José Gil: «Não formam um diário pessoal ou artístico, nem um livro de confissões ou um conjunto de ensaios sobre a pintura e a arte. Não sendo nada disso, de tudo isso estes Cadernos têm um pouco.»
Tenho de dizer que acho verdadeiramente irónico, e até cómico, ver publicados estes textos que fui escrevendo ao longo dos anos, no meio dos desenhos, esboços e rabiscos, despreocupadamente e quase sem dar por isso.
É claro que alguém acabaria por lê-los, mais cedo ou mais tarde, se os cadernos entretanto não tivessem desaparecido também.
Assim, aqui ficam tal e qual foram escritos, ao acaso, sem ordem nem nexo, como convém. Apenas eliminei uma dúzia de «desabafos» demasiado pessoais, íntimos, e alguns outros quiçá injustos ou impróprios para consumo.
[Jorge Martins]
Jorge Martins mantém nestes escritos uma assombrosa continuidade com o que o seu próprio desenho expressa. As mesmas preocupações, uma lógica semelhante de abordá-las, e um resultado igualmente limpo, despojado e elegante.
[Óscar Alonso Molina]
Os escritos reunidos neste livro não nasceram como textos soltos, individuais, pensados para publicar sob pretexto de um evento ou por uma necessidade estética concreta: nasceram acompanhando esboços, apontamentos e essas revelações que fazem dos cadernos dos artistas um desses tesouros em que apetece entrar, passear à maneira de Robert Walser e entreter-nos.
[Miguel Fernández-Cid]
Assim que vi as dezenas de cadernos e blocos que Jorge Martins reuniu no seu atelier, e os comecei a folhear, tive noção do maravilhoso mundo em que iria mergulhar.
[Joana Baião]
Edição de Óscar Alonso Molina.
Com o MARCO – Museo de Arte Contemporánea de Vigo.
Apoio da Fundação Carmona e Costa.
Edição bilingue: português-espanhol.