Em Interferências é apresentado um importante conjunto de desenhos e pinturas de Jorge Martins, produzidos desde o início da sua carreira até à actualidade, que são testemunhos directos do longo percurso artístico previsto por Vieira da Silva.
Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Interferências», de Jorge Martins, realizada na Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, em parceria com a Fundação Carmona e Costa, de 16 de Maio a 9 de Julho de 2017.
O desejo de renovação cultural e artística ou a recusa em participar na guerra colonial (1961-1974) levaram uma geração de jovens artistas a partir […]. O êxodo convergia sobretudo para Paris onde as figuras tutelares de Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes […] os recebem e acompanham. […] Do grupo de jovens pintores que passaram por Paris, Jorge Martins foi dos mais próximos do casal […]
[Marina Bairrão Ruivo]
Aonde corriam os antigos contornos, esfarelam-se os limites entre os objectos, indefinem-se as fronteiras, esbatem-se os contrastes entre cores, entre claro e escuro, entre as formas e o informe. Cria-se uma zona de infiltração e disseminação da luz; de intensificação extrema do movimento; de contágio e de caos.
[José Gil]
Jorge tem uma genuína paixão pelas ilhas e pelos segredos do mar, sobretudo dos seus abismos fantasmagóricos, paixão que o transporta noutras viagens a horizontes mais imponderáveis, um percurso cósmico em direcção às estrelas.
[Vicente Jorge Silva]
A Revolução de 25 de Abril de 1974 permitiu a Jorge Martins voltar a Portugal depois de treze anos de exílio, ainda que se mantivesse sediado em Paris […], cidade em que o pintor tinha, nas suas palavras, uma «âncora» – o seu atelier.
[Joana Bairrão]
Textos de Marina Bairrão Ruivo, José Gil, Vicente Jorge Silva, Joana Bairrão.
Com a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva e a Fundação Carmona e Costa.
Edição bilingue: português-inglês