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JOSÉ QUITÉRIO: BEM COMER & CURIOSIDADES
07-07-2015

José Quitério é um clássico. O que quer isso dizer? Que, independentemente do que se fizer daqui em diante e do que se fez antes dele, Quitério conquistou um lugar de relevo, insubstituível, na nossa crónica gastronómica. Mais: na altura em que escrever sobre comida constituía uma grave regressão social, colocando-se na escala mais baixa dos cronistas da época, José Quitério, com a sua erudição, o seu estilo, a sua sabedoria e a sua modéstia, elevou a escrita de gastronomia a um ponto a que nunca mais se conseguiu chegar depois dele. Muitos tentaram imitá-lo, no que é uma absoluta falta de respeito pelo seu talento. Outros tentaram derrubá-lo com arrogância e “sentido de modernidade”, esquecendo-se que, antes de combater as regras da gramática, é preciso conhecê-las. Quitério, nosso Mestre, tinha tudo isso: o conhecimento, a seriedade, a erudição, a independência. Foi, por isso, um criador notável.

Francisco José Viegas, «Comer, escrever, ler», Correio da Manhã, 24/05/2015

 

José Quitério não é só o melhor – o mais sabedor, credível, ilustrado – crítico gastronómico português; ele é também um cidadão culto e um escritor de talento, que sabe escrever magnífica e saborosa prosa, prosa que se aprecia como um verdadeiro manjar.

[…] José Quitério é também, naturalmente, o autor de alguns dos melhores livros portugueses sobre gastronomia, em vários ângulos de abordagem: da história à arte e, sobretudo, à literatura – como em Escritores à mesa (e outros artistas). O que tudo lhe valeu, justamente, o Prémio Universidade de Coimbra 2015.

«José Quitério: de ler e ‘chorar’ por mais…», JL, 10-23/06/2015

 

Nos seus livros, todos eles, Quitério conseguiu superiormente transformar a escrita gastronómica em poesia, a tinta em vinho e os papéis em iguaria. António Mega Ferreira chamou-lhe «gastrónomo doublé de escritor». Pegando nestas palavras eu diria que Quitério é um escritor doublé de gastrónomo, tal é o prazer que nos proporciona a sua leitura. A sua escrita transforma as iguarias e o vinho numa prosa aditiva e de estilo imediatamente reconhecível, que temos dificuldade em abandonar.

Porém, para mim, essa não é a razão que me leva quase diariamente a consultar os seus livros. O verdadeiro motivo prende-se com a seriedade e a quantidade de informação que Quitério fornece. A mais nenhuns (tirando o caso, em geral noutra vertente, de Maria de Lourdes Modesto), a mais nenhum me entrego com a confiança total, cegamente, com a certeza de que tudo quanto sai da sua pena é de palavra de honra. Só ali aparece o que foi exaustivamente investigado, cuidadosamente peneirado. As suas fontes são sempre fiáveis e correctamente citadas. É a erudição prazenteira, coisa tão difícil de achar.

Fátima Moura, blogue «Conversas à Mesa», 10/06/2015

Artigo completo em http://conversasamesa.blogs.sapo.pt/

 

Começando com um mapa gastronómico português e terminando com um capítulo dedicado aos “beberes”, este é o livro que recupera os sabores de um sábio: José Quitério. Que se faz valer do imutável da cozinha, que acrescenta novos temperos e que nos deixa satisfeitos, sem azia.

[…] Claro que soa fácil deixar dito, em jeito de síntese, que este livro vale como um irrepetível menu de degustação. Com a vantagem de deixar à escolha do freguês uma prova seletiva e intermitente ou uma ambiciosa abordagem para absorção geral. Seja qual for a opção, aquilo que se garante é que não há lugar para fastios nem azias, diante de tantos quadros que – sem recurso aos reflexos condicionados, ao cãozinho de Pavlov – nos deixam a salivar e, mais do que isso, a tentar encontrar uma via rápida para o acesso direto. Por outras palavras, há dois prazeres num só livro: primeiro, o saborear da leitura; depois, com sorte e seguindo a carta de marear do navegador Quitério, provar o objeto. Gratidão para com o autor? Pois sim, mas também uma dívida que não envergonha ninguém. Bom proveito.

João Gobern, «José Quitério ou a volta a Portugal sem sair da mesa», DN, 20/06/2015

 

A par do conhecimento da matéria, um esplendor clássico na escrita, um historiador da gastronomia e da vida portuguesa. Mesmo a sua modéstia é uma lição para todos. E continuará a sê-lo.

«Mestre, nobre mestre», LER n.º 138, Verão 2015

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