Maria José Cavaco: «[…] a fractura é a crise que um exterior exerce num interior; e o lugar será um acontecimento, um evento em que convergem espaço e tempo, enquanto um corpo vivo interage com o que o envolve. Este evento é necessariamente transformador.»
Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Lugares de Fractura», de Maria José Cavaco, com curadoria de João Mourão, realizada no Arquipélago — Centro de Artes Contemporâneas de 10 de Julho a 28 de Novembro de 2021.
Foi precisamente a pensar no lugar da exposição enquanto campo de possibilidade de nos relacionarmos com um objecto artístico que o título também me fez sentido. Sempre associei a ideia de fractura, também pensada enquanto rompimento, ao «museu», ou melhor, à exposição.
[João Mourão]
Viajar sem sair do mesmo lugar: sem sair da ilha porque tudo está aferido a ela. A obra de Maria José Cavaco é essa extraordinária celebração da ilha em que vive e, ao mesmo tempo, a tácita e melancólica aceitação do seu aprisionamento nela. Nesse sentido, cada viagem para fora é apenas uma alvoraçada e eufórica viagem dentro dela, exactamente como quando viajamos num baloiço ou numa roda de feira gigante.
[Victor dos Reis]
A sua tese e a exposição que Maria José agora apresenta partilham o mesmo título: «Lugares de Fractura». A escrita, mas também a arte como mapeamento, percurso e viagem, localização e posicionamento dos nossos lugares no mundo, é uma tradução da relação entre o nosso corpo e o lugar que habita a cada momento — poderão ser estes momentos/lugares de fractura de nós em relação ao mundo, também de recuperação?
[Maria do Mar Fazenda]
Edição bilingue: português-inglês.
Com o apoio da Câmara Municipal de Ponta Delgada.