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PERSISTÊNCIA DA OBRA II — ARTE E RELIGIÃO / PERSISTANCE DE L’OEUVRE II — ART ET RELIGION
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22.00€
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SINOPSE

Proponho hoje esboçar um outro gesto: distinguir arte, política e religião, começando por desatar os nós mais apertados de uma tal encruzilhada. É a única maneira de proceder, parece-me, para que a obra enfim se liberte.

 

A persistência também se faz na e através da diferença — das formas, dos tons e dos estilos. Para todos os participantes, bastou-nos um acordo profundo, ainda que por vezes tácito, sobre a necessidade ou mesmo a urgência de pensar a persistência da arte. Com efeito, poderia mesmo dizer-se que os dois encontros (sobre arte e política, primeiro, e sobre arte e religião, depois) procuram desenhar aquilo a que se poderia chamar a encruzilhada moderna da arte, mostrando a impossibilidade, o impasse ou mesmo o desastre aos quais conduziram as combinações ou as fusões variadas entre estas três vias (arte, política e religião). E sendo a obra (ou a sua ideia), de cada vez, o operador de uma aliança estético-política e/ou estético-religiosa, compreende-se que já se tenha podido responder a esse desastre com a injunção da «inoperância» (désoeuvrement). Todavia, tal nunca implicou que a ideia de obra, confinada exclusivamente ao campo artístico, devesse alguma vez ser abandonada.

Tal é a razão pela qual proponho hoje esboçar um outro gesto: distinguir arte, política e religião, começando por desatar os nós mais apertados de uma tal encruzilhada. É a única maneira de proceder, parece-me, para que a obra enfim se liberte.

*

Não haverá, pois, um terceiro encontro em torno do par «política e religião» (ainda que, em larga medida, seja esse par — ou essa aliança — a determinar catastroficamente o nosso destino colectivo, e há longa data). O projecto da «persistência» — que finda com este segundo volume — sempre e somente existiu sob o signo da obra. Se subtrairmos a «obra» a esse outro horizonte comum, então talvez comecemos a desaparelhar a política e a religião. Assim, também procurei assinalar que tanto a religião quanto a política — mas sobretudo a política (designando assim o nosso cuidado de libertação partilhada) — permanecem inteiramente por repensar sob outras categorias.

[Tomás Maia]

Organização: Tomás Maia
Data:
Dezembro de 2020
Acabamento:
Brochado
Formato:
17 x 21 cm
Páginas:
368
EAN:
9789899006645
OBSERVAÇÕES

Com o apoio do CIEBA e do CITER.

Edição bilingue: português-francês.


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