhos diariamente em vários blogues e no facebook.

 

Fotografia: Cruickshank.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu em 1960 em Santa Clara, Cuba. Formou-se na Academia de Belas-Artes San Alejandro e no Instituto Superior de Arte em Havana. Começou a sua carreira em 1975, no jornal humorístico Dedeté no seu país natal. Foi cartoonista editorial do jornal A Tarde (2002-2017), em Salvador, Bahia, Brasil. Em 1994 recebeu a Distinção pela Cultura Nacional do Ministério de Cultura da República de Cuba. Em 1995 mudou-se para o Brasil, onde se naturalizou brasileiro. Os seus desenhos têm sido publicados em inúmeras revistas e jornais de todo o mundo. Entre os seus prémios destacam-se: Primeiro Prémio Perenquén de Oro, VII Bienal de Caricatura y Dibujo Humorístico de Tenerife, Ilhas Canárias, Espanha (2002); Primeiro Prémio (Gag Cartoon), World Press Cartoon 2009, Sintra, Portugal (2009); Terceiro Prémio, The United Nations Correspondents Association, Ranan Lurie Political Cartoon Award for the Year, Nova Iorque, EUA (2005-2010); Prémio de Jornalismo Vladimir Herzog de Amnistia e Direitos Humanos (categoria Artes), São Paulo, Brasil (2017).

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 

[…] Romain Rolland:

«Nos primeiros dias de Janeiro de 1921, foi-me entregue uma carta que vinha do Hospital de Nice. Tinha sido encontrada no corpo de um desesperado que acabava de dar um golpe na garganta. Havia poucas esperanças de que ele sobrevivesse ao ferimento. Li-a e fui invadido pelo tumulto do génio. Um vento que queimava na planície. Era a confissão de um novo Gorki dos países balcânicos. Conseguiram salvá-lo. Eu quis conhecê-lo. Encetámos uma correspondência. Ficámos amigos.

«Chama-se Istrati. Nasceu em Braila, em 1884, filho de um contrabandista que ele não conheceu e de uma camponesa romena, uma admirável mulher com uma vida de trabalho sem tréguas que lhe foi dedicada. Apesar do afecto que tinha por ela, aos doze anos deixou-a, dominado por um demónio da vagabundagem, ou antes, pela devoradora necessidade de conhecer e amar. Vinte anos de vida errante, de extraordinárias aventuras, de extenuantes trabalhos, de vadiagens e sofrimento, queimado pelo sol, encharcado pela chuva, sem pousada e perseguido pelos guardas nocturnos, esfomeado, doente, possuído por paixões e a morrer de miséria. Trabalha em todas as profissões: empregado de café, pasteleiro, serralheiro, caldeireiro, mecânico, servente de pedreiro, cabouqueiro, descarregador, criado, homem- sanduíche, pintor de tabuletas, pintor de paredes, jornalista, fotógrafo… Durante um tempo participa em movimentos revolucionários. Percorre o Egipto, a Síria, Jaffa, Beirute, Damasco e o Líbano, o Oriente, a Grécia, a Itália, muitas vezes sem dinheiro, uma vez a esconder-se num barco onde é durante o caminho descoberto, e de onde é na primeira escala atirado para a costa. Está destituído de tudo mas armazena uma porção de memórias e acontece-lhe com frequência enganar a fome a ler com voracidade, sobretudo os mestres russos e os escritores do Ocidente.

«É um contador de histórias nato, um contador de histórias do Oriente que encanta e se comove com as suas próprias narrativas; e de uma tal forma se prende a elas, que uma vez começada a história ninguém sabe, nem ele próprio sabe, se vai durar uma hora ou mil e uma noites. O Danúbio e os seus meandros… Este genial contador de histórias é tão irresistível, que na carta escrita na véspera do suicídio interrompe duas vezes os lamentos desesperados para narrar duas histórias humorísticas da sua vida passada.

«Decidi anotar uma parte destas narrativas; ele comprometeu-se a executar uma obra de grande extensão, com dois volumes já neste momento escritos. É uma evocação da sua vida; e a obra poderia ser, como a sua vida, dedicada à Amizade, porque ela é neste homem uma paixão sagrada. Ao longo de todo o seu caminho ele pára perante a memória das figuras que encontra; todas têm o enigma do seu destino, que ele tenta penetrar. E cada capítulo do romance forma como que uma novela. Nos volumes que eu conheço, três ou quatro destas novelas são dignas dos mestres russos. Diferem deles pelo temperamento e pela luz, pela decisão do espírito, por uma graça trágica, essa alegria do contador de histórias que liberta a alma oprimida.

«E devemos também lembrar-nos de que o homem que escreveu estas páginas tão vigilantes só aprendeu o francês há sete anos, a ler os nossos clássicos.» 

[…]

Em 1929, anti-soviético e de novo na França, sentiu que devia escrever um livro político, exterior à saga zograffiana, o que veio a chamar-se Em Direcção a Outra Chama. E se o desiludido Céline escreveu em condições idênticas Mea Culpa, e se o desiludido André Gide escreveu Regresso da URSS e Retoques ao meu Regresso da URSS, Istrati ultrapassou-os na incendiária indignação sobre «prisões em guetos», «asilos psiquiátricos», «gangrena totalitária», no «homem explorado pelo homem» na «burocracia, expressão maligna do poder estalinista».

Isto teve, como era de prever, desagradáveis consequências. O «Istrati-traidor» viu-se apontado e vilipendiado por uma esquerda francesa onde ainda não havia Sartre; recebeu uma carta de Romain Rolland, que era uma carta de «separação» (só voltariam a corresponder-se em Março de 1935); sentiu-se numa França hostil que lhe cuspia, que lhe voltava a cara, que o fez regressar à Roménia, o seu país natal, onde foi sentido como um grande escritor.

Mas este prestígio nas letras romenas não chegava para o seu sonho de viver com folga material, sustentado apenas pelos direitos devidos à sucessiva publicação da sua obra literária. Não tardou que sentisse a realidade de um Istrati mal pago (ou mesmo não pago); e que se visse obrigado a um trabalho menor, o que fazia dele um leitor de manuscritos de leitura fácil, destinados a uma editora de romances populares.

Panait Istrati já não tinha mais histórias da sua vida para contar; a saga de Adrien Zograffi tinha chegado literariamente ao fim. E a sua saúde, com progressos sub-reptícios de uma velha e persistente tuberculose, internou- o com muito maus prognósticos num hospital de Bucareste.

Morreu em 16 de Abril de 1935. Tem uma lápide no cemitério de Bellu, em Bucareste, aonde foi parar sem serviços religiosos. A sua fama política incomodava a ortodoxia romena. Tinha escrito Em Direcção a Outra Chama? Sim, mas era ainda assim «um comunista».

[Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 
 
 
 
 

Patricia Delayti Telles nasceu no Brasil mas já é quase portuguesa. Investigadora do Centro de Estudos de Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP) da Universidade de Coimbra e do Centro de História da Arte e Investigação Artística da Universidade de Évora (CHAIA/UE), instalou-se no Alentejo há mais de dez anos, onde adoptou a cidade de Borba e dois gatos...

Doutora em História da Arte (2015), fez Mestrado em Arts Administration pela Columbia University (Nova Iorque, 1996). Licenciou-se em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ, 1988), onde fez como pós-graduação uma especialização em História da Arte e Arquitetura no Brasil (1989).

Completou a investigação sobre o conde da Barca, o cavaleiro Brito e a sua relação com os artistas da “missão” francesa ao Brasil, graças a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian (2015/2016) e à simpatia de cariocas e minhotos.

Venceu em 2011 o Dahesh Museum Prize da Association of Historians of Nineteenth Century Art (AHNCA) por uma apresentação sobre retratos de D. Carlota Joaquina na City University of New York (CUNY). Em 2016, por sua tese de doutoramento, recebeu outro prémio: Fernão Mendes Pinto, da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP).

Atualmente, continua a estudar pintura em Portugal e no Brasil, entre finais do século XVIII e o início do XIX, mas graças a uma bolsa de pós-doutoramento da Fundação para a Ciência de Tecnologia (FCT) [SFRH/BPD/115974/2016] dedica-se particularmente aos retratos em miniatura e às suas relações no contexto da pintura internacional como vetores estéticos.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

Nasceu em Aix-en-Provence no dia 19 de Janeiro de 1839. Viveu e trabalhou entre a terra natal e Paris, o verdadeiro centro de gravidade da sua criação artística e da projecção que a obra teve no seu tempo e na posteridade. Manteve, desde a juventude, uma profunda amizade com Émile Zola, que não se cansou até o convencer da sua verdadeira vocação de pintor, levando-o a contrariar a vontade e os desígnios paternos. Na escola católica Saint-Joseph adquiriu uma sólida formação clássica. Aí conheceu Henri Gasquet, pai de Joachim Gasquet, o autor de O Que Ele Me Disse... Diz-nos Aníbal Fernandes, o tradutor e apresentador desta obra, que em 2012 veio a lume na Sistema Solar: «Embora Cézanne fosse amigo de infância do seu pai, Joachim só o conheceu em Abril de 1896 (o ano do retrato onde hoje o vemos, exposto na Galeria de Arte Moderna de Praga e com um aspecto difícil de associar aos vinte e três anos de idade que nessa altura ele tinha). Entre os dois houve um convívio intenso, os quatro anos de encontros e cartas que veremos reflectidos em O Que Ele Me Disse…, aos quais outros se sucederam de relativo afastamento até ao desacordo político que em 1904 definitivamente os separou.» Morreu em Aix-en Provence no dia 22 de Outubro de 1906. 

 

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Paul Verlaine (26 anos de idade em 1870): Um tempestuoso drama, fermentado com violência verbal e tiros, nasce na palavra e na inocência de algumas cartas. Tinha havido deambulações a dois — apaixonadas e complicadas com absinto: Paris, Bruxelas e Londres. O grande poeta estragava já um casamento e dispunha-se a coleccionar uma boa dose de hospitais e prisões. (Com Rimbaud muito longe, atrás de um silêncio inquebrável, feito pelo maior desprezo perante a literatura.) Os últimos anos foram vividos num Paris de sombra, dividido pelo álcool, por amores efémeros e pela devoção do terço. Quando lhe pediram um apontamento autobiográfico, meteu lá dentro isto: A sua mãe, que outro filho não tinha, quis fazer dele advogado ou engenheiro. Deu em poeta. Teria ela razão? [Aníbal Fernandes]

 

Livros relacionados
 

O seu pai tinha um sangue africano misturado, à boa maneira colonial, com sangue francês da ilha Maurícia, aquela que ficava lá em baixo, no Índico, a dois meses de navios lentos que chegavam de Marselha sem atravessar o Suez. E o seu sobrenome crioulo, que parecia soar menos bem como Tulete, foi afrancesado até ao Toulet prestigiado por senhores de terras que só a gesto largo podiam dar ideia de um vasto poder em plantações onde crescia e morria, a perder de vista, uma imensidade de canas-de-açúcar.

De um deles, casado com uma francesa da França que o afastava e aproximava com intermitências dos Baixos Pirenéus e de Béarn, é que nasceu Paul, segundo filho destinado a um contacto materno de poucos dias porque a sua mãe, entregue em Junho de 1867 a uma medicina provinciana e oitocentista, morreria das complicações de um parto que tudo teve para correr mal.

O pai Toulet, com exigências sopradas de muito longe pela ilha Maurícia, viu-se obrigado a entregar a sua filha e o seu filho a parentes dispostos a sustentá-los. Coube a Paul a tutela de um tio que nunca lhe fez esquecer o vazio da mãe inexistente, do pai esfumado atrás do oceano, da irmã que vivia afastada de si. Mais tarde, por escrito, lembrou-se de que tinha vindo ao mundo num Béarn de formosas pedras; com um ar tão puro que se fazia uma volúpia, quase um perfeito sofrimento, bastando por vezes respirar o que descia das montanhas. Mas isto compensava mal o que era, para ele, uma dolorosa e central ausência. Flutuava à minha volta uma presença confusa que eu não distinguia bem da água que corre, dos animais, das instáveis nuvens. Logo que aprendeu a escrever assinalou-a por todo o lado em papéis, em paredes, em tudo o que a sua mão ainda mal treinada tocava, e o seu lápis podia riscar: Aqui jaz Emma Toulet, que morreu poucos dias depois de o Paul nascer.

[…]

As suas outras obras literárias hoje apreciadas são póstumas. O romance La Jeune Fille verte é de 1920, publicado logo a seguir à sua morte; o seu livro de versos Contrerimes, um perito desequilíbrio de ritmos e rimas, só muito mais tarde foi admirado.

À sua saúde, cada vez mais exigente em cuidados, calharia bem uma esposa vigilante e sofredora, que aliviasse um peso às obrigações dos seus familiares. Dez anos antes de morrer, o seu desespero de vida descolorida e marginal já era insuportável. Metido numa casa dos subúrbios de Paris, gritava à sua irmã: Não tenho vontade de sair daqui. E não tenho, também, vontade de aqui continuar. Não tenho vontade de nada, de viver e ainda menos de morrer. Adeus. Estou triste com estes jardins de subúrbio onde só crescem cacos de garrafa.

O que me resta fazer, senão casar-me?, diz em 1902 numa carta. Desde há várias horas penso nisto; gostaria de casar-me com uma viúva, porque uma mulher esclarecida vale por duas, o que me dispensaria, pelo menos uma vez, de a enganar. Em 12 de Junho de 1916 casa-se com Marie Vergon, que mostra nesse noivado a sua grande vocação para esposa-enfermeira. Instalado finalmente em Guéthary, na Aquitânia junto dos Pirenéus Atlânticos, foi-lhe concedida a companheira tardia e destinada a uma viuvez, se não com data marcada, pelo menos próxima. A senhora Debussy teve numa carta direito a esta acidulada franqueza: Farta de tratar de mim, a minha família casou-me; havia na Rafette qualquer coisa parecida com uma capela ou um oratório que nunca tinha servido para nada daquele género, e um padre jesuíta desocupado. […] Todos estavam com um ar de pessoas satisfeitas. Fazia um tempo de Junho muito agradável; e as senhoras choravam decentemente na prédica de circunstância.

O seu amigo ópio, uma penumbra de cortinados corridos, uma desarrumada companhia de jornais, livros e papéis, a gata Ubu-Reine e a grande vontade de mais um livro que se chamaria Le Meuble d’ébène acompanharam-no durante quatro anos. A hemorragia cerebral matou-o ao meio-dia de 6 de Setembro de 1920.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», A Minha Amiga Nane]

Livros relacionados
 
 
 

Doutorada em Filosofia pela Universidade de Lisboa, com a tese Ordem e Ser. Ontologia da Relação em Agostinho de Hipona (Lisboa, 2007). Investigadora no Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, tendo colaborado, mediante publicações e organização de colóquios internacionais, em vários projectos de investigação de âmbito internacional e interdisciplinar (v.gr.: História do Pensamento Filosófico Português, dir. Pedro Calafate; Filosofia, Medicina e Sociedade, dir. Adelino Cardoso). Realizou um programa de Pós-Doutoramento na Universidade de Lisboa, sobre a presença de Santo Agostinho na tradição ocidental, tendo analisado e traduzido neste âmbito obras de Anselmo de Canterbury, Petrarca e Lorenzo Valla. Desde 2009, é Investigadora Auxiliar no Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Tem participado em diversos colóquios internacionais nas áreas da Filosofia Medieval e Escolástica Ibérica e publicado diversos artigos. É membro de várias sociedades científicas para o estudo da filosofia medieval e renascentista. Dirige projectos de investigação em Escolástica Ibérica, no domínio da Metafísica, Ética e da Filosofia do Homem. 

Livros relacionados
 
 

É bacharel em Comunicação Social – Cinema, pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diplomata, vinculado ao Ministério das Relações Exteriores. Nessa qualidade, participou, em 2004, como membro da delegação brasileira, do processo negociador da Convenção da Unesco sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais. Serve atualmente no Secretariado Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), como Assessor Político-Diplomático. Publicou, em 1995, o ensaio Rimas do mundo – O ethos fabulador (Editora Sette Letras). Participou, em 2014, do livro Dimensões e desafios políticos para a diversidade cultural (EDUFBA), organizado por Paulo Miguez, José Márcio Barros e Giuliana Kauark.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Poeta e editor, nasceu em Lisboa no dia 19 de Setembro de 1953.

Começa a publicar versos aos dezanove anos de idade, ainda durante a ditadura. Da pouco mais de meia centena de títulos (não nobiliárquicos, apesar do seu espírito aristocrático) que se lhe conhecem, pode ler-se no livro Carmina [carmes], de 1995, um friso de vida literária entre surrealistas, relapsos e desertores.

A sua conflituosa passagem, quer pela imprensa periódica, ficando registada no livro Vaga (1990), quer pela estupidez crónica, com registo nos livros Judicearias e Corrida de Galgos com Lebre Mecânica (ambos de 2000), de par com os tumultos suscitados pela sua condução dos trabalhos de co-organizar e fazer imprimir a antologia poética Sião (1987), cobriram-no por um estigma público de "mau feitio" somente clarificado aquando da publicação do panegírico Narrativa, em 2009.

Paralelamente, é conhecido como editor da Frenesi, e aí - autodidacta filho de seu pai desenhador cartográfico - fez das artes gráficas uma girândola implacável no seio do nojo estético que pulula pelos escaparates das livrarias. Mas como filho de peixe para saber nadar precisa de seguir o cardume, cedo (logo em 1972) procurou e encontrou no mentor da casa & etc a esteira para os seus destino e deriva, de que deu há pouco notícia pessoal no livro de homenagem a Vitor Silva Tavares, & etc uma editora no subterrâneo.

De-novo-de-novo, há a assinalar os títulos das suas obras mais recentes (entre 2004 e 2012): novas versões de Gogh Uma Orelha Sem Mestre e de Asfalto, e Nas Alturas e O Homem Quase Novo, que fecham o ciclo-frenesi; de regresso aos velhos hábitos, publica consecutivamente na & etc A Escrita (2010), Averbamento (2011) e Versos Abrasileirados (2012).

Edições mais recentes: A Morte dos Outros (Companhia das Ilhas, 2014), Voici la Poésie ce Matin (Averno, 2014), Cal (Averno, 2015), Narrativa (Alambique, 2016), A Céu Aberto (Averno, 2017).

Por último: contra a vontade governamental, continuará a escrever na língua portuguesa.

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

É professor, ensaísta e curador; presidente da Associação Internacional de Críticos de Arte – Portugal.

É licenciado e mestre em Filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Dá aulas na Universidade Católica Portuguesa e na Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich.

É autor de Tudo é outra coisa. O desejo na Fenomenologia do Espírito de Hegel, Colibri, 2006; e de muitos ensaios para revistas, livros e catálogos de exposições colectivas e individuais (de Alberto Carneiro, Ana Vieira, Ana Hatherly, Carlos Nogueira, Marta Wengorovius, Rui Chafes, Fernanda Fragateiro, Tomás Cunha Ferreira, Anne-Valérie Gasc e Vasco Araújo, entre outros).

Entre as exposições que comissariou, destacamos: Ana Vieira – Muros de Abrigo, CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, 2011; João Jacinto – Tendas no deserto, Fundação Carmona e Costa, 2011; Rui Chafes – Inferno, Galeria Esteves de Oliveira, 2011; Tarefas Infinitas, Museu Calouste Gulbenkian, 2012; Tratado dos Olhos, Atelier-Museu Júlio Pomar, 2014; Visitação. O Arquivo: Memória e Promessa, Museu de São Roque, 2014; Pliure (Prologue), Fondation Calouste Gulbenkian, Paris, 2015; Pliure (Épilogue), Palais des Beaux-Arts, Paris, 2015; Graça Pereira Coutinho – A outra mão, Fundação Carmona e Costa, 2015; Lourdes Castro – Todos os Livros, Museu Calouste Gulbenkian, 2015; Não te faltará a distância, Igreja de São Cristovão-CML, 2016.

Livros relacionados
 

Nasceu na Ericeira, em 1966. Vive e trabalha em Santa Rita, Torres Vedras.

Frequenta o curso de Doutoramento em Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2009); Pós-graduação em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2005); Licenciatura em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (1997).

Participa em exposições individuais e colectivas, no país e no estrangeiro, desde 1990.

Está representado nas seguintes colecções: BANIF MAIS, Lisboa, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisboa; Fundação PLMJ, Lisboa; Culturgest - Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa; ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações, Lisboa; Colecções privadas em Portugal, Espanha e Suíça.

 

«Tem vindo a desenvolver, desde o final da década de oitenta, um percurso artístico sólido e radicalmente individual, impermeável a modismos ou tendências diáfanas e talvez seja por isso que a sua obra não tem tido a visibilidade merecida.» [Isabel Carlos]

Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa, em 1963.

Antropólogo, professor do Departamento de Antropologia do Instituto Universitário de Lisboa e professor visitante do PPGAS da UFSC, Brasil. É investigador e vice-presidente do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA). Colabora com diversas estruturas e colectivos artísticos; teve formação teatral; fez curadoria de vários eventos que pensam a relação entre arte e política em cruzamentos transdisciplinares (No Performances’s Land?, 2011; Arte e Política Reloaded, 2016; Ciclo de Cinema Cidades Rebeldes, 2018; Corpos Dissidentes, 2019). A sua investigação sobre performances culturais e estéticas, movimentos sociais, artivismo, património imaterial, espaço público foi reunida em diversas publicações nacionais e internacionais. Autor de vários livros, entre eles Por detrás da Máscara. Ensaio em Antropologia da Performance (2011, ICM), em co-autoria com Vânia Cardoso, John Dawsey e Teresa Fradique, A Terra do Não-lugar. Diálogos entre Performance e Antropologia (2014, EdUFSC – Instituto Brasil Plural). E tem neste momento no prelo um outro livro, em co-autoria com Scott Head e Allende Renck, Cidades Rebeldes. Invisibilidades, Silenciamentos, Resistências e Potências (2019, EdUFSC – Instituto Brasil Plural). Define-se como investigador-criador-activista.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Paulo Tavares (1977) é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas e é professor de Português e Inglês nos Ensinos Básico e Secundário. Antigo bolseiro da FCT, está actualmente a terminar uma tese de doutoramento na área dos Estudos Literários. Foi investigador do CECL (Centro de Estudos de Comunicações e Linguagens), participando no projecto «A Ficção e as Raízes da Cibercultura», e é actualmente investigador do CETAPS (Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies), ambos centros de investigação da Universidade Nova de Lisboa.
 
Para além de poeta com cinco títulos publicados (Pêndulo, Quasi Edições, 2007; Minimal Existencial, Artefacto, 2010; Linhas de Hartmann, &etc, 2011; Capitais, ed. de autor, 2012; Quinteto, AA. VV., Artefacto, 2012), Paulo Tavares é o editor das Edições Artefacto e o director da revista Agio – Cadernos de ideias, textos e imagens. É responsável pelo Departamento Literário da Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul desde 2010.

Livros relacionados
 
 
 

Pedro Antonio de Alarcón nasceu a 10 de Março de 1833, em Guadix, Espanha. Em 1847 muda-se para Granada para iniciar os seus estudos universitários, mas as dificuldades financeiras da família levam-no a regressar à sua cidade natal. Embora não tivesse vocação para clérigo, a sua estada num seminário inicia-o nas lides literárias, levando-o a escrever, entre 1848 e 1849, quatro obras para teatro, que revelaram a sua criatividade e capacidade efabulatória e romântica. Em 1853 decide abandonar a via eclesiástica e rumar para Cádiz, onde virá a dirigir a revista literária El Eco de Occidente, onde incluiu os seus primeiros contos. Em 1853 funda um jornal anticlerical e antimilitarista, que chega a alcançar grande popularidade. Em 1854 encabeça o movimento liberal em Granada, encontrando-se no período mais romântico da sua vida. Em 1859 ingressa voluntariamente no exército e escreve uma série de crónicas sobre cenários de guerra que foram compiladas no livro Diario de um Testigo de La Guerra de África. Em 1865 casa-se e dez anos mais tarde é eleito membro da Real Academia Espanhola. Um derrame cerebral provoca-lhe a morte, a 19 de Julho de 1891.

Livros relacionados
 

Pedro Bandeira (1970), arquitecto (FAUP 1996), é Professor Auxiliar na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho. A Convite do Instituto das Artes e do Ministério da Cultura integrou a exposição Metaflux na representação portuguesa na Bienal de Arquitectura de Veneza (2004) e representou Portugal na Bienal de Arquitectura de São Paulo (2005). Participou na exposição «Portugal Now: Country Positions in Architecture and Urbanism» (2007) organizada pela Escola de Arquitectura, Arte e Planeamento da Universidade de Cornell (EUA). É autor do livro Projectos Específicos para um Cliente Genérico – uma antologia de trabalhos desenvolvidos entre 1996 e 2006 (Porto: Editora Dafne). Em 2007 concluiu a tese de doutoramento sob o título Arquitectura como Imagem, Obra como Representação: Subjectividade das Imagens Arquitectónicas. Foi comissário da região norte da edição 2006-2008 do Portugal Habitar, co-comissário do seminário internacional Imagens de Arquitectura e Espaço Público em Debate (FAUP, 2010) e do seminário internacional Megaestruturas: Arquitectura e Jogo, integrado no Congresso Internacional ICSA (UM, 2010). Em Dezembro de 2011 foi galardoado com o Prémio SIM (promovido pela Samsung) pelo projecto Casa Girassol, desenvolvido em co-autoria com a Arq.ª Dulcineia Santos e o Eng.º Filipe Bandeira. Mais recentemente concebeu para a Trienal de Arquitectura de Lisboa a performance The Future is the Beginning, a instalação Weisses Rauschen na Biblioteca de Arte Sitterwerk em St. Gallen e ainda a Proposta de Relocalização da Ponte D. Maria Pia em co-autoria com Pedro Nuno Ramalho.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa, em 1956, e é um dos artistas portugueses mais conhecidos da actualidade. Participou em exposições internacionais de renome: entre outras, o seu trabalho foi exposto na 9.ª Documenta de Kassel e na 24.ª Bienal de São Paulo. Em 2003, representou Portugal na Bienal de Veneza. A obra de Pedro Cabrita Reis inclui uma multiplicidade de meios, dos desenhos sobre papel utilizando grafite e pastel, passando pela pintura em grande escala, até às instalações de dimensões arquitecturais. Os meios que utiliza individualmente fluem uns nos outros sem perderem o seu carácter próprio. Esculturas transformam-se em imagens. Fotografias que surgem nas instalações conseguem abrir infinitos espaços de memória e reflexão. A «natureza» aparece no seu trabalho de uma forma extremamente filtrada, como um espaço para o pensamento. A perda da natureza como ideia referencial é uma força motivadora no trabalho de Pedro Cabrita Reis. O artista vê a arquitectura como tomando o seu lugar, e percebe-a como disciplina mental ou «exercício de realidade» através do qual nos medimos a nós mesmos e ao mundo. [Galeria Miguel Nabinho]

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 

Investigador e Professor na Universidade do Minho. Doutoramento em Sociologia da Cultura na FCSH, Univ. Nova de Lisboa (2002). Ensina na área de cibercultura. Principais áreas de pesquisa: museus de arte e ciência, comunicações digitais e literacias, redes sociais digitais (Web 2.0/Web 3.0), metodologias e hipermédia. Coordenador de vários projectos de investigação financiados pela FCT: Literacia Científico-Tecnológica e Opinião Pública: o caso dos museus de ciência; Comunicação Pública da Arte: o caso dos museus de arte locais/globais. Actividades em artes plásticas, cinema experimental (Paris Film Coop), hibrimédia, jogos digitais: Body Cinema (imagens e música a partir da humidade e temperatura do corpo, 1976), 2.ª pintura digital em Portugal (1985); primeira webpage cultural Portuguesa (1995); Hybrilog (blog híbrido, 2006); Jogos Sociológicos (em Flash e Action Script, 2006); Novela GeoNeoLógica (enredo fundado em GPS, 2009); Sites Social-Semânticos (2011).

Livros relacionados
 
 

É historiador, crítico de arte e curador, formado em História da Arte pela Universidade Nova de Lisboa e em Comunicação Empresarial pela Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Tem colaborado em várias actividades e projectos de investigação, curadoria, divulgação, crítica, escrita e produção no âmbito da Arte Contemporânea. Actualmente colabora com o Atelier-Museu Júlio Pomar, onde produz e comissaria exposições, e integra a secção portuguesa da AICA — Associação Internacional de Críticos de Arte.  

 

Is an historian, art critic and curator. He graduated in Art History at Universidade Nova de Lisboa and in Business Communication at Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Faro has collaborated in various activities and projects of research, curation, promotion, criticism, writing and production within the scope of Contemporary Art. He currently collaborates with the Atelier-Museu Júlio Pomar, where he curates exhibitions, and is part of the Portuguese section of AICA — International Association of Art Critics.

Livros relacionados
 
 
 
 

Professor Adjunto do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ, antigo IUPERJ). Foi professor de Teoria do Direito no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Gama Filho de 2011 a 2014. Doutorou-se em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (antigo IUPERJ), em 2009. Durante o doutorado, estudou com bolsa sanduíche do convênio DAAD/CAPES no Otto-Suhr-Institut für Politikwissenschaft (Instituto de Ciência Política Otto Suhr) na Freie Universität Berlin (Universidade Livre de Berlim), na Alemanha. Concluiu o mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, (2000) e graduou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio,(1997). Tem experiência de ensino e pesquisa na área de Teoria Política, Teoria do Estado e Teoria do Direito. É autor do livro Secularização Inacabada: Política e Direito em Carl Schmitt, publicado em 2011 no Brasil e também na Alemanha, em 2013, com o título Die unvollendete Säkularisierung. Politik und Recht im Denken Carl Schmitts. Também publicou em 2014 o livro Estado, Direito e Cidadania em Perspectiva Comparada.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

É professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e director artístico do Museu Coleção Berardo. Foi durante onze anos director do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado e de 2004 a 2008 curador da Ellipse Foundation. Foi também professor convidado da Escola das Artes da Universidade Católica de Lisboa. É doutorado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Comissariou muitas exposições em todo o mundo, das quais se destacam as retrospectivas de Amadeo de Souza-Cardoso (Museu Pushkin, Moscovo), James Coleman (MNAC-MC, Lisboa), Stan Douglas, Interregnum (Museu Colecção Berardo, Lisboa) ou as colectivas More Works About Buildings and Food (Hangar K7, Oeiras), Disseminações (Culturgest, Lisboa), Cinco Pintores da Modernidade Portuguesa (Fundació Caixa Catalunya, Barcelona; Museu de Arte Moderna, São Paulo). Em 2001 foi o curador da representação portuguesa à Bienal de Veneza. Foi co-autor do primeiro catálogo raisonné realizado em Portugal, dedicado à obra de Joaquim Rodrigo e é autor de muitas publicações individuais sobre arte moderna e contemporânea, portuguesa e internacional. O Grémio Literário atribuiu-lhe o Grande Prémio de 2008 e o Ministro da Cultura de França, Frédéric Mitterrand, concedeu-lhe a distinção de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres, em 2010. Prémio de Crítica e Ensaística de Arte e Arquitetura AICA/Fundação Carmona e Costa 2015/2016 (2.º Prémio ex-aequo) com o livro Joaquim Rodrigo, a contínua reinvenção da pintura, Documenta, 2016.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

Nasceu em 1967. Viveu e trabalhou em várias cidades: Rio de Janeiro, Porto, Barcelona, e São Francisco. Actualmente em Lisboa, desempenha a sua actividade profissional partilhada entre a prática do projecto, a docência e a investigação.

Iniciou o seu percurso académico como docente na Universidade da Califórnia, em Berkeley, em 1996. Actualmente é director do Departamento de Arquitectura e Urbanismo da Universidade Lusófona de Lisboa, e convidado para diversos Seminários e Conferências Internacionais.

Desde 2010 é coordenador do European Workshop on Waterfront Urban Design no âmbito da sua investigação centrada na reconversão de frentes ribeirinhas em contexto urbano. No seu atelier, em Lisboa, procura combinar teoria e prática em projectos de arquitectura, desenho urbano e no desenvolvimento de estudos e ideias para valorizar cada realidade cultural. O seu trabalho tem sido amplamente publicado em livros, revistas e encontros internacionais.

É autor do livro Plataforma Tejo — O regresso ao rio, a frente ribeirinha de Lisboa e o século XXI. Recebeu vários prémios e bolsas de instituições de prestígio, como a Fundação Calouste Gulbenkian, e em 2010 recebeu o Prémio de Arquitectura Pancho Guedes.

Livros relacionados
 

Professor Titular de Filosofia da Universidade de Alcalá (História do Pensamento Antigo e Medieval). Subdirector-geral do Ministerio de Educación y Ciencia (1987-1996). Recebeu a Encomienda con Placa de la Orden de Alfonso X el Sabio, al Mérito Docente, del Ministerio de Educación y Ciencia e a Cruz José de Calasanz del Gobierno de Aragón al Mérito Educativo. Director da Sociedad de Filosofía Medieval, SOFIME (desde 2004). Membro do Conselho de Redacção da Revista Española de Filosofía Medieval (desde 2004). Presidente do V Congreso de Filosofía Medieval «El pensamiento político en la Edad Media», realizado na Universidad de Alcalá, Dezembro de 2008. Publicações desde o ano 2004: «La plenitudo potestatis en el De ecclesiastica potestate de Egidio Romano», XI Congresso Internacional de Filosofia Medieval, in Mediaevalia. Textos e estudos, 23 (2004) Porto; B. Bayona y P. Roche: Marsilio de Padua. Sobre el poder del Imperio y del Papa. El defensor menor. La transferencia del Imperio, Biblioteca Nova, Madrid, 2005. «Iglesia y poder en el De ecclesiastica potestate de Egidio Romano», Anales de Historia de la Filosofía de la Universidad, Univ. Complutense, 2007; «Temporalia et dominium ecclesiae en el De ecclesiastica potestate de Egidio Romano», in José Luis Cantón Alonso (ed.), in Maimónides y el pensamiento medieval, IV Congresso da Sociedad de Filosofía Medieval (SOFIME), Servicio de Publicaciones Universidad de Córdoba, Córdoba, 2007; «San Agustín y Egidio Romano: de la distinción a la reducción del poder temporal al poder espiritual», in Revista Española de Filosofía Medieval, XV (2008); «Dos poderes, una autoridad: Egidio Romano o la culminación del pensamiento teocrático medieval», in El Pensamiento político en la Edad Media, Fundación Ramón Areces, Madrid, 2010; «Al César lo que es del César. Dos lecturas sobre el poder temporal: Hugo de San Víctor y Egidio Romano», in Patristica et Mediaevalia, XXXI (2010); (coord.), El pensamiento político en la Edad Media, Fundación Ramón Areces, Madrid, 2010; «Desde San Agustín al agustinismo político en el De ecclesiastica potestate de Egidio Romano», in Universalità della Ragione. Pluralità delle filosofie nel Medioevo. Atti del XII Congresso Internazionaledi Filosofia Medievale de la Société Internationale pour l’Étude de la Philosophie Médiévale (SIEPM), Palermo, 17-22 settembre 2007, a cura di A. Musco e G. Musotto, vol. II.1, pp. 539-547, 2012.

Livros relacionados
 

Estudou na School of the Museum of Fine Arts, Boston e no International Center of Photography (ICP), em Nova Iorque. Entre 1978 e 1985 foi fotógrafo/investigador do Centro Nacional de Referência Cultural (CNRC com Aloísio Magalhães e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) onde foi o responsável pela documentação fotográfica para os processos de inclusão na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO das cidades de Olinda, Ouro Preto, Salvador, Santuário do Bom Jesus de Matosinhos e São Miguel das Missões. Em suas séries fotográficas, nas favelas cariocas — “Arquitetura de Sobrevivência” — nas prisões de Carandiru e Medellin — “Espaços Aprisionados” — utiliza a fotografia de arquitetura como meio de retratar a condição humana. Tem exposto regularmente seu trabalho, em individuais ou em colectivas, no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos, na Dinamarca, na Alemanha, na China e na Colômbia. Sua obra figura em diversas coleções públicas e particulares. Recebeu o V prêmio Marc Ferrez, as bolsas CAPES-Fulbright e a Vitae de Fotografia. Em 2020, publica o livro NOT YET, coedição da Documenta (PT) e da Tempo d’Imagem (BR), que resultou em exposições individuais no circuito de fotografia em Lisboa. Há vários anos reside em Borba, Portugal, trabalhando na Europa e no Brasil.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Pedro Valdez Cardoso (Lisboa, 1974), vive e trabalha em Lisboa.

Expõe regularmente desde 2001, tendo participado em inúmeras exposições individuais e colectivas em Portugal e no estrangeiro.

A obra que tem vindo a desenvolver, com um maior foco na escultura e na instalação, centra-se sobretudo em problemáticas relacionadas com a identidade (social, sexual e cultural), e questões pós-coloniais.

Encontra-se representado em diversas colecções públicas das quais se destacam: Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Arquipélago–Centro de Artes Contemporâneas, Açores; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Fundação Carmona e Costa, Lisboa; DA2-DOMUS ARTIUM 2002, Salamanca, Espanha; IVAM–Instituto Valenciano de Arte Moderna, Valência, Espanha; MUDAS-Museu de Arte Contemporânea da Madeira, Calheta, Madeira; Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto; Fundação PLMJ, Lisboa; MACUF-Museu de Arte Contemporânea Union Fenosa, A Coruña, Espanha.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
 

Houve quem reparasse — com a Índia, o Egipto e Pitágoras bem firmados na sua cultura — que Augustine Joséphine Agnès Marie de Rohan Chabot tinha nascido numa época em que a alma de George Sand, ansiosa e fora de corpo, vagueava entre Nohant e Paris à procura de um novo alojamento; e que teria encontrado em Paris, na madrugada de 24 de Maio de 1876 e numa das casas elegantes da rua De La Tour-Maubourg (numa família de sociedade alta, como convinha à alma de Sand, baronesa de Dudevant) a recém-nascida ideal para a sua transmigração. Diziam esses convictos que Sand se entregara de alma a uma futura escritora; que lhe transmitira talentos literários e desenvolturas de comportamento capazes de esgrimir contra a apertada condição feminina da sua época. Convenhamos, porém, que isto se fazia em tom menor. Sand tinha posto um ostensivo George masculino no seu nome da literatura; vestira trajos masculinos e olhara o mundo com um charuto viril, aceso entre os dedos (contradições numa luta que achava útil travestir-se até ao homem para reivindicar os direitos da mulher). A futura Princesa Lucien Murat, essa, iria manter-se com bem visíveis atributos do seu sexo. George Sand entregava- se masculinizada a Chopin e a Musset, desviando para o leito uma bem aceite sugestão homossexual; mas Marie (escolhamos este nome próprio entre os quatro que lhe enfeitaram o baptismo) amaciava o Lucien masculino do seu nome literário com o atributo bem feminino de Princesa, e nos amores mostrava-se (seja dado este nome a ligações só muito vinculadas a compromissos sociais) integralmente mulher. Foi durante toda a vida «grande dama» da sociedade francesa, embora hostil às limitações impostas ao seu sexo; e sem se importar de dizer, para mostrar desenvoltura: Eu preferiria ter má reputação do que não ter nenhuma.

[…]

Aos setenta e cinco anos de idade uma congestão cerebral deixou-a paralisada. O seu sobrinho, duque de Rohan, escreveu: «Contemplava-nos com um ar interrogativo e inquieto, como um pássaro sem asas. Encolhida na ponta da cama, dir-se-ia que era uma rapariguinha frágil. O seu velho marido, tão apaixonado por ela como no primeiro dia, desamparado e infeliz esforçava-se por não deixar cair a conversa dizendo-nos como era favorável à eleição de André Gide na Academia Francesa.» A sua alma george-sandesca teria por sua vez transmigrado para outra escritora do seu país? Que uma mesa de pé-de-galo nos responda. 

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», A Vida Apaixonada da Grande Catarina]

 

Fotografia de Berenice Abbott.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Joaquín Lavado, apelidado de Quino desde tenra idade, nasce em Mendoza a 17 de Julho de 1932, no seio de uma família de imigrantes espanhóis da Andaluzia. Com 13 anos de idade matricula-se na Escola de Belas-Artes, mas pouco tempo depois abandona-a para se tornar autor de banda desenhada. Esta aspiração leva-o a mudar-se para a cidade de Buenos Aires aos 18 anos. Três anos mais tarde, em 1954, verá o seu primeiro desenho publicado no semanário Esto es, de Buenos Aires. Em 1960 casa-se com Alicia Colombo. Depois de trabalhar em diversos meios de comunicação, em 1963 aparece Mundo Quino, o seu primeiro livro de humor gráfico. Pouco depois, encomendam-lhe uma tira para publicitar num jornal os electrodomésticos Mansfield da empresa Siam Di Tella. O nome das personagens tinha de começar pela letra «M» de Mansfield. Chamou a menina de Mafalda, nome inspirado numa das personagens do romance Dar la cara, de David Viñas. Embora a banda desenhada nunca chegasse a ser publicada, Quino fica com algumas tiras que lhe serão úteis alguns meses mais tarde, quando o seu amigo Julián Delgado lhe veio pedir para conceber uma banda desenhada para a revista Primera Plana. Ali nasce Mafalda, a 29 de Setembro de 1964. A partir de 1965, a tira passa a ser publicada no jornal El Mundo e, depois, na revista Siete Días Ilustrados. Com enorme sucesso, tanto ao nível nacional como internacional, Mafalda continuaria a ser publicada até 25 de Junho de 1973, quando Quino decide deixar de a desenhar. Esta decisão difícil deve-se ao facto de o autor já não sentir a necessidade de utilizar a estrutura expressiva das tiras em sequência. Embora tenha abandonado Mafalda, Quino continua a sua actividade como autor de banda desenhada. Em 1984, em colaboração com Juan Padrón Quinoscopios, cria algumas curtas-metragens baseadas em desenhos e ideias de Quino. Ao longo da sua carreira, Quino recebe vários reconhecimentos, incluindo a Ordem Oficial da Legião de Honra, a mais alta distinção concedida a um estrangeiro pelo governo francês. Por sua vez, Mafalda continuou a ser reimpressa em mais de trinta países, chegando a converter-se na tira latino-americana mais vendida no mundo. 2014 foi um ano especial, uma vez que Quino comemorou 60 anos no humor gráfico e Mafalda celebrou o seu 50.º aniversário. Nesse mesmo ano foi galardoado em Espanha com o Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades e abriu a 40.ª Feira Internacional do Livro de Buenos Aires. Morreu no dia 30 de Setembro de 2020.

Livros relacionados
 

Rachilde [Cros, 11 de Fevereiro de 1860 - 4 de Abril de 1953] — Marguerite Eymery em solteira, e Marguerite Valette depois de casada com o fundador da editora Mercure de France — se não teve talento que lhe garantisse, junto das sumidades literárias da época, uma memória vitalícia, mereceu do seu tempo um olhar rendido, ou de recusa, ou de reserva, mas nunca de indiferença. A escritora Rachilde, agora um pouco esquecida, foi o contrário do insucesso público: somou num vasto percurso de edições uma admirável quantidade de best-sellers. [...]

Conquistou uma cadeira de poder na Mercure de France, sacerdotisa que intrigava na sombra a boa e a má sorte dos editados. [...] O seu pai, oficial de carreira, tinha sonhado descendências varonis e fora forçado a consolar-se com esta filha única «vestida à rapaz». [...] Esta amazona estreia-se como romancista numa época bastante descrente de talentos literários na Mulher. [...] morreu velha de noventa e três anos, e cansada de tanto escrever. [Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 

Catedrático jubilado e professor emérito de filosofia na Universidade Complutense de Madrid, onde lecciona História da Filosofia Medieval e História das Filosofias Árabe e Judaica. Deu aulas em diversas universidades europeias, americanas e do mundo árabe. É membro de várias sociedades científicas, entre elas a SIEPM, a SIHSPAI e a SOFIME. Publicou vários livros e numerosos artigos, entre os quais El pensamiento filosófico árabe, Obras filosóficas de al-Kindî, Al-Fârâbî. Obras filosófico-políticas, La recepción árabe del «De anima» de Aristóteles. Al-Kindî y al-Fârâbî, Avicena (ca. 980-1037), Historia de la Filosofía Medieval, Averroes: Sobre filosofía y religión, Filosofías árabe y judía, Al-Fârâbî: El camino de la felicidad (Kitâb al-tanbîh ‘alà sabîl al-sa#âda), Visión de filósofos en la primitiva literatura castellana.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Era galego; nascido, segundo dados biográficos mais seguros, em 1866 na velha casa «El Cantillo» de Villanueva de Arosa (embora costumasse afirmar, com imaginação à solta, que tinha nascido num barco). E chamava-se Ramón José Simón del Valle y Peña, antes de descobrir que um hífen a anteceder um inventado Inclán lhe daria uma sonoridade aristocrática, favorável às pretensões de quem se queria com destaque nas letras do seu país.

Tinha sido um señorito del pueblo mimado, vigiado e bem vestido, com uma inteligência precoce que suscitava boas expectativas, mas sem conseguir passar de «assim-assim» num liceu de Pontevedra e capaz de se arrastar apenas por três anos nos estudos de Direito em Santiago de Compostela; que hostilizou desde muito cedo a compostura familiar, as conservadoras mentalidades da sua Galiza e travou uma luta sem quartéis para se impor ao arrepio de tudo quanto o rodeava, muito solto na fantasia e na decisão de cultivar uma provocatória extravagância física; que em tertúlias de cafés — com ele já no fim da adolescência — começou a inventar-se e a desdobrar-se, palavroso, pelos meandros de uma autobiografia dia a dia falada e cada vez mais empolgante nas suas improváveis aventuras, cheia de histórias pensadas para desbanalizar o que em si existia de mais comezinho.

[...]

Tinha, de facto, barba e cabeleira românticas que enfeitavam com êxito a boémia literária da cidade. Uma exuberância que também fê-lo ver-se como actor de teatro e chegou mesmo a fazê-lo declamar textos dramáticos com ênfase e gestos incómodos para os seus parceiros de palco. Em 1892, já desiludido com Madrid mas seduzido por um México que talvez desse resposta aos seus desejos de vida aventureira, atravessou o oceano. E esteve nesse lado de lá um ano, ao que parece com poucas aventuras mas a escrever artigos para jornais de espanha e também, ao que se julga, a fazer traduções de textos italianos e franceses.

[…]

Chegou depois a época em que pareceu mais contido. Foi eleito deputado e defendeu a Corunha nas listas do Partido Republicano Liberal. Nomearam-no director do novo Museu de Aranjuez e também presidente do Ateneu Científico, Literário e Artístico de Madrid; em 1933 organizou o Congresso da Associação de Escritores e Artistas Revolucionários e esteve entre os que fundaram a Associação de Amigos da União soviética; uma intensa campanha de apoios fê-lo director da Academia Espanhola de Belas Artes de Roma.

Numa itália de alguns meses, acompanhado por três filhos, pouco se rendeu aos benefícios da honra que o afastava de Espanha. Em 1934, o seu regresso foi melancólico; Josefina Tejerina, a sua mulher, já se tinha divorciado e posto fim ao convívio marital com um «revolucionário» de atitudes e posições políticas incompatíveis com os seus princípios de mulher burguesa e de boas famílias. Valle-inclán, com um bastante comprometido estado físico sentiu-se vítima de uma pitoresca falta de meios de subsistência e viu-se na contingência de ser internado num sanatório de Santiago de Compostela. São de 1936 o seu coma rápido (devido a um cancro na bexiga) e a morte depois de recusar, com uma derradeira porém fraca veemência de gestos e palavras, o conforto de um ofício religioso.

[Aníbal Fernandes, Apresentação de Tirano Banderas]

Livros relacionados
 
 
 
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 

É professor auxiliar do departamento de sociologia do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e investigador no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL), Portugal. Actualmente é director do Observatório das Desigualdades, subdirector do CIES-IUL, e membro da rede europeia Inequality Watch. Tópicos como as desigualdades sociais e territoriais, o Estado social, as políticas públicas, as mobilidades espaciais, e o capital social têm sido os temas principais da sua investigação e dos projectos que coordenou e coordena. Recentemente publicou nas revistas: European Societies, Sociologia Ruralis, Time & Society, Sociological Research Online, European Planning Studies, Portuguese Journal of Social Science, entre outras. Publicou 22 livros (16 como editor e 6 como autor e co-autor). Preside ao grupo de trabalho sobre indicadores de desigualdades sociais do Conselho Superior de Estatística – Secção permanente de estatísticas sociais (INE). Desde a finalização do doutoramento recebeu vários prémios científicos.

Livros relacionados
 

René Crevel [Paris, 1900-1935] descreveu-se numa «Autobiografia» que lhe foi pedida em 1926 pelas Editions du Sagittaire:

Nascido no ano 1900 em Paris, a 19 de Agosto, de pais parisienses; isto permitiu-lhe ter um ar eslavo. Liceu, Sorbonne, Faculdade de Direito; o serviço militar até ao fim de 23 dá-lhe a impressão de só estar, desde há poucos meses, verdadeiramente a viver. Não foi ao Tibete nem à Groenlândia, nem mesmo à América, mas as viagens que não tiveram lugar à superfície tentou fazê-las em profundidade. Pode portanto gabar-se de conhecer, de dia e de noite, certas ruas e os seus hotéis.

Tem horror a todos os esteticismos, sejam os de Oxford e das calças largas, dos negros e do jazz, dos bailes populares, das pianolas, etc. Bem gostaria de encontrar em romances futuros personagens tão nuas e tão vivas como as facas e os garfos com papel de homens e mulheres nas histórias que a si próprio contava quando era criança, e se arriscam a permanecer inéditas. [Note-se que o primeiro capítulo do seu quarto romance, Babylone, intitular-se-á «Monsieur Faca, Mademoiselle Garfo».]

Tinha começado as suas investigações para uma tese de doutoramento em Letras sobre Diderot romancista, na altura em que fundou Aventure com Marcel Arland, Jacques Baron, Georges Limbour, Max Morice, Roger Vitrac, e esta revista permitiu- lhe esquecer o século XVIII e lembrar-se do século XX. Conheceu então Louis Aragon, André Breton, Paul Éluard, Philippe Soupault, Tristan Tzara; e um dia, estava ele à frente de um quadro de Georgio Chirico, teve a visão de um mundo novo. Abandonou definitivamente o velho sótão lógico- -realista, compreendendo que era cobardia sua confinar-se a uma mediocridade argumentadora; e que amava os verdadeiros poetas — entre eles Rimbaud e Lautréamont, sobretudo — que tinham, sem jogos de palavras nem jogos de imagens, um poder libertador.

[...]

Este Crevel que se escolhia e apressava numa «versão para leitores», omitia o já anunciado e pressentido como seu fim precoce e, não podemos deixar de dizê-lo, temperamental. Na nossa família suicidamo-nos muito, avisava com frequência, contando que tinha sido convocado pela sua mãe para ver, ainda muito jovem, o seu pai enforcado — com língua de fora e ejaculação no pano das calças — antes de o despendurarem e horizontalizarem no leito fúnebre.

Era homossexual de bandeira numa época que hostilizava esta frontalidade com os incómodos da exclusão; era fervoroso comunista, olhado de soslaio pelos catecismos morais do partido (ele respondia-lhes: Desde que haja puritanismo, há perigo para a revolução; e o puritanismo, que é um efeito sexual da reacção, corre fortes riscos de arrastar consigo outras reacções. Ainda acrescentava: Nada do que costuma chamar-se um vício alguma vez me aprisionou ou travou. Contraditórias no tempo, todas as minhas sedes — sedes corporais, sedes de álcool, sedes de drogas, de água pura e tinta — conseguiram construir — mais em turbilhão, é verdade, do que em templo grego — esta síntese que me forma a vida). O surrealismo seduzia-o como força nova, capaz de quebrar todos os tabus e dar à existência um novo sentido, mas adaptava-o à sua vocação de golden boy e dandy, enfrentando com sorriso largo e indiferença a homofobia militante e a hostilidade a todos os mundanismos, professadas por André Breton.

[...]

[Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 

16 de Março de 1908

Nascimento de René Daumal em Boulzicourt, nas Ardenas.

 

1914-1919

Experiências infantis de aproximação e domínio da morte.

 

1918

Começa os estudos secundários no Colégio de Langres.

 

1919-1921

Estuda no Liceu de Charleville (Ardenas), terra natal de Rimbaud.

 

1922-1923

Estuda no Liceu de Reims, onde é colega de Roger Lecomte, Robert Meyrat e Roger Vaillant.

 

1923-1924

Os quatro estudantes tornam-se amigos inseparáveis.

 

1924-1925

Intensa actividade poética. Poemas colectivos. Experiências com ópio, éter e tetracloreto de carbono.

 

1925-1926

Frequenta a première supérieure no Liceu Henry IV, onde é colega de Simone Weil. Poemas e prosas poéticas.

 

1926-1927

Sofre de amnésia transitória após ter caído sobre a cabeça quando fazia ginástica no jardim da casa paterna. Insucesso no concurso de acesso à École Normale Supérieure. Inscreve-se na Sorbonne, começando a frequentar uma licenciatura em Filosofia.

 

1927

Em 3 de Novembro, conhece Vera Milanova. Estuda o sânscrito e pratica a caligrafia devanagari.

 

1928

Publicação, em 18 de Junho, do primeiro número da revista Le Grand jeu. Progressos notáveis no sânscrito.

 

1929

Desintoxicação, pelos próprios meios, do ópio. Publicação do segundo número de Le Grand jeu.

 

1930

Prossegue o estudo do sânscrito pelos próprios meios. Publicação, no Outono, do terceiro número de Le Grand jeu. Vera Milanova regressa dos Estados-Unidos.

 

1931

Início da relação com Vera Milanova. Ambos vêem regularmente Alexandre de Salzmann. Obtém a licenciatura em Filosofia.

 

1932

Em Novembro, derradeira reunião plenária dos membros do Grand Jeu. Em Dezembro, embarca para Nova Iorque, onde será secretário de imprensa da Companhia de dança de Uday Shankar.

 

1933

Até finais de Março, vive nos EUA, em condições materiais catastróficas. Serviço militar em Nancy e Paris, de que é dispensado em Julho. Vive com Vera, com grandes dificuldades económicas.

 

1934

Alexandre de Salzmann morre em 3 de Maio.

 

1934-1936

O casal vive em Évian, onde segue o ensinamento da Senhora Salzmann. Em 1935, Daumal recebe o prémio Jacques Doucet pelo seu Le Contre-ciel.

 

1936-1939

René Daumal e Vera Milanova vivem em Sévres com a Senhora Salzmann. Publicação, em Abril de 1938, de La Grande beuverie. Trabalhos irregulares de tradução e revisão. Problemas recorrentes de saúde: constipações constantes, tosse e febre. Em Junho, uma radiografia revela que os dois pulmões se encontram afectados há mais de dez anos. Em Julho de 1939, começa a escrever Le Mont analogue no Glaciar Branco.

 

1940

Em Paris, de Fevereiro a Junho. Na noite de 10 para 11 de Junho, os Daumal deixam Paris na companhia de Tristan Tzara. Chegada a Marselha a 27 de Setembro. Convive com Simone Weil, a quem empresta o manuscrito da sua Gramática de Sânscrito, e Lanza del Vasto, com quem planeia uma tradução da Bhagavad-Guitá, nunca concretizada. Casa com Vera em 5 de Dezembro.

 

1941-1943

Até ao seu regresso a Paris, os Daumal viverão sucessivamente em Allouch e Pelvoux, com estadas em Passy, nos Alpes, diante do Monte Branco. Em 31 de Outubro, com o pé engessado, em consequência de um tumor, Daumal deverá permanecer quase sempre deitado. Acessos recorrentes de febre elevada.

 

1944

Últimas fotografias, a 14 de Maio, tiradas por Luc Dietrich. René Daumal morre em 21 de Maio, em Paris, no apartamento da rue Monticelli.

 

1952

Primeira edição de Le Mont analogue. Um ponto, que não consta do manuscrito, vem fechar o texto.

 

1981

Edição dita «definitiva». A vírgula, na sua posição dianteira, é devolvida ao texto.

 

Livros relacionados
 
 
 

Ricardo Jacinto (Lisboa, 1975) vive e trabalha em Lisboa e Belfast.

Artista sonoro e músico, concentra-se principalmente na relação entre som e espaço. Desde 1998 tem apresentado o seu trabalho em exposições, concertos e performances individuais e em grupo, em Portugal e no estrangeiro, e tem colaborado extensivamente com outros músicos, arquitectos e artistas. Apresentou o seu trabalho em diversas exposições individuais e colectivas como: Projet Room CCB – Lisboa, Circulo de Belas-Artes – Madrid, MUDAM – Luxemburgo, Centro Cultural Gulbenkian – Paris, Manifesta 08 – Bienal Europeia de Arte Contemporânea em Itália, Loraine Frac-Metz, OK CENTRE – Linz – Áustria, CHIADO 8 – Culturgest – Lisboa, Casa da Música – Porto e Bienal de Arquitectura de Veneza de 2006. Como músico-performer actuou em diversos locais como: Fundação de Serralves – Porto, Palais Tokyo – Paris, SARC – Belfast, Festival VERBO – São Paulo, Festival Temps d’ Images – Lisboa, Festival Rescaldo – Lisboa, Festival BigBang – CCB – Lisboa, Culturgest – Porto e Lisboa, ZDB – Lisboa, Dança Base – Edimburgo, Kabinett 0047 – Oslo, Fundação Calouste Gulbenkian – Paris e SARC – Belfast.

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
 

Nasceu em Leiria, em 1972. É investigadora da UNL-FCSH. Mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Nova de Lisboa, doutorada e pós-doutorada em Literatura Portuguesa Contemporânea pela mesma Universidade. É autora de diversas obras de literatura infantil e dos ensaios A Palavra — Realidade Interdimensional (Diferença, 1999) em co-autoria com Cecília Basílio, Mário de Sá-Carneiro: Um Instante de Suspensão (Edições Vendaval, 2003) e Manuel António Pina – Uma Pedagogia do Literário (Documenta, 2017). Escreveu também, em co-autoria com Gustavo Rubim, a peça de teatro Assim também Eu (2010). É ainda autora de diversos artigos, publicados em revistas da especialidade, no âmbito da literatura portuguesa contemporânea e do ensino da Literatura em conexão com outras práticas de expressão artística.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 
 

Depois de A Liberdade ou o Amor, Robert Desnos [Paris, 1900 – Teresin, 1945] teve dezoito anos de vida para se exercer como poeta de versos, jornalista, crítico literário e de cinema, vendedor imobiliário; para ser o argumentista de filmes […], para ser autor de um programa radiofónico célebre (La complainte de Fantômas), para escrever os textos líricos do filme Panurge de Michel Beruheim, a letra da cantata feita para a inauguração do Museu do Homem, com música de Darius Milhaud… Teve uma actividade intelectual intensa e ocasião para se afirmar como um dos maiores poetas da sua geração; pôde reunir os seus poemas mais significativos em dois livros, Corps et biens (1930) e Fortunes (1942) (com o longo poema Siramour onde Lisboa é cinco vezes citada); e conseguir escrever um quase-romance, Le vin est tiré… (1943), onde lamenta e comenta os malefícios da droga (Desnos foi um viciado opiómano)… Mas […] houve um fatal acidente ligado à sua corajosa militância anti-fascista.

Os artigos que assinou no jornal Aujourd’hui, odiado pela extrema-direita, e com o pseudónimo Cancale num jornal clandestino anti-alemão, marcaram-no durante a presença nazi como um alvo a abater. Foi preso em 22 de Fevereiro de 1944; deportado para Compiègne, depois para Auchwitz, Buchenwald, Flossenburg, Flöha, e finalmente para Teresin na Checoslováquia. [Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Possui bacharelado e licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1996), bem como graduação em Teologia pela Escola Superior de Teologia da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (1996). É Doutor em Filosofia pela Rheinische Friedrich-Wilhelms-Universität Bonn (2001). Realizou pós-doutoramento na Eberhard Karls Universität Tübingen (2005), no Albertus-Magnus-Institut (2007 e 2011), e na University of Notre Dame — IN, EUA (2010). Nessas ocasiões, foi bolsista, respectivamente, da Alexander von Humboldt-Stiftung e da Comissão Fulbright. Foi Professor Visitante na Universidade de Kassel (2004-2005), na Universidade do Porto (2006) e na Universidade de Bonn (2010-2011). Actualmente, é Professor Adjunto do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e também Professor colaborador no Programa de Pós-Graduação em Teologia, na mesma universidade. É coordenador geral do projecto «Scholastica colonialis: a recepção e o desenvolvimento da Escolástica Barroca na América Latina, séculos 16-18», com apoio do Programa Geral de Cooperação Internacional da CAPES, envolvendo grupos de pesquisa no Brasil, no Peru, no Chile, em Portugal e na Espanha.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Ronald — Artie para os íntimos — (os nomes que ele sempre preferiu a Arthur e a Aunesley) nasceu em 1886 em Londres mas viveu a sua infância em The Coopers, casa com cem acres de paisagem em Chislehurst — «que parecia um Paraíso», dizia lady Firbank em cartas e nos salões que frequentava; segundo de quatro filhos e o mais débil, com uma saúde a requerer cuidados; com uma sensibilidade também, e uma delicadeza doentia que desde cedo lhe conferiram gostos diferentes dos que dominam a maior parte das infâncias masculinas e a anunciarem uma homossexualidade que seria — em tempos de morais vitorianas — com muita audácia afirmada.

[…]

Ronald Firbank tem hoje na literatura inglesa um nome em boa parte firmado por admirações expressas de E.M. Forster, Ivy Compton-Burnett ou Evelyn Waugh; e por exercer no leitor uma sedução perversa quando se movimenta com tanta eficiência num mundo luxuoso onde reina o tédio e uma sofisticada fadiga de viver. […]

Ronald Firbank viveu até ao dia 21 de Maio de 1926. Numa das suas viagens a Roma, com quarenta anos de idade corroídos pelo abuso de alcoóis e nuvens de cannabis, não suportou as complicações de uma pneumonia e morreu num quarto de hotel. Sozinho, separado da sua família, tomaram-no por anglicano e enterraram-no num cemitério protestante inglês onde teve por pouco tempo a companhia tumular de Shelley e Keats; este equívoco, que ultrajava a sua inquestionável «fé» religiosa, levou a sua família a obter desde a Inglaterra o consentimento para lhe ser dado um novo túmulo entre os católicos do cemitério de San Lorenzo.

[…]

Um biógrafo seu incluiu-o entre os escritores com vocação para serem «póstumos». A sua evidência fortaleceu-se, de facto, com as edições que começaram a surgir depois da sua morte; depois de uma pausa… a que ele bem definiu numa página de Vainglory: Houve uma pausa — só a que bastava para um anjo com o seu voo lento passar.

[Aníbal Fernandes]

Livros relacionados
 

É doutorada em Ciências da Comunicação (Psicologia Social da Comunicação) e professora associada no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. Foi diretora adjunta do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), diretora do Mestrado em Ciências da Comunicação e diretora do Departamento de Ciências da Comunicação na mesma universidade. Atualmente é diretora do programa doutoral em Estudos Culturais e vice-chair da rede COST «Social psychological dynamics of historical representations in the enlarged European Union». Dedica-se principalmente às seguintes áreas de investigação: diversidade e comunicação intercultural, memória social, representações sociais, identidades sociais, estereótipos e discriminação social. Entre as suas obras destacam-se os seguintes livros: Preto e Branco: A Naturalização da Discriminação Racial (Campo das Letras, 2007), Comunicação Intercultural: Perspectivas, Dilemas e Desafios (com Luís Cunha; Campo das Letras, 2008) e Narratives and Social Memory: Theoretical and Methodological Approaches (com Lilia Abadia; CECS, 2013).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

É doutora em Linguística (especialidade em Teoria do Texto) pela Universidade Nova de Lisboa e pós-doutora em Ciências da Comunicação pela mesma universidade e pela Universidade de Genebra.

É membro de dois centros de investigação da Universidade Nova de Lisboa: colaboradora no Laboratório de Argumentação (ArgLab do Instituto de Filosofia) e investigadora do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento sobre Direito e Sociedade da Faculdade de Direito (CEDIS). É pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Linguística da Universidade Federal do Ceará, Brasil (PROTEXTO).

É autora do livro Como Argumentar e Persuadir? Prática Política, Jurídica e Jornalística (Quid Juris, 2010). É professora visitante de universidades nacionais e internacionais. Tem publicações em revistas internacionais nas áreas de Linguagem e Argumentação Jurídicas, Produção textual e multimodalidade em Contextos Profissionais, Retórica, Linguística Textual e Análise do Discurso, Ensino de Francês Língua Estrangeira, Empreendedorismo e Comunicação Empresarial, Gamificação em sala de aula. É tradutora de livros académicos franceses, tendo participado recentemente das equipas de tradução dos livros: Apologia da Polémica, de Ruth Amossy, e de Textos: Tipos e Protótipos, de Jean-Michel Adam, publicados no Brasil em 2017 e 2019, respetivamente. Faz parte da equipa de avaliação de revistas brasileiras e portuguesas.

Livros relacionados
 

Cartoonista e ilustrador, é conhecido profissionalmente por Ross.

As suas obras já apareceram em publicações como Reader’s Digest, Playboy, Private Eye e London Times, livros infantis, campanhas publicitárias, anúncios de TV e numa tira chamada «Hoff of Heybridge Heath» no Saturday Times.

Nascido em Hawick, Escócia, em 1938, frequentou o Edinburgh College of Art, onde se formou em Artes Gráficas. Mudou-se para Londres para trabalhar como diretor de uma agência de publicidade, onde ocasionalmente criava cartoons para anúncios. Um colega australiano, Michel Aitchison, que veio a tornar-se cartoonista residente no Adelaide Advertiser, sugeriu-lhe o envio de alguns cartoons à Punch, a revista humorística mais importante da época, fundada em 1841, e, em 1968, Ross assinou a sua primeira capa da Punch.

Um convite de Skopje, na então Jugoslávia, no início dos anos 70, abriu as portas para o universo dos festivais, prémios, viagens internacionais e encontros com cartoonistas de todo o mundo. Ross deixou então a publicidade para se tornar cartoonista freelance, ganhando mais de 100 prémios em inúmeros festivais.

Entretanto, integrou júris de vários Festivais de Cartoon: Skopje, Macedónia; Knokke Heist, Bélgica; Kruishoutem, Bélgica; Bursa, Turquia; Haifa, Israel; Marostica, Itália; Anatolia, Turquia; Caldas da Rainha, Portugal.

Realizou exposições individuais em Ancara, Turquia, 2002; Daejeon, Coreia do Sul, 2005; Gabrovo, Bulgária, 2006; Kruishoutem, Bélgica, 2011; Marostica, Itália, 2013; St Just le Martel, França, 2018; Vila Franca de Xira, Portugal, 2021.

Defensor do gag visual que não exige palavras e traduções, os seus cartoons atraem um público global.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 

Nasceu em Vila Viçosa no dia 27 de Junho de 1943. Estreou com o volume Deus, sobre o magno problema da existência de Deus (1988), e publicou, entre outros, Sobre a nossa morte bem muito obrigado (1989), Livro de Afectos (1992) e O Quarto Azul e outros poemas (2011), Acabamentos de Primeira (2014), Deus e Outros Animais (2015). Traduziu obras de Rainer Maria Rilke, Robert Desnos, Nâzim Hikmet, Ramón Gómez de la Serna, Roger Martin du Gard, entre outros. Morreu no dia 29 de Janeiro de 2019.

 

«Tem fãs por onde passa, pelo menos junto dos que olham com atenção. Usa o silêncio como generosa estratégia. Estudou direito. Tem filhos, netos, amigos. Gosta de ler e de comer. Dorme cedo. Leu tudo. É um sábio.» (Changuito)

 

 

 

 

Fotografia: © Changuito [na livraria Poesia Incompleta]

Livros relacionados
 

Rui Calçada Bastos (Lisboa, Portugal, 1971) estudou Pintura na Escolas de Belas-Artes do Porto e de Lisboa, assim como Artes Visuais no Centro de Arte e Comunicação Visual – Ar.Co, em Lisboa. Após uma estada em Paris, na Cité international des Arts, mudou-se para Berlim em 2002 para efectuar uma residência artística na Kunstlerhaus Bethanien. Em 2004, Calçada Bastos recebeu o prémio Arbeitstipendium der Senatsverweltung fur Wissenschaft, Forschung und Kultur em Berlim. Em 2005, em colaboração com os artistas Sergio Belinchón, Santiago Ydañez, Paul Ekaitz e Antonio Mesones, fundou a galeria Invaliden1, um espaço gerido por artistas em Berlim. Até 2015, Invaliden1 apresentou e expôs obras de cerca de cem artistas contemporâneos de todo o mundo. O trabalho de Rui Calçada Bastos foi exposto em inúmeros museus em Portugal e no estrangeiro e está representado internacionalmente em diversas colecções públicas e privadas.

Livros relacionados
 
 
 

Nasceu no Porto, em 1975.

É autor de vários livros de poesia publicados entre 2002 e 2016, entre os quais Antigo e Primeiro: Sonetos, Revólver, Corvo, Um Arraial Português e Estrada Nacional. É também autor de ensaios, teatro, crítica literária, artigos científicos e ficção infanto-juvenil, estando representado em diversas publicações e antologias.

Traduziu poesia e ficção de Paul Auster, Pablo Neruda e Samuel Beckett, entre outros.

É doutorado em Literaturas e Culturas Românicas – especialidade em Literatura Portuguesa – pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Fundou e dirigiu a revista de literatura, música e artes visuais Aguasfurtadas, entre 1998 e 2004. Integrou a direcção da Fundação Eugénio de Andrade. Foi assessor parlamentar na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República e docente na ACE – Escola de Artes.

Com Jorge Reis-Sá, foi responsável pela organização, selecção, introdução e notas da obra Poemas Portugueses: Antologia da Poesia Portuguesa do séc. XIII ao séc. XXI (Porto Editora, 2009). Venceu, em 2016, o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2016, com o livro Estrada Nacional. Em 2016 publicou o ensaio Manuel António Pina, editado pela Imprensa da Universidade de Coimbra.

Trabalha atualmente no Parlamento Europeu, entre Bruxelas e Estrasburgo.

Livros relacionados
 
 
 
 
 

Autor internacional dos Doors, nasceu no Porto, onde em 2000 se licenciou em Ciências da Comunicação. Desde essa altura desenvolveu uma vasta pesquisa, estabeleceu parcerias com artistas nacionais e internacionais, inclusive com os Doors, staff original, reputados biógrafos (como Jerry Hopkins e Danny Sugerman, autores do best seller Daqui Ninguém Sai Vivo), amigos íntimos de Jim Morrison, dos outros Doors, etc. Do seu longo percurso destaca-se a elaboração de uma tese académica de contraste entre a complexa personalidade do homem/poeta James Douglas Morrison (Jim Morrison) e o seu mito «O Rei Lagarto», estrela de rock. Em 2001, e após um escrutínio nacional da Warner e de uma rádio portuguesa, foi escolhido para representar Portugal nas celebrações dos 30 anos da morte de Jim Morrison onde esteve com Ray Manzarek e Danny Sugerman nas homenagens ocorridas a 3 de Julho em Paris.Em 2003 foi lançada a edição nacional do Contigo Torno-me Real, o primeiro livro do autor. Recebeu uma excelente crítica de imprensa e o seu trabalho revelou-se um sucesso imediato junto dos leitores. Em 2008, e depois de vários anos de profunda investigação, surgiu a versão internacional do Contigo Torno-me Real. Uma obra completamente diferente na profundidade da abordagem, aclamada pela crítica e distinguida internacionalmente. As participações de excelência, o material raro, inédito e a pesquisa de qualidade foram premiadas com uma Menção Honrosa no «London Book Festival». Um livro português destacado entre milhares maioritariamente em inglês e espanhol. Um mérito que levou a mítica UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles) a abrir pela primeira vez as suas portas a um investigador residente neste tema.

Livros relacionados
 

É doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho e professor associado da Faculdade de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação da Universidade Lusófona do Porto, onde lecciona nos três ciclos de ensino em Ciências da Comunicação, de cujo primeiro ciclo é director. Foi jornalista durante cerca de vinte anos, os últimos treze dos quais na redacção do semanário Expresso. É investigador integrado do CICANT e entre as suas áreas de pesquisa contam-se o estudo das relações entre sistemas de poderes e dispositivos técnicos de comunicação ampliada, a Ética e as Teorias da Comunicação e do Jornalismo, bem como os domínios da Literacia Mediática e Pensamento Crítico. É autor de produção artística, científica, académica e ensaística diversa, parte da qual traduzida para ou publicada em inglês, francês, espanhol, italiano e alemão.

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 

Rui Sanches (Lisboa, 1954) inicia formação plástica no Ar.Co, em Lisboa. Prossegue-a no Goldsmiths’ College, Londres, onde tirou um Bachelor of Arts em 1980, e na Yale University, New Haven, onde obteve um Master of Fine Arts, em 1982, sendo bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. De regresso a Portugal, deu aulas no Ar.Co, onde foi também responsável pelo Departamento de Escultura e membro da Direcção, e no IADE. Expõe colectivamente desde 1985 e individualmente desde 1984, tanto em Portugal como no estrangeiro. Nos anos 80 e 90 está ligado à direcção do CAM da FCG, desenvolvendo trabalho de curadoria de exposições. A partir de 1993 realiza também intervenções em espaços públicos. É representado em diversas colecções públicas e privadas no país e no estrangeiro, tendo sido premiado com o Prémio AICA em 2008.

Livros relacionados
 

Elvas, 1970. Vive e trabalha em Lisboa.

Professor Auxiliar de Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Licenciatura em Artes Plásticas - Pintura, pela FBAUL (1993). Mestrado em Pintura, pela FBAUL (2006). Doutoramento em Pintura, pela FBAUL (2014).

Exposições individuais (selecção): Noise After Sabotage, Galeria Zero, Algés (1992); Sistemas de Recepção, Galeria Quadrum, Lisboa (1993); A Ceia, Museu do Chiado, Lisboa (1994); Geração Iconoclasta, Culturgest, Lisboa (1996); Buracos Negros Também Cospem, Galeria Arte Periférica, Lisboa (1998); Afastamento, Galeria Arte Periférica, Lisboa (2000); Al Oeste Nada Nuevo, Galeria 57, Madrid (2001); Vandalismo Antes da Felicidade, Galeria Arte Periférica, Lisboa (2003); Pelo Buraco da Agulha, Galeria Graça Brandão, Lisboa (2010); 20 Mil Anos Depois, Galeria Arte Periférica, Lisboa (2011); Noite Antiquíssima, Galeria Municipal do Montijo, Montijo (2015); I Used To Be, Galeria Arte Periférica, Lisboa (2016); Todas as Noites, Museu de Arte Contemporânea de Elvas, Elvas (2017); Fome, Projecto Travessa da Ermida, Lisboa (2019).

Representado pela Galeria Arte Periférica (Lisboa) desde 1991.

Obras adquiridas pelo Ministério da Cultura, Museu do Chiado, MEIAC de Badajoz, Câmara Municipal da Maia, Portugal Telecom, Caixa Geral de Depósitos, Fundação de Serralves, Fundação PLMJ, Fundação EDP, Colecção António Cachola, e outras colecções particulares nacionais e internacionais.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

1960

Nasceu em Long Island, Nova Iorque, EUA.

Born in Long Island, New York, USA.

 

1981

Bacharel em Belas-Artes, Buffalo State College.

BFA in Arts, Buffalo State College.

 

1983

Mestrado em Pintura, Universidade de Buffalo, SUNY.

MFA in Painting, University at Buffalo, SUNY.

 

1983/84

Pós-graduação (Bolsa Fulbright) com a orientação de K.H. Hödicke e de Georg Baselitz, Universität der Künste, Berlin.

Post-graduate studies (Fulbright Fellowship) with K. H. Hödicke and Georg Baselitz, Universität der Künste, Berlin.

 

1996

Bolsa NYFA.

NYFA Fellowship.

 

2010

Bolsa Pollock-Krasner Foundation.

Pollock-Krasner Foundation Grant.

 

2015/2020

Professor Assistente de Desenho, City College, CUNY.

Adjunct Assistant Professor of Drawing, City College, CUNY.

 

2020/2021

Instrutor de Pintura Convidado, Hastings College, Nebraska.

Visiting Instructor of Painting, Hastings College, Nebraska.

 

Vive e trabalha em Nova Iorque.

Lives and works in New York.

Livros relacionados
 

É uma artista - escultora. Na data em que foi publicado este livro exerce as funções de diretora do Departamento de Belas-Artes da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (FBAUP). Ali criou e dirige o curso Construções Têxteis. Desde 1996, tem realizado exposições individuais, concebido, participado, colaborado e organizado inúmeros eventos, exposições coletivas e workshops em diversos países. É autora de textos e artigos publicados em livros, catálogos, revistas e jornais. Tem realizado palestras, seminários, comunicações e participado em congressos em Museus, Escolas de Arte e Universidades, nacionais e estrangeiras, na Europa, Brasil e Canadá. Organiza regularmente exposições, coordena projetos e atividades de investigação, realiza curadorias, workshops, aulas abertas, formações e residências artísticas. As suas obras têm sido referidas em inúmeras publicações. Recebeu diversos prémios e a sua obra está representada em instituições e coleções privadas em Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra, Canadá e Brasil. www.ruterosas.com | https://pt.wikipedia.org/wiki/Rute_Rosas

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Salomé Lamas (1987, Lisboa) estudou cinema em Lisboa (Escola Superior de Teatro e Cinema) e Praga (Filmová a Televizni Fakulta Akademie Múzick’VCH V Praze), Artes Visuais MFA em Amsterdão (Sandberg Instituut, Gerrit Rietveld Academie) e é doutoranda em Arte Contemporânea em Coimbra (Universidade de Coimbra).

O seu trabalho já foi mostrado tanto em espaços dedicados à arte quanto em festivais de cinema tais como Berlinale – Internationale Filmfestspiele Berlin, NIMK – Netherlands Instituut voor Mediakunst, Festival Internazionale del Cinema di Roma, BAFICI, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, FIAC, MNAC – Museu do Chiado, DocLisboa, Cinema du Réel, Visions du Réel, MoMA – Museum of Modern Art, Museo Guggenheim Bilbao, Pacific Film Archive, Harvard Film Archive, Museum of Moving Images NY, Jewish Museum NY, Fid Marseille, Arsenal Institut fur film und videokunst, Viennale, Hong Kong Film Festival, UCLA Film & Television Archive, Serralves – Museu de Arte Comtemporânea, Tate Modern, Centre d’Art Contemporain de Genève, Bozar – Palais des Beaux-Arts, TABAKALERA, ICA – The Institute of Contemporary Arts, Mostra de São Paulo, CAC – Contemporary Art Center Vilnius, Ann Harbor.

Recebeu diversas bolsas, tais como The Gardner Film Study Center Fellowship – Harvard University, The Rockefeller Foundation – Bellagio Center, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Oriente, Bogliasco Foundation, The MacDowell Colony, Yaddo, Berliner Künstlerprogramm des DAAD.

Colabora regularmente com a produtora O Som e a Fúria e é representada pela Galeria Miguel Nabinho – Lisboa 20.

Livros relacionados
 

É licenciado, mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, e investigador no LabCom da Universidade da Beira Interior. É professor auxiliar na Universidade da Madeira onde ensina, entre outras disciplinas, «Retórica e Comunicação». São da sua autoria os livros Media Rhetoric: How Advertising and Digital Media Persuade Us (Cambridge Scholars, 2021), enquanto organizador, e Retórica Afectiva — Subsídios para a Compreensão da Natureza do Pathos (Cadernos SOPCOM, 2020); Introdução à Retórica no Séc. XXI (LabCom, 2018), A Tele-Realidade — O Princípio de Publicidade Mediatizado (LabCom, 2013); e Publicidade e Consumação nas Sociedades Contemporâneas (LabCom, 2011). Publicou vários artigos e capítulos de livro sobre Retórica de entre nos quais «Affective Rhetoric: what it is and why it matters» in Zhang, L., and Clark, C. (ed.) Affect, Emotion, and Rhetorical Persuasion in Mass Communication (2018), «A Utilização da Metáfora Pictórica na Retórica das Imagens Publicitárias» (2018) Ou «Formas Emotivas do Discurso Persuasivo» (2019).

Livros relacionados
 
 
 

Investigadora de pós-doutoramento, bolseira FCT no Instituto de História da Arte (IHA-FCSH, Universidade NOVA de Lisboa, Portugal), desde 2015. Professora e coordenadora da pós-graduação em Curadoria de Arte na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Dirige a revista online Wrong Wrong e a plataforma digital raum: residências artísticas online.

Doutorada pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2014), é licenciada em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (1997), pós-graduada em História da Arte Contemporânea pela FCSH-UNL (2000) e em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação pelo ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (2003).

Crítica de arte, realizou conferências e é autora de várias publicações, livros, ensaios, e de inúmeras entrevistas e textos sobre arte contemporânea em catálogos editados por instituições artísticas nacionais e internacionais e publicações da imprensa especializada. Concebeu, dirigiu e editou a Artecapital, publicação online especializada em arte contemporânea, desde a sua fundação em Abril de 2006 até Dezembro de 2013. Foi editora da Número Magazine (2001) e da revista Artes & Leilões (2007-2010). Foi crítica de arte das revistas Arte y Parte (2001-2007), Pangloss (2004) e L+Arte (2005-2007) e mantém colaboração permanente na Arq./a — Arquitectura e Arte e Stratosphere.

Foi membro de júris nalguns dos mais destacados concursos e prémios nacionais de arte contemporânea. Foi assessora de comunicação da Direcção-Geral das Artes / Ministério da Cultura, tendo coordenado a comunicação nacional e internacional das representações oficiais portuguesas na Bienal de Veneza e na Bienal de São Paulo, nas áreas da arte e da arquitectura (2008-2010). Foi consultora editorial da ARTE LISBOA — Feira de Arte Contemporânea, entre 2005 e 2010. Integra a secção portuguesa da AICA (Internationale Association of Art Critics) desde 2006.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 

Nasceu em Lisboa (1978), cidade onde vive e trabalha. 

Curadora. É directora do Atelier-Museu Júlio Pomar desde 2012, assumindo a sua orientação artística e executiva. Formada em Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2001), mestre em Estudos Curatoriais (2005) e doutorada com a tese Da Escultura à Espacialidade (2012) pela mesma Universidade. Comissária desde 2006, destacam-se as exposições: Paisagem interior, no CAM da Fundação Calouste Gulbenkian; Zona Letal, Espaço Vital: obras da Colecção da Caixa Geral de Depósitos; Arquite(x)turas: colecção de fotografia do BES; Khora; Desenhos, Construções e Outros Acidentes… da Fundação Carmona e Costa, entre outras. Publica regularmente em catálogos e revistas de arte e é coordenadora editorial da colecção «Cadernos do Atelier-Museu Júlio Pomar». Faz parte da Direcção da Secção Portuguesa da AICA.

Livros relacionados
 

É professora auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho e investigadora no CECS – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade. Doutorada em Ciências da Comunicação. Ensina nas áreas da comunicação estratégica e da publicidade. Trabalho de investigação focado na reconfiguração da publicidade na sociedade (contributo para um melhor exercício de cidadania). Áreas de estudo: publicidade na esfera social, publicidade comportamental, comunicação no Terceiro Sector, responsabilidade social empresarial, comunicação territorial, comunicação política e relação da comunicação com a religião. Fundadora da empresa Bmais Comunicação (2002) e do programa Be True (2010) – programa de atuação em responsabilidade social e sustentabilidade. Trabalha em publicidade desde 1989, na área criativa. É diretora estratégica e criativa na empresa a que preside. Membro da direção da ADDICT – Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas, e da direção da Associação Bagos d’Ouro, IPSS dedicada à promoção da educação das crianças como fator de inclusão. É cronista no jornal Público on-line. Foi embaixadora de empreendedorismo nomeada pela Comissão Europeia (2010-2013).

Livros relacionados
 

Sara Bichão (Lisboa, 1986). Vive e trabalha em Lisboa.

Concluiu o mestrado em Pintura na Faculdade das Belas Artes de Lisboa (2011). Integrou várias residências artísticas, Residency Unlimited (2012, USA), PIRA ADM (2016, MX), Artistes en Résidence (2017, FR), e no Centro de Artes Arquipélago (2018, PT). Expõe desde 2009, destacando-se as exposições individuais mais recentes: Encontra-me, mato-te (2018), Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Coastal (2017), Barbara Davis Gallery, Houston; O meu sol chora, Fundação das Comunicações, Lisboa; Somebody’s Address (2016) e Open Gates (2014), Rooster Gallery, Nova Iorque; Recheio (2014), Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa. O seu trabalho está representado em várias colecções públicas: CACE (Coleção de Arte Contemporânea do Estado), Portugal; FLAD, Lisboa, Portugal; Fundação Carmona, Lisboa, Portugal; Fundação PLMJ Foundation, Lisboa, Portugal; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; Fundação EDP – MAAT, Lisboa, Portugal; Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa, Portugal; MidFirst Bank, Arizona, USA; Twins Design, Houston, USA; Companhia de Seguros Fidelidade Mundial, Lisboa, Portugal; Telo de Morais, Coimbra, Portugal; António Cachola, Elvas, Portugal; Norlinda e José Lima, S. João da Madeira, Portugal; Figueiredo Ribeiro, Lisboa, Portugal; Fondazione Benetton, Milão, Itália; CAC, Málaga, Espanha.

Foi premiada pela Fidelidade Mundial — Jovens Pintores (menção honrosa, 2009), pelo Anteciparte (artista seleccionada, 2009) e pelo BPI/FBAUL (1.º prémio na categoria de pintura, 2008).

Livros relacionados
 
 
 
 

É Professor Auxiliar Convidado de Estudos Fílmicos na Universidade de Coimbra, onde coordena os Estudos Fílmicos e da Imagem e dirige o Mestrado em Estudos Artísticos. Integra o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra e o grupo de análise fílmica da Universidade de Oxford, «The Magnifying Class». Leccionou na Universidade Nova de Lisboa e na Universidade de Kent, onde lhe foi atribuído o grau de doutor em Estudos Fílmicos.

Co-edita as revistas Cinema: Revista de Filosofia e da Imagem em Movimento (http://cjpmi.ifl.pt/) e Conversations: The Journal of Cavellian Studies (https://uottawa.scholarsportal.info/ojs/index.php/conversations). 

O seu trabalho de investigação sobre a estética das obras da imagem em movimento, nas suas relações com a filosofia, a história, o marxismo e a religião, tem sido apresentado em várias universidades portuguesas e estrangeiras e publicado em revistas com arbitragem científica como a Fata Morgana e a L’Atalante.

Na Documenta, publicou Por Dentro das Imagens — Obras de cinema. Ideias do cinema (2016) e Escrita em Movimento — Apontamentos críticos sobre filmes (2020) e é um dos autores da obra colectiva Espelhos do Film Noir (edição de Jeffrey Childs) (2020).

Mais informações em: www.sdiasbranco.net

 

Livros relacionados
 
 

Licenciado em Sociologia e Mestre em Ciências da Comunicação. Actualmente, lecciona sobre Fotografia e Arte Contemporânea na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem investigado e escrito sobre questões em torno da imagem, em especial sobre os domínios entre a fotografia, o vídeo e o cinema. Concebeu para o Ministério da Educação os programas oficiais da disciplina de Fotografia do Ensino Artístico Especializado; foi o coordenador da residência artística O Sítio das Artes (2007), no âmbito do fórum cultural O Estado do Mundo da Fundação Calouste Gulbenkian e coordenador e professor dos cursos de Fotografia (2005, 2008) do Programa de Criatividade e Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian. Enquanto curador foi responsável por um número significativo de exposições individuais e colectivas, nas quais trabalhou com artistas como Jeff Wall, Thomas Demand, David Claerbout, Pedro Costa, Paulo Nozolino, Victor Burgin, Julião Sarmento, Joel Sternfeld, Roman Signer, Tacita Dean e Walid Raad. Foi o comissário-geral das edições de 2003 e 2005 da LisboaPhoto, e director artístico da PhotoEspaña entre 2008 e 2010. Foi o comissário da Representação Oficial Portuguesa à 54.ª Bienal de Arte de Veneza.

Livros relacionados
 
 

Nasceu em Coimbra em 1958. Vive e trabalha em Lisboa e Berlim. Após ter concluído o curso de Escultura do Ar.Co e frequentado o curso de Cinema do Conservatório de Lisboa, licenciou-se em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa e fez o mestrado e o doutoramento na mesma universidade. Leccionou Escultura e Desenho no Ar.Co (Lisboa) e as disciplinas de Projecto, Desenho e Seminário de Mestrado na ESAD-CR (Caldas da Rainha). Actualmente é artista/investigador residente no Arsenal-Institut for film and Video-Art em Berlim onde vive e trabalha no âmbito de uma bolsa de investigação individual de pós-doutoramento. Em 2012 concebeu ciclos de filmes e vídeos experimentais, apresentados no CAM e na Cinemateca Portuguesa. Expõe individualmente desde 1985, concentrando-se a partir de 1992 em instalações para espaços específicos conjuntamente com o músico/compositor Luís Bragança Gil. Deste trabalho a dois resultaram em 1997 e 1998 as instalações áudio e vídeo imersão e travelling.

Livros relacionados
 

[…] Querendo usar de mais precisão, chamava-se Joseph Thomas Sheridan Le Fanu. Este escritor, a dar mostras de um fantástico que talvez utilize apenas esse rótulo para explicar forças mal compreendidas pela mera percepção humana e a servirem como projecções de angústias, estendeu a sua sombra por outros tantos escritores espalhados pelo mundo. Por exemplo, Robert Louis Stevenson foi colher inspiração na novela Mr. Justice Harbottle para escrever o seu incompleto romance Weir of Hermiston. Podem encontrar-se ecos da sua obra no belga e esquecido Jean Ray. E veja-se que também chegou a Arthur Machen, esse obscuro galês. De maior notoriedade, Henry James sentiu-lhe a influência (e na sua breve novela The Liar chega a colocar estas palavras na boca do narrador: «Havia o habitual romance de Mr. Le Fanu na mesa de cabeceira; leitura ideal numa casa de campo para as horas depois da meia-noite.»)

Essas mesmas neblinas que envolveram os vultos de variados escritores (e penetraram as suas obras), abraçaram também Sheridan Le Fanu em 28 de Agosto de 1814, em Dublim, quando ele veio ao mundo. Poder-se-ia dizer que há seres marcados para a literatura, que existe um destino cuidador quanto a essas escolhas. Este futuro e portentoso escritor teve como pai Thomas Le Fanu, pastor numa igreja que não devia ficar muito longe dali. A sua mãe, como costuma suceder nestes casos, era uma mulher provida de cultura. E quanto a esse talvez curioso apelido que é Le Fanu, pode ser explicado por uma descendência francesa a conhecer antepassados normandos, huguenotes a dar à sola por causa do édito de Nantes promulgado por Henrique IV, ele que só queria apaziguar as guerras religiosas.

Esse pai cheio de fé vai ocupar-se da educação dos filhos, que nessa altura, além de Sheridan, conta ainda com uma Catherine Frances, e talvez não seja descabido fixar este nome, irá perceber-se porquê. Mas seguindo a indelével marcha da vida, Sheridan dá-se ao saber desse pai e aprende coisas úteis. Nessa utilidade existe uma aprendizagem distinta da língua francesa. Talvez isso ajude a explicar a sua escrita largamente preocupada com delicadezas estilísticas a conferir-lhe méritos apreciáveis. E, portanto, as aspirações literárias surgem cedo na sua vida: conta o seu irmão, terceiro e último rebento dos seus pais, que Sheridan Le Fanu não andaria pelos quinze anos quando praticava poesia que «dava mostras de uma profundidade de imaginação e sentimento invulgares num rapaz dessa idade.»

Apoiado por um pai que parece achar melhor que ele seja advogado, Sheridan vai estudar direito para o Trinity College, mas essa coisa das leis não lhe agrada lá muito. Se é certo que termina o curso e obtém o diploma, também é certo que não exercerá essa profissão. Tinha a literatura a piscar-lhe um olho sedutor, e ele estava de amores com ela. Além disso, parece que o escritor também será jornalista.

[…]

Depois de ter escrito Carmilla, Sheridan Le Fanu não fez, no entanto, surgir muitos mais prazeres literários. Com a sua vida a aproximar-se do fim, encontrava-se a viver num isolamento apenas perturbado pela sua filha Frances. Diz-se que mal comia e passava os dias na cama, a beber apenas copiosas quantidades de chá preto. Escrevia e não parava, ficando num estado de exaustão total. Também se diz que a madrugada de 7 de Fevereiro de 1873 foi a sua última neste mundo; preparava-se para escrever um texto intitulado Pronto para Morrer, e apagou-se.

[Diogo Ferreira, «Apresentação», Carmilla]

 

 

Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 

Sofia Areal nasce em Lisboa, em Junho de 1960. A sensibilidade para as artes plásticas e para a literatura é espoletada e ocupam os espaços e os tempos desde a infância, abrangendo a pintura, a escultura, o desenho, a poesia, a crítica e ensaio literários, sob efeito e por acção do seu pai, António Areal, pintor e homem de letras, da sua mãe, Lira Keil do Amaral, com formação em escultura e praticante do desenho, e ainda em contacto com a arquitectura e o modo de pensar a cidade, instigado pelo avô paterno, Joaquim Areal, e com as artes e a cultura em geral, fomentado pelos avós maternos, entre as quais a música lírica toma lugar especial pela mão da avó materna, Dalila dos Passos Freitas.

Cresce entre Lisboa, a Madeira, os Açores e Moçambique, rodeada por pessoas das artes e da cultura da segunda metade do século XX, que acentuam uma dimensão artística e intelectual aberta ao mundo, edificando um pensamento constelar sobre o mundo e a vida, vincadamente humano e afectivo, permanentemente desperto e permeável, reactivamente vivo e inquieto, que vem, mais tarde, a traduzir na sua obra, centrada no desenho e na pintura, em redor dos quais gravitam outros processos de expressão plástica, tais como a ilustração, o design gráfico, a cenografia ou a tapeçaria.

Inicia a formação artística no Herefordshire College of Art & Design, no Reino Unido, frequentando os cursos de Textile Design, entre 1978 e 1979, e o Foundation Course, entre 1979 e 1980. O interesse inicial pela técnica da tapeçaria é direccionado para a pintura e o desenho, em virtude do tempo associado ao processo de produção, onde encontra a velocidade, o instante, e neles satisfaz a liberdade do impulso, da surpresa e do acidente, e a exploração de uma relação uníssona com os suportes e os materiais. Em Portugal, frequenta os ateliers de pintura e gravura do Ar.Co, entre 1981 e 1983.

Os primeiros trabalhos são figurativos, predominando a paisagem e as naturezas-mortas. Evolutivamente, o objecto representado retira-se, e a figuração cede lugar à composição abstracta em sobreposições e justaposições de formas e de traços, entre vazios e plenitudes, entre positivos e negativos, que passam a dominar o seu trabalho enquanto modalidade de análise das manchas, do contorno e da cor das propriedades apreendidas visualmente, guardadas emocionalmente, em objectos encontrados, em pessoas da intimidade, nas coisas triviais da vida, que pontuam intimamente o seu percurso biográfico. Neles vive o contraste, entre a separação e o aconchego, entre a casa e a viagem, entre o murchar e o florescer, entre o débil e o bravo, entre mar e terra. Dia e noite, vida e morte, céu e abismo. Em dimensões que variam entre o grande e o pequeno formato, com forma rectangular, quadrada ou redonda, aplica, sobre tela e sobre papel, indiscriminadamente desorganizando os códigos próprios do desenho e da pintura, grafites, pastéis secos, tinta da china, aguarela, tinta acrílica, e elementos resultantes do recorte e da colagem. Na sua composição, busca um ideal solar, uma estética do belo, do agradável, do prazer, da harmonia, que procura nas relações de equilíbrios, entre fundo e composição, entre risco e mancha, entre texturas e lisuras, entre opacidades e transparências, entre as cores sólidas de uma palette em que predominam os vermelhos, os amarelos, os azuis, os negros e os brancos sem renunciar a presenças de desdobramentos em cores secundárias, e encontra nos contrastes formais que emergem do instinto do gesto declaradamente musculado, que inscrevem os pessoais.

Coleções (seleção): Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Fundação de Serralves, Porto; Caixa Nova da Galiza, Vigo; FEVAL, Cáceres; Museu de Arte Contemporânea do Funchal, Funchal, Fundação Carmona e Costa, Lisboa; Casa da Cerca — Centro de Arte Contemporânea, Almada; Fundação Millennium BCP, Lisboa; Coleção Novo Banco, Lisboa; Fundação PLMJ, Lisboa; Coleção Cachola, Elvas; Coleção Leal Rios, Lisboa.

 

Sofia Areal was born in Lisbon, in June 1960. Her affinity for the visual arts and literature (which would take the form of painting, sculpture, drawing, poetry and literary criticism and essays), which from childhood would occupy her spaces and times, was fostered by her father, António Areal, a painter and man of letters, and her mother, Lira Keil do Amaral, a former sculpture student and a skilled draughtswoman; furthermore, her paternal grandfather, Joaquim Areal, put her in contact with architecture and urban concepts, while her maternal grandparents (especially her grandmother, Dalila dos Passos Freitas) enriched her knowledge of the arts and culture at large.

She grew between Lisbon, Madeira, the Azores e Mozambique, surrounded by people connected with the arts and culture of the second half of 20th century who cultivated an artistic and intellectual approach open to the world, developing a constellate outlook on the world and life, a markedly human and affective, permanently alert and permeable, reactively alive and restless outlook she would later express in her work, which focuses on drawing and painting, around which gravitate other visual forms, such as illustration, graphic design, set design or tapestry.

Sofia’s artistic studies began in the United Kingdom, at the Herefordshire College of Art & Design, where she attended the Textile Design course (1978-1979) and the Foundation Course (1979-1980). Her initial interest in tapestry was soon channelled into painting and drawing, due to their quicker time of production, which gave her the speed of the moment and the freedom of impulse, surprise and accident, as well as a one-on-one relationship with her supports and materials. In Portugal, she attended the painting and engraving workshops of the Ar.Co school (1981-1983).

Her first works were figurative, largely landscapes and still lifes. Gradually, the representations of objects disappeared, as figuration gave way to abstract composition: superimpositions and juxtapositions of shapes and lines, operating between voids and plenitudes, between positives and negatives, which would henceforth dominate her work as the analysis of the forms, contours and colours of those visually captured and emotionally preserved properties, taken from found objects, close people and life’s trivial elements, which intimately dot her biographic itinerary. In them lives the contrast between separation and cosiness, home and journey, wilting and blossoming, weakness and bravery, sea and land. Day and night, life and death, sky and abyss. In sizes ranging from large to small formats, in rectangular, square or round shapes, she applies onto canvas and paper, while indiscriminately disorganising the codes of drawing and painting, graphite, dry pastel, Indian ink, watercolour, acrylic paint and collaged cut-outs. Through her compositions, she aims for a solar ideal, an aesthetics of the beautiful and the pleasant, of pleasure and harmony, looking for it in the balanced relationships between background and composition, line and shape, textures and smooth areas, opacities and transparencies, between the solid colours in a palette dominated by reds, yellows, blues, blacks and whites while never eschewing their unfolding into secondary colours, finding her personal touch in the formal contrasts that emerge out of instinctive, openly muscular gestures.

Selected collections: Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisbon; Fundação de Serralves, Porto; Caixa Nova da Galiza, Vigo; FEVAL, Cáceres; Museu de Arte Contemporânea do Funchal, Funchal; Fundação Carmona e Costa, Lisbon; Casa da Cerca — Centro de Arte Contemporânea, Almada; Fundação Millennium BCP, Lisbon; Coleção Novo Banco, Lisbon; Fundação PLMJ, Lisbon; Coleção Cachola, Elvas; Coleção Leal Rios, Lisbon.

Livros relacionados
 
 
 
 
 
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu no Porto, em 1956. Professor de Filosofia, lecciona actualmente no ICAFG (Porto).

Publicou, entre outros livros, Grandeza de Marx — Por uma política do impossível (Assírio & Alvim, 2011), Lógica do Acontecimento — Introdução à filosofia de Deleuze (2.ª edição aumentada, Documenta, 2012), O Que É Poesia? (3.ª edição aumentada, Documenta, 2014), Žižek, Marx & Beckett — E a democracia por vir (Documenta, 2014), O Riso de Mozart — Música, pintura, cinema, literatura (Documenta, 2016), Pre-Apocalipse Now — Diálogo com Maria João Cantinho sobre política, estética e filosofia (Documenta, 2016), Teologia da Carne — A pintura de António Gonçalves (Documenta, 2018), Anti-Doxa — A filosofia na era da comunicação (Documenta, 2019).

Traduziu para a Documenta: Gilles Deleuze, A Imagem-Tempo — Cinema 2 (2015), A Imagem-Movimento -— Cinema 1 (2016). 

 

 

 

Fotografia de João Duarte Sousa Dias.

Livros relacionados
 

(Munich 1964). Estudió Filosofía, Ciencias Políticas y Estudios Latinoamericanos en la Universidad Goethe de Frankfurt, en la que se tituló como maestro y doctor en filosofía bajo la tutoría de Alfred Schmidt (quien a su vez era colaborador de Max Horkheimer, Herbert Marcuse y Theodor W. Adorno). Radicado en México desde 1993, es profesorinvestigador de tiempo completo, categoría VII (categoría máxima), de la Universidad Autónoma de Querétaro, en cuya Facultad de Ciencias Políticas y Sociales ha fundado y coordinado el proyecto de investigación del Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología: Teoría crítica desde las Américas (2012-2015). Es profesor y tutor del Posgrado en Filosofía de la Universidad Nacional Autónoma de México. Además, ha impartido cátedra de filosofía y teoría social en diferentes universidades, como la University of California, Santa Cruz, la Tulane University, New Orleans y la Johann Wolfgang Goethe - Universität Frankfurt am Main.

Actualmente es investigador nacional nivel III del Sistema Nacional de Investigadores (nivel máximo) y autor de los libros Marxismo crítico en México. Adolfo Sánchez Vázquez y Bolívar Echeverrías (México, Fondo de Cultura Económica, 2007, reimpresiones: 2008 y 2015), Fragmentos de Frankfurt. Ensayos sobre la Teoría crítica (México, Siglo XXI, 2009, 2ª ed.: 2014) y El discreto encanto de la modernidad. Ideologías contemporáneas y su crítica (México, Siglo XXI, 2013), Peripherer Marxismus. Kritische Theorie in Mexiko. (Hamburg/Berlin, Argument, 1999), Materialismus und Messianismus. Zu Walter Benjamins Thesen «Über den Begriff der Geschichte» (Bielefeld, Aisthesis, 2008), Frankfurter Fragmente. Essays zur kritischen Theorie (Frankfurt am Main, Peter Lang, 2013) y Critical Marxism in Mexico. Adolfo Sánchez Vázquez and Bolívar Echeverría (Leiden/Boston, Brill, 2015, reedición: Chicago, Haymarket, 2016), así como Der diskrete Charme der Moderne. Zeitgenössische Ideologien und ihre Kritik (Berlin/Viena, Lit Verlag, 2017, en prensa). Además es compilador de cinco libros, entre ellos: Teoría crítica: imposible resignarse. Pesadillas de represión y aventuras de emancipación (México/Querétaro, Porrúa/Universidad Autónoma de Querétaro, 2016).

Es autor de 150 artículos y capítulos de libros sobre Teoría crítica, recepción de la filosofía alemana en América Latina, marxismo occidental y crítica al eurocentrismo filosófico, que han sido traducidos al inglés, alemán, francés, italiano, checo, turco, portugués y chino, al ser publicados en revistas como: Les Temps Modernes (Paris), Revista Mexicana de Sociología (México), Deutsche Zeitschrift für Philosophie (Berlin), Filosofický časopis (Praga), Herramienta (Buenos Aires), Zeitschrift für Kritische Theorie (Lüneburg), Diánoia (México, D.F.), Radical Philosophy Review (San Francisco, Cal.), Marxismo Oggi (Milano), Review (Binghamton, N.Y.), Revista Internacional de Filosofía Política (Barcelona/México/Madrid), Das Argument (Hamburg), Estudos e Pesquisas em Psicologia (Rio de Janeiro), Íconos (Quito), Espiral (Guadalajara), Utopía y Praxis Latinoamericana (Caracas), Desacatos (México, D.F.), Revista Internacional de Pensamiento Político (Huelva/Sevilla), International Sociology (London), Revista de Hispanismo Filosófico (Madrid), Cogito (Estambul), Desacatos (México, D.F.) Fênix (São Paolo), Polylog (Wien), American Pilosophical Association Newsletter (San Francisco, CA), Constelaciones (Madrid), Itinerarios (Varsovia) y Marxism 21 (Jinju, Corea del Sur), y en libros como The Great Refusal: Herbert Marcuse and Contemporary Social Movements (Philadelphia, Temple University Press), 学 习 与 探 索 [Xuéxí yǔ tànsuǒ] (Heilongjiang, China) entre otros.

Es evaluador del CONACYT y del PRODEP, miembro del Comité de Programación y Redacción de la Revista Internacional de Pensamiento Político (Sevilla) y dictaminador de editoriales como Fondo de Cultura Económica (México) y Sage Publications (London), así como de revistas como International Sociological Association (London), Diánoia (México), Argumentos (México), Andamios (México), Política y Cultura (México), Acta Poética (México), Signos Filosóficos, (México), Estudios Sociológicos (México) y Iberofórum, (México), entre otras.

Ha impartido conferencias (magistrales) en español, inglés, alemán y francés en diferentes universidades y congresos, así como coordinado diferentes eventos académicos, como el Primer coloquio “Teoría crítica desde las Américas” (Querétaro, 2015) y el Simposio «Teoría crítica desde las Américas», en el marco del XVIII Congreso Internacional de Filosofía (San Cristóbal, 2016).

Habla, lee y escribe los siguientes idioma: alemán (lengua materna), español (imparte clases universitarias y conferencias magistrales, redacta libros y artículos), francés (presenta ponencias en congresos internacionales, redacta artículos), inglés (imparte cátedra y presenta ponencias en congresos interacciónales, redacta libros y artículos); además lee el latín.

Sus libros y artículos han sido citados en más de 350 publicaciones, destacan el libro Marxismo crítico en México, Adolfo Sánchez Vázquez y Bolívar Echeverría, que ha sido citado en más de 100 publicaciones, así como el libro Fragmentos de Frankfurt. Ensayos sobre la Teoría crítica, que ha sido citado en más de 60 publicaciones.

Sus tesistas han recibido diferentes reconocimientos y premios, como el Premio a la mejor tesis de doctorado en filosofía en México 2015, otorgado por la Asociación Filosófica de México (Fernando Huesca Ramón: Economía política clásica en Hegel: valor, capital y eticidad. Tesis de Doctorado. Programa de Maestría y Doctorado en Filosofía, UNAM), el Premio Norman Sverdlin 2013 de la Facultad de Filosofía y Letras de la UNAM, que se otorga a la mejor tesis de maestría de la generación (Lissette Evelyn Silva Lazcano: Entre el polvo del mundo. Irracionalidad, pesimismo y compasión en Max Horkheimer. Tesis de Maestría. Programa de Maestría y Doctorado en Filosofía, Facultad de Filosofía y Letras, UNAM), la Medalla Alfonso Caso 2013 de la UNAM (por la misma tesis). Además, esta tesis fue seleccionada por ser la mejor tesis de posgrado del área de Humanidades y Ciencias Sociales de la UNAM en esta generación para su publicación en la Colección del Posgrado de la UNAM (publicado en 2014).

Finalmente es coautor, con sus tesista Daniele Cargnelutti como autor principal, del trabajo ganador del Primen lugar, nivel Posgrado, bloque Ciencias Sociales y Humanidades, 4º Encuentro de Jóvenes Investigadores del Estado de Querétaro, UAQ y CONACYT (2016).

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 

Suely Rolnik dedica-se, desde os anos 1970, a investigar a micropolítica dominante no regime colonial-capitalista, especialmente os dispositivos de resistência nesta esfera, os quais resultam de uma relação imanente entre clínica, arte e política e da indissociabilidade entre prática teórica e pragmática existencial. Isso leva o seu trabalho a uma constante migração que acompanha a irrupção de insurgências micropolíticas em diferentes domínios da vida social. É psicanalista, professora titular da PUC-SP (desde 1979), onde fundou o Núcleo de Estudos da Subjetividade no Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica, e professora convidada do Mestrado Interdisciplinar em Teatro e Artes Vivas da Universidade Nacional da Colômbia (desde 2013). Possui graduação em Sociologia pela Sorbonne (Paris VIII, 1973), graduação em Filosofia pela Sorbonne (Paris VIII, 1975), graduação, mestrado e Diploma de Estudos Superiores Especializados de Ciências Humanas Clínicas pela Sorbonne (Paris VII, 1978) e doutorado em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1987). Participa do debate internacional por meio de ensaios e livros de sua autoria publicados em várias línguas, assim como das suas conferências, cursos, seminários e workshops em museus, universidades, espaços independentes e projetos experimentais. Criadora do Arquivo para uma Obra-Acontecimento, composto por 65 filmes de entrevistas, nas quais procura mobilizar a memória do corpo das proposições artísticas de Lygia Clark e seu contexto. Com estas vozes, desenha-se uma cartografia da resistência micropolítica nos anos 1960 e 1970 no Brasil. O arquivo foi o nervo central de uma retrospetiva da obra de Lygia Clark, da qual Rolnik foi cocuradora com C. Diserens (Musée de Beaux-arts de Nantes, 2005, e Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2006). Uma caixa contendo 20 DVD e um livreto foi realizada em 2011 na França (Carta Blanca éditions) e no Brasil (Cinemateca Brasileira- -MinC e SESC-SP).

 

Livros relacionados
 
 

Licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra e em Artes Plásticas pela actual ESAD–CR (anterior ESTGAD — Caldas da Rainha), é também bacharel em Belas-Artes pela Universidade de Nottingham Trent, Nottingham, Inglaterra. Frequenta várias (curtas) formações na área da dança contemporânea (com Madalena Vitorino, Clara Andermatt, Filipa Francisco, entre outras coreógrafas) e na área da cerâmica (no CRAT no Porto, na Oficina de Angra, Angra do Heroísmo, Terceira, Açores em parceria com o ARCO e a Universidade de Boston, e na Academia de Belas Artes de Riga – Departamento de Cerâmica, Letónia). Desenvolve vários projectos de educação não formal em artes visuais e performativas e em cinema. Lecciona no ensino universitário. Integra a Xerem e a Tertúlia. Entre os locais onde desenvolveu projectos como artista plástica destacam-se Cuenca (Espanha), Maputo (Moçambique), Nottingham (Inglaterra), Nova York (EUA), São Petersburgo (Rússia) e Portugal. Artista multidisciplinar (desenho, escultura, vídeo, fotografia e instalação), cujo trabalho procura lançar pontes entre diferentes linguagens e meios expressivos.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 
 
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 
 

É licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa e mestre em Tradução pela mesma universidade. É investigadora no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) e encontra-se presentemente a ultimar a sua tese de doutoramento em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho no campo dos Estudos de Rádio. Enquanto ativista e investigadora, tem refletido sobre o discurso político presente nas manifestações populares e no uso das plataformas digitais por parte dos movimentos sociais. Enquanto doutoranda, tem-se focado no papel do serviço público na rádio em Portugal, no Brasil e na sua importância para a diáspora portuguesa no mundo. No âmbito deste estudo, foi bolseira de doutoramento da FCT, investigadora convidada na Universidade Paulista, no Brasil, e investigadora visitante na Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos. Profissionalmente, esteve durante uma década ligada à rádio no Grupo Renascença Multimédia. Presentemente, é produtora de conteúdos no departamento de ensino à distância do LinkedIn em Graz, na Áustria.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Nasceu em Lisboa em 1960.

É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas — Estudos Portugueses e Ingleses — pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (1978-1982).
Trabalhou na EMI-Valentim de Carvalho (1982-1989). Foi produtora dos programas de rádio «Vapor» e «Casa da Música» (Rádio Comercial, 1984-1987) e co-autora de «Ob-La-Di, Ob-La-Da» (RFM, 1988-1991) e «Há Horas Felizes» (RFM, 1991-1993). É produtora/coordenadora de produção na RFM desde 1990.
Colaborou na Enciclopédia da Música Ligeira Portuguesa (Circulo de Leitores, 1998), é co-autora de Beatles em Portugal (Assírio & Alvim, 2002; Documenta, 2012) e realizou, para a RFM, centenas de reportagens de concertos e de entrevistas a músicos, entre eles, Paul McCartney (1993, 1999, 2004) e Ringo Starr (1992, 1998), assim como outros nomes relacionados com os Beatles, como Julian Lennon (1991), Astrid Kirchherr (1994), George Martin, Derek Taylor, Neil Aspinall (1995), Geoff Emerick (1997), Sean Lennon (2007) e Alan Rouse (2009). Assistiu a um concerto ao vivo de George Harrison (1992), dois de Ringo Starr (1992 e 1998) e dezasseis de Paul McCartney (1989-2009).

Livros relacionados
 

É doutorada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. É investigadora no Instituto de Comunicação da Nova FCSH (ICNova) e professora associada no Departamento de Ciências da Comunicação e da Cultura da Universidade Lusófona. A sua dissertação é um contributo para o campo da Fotografia e da Cultura Visual e investiga a arqueologia das imagens com pontos de vista de cima, desde os mapas rupestres até ao Google Earth (Fotografia na produção do espaço e outras imagens. Investigação sobre as imagens com pontos de vista de cima na cultura visual ocidental (FCSH, 2009). No ICNova foi bolseira de pós-doutoramento na área da História da Fotografia. Foi investigadora principal do projeto «O Impulso fotográfico: medindo as Notas biográficas | 1 9 9 colónias e os corpos colonizados. O arquivo fotográfico e fílmico das Missões Portuguesas de Geografia e Antropologia» (2018-2021). Especializou-se na temática dos Estudos de Género e da Cultura Visual no contexto de várias pesquisas sobre género e fotografia, nomeadamente sobre a representação fotográfica de mulheres políticas. Integra a direção editorial da Revista de Comunicação e Linguagens e é uma das editoras da revista Stereo and Immersive Media. Publicou Cinema e Experiência Moderna (MinervaCoimbra, 2007) e coeditou o livro Photography and Cinema. Fifty Years of Chris Marker’s La Jetée (Cambridge Scholars, 2015). Publica regularmente em revistas académicas.

Livros relacionados
 

Vive e trabalha em Lisboa, onde nasceu em 1957. Fez o curso da Escola António Arroio e o curso de Cerâmica do IADE. Frequentou os departamentos de Desenho, Pintura e Joalharia do Ar.Co e o atelier de tapeçaria de Gisela Santi. Criou a tp (loja de autor) em Lisboa (2004-2018).

Expôs o seu trabalho recentemente no Museu Nacional do Azulejo (Lisboa), Convento dos Capuchos (Almada), Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves (Lisboa), Appleton Square (Lisboa), MUDE – Museu do Design e da Moda (Lisboa), Museu de Artes Decorativas da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva (Lisboa), entre outros.

Encontra-se representada em colecções privadas e institucionais, nacionais e internacionais das quais se destacam: Fundação Carmona e Costa, Museu Nacional do Azulejo, MUDE – Museu do Design e da Moda e Museu Nacional do Traje.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
 
 
 

Licenciatura em Artes Plásticas – Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1991); DEA (Diplome d’Études Approfondies) no Centro de História e Teoria da Arte da École des Hautes Études en Sciences Sociales Paris (1993) (equivalência ao grau de mestre atribuído pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em Julho de 2002); DEA em Estudos Portugueses (na Université de la Sorbonne, Paris IV), 1995; doutoramento em Filosofia de Arte na Université Marc Bloch – Strasbourg (2004).

Em França, na qualidade de bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, do Centro Nacional de Cultura e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, foi aluno de Louis Marin, de Jean-Luc Nancy e de Philippe Lacoue-Labarthe.

Desde 2005, retomou a sua actividade artística.

Índice de obras e livros desde 2005: Obras plásticas — Lacrimosa (com André Maranha e Francisco Tropa), Galeria Lino António – Escola António Arroio, Lisboa, 2005; Mnemósina (dois filmes com Pedro Tropa), CAM/Fundação Calouste Gulbenkian, 2006/2007; Ancienne impression d’Afrique, filme para a exposição Nota de encomenda, Lisboa, Livraria Assírio & Alvim, 2008; Libera me (com André Maranha), peça para exposição Avenida 211 (Espaço Avenida, Lisboa), 2008-2009; Scena (para duas vozes), filme om André Maranha, 2008; De lá, com Rita Roberto, Galeria Quadrum / Câmara Municipal de Lisboa, 2011; Éden (o filme desta terra), com André Maranha, 2012; Clamor, com Rita Roberto (reapresentação de “De lá”, Galeria Quadrum, e apresentação de “Aqui”, cisterna da FBAUL), 2013; Parlatório, com André Maranha, sala de exposições do Ar.Co (Lisboa), 2018; Umbral, com André Maranha, peça para a exposição colectiva Não é ainda o mar, Convento Corpus Christi, Vila Nova de Gaia, 2018; Chama, exposição individual no Centro de Artes Visuais, Coimbra, 2019;

Livros  — Assombra. Ensaio sobre a origem da imagem, Lisboa, Assírio & Alvim, 2009 (com fotogramas de Marta Maranha e Diogo Saldanha); Persistência da obra. Arte e política [org.], Lisboa, Assírio & Alvim, 2011; Scena, com André Maranha, Lisboa, Documenta, 2012; Éden, com André Maranha, Lisboa, Documenta, 2012; Clamor, com Rita Roberto, Lisboa, Documenta, 2014; O gesto da arte / Le geste de l’art [org. com Philippe Fangeaux], Lisboa – Tarbes, FBAUL / ESAP, 2014; Incandescência. Cézanne e a Pintura, Lisboa, Documenta / Atelier-Museu Júlio Pomar, 2015; Limiar do Teatro, in nenhuma entrada entrem / no way in go in, Lisboa, Projecto Teatral / Maria Matos Teatro Municipal / Culturgest, 2015; O Olho Divino. Beckett e o Cinema, seguido de Filme, por Samuel Beckett, Lisboa, Documenta, 2016; Parlatório, com André Maranha, Lisboa, Documenta / Uma Clareira, 2018; Res Prima, com Manuel Rosa, Lisboa, Documenta / C.M. Famalicão, 2019; Persistência da Obra I. Arte e Política [org.] (reedição bilingue, português/francês, com um texto inédito), Lisboa, Documenta, 2020; Persistência da Obra II. Arte e Religião [org.] (edição bilingue, português/francês), Lisboa, Documenta, 2020; Vida a Crédito. Arte Contemporânea e Capitalismo Financeiro, Lisboa, Documenta, 2022.

Participação em livros e catálogos — «Apparition de la figure», in La figure dans l’art [org. Federico Nicolao], Antibas – Bordéus, Musée Picasso, Antibes / William Blake and Co. Edit., 2008; «Vida da vida», in Vazio, Diogo Saldanha e Marta Maranha, Lisboa, Assírio & Alvim, 2010; «Innigkeit. Hölderlin e a possibilidade da arte», in Lógica Poética – Friedrich Hölderlin [org. Bruno C. Duarte], Lisboa, Vendaval, 2011; «livre à deux», diálogo com Jean-Luc Nancy, in Pliure. Épilogue: la bibliothèque, l’Univers, Paris, Beaux-Arts de Paris Éditions, 2015; «A declaração», in Sim Zut, Pedro Tropa, Lisboa, Galeria Quadrado Azul, 2016; «A Arte de Tirar», separata do livro de Francisco de Holanda, Do Tirar pelo Natural [introdução e edição crítica de Raphael Fonseca], Lisboa, Documenta, 2019; «Diálogo» (com Paulo Pires do Vale) e «O Pão e a Alma», in Uma Luz Sobre a Noite [com obras de Rui Serra], Lisboa, Documenta / Projecto Travessa da Ermida, 2019; «Apresentação» (com Sara Belo) da edição portuguesa de O Mito Nazi, Philippe Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy, Lisboa, Documenta, 2021;

Traduções — Jean-Luc Nancy, Corpus, Lisboa, Vega, 2000; Philippe Lacoue-Labarthe, O paradoxo e a mimese, Lisboa, Projecto Teatral, 2011; Stéphane Mallarmé, O livro, instrumento espiritual, in Tarefas infinitas, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2012; Samuel Beckett, Filme [traduzido em colaboração com André Maranha], in O Olho Divino, Lisboa, Documenta, 2016.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Torcato Sepúlveda (Braga, 27/2/1951-21/5/2008) frequentou o Liceu Nacional Sá de Miranda, na altura chamado Nacional de Braga, entre 1961 e 1968. Seguiu para a Universidade de Coimbra no ano de 1968, onde se matriculou em Filologia Românica, acabando por acompanhar de perto as peripécias da crise estudantil de 1969. Fez parte de o grupo de estudantes que, à saída da famosa sessão da sala das Matemáticas, apalpou o traseiro ao venerando Chefe de Estado, o Almirante Américo Tomás. Foi na escola desta crise que cimentou a sua formação política, nunca assumindo como seus os valores da esquerda então dominante — o frentismo pró-PC da chamada Oposição Democrática mais ou menos enfeudada ao estalinismo e à corrente literária do neo-realismo.

Começou por ser atraído pelo esquerdismo leninista presente na revolução russa — o trotskismo. Chegou até ele caminhando pela estrada do surrealismo. Autores como Mário Cesariny de Vasconcellos, António Maria Lisboa, Luiz Pacheco ou Mário Henrique Leiria interessavam-no, tal como os surrealistas estrangeiros. Mas havia algo que o enervava fortemente. Para ele o surrealismo representava muito mais do que uma corrente literária, era uma forma de vida. Merecia, para sua defesa, que se fizesse um combate irreverentemente surrealista. Quem ousasse integrar o surrealismo numa sociedade que devia ser destruída, congregaria as iras das forças transformadoras. A este propósito talvez tenha sido importante para o percurso de vida do jovem estudante um episódio passado em Coimbra, com o escritor francês Julien Gracq, outrora simpatizante surrealista que estivera ligado ao PCF no tempo da Frente Popular. Tendo passado por Coimbra no ano de 1971 para a realização de uma conferência literária, Gracq viu a sua brilhante sessão confrontada por um grupo de situacionistas, sem pejo em recorrer ao insulto. O receio das perseguições que começaram então a desenhar-se e a vontade de encontrar um local de vida menos asfixiante, onde o cutelo da guerra colonial estivesse ausente, levou os membros daquele grupo à emigração. Dirigiram-se para Paris onde completaram a sua irreverência despejando um balde de merda em cima do Sr. Julien Gracq, sem lhe darem qualquer hipótese de resistência. Tocaram à sua porta e quando ele a abriu despejaram-lhe o conteúdo em cima.

Foi no exílio que conheceu Guy Debord, um dos pensadores do Internacional Situacionismo, tendo feito a revisão de A Sociedade do Espectáculo, livro traduzido para a língua portuguesa em Paris.

Regressou a Portugal logo após a revolução de Abril encontrando trabalho no Serviço de Estrangeiros. A sua função era a de receber os emigrantes, sensibilizando-os para a nova realidade política que nascia. Mas a adesão aos novos tempos não lhe fez perder o sentido da realidade. A situação económica portuguesa não era brilhante. O vencimento dos funcionários, pelo menos os daquele Departamento, nem sempre era pago atempadamente. Não contemporizando com aquela situação, até porque precisava do ordenado para a sobrevivência, acabaria por declarar aos seus superiores que se não tinham dinheiro ele aceitava receber em espécie, do tipo batatas ou outras hortaliças. Antes de nos anos oitenta ter optado pelo jornalismo, tendo passado por jornais como o Expresso, Público e Grande Reportagem, traduziu vários livros para a Editora Antígona, destacando-se Os Tomates Enlatados, de Benjamin Péret.

O jornalista foi também co-autor do guião do filme de Vicente Jorge Silva, numa parceria com o poeta e guionista italiano Tonino Guerra.

Livros relacionados
 

Paul Bernard nasceu no ano 1866 em Besançon (na mesma rua onde tinha vindo ao mundo, sessenta e quatro anos antes, Victor Hugo: — ele no 138, diria mais tarde Bernard, e eu com maior modéstia no 23). Como o seu pai (pertencente à comunidade judaica de Foussemagne) criava, vendia e alugava cavalos, teve sob esta sombra paterna uma infância com admirações hípicas; mas nesses provincianismos pendurados nas montanhas do Jura, e tão a leste na França que eram quase Suíça, também cedeu a precoces seduções literárias e teatrais. Contava-se que muito menino já soletrava, encantado, o que à frente lhe surgia em letra de forma; e aos seis anos de idade saíra transtornado — transtorno quase febril — de uma representação de La Fille de Madame Angot, ópera-cómica de Charles Lecocq que se fizera à aventura pelas lateralidades oitocentistas de Bensançon.

Paul Bernard cumpriu parte do seu liceu na terra natal. Mas viu-se aos treze anos de idade em Paris, instalado com a sua família na rua Richer (essa mesmo, onde persistem as Folies Bergère) porque monsieur Bernard agora se interessava por negócios imobiliários. Esgotados os estudos do parisiense Liceu Fontanes, Paul passou ao Direito da Sorbonne; e em 1888, com vinte e dois anos de idade estava licenciado — embora sofresse, a par deste êxito académico, o contratempo de um casamento oficiado à pressa, não fosse a Suzanne Bomsel, que ele amava, fazê-lo antecipadamente pai do que seria Jean-Jacques Bernard, o futuro autor dramático (nesta vocação menos abençoado pelo êxito do que o seu pai).

Paul, como advogado estagiário bem depressa se fartou da barra dos tribunais; e por causa disto o seu pai, também proprietáriode uma fábrica de alumínios em Creil (no Oise), pô-lo a gerir e sses interesses da sua bem sucedida expansão industrial. Mas… Paul Bernard a interessar-se por alumínios? Com as elevadas responsabilidades de uma gerência no Oise? Que prazer poderia dar-lhe a obrigatória visão daquela desmantelada vizinhança neolítica que diziam ser restos de uma necrópole da Idade do Ferro? O que lhe importava um ermo onde chegavam com tão grande atraso, se chegassem, os ecos de Paris? O já tão parisiense Paul Bernard não suportou uma convivência quase exclusiva com os alumínios que o seu pai fabricava nesse norte da França; tinha em Paris amigos ligados à literatura, uma audiência que ele fazia rir com o seu destemperado humor; tinha em Paris os teatros que lhe alimentavam o irreprimível fascínio pelas artes do palco. Paul, com Suzanne já grávida de um segundo filho — o Raymond Bernard que viria a ser realizador de trinta e um filmes (citem-se apenas Croix de bois em 1932 e Les Misérables em 1934) — regressou a Paris porque lhe tinham oferecido a direcção do velódromo Buffalo no auge de uma fama que congregava ciclismos e hipismos junto da Porte Maillot de Paris.

A capital e esse final de século propício a aventuras destabilizadoras pareceram-lhe ideais para uma revista «diferente» (mas efémera, hélas!), à qual deu o inesperado nome Le Chasseur de Chevelures (O Caçador de Cabeleiras, nome inspirado pelo título de um romance de Mayne Reid — em inglês The Scalp Hunters), revista de apenas três números independentes, antes de surgir mais modesta como suplemento da Revue Blanche.

Nesses dias de 1894, Paul Bernard também passaria a escritor publicado em livro, um livro que se chamava Vous m’en direz tant! Mas o Paul… o Paul de todo aquele convívio, de todos aqueles amigos, era agora em letras impressas Tristan. Dever-se-ia o novo nome a uma irreprimível admiração por Wagner? Não — ouviram-no dar como resposta. — Devo a homenagem ao cavalo que mais dinheiro me fez ganhar. Um dia, no Buffalo, apostei no Tristan; e ele, mostrando um imenso brio de corredor, retribuiu com elevada soma a minha confiança.

No ano seguinte, Tristan Bernard escreveu a sua primeira peça teatral: Les Pieds Nickelés, um assinalável êxito que o incitou a desdobrar-se por uma espantosa abundância de cometimentos teatrais e crónicas que o transformaram em autor de comédias célebre, em humorista de jornais célebre — nessa época só a sofrer comparações com Alphonse Allais.

Este Bernard de pena diligente deixou atrás de si uma prolongada bibliografia: pelo menos trinta e nove títulos em prosa espalhados por crónicas e romances, pelo menos quarenta e cinco peças de teatro com uns quantos momentos de eleição — entre eles Langevin père et fils, Le Sauvage, L’Anglais tel qu’on le parle e Jeanne Doré, os cinco actos que chegaram à Comédie Parisienne e aos gestos largos de Sarah Bernhardt.

Tristan Bernard viveu até aos oitenta e um anos de idade.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», Entre a Espada e a Parede]

Livros relacionados
 
 

Nascido em Paris em 1972, Ur Apalategi é professor de literatura basca contemporânea na Université de Pau et des Pays de l’Adour (França) e membro correspondente da Euskaltzaindia, a Academia da Língua Basca. Entre 2002 e 2018, foi responsável pela coleção “Kritika literarioa” da editora Utriusque Vasconiae. Enquanto investigador, destaca-se pela publicação dos ensaios La Naissance de l’écrivain basque (2000) e Ramon Saizarbitoria: l’autre écrivain basque (2013), nos quais tece uma reflexão sobre o campo literário basco e duas figuras centrais da literatura basca contemporânea, Bernardo Atxaga e Ramon Saizarbitoria, a quem também dedicou o último conto da antologia Fikzioaren izterrak, Prémio Euskadi de Literatura (2011) e traduzida para o espanhol por Angel Erro como La otra vida. Como autor de ficção, também publicou os romances Gauak eta hiriak (1997), traduzido por Xabier Makazaga com o título Las relaciones imperfectas, e Gure gauzak S.A. (2004).

Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 

Valerio Magrelli nasceu em Roma em 1957. É poeta, escritor, tradutor e professor catedrático de Literatura Francesa na Universidade Roma Tre. Publicou as colectâneas de poesia Ora serrata retinae (1980), Nature e venature (1987) e Esercizi di tiptologia (1992) que, em 1996, confluíram no volume Poesie (1980-1992) e altre poesie. Além de outras obras poéticas, das quais a mais recente é Exfanzia (2022), e trabalhos de crítica literária, tais como Nero sonetto solubile. Dieci autori riscrivono una poesia di Baudelaire (2010) ou Vedersi vedersi. Modelli e circuiti visivi nell’opera di Paul Valéry (Einaudi 2002; L’Harmattan 2005), Magrelli dedicou-se também à prosa, tendo publicado obras como: Nel condomínio di carne (2003), Geologia di un padre (2013) ou La vicevita (2019), entre outros. Dirigiu, para a Einaudi, a série trilingue “Scrittori tradotti da scrittori” [Escritores traduzidos por escritores]. Colabora na secção cultural do jornal Repubblica. Recebeu, em 2002, o Prémio Feltrinelli de poesia italiana atribuído pela Accademia Nazionale dei Lincei.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Lisboa, 1975. Concluiu a licenciatura em Escultura pela FBAUL, frequentou o Curso Avançado de Artes Plásticas da Maumaus em Lisboa. Integrou ainda programas de residências, como The University of Arts, Filadélfia (2007); Récollets, Paris (2005) e Core Program (2003/04), Houston. Em 2003 recebeu o Prémio EDP Novos Artistas, Portugal. Desde então tem participado em diversas exposições individuais e colectivas, tanto nacional como internacionalmente: Momento à parte, MAAT – Fundação EDP, Lisboa (2019); Vasco Araújo, M-Museum, Leuven (2018); Decolonial Desires, Autograph ABP, Londres (2016); Potestad, MALBA – Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, Buenos Aires (2015); Under the Influence of Psyche, The Power Plant, Toronto (2014); Debret, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo (2013); Eco, Jeu de Paume, Paris (2008); Em Vivo Contacto, 28.º Bienal de São Paulo, São Paulo (2008); Experience of Art, La Biennale di Venezia – 51th International Exhibition of Art, Veneza (2005); The World Maybe Fantastic, Biennale of Sydney, Sydney (2002). O seu trabalho está publicado em vários livros e catálogos e representado em várias colecções, públicas e privadas. www.vascoaraujo.org

 

Lisbon, 1975. Completed his first degree in Sculpture in 1999 at FBAUL, and attended the Advanced Course in Visual Arts at Maumaus in Lisbon. Also took part in residency programmes, such as The University of Arts, Philadelphia (2007); Récollets, Paris (2005) and the Core Program (2003/04), Houston. In 2003, he was awarded the EDP Prize for New Artists, Portugal. Since then, he has participated in various solo and group exhibitions both in Portugal and abroad: Momento à parte, MAAT – Fundação EDP, Lisbon (2019); Vasco Araújo, M-Museum, Leuven (2018); Decolonial Desires, Autograph ABP, London (2016); Potestad, MALBA – Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Buenos Aires (2015); Under the Influence of Psyche, The Power Plant, Toronto (2014); Debret, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo (2013); Eco, Jeu de Paume, Paris (2008); Em Vivo Contacto, 28th Bienal de São Paulo, São Paulo (2008); Experience of Art, La Biennale di Venezia – 51th International Exhibition of Art, Venice (2005); The World Maybe Fantastic, Biennale of Sydney, Sydney (2002). His work has been published in various books and catalogues and is represented in several public and private collections.

Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 

Vasco Gargalo nasceu em Vila Franca de Xira em 1977. Ilustrador em regime freelancer, reside e trabalha em Vila Franca de Xira. Formação e experiência nas Artes de Ilustração e Banda Desenhada no Ar.co e Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Frequenta atualmente o mestrado em Ilustração Artística do Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC) em protocolo com a Universidade de Évora. Até ao momento participou em diferentes publicações de tiragem nacional: editoras, jornais, revistas, agências de publicidade, projetos artísticos de Ilustração e Banda Desenhada. Participou em várias exposições coletivas e individuais em Portugal. Prémios: Em 2014, Prémio Especial da Humorgrafe, na IV Bienal de Humor Luís d’Oliveira Guimarães, em Penela. Vencedor do Concurso Sardinhas das Festas de Lisboa, promovido pela EGAC, 2011. Em 2009 recebeu o Prémio Stuart de Desenho de Imprensa do El Corte Inglês, para melhor cartoon/caricatura da Imprensa Portuguesa. Prémio Juventude de Ilustração, XIX Salão Nacional Humor de Imprensa em Oeiras, 2005. Menção Honrosa no IX Salão Luso-Galaico de Caricatura em Vila Real, 2005.

Livros relacionados
 
 

Artista algarvio, nasce em 1992 em Faro, onde até hoje reside e trabalha.

Desde cedo mostrou interesse nas áreas artísticas, ingressando na licenciatura de Artes Visuais que completou em 2015, e posteriormente na pós-graduação de Artes Visuais e Performativas, ambas na Universidade do Algarve.

Das suas exposições destacam-se Ruínas, com Sandro Resende, no Museu das Ruínas de Milreu em 2015, Oilgarve, em Faro e Aljezur, em 2015 e 2016, e Anatomias do Som, com Milita Doré, Susana de Medeiros e Pedro Cabral Santo no festival Som Riscado em 2016.

Foi também curador das duas exposições do Festival Med em 2016 ao lado de Charlie Holt, onde participou como artista de 2014 até esse ano.

O seu trabalho consiste em objets trouvés, desenhos ou outros elementos que nos remetem para um trabalho no território, colocando o artista na posição de explorador e observador dos vestígios da nossa presença no planeta, assim como nos leva a ponderar a nossa natureza individual no contexto da homogeneização global que se faz sentir na contemporaneidade. Na música desenvolve vários projectos autorais com diferentes músicos, num paralelismo sónico com o seu registo visual.

Livros relacionados
 
 
 

Foi em 1893 e na cidade de Santiago que ele nasceu, mas pouco ou nada se lhe nota dos prestígios bancários e das raízes agrárias da sua família. Com pouco Chile na cabeça, bem cedo se deixou entusiasmar pelo mundo. Ali ao pé havia a mais europeia Buenos Aires, para onde Huidobro bem cedo começou a fugir do seu Chile, imensa língua de terra entalada entre os Andes e o mar, onde já havia uma Gabriela Mistral quatro anos mais velha do que ele e a fazer versos, mas ainda longe de poder impressioná-lo com os Sonetos de la Muerte e com Desolación; onde o menino Pablo Neruda, onze anos mais novo, precisaria de mais uns tantos para chegar aos seus Veinte poemas de amor y una canción desesperada; onde José Donoso só começaria a existir em 1924; onde Roberto Bolaño esperaria por 1953 para chegar à luz dos seus dias…

Vicente Huidobro pertencia à pije ou ao pituco (a alta classe chilena apontada com estas palavras na linguagem popular do seu país); tinha consigo o prestígio sanguíneo da Casa Real de la Moneda do Chile e posses para fazer viagens na Europa; para frequentar com comodidade Madrid e sobretudo aquele Paris que o dominou e fez escrever em francês um terço da sua obra literária.

[…]

Em 1931 passou a ser autor do famoso poema Altazor, que começa por este anúncio: Nasci com trinta e três anos, no dia da morte do Cristo; nasci no Equinócio, por baixo das hortências e dos aeroplanos do calor… Altazor fez de Huidobro um reconhecido poeta chileno; e o seu papel, como director de polémicos jornais, continuou também a mostrá-lo como incansável activista político.

Foi nesta última fase literária que Huidobro intercalou na bem alimentada prestação poética seis ficções em prosa — três publicadas em 1934: Cagliostro; La próxima (Historia que pasó en un tiempo más); Papá o El Diario de Alicia Mit; — em 1939 Sátiro o El Poder de las Palabras; em 1935 Tres Inmensas Novelas (estas em colaboração com o dadaísta Hans Arp) e em 1929 o romance chamado Mio Cid Campeador.

A sua actividade literária, muito de vento em popa, foi enfraquecida pela Segunda Guerra Mundial; o poeta esmoreceu a favor de outro Huidobro, o jornalista chileno que se fez correspondente de guerra em Paris.

A paz de 1945 devolveu-o ao Chile; deu-lhe a direcção de mais uma revista que se chamou Actual, e levou-o a um segundo divórcio que teve como principal motivo o seu relacionamento amoroso com Raquel Señoret Guevara, trinta anos mais nova do que ele.

Em tudo isto Huidobro mostrava uma intensa actividade física e intelectual que não lhe prenunciava o inesperado fim: — em 2 de Janeiro de 1948, aos cinquenta e cinco anos de idade, quando não pôde resistir às consequências de um derrame cerebral. Foi enterrado em Cartagena, Valparaiso; e, de acordo com a sua vontade, num túmulo onde «pudesse ouvir-se o ruído do mar».

Vicente Huidobro foi um poeta insatisfeito com a sua poesia; depois de tudo o que escreveu, de o celebrarem por Altazor, pela elasticidade de Equatorial, pela graça dos Poemas árticos, pelo vigor de Tout à coup, pelo «aceso claro-escuro» de El ciudadano del olvido, viu-se nesta frase melancólica: — Um poema é uma coisa que nunca é, mas que devia ser.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», Cagliostro, Sistema Solar, 2021]

Livros relacionados
 
 
 

Literariamente marginalizado em vida, Victor Segalen tem agora uma boa reputação póstuma com direito ao inquérito que apenas consegue dar realce, numa biografia neutra, à mãe autoritária, à miopia forte e à morte singular. Mal damos por ele nas suas viagens de fim de mundo, vinte e cinco anos depois de nascido em Brest, 1878, quando seis planetas em signos de terra lhe concertam no céu astrológico um «horror ao mar» que passa a ironia maior na sua carreira da Marinha. E sendo ironia, por certo vai também ser privilégio do médico de bordo todo literato e entregue aos seus livros do Deferente (lembremos aqui Os Imemoriais sobre os Maoris; os poemas chineses de Stèles; os poemas de Thibet; o romance — à falta de melhor palavra Equipée…), ou seja, entregue aos seus livros de homem das lonjuras que vê o mundo e diz sempre por escrito as suas visões assombradas quase sempre por um «Real-Limite» a todo o passo tocado pela fluidez do Imaginário. Subitamente esvaído, Victor Segalen regressa à Europa: ainda vai ser amigo de Gourmont, Debussy e Huysmans antes de preparar a morte prematura, doente não se sabe nunca de quê. «Fui cobardemente traído pelo meu corpo!» — queixume numa carta dos últimos dias a Jean Lartigue — «De há muito este corpo me incomodava mas lá ia obedecendo, razão de eu ter podido arrastá-lo a corrupios vários que não eram, na aparência, feitos para ele […] Sífilis: zero; tuberculose: zero; anemia: zero; paludismo: zero. […] Não tenho nenhuma doença conhecida, apanhada, verificável, e assim mesmo tudo é como andar gravemente afectado. Já não me peso; não quero saber de remédios; só vejo, muito simplesmente, a vida afastar-se de mim.» Solitário, em Maio de 1919 hospeda-se num albergue da Finisterra, na floresta de Huelgoat que é centro mítico do Ciclo do Rei Artur, e manhã mal nascida sai de aparente passeio para morrer debaixo de uma árvore com o Hamlet aberto numa cena do III Acto.  

[Aníbal Fernandes, na introdução de A Cidade Proibida]

Livros relacionados
 
 
 
 
 
 
 

William Henry Hudson [Argentina, 1841 – Inglaterra, 1922] foi escritor, naturalista e ornitólogo. Viveu em Inglaterra desde 1869. Produziu uma série de estudos ornitológicos, incluindo Argentine Ornithology (1888-1899) e British Birds (1895), e mais tarde ficou famoso pelas suas obras sobre a Inglaterra rural, entre as quais Hampshire Days (1903), Afoot in England (1909) e A Shepherd's Life (1910). Os seus livros mais conhecidos são o romance Green Mansions (1904) e a obra de não-ficção Far Away and Long Ago (1918). As suas outras obras incluem The Purple Land (That England Lost) (1885), A Crystal Age (1887), The Naturalist in La Plata (1892), A Little Boy Lost (1905), Birds in Town and Village (1919), Dead Man's Plack and an Old Thorn (1920) e A Traveller in Little Things (1921).

Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
Livros relacionados
 
 
Livros relacionados
 
 
 
Livros relacionados
 
RECEBA AS NOVIDADES!
SUBSCREVA A NEWSLETTER E ESTEJA SEMPRE A PAR DE NOVIDADES E PROMOÇÕES
REDES SOCIAIS
© 2014. Sistema Solar. Todos os Direitos são reservados - Política de Privacidade | Livro de Reclamações Digital
design bin?rio