Waldemar d’Orey pertence à geração de artistas que dispensou o plinto para a escultura e que começou a fazer experiências com materiais industriais e formas abstratas.
O presente catálogo traça a história da breve carreira de um jovem artista português bem integrado socialmente, durante os swinging days em Londres, na década de 1960, revelando a rede de ligações que estabeleceu com os protagonistas que moldaram o mundo da arte dessa época. Entre entrevistas dadas ao canal português da BBC sobre o escultor britânico Anthony Caro (um dos seus professores) e ser entrevistado sobre o seu próprio trabalho por Gene Baro, célebre curador e organizador de exposições americano, d’Orey fez amizade com vários artistas e outras personalidades influentes do mundo da arte. Os seus anos de sucesso enquanto artista culminaram em 1966 numa exposição individual na prestigiada galeria Axiom, em Londres, que resultou numa aquisição pelo Museu de Arte Contemporânea de Sydney. Porém, atualmente, não existe qualquer evidência da existência da obra de d’Orey. O artista, por razões familiares urgentes, regressou a Portugal no final da década de 1960 e não produziu outras obras de arte.
Mais de cinco décadas passadas desde a sua exposição na Axiom, Waldemar d’Orey teve agora a sua segunda exposição individual, no espaço Lumiar Cité. Motivada pela história de uma das suas maiores esculturas cinéticas de 1964, intitulada Mobile, esta foi reconstruída e torna-se na peça central da mostra em Lisboa (21 de Julho a 10 de Outubro de 2021), consubstanciando finalmente o legado artístico de d’Orey.
[Jürgen Bock e Manuel Costa Cabral]
Com o apoio de Lumiar Cité / Maumaus.
Edição bilingue: português-inglês.