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«André Barata: “O vírus é um pesadelo para o sistema porque perturba esse ideal do controlo"», por João Gabriel Ribeiro
04-01-2021
Entrevistámos o filósofo português a propósito do seu livro O Desligamento do Mundo e a Questão do Humano, no qual, num confronto directo com a ideia de que estamos cada vez mais ligados em rede, André Barata estabelece uma longa análise crítica do que esta ideia de senso comum representa, propondo que pelo contrário estamos cada vez mais desligados. «[A]pesar de uma ressonância profunda (…) convém advertir que este livro foi todo escrito antes da pandemia da Covid-19». Assim termina o parágrafo de agradecimento do livro O Desligamento do Mundo e a Questão do Humano do filósofo português André Barata, e inicia o artigo da 1.ª edição da Revista do Shifter em que seguimos as pistas deixadas pelo filósofo nesse livro, escrito antes da pandemia, recorde-se, para procurarmos explorar o sentido da pandemia de Sars-CoV-2. Às ideias de André Barata expostas posteriormente numa entrevista por e-mail e outras presentes no seu livro, juntámos outros intervenientes – André Peralta Santos, Médico Especialista em Saúde Pública, Bernardo Gomes, também médico com a mesma especialidade, e João Marecos, advogado e com trabalho na área da desinformação, que nos permitiram um olhar mais especializado sobre aspectos concretos da gestão de um fenómeno desta escala. Seguindo as pistas do livro, falámos sobre a pandemia que lhe sucedera. Falámos, por isso, sobretudo sobre a forma como ela se abate sobre as sociedades, numa entrevista por escrito em que expressões do próprio livro enunciam as questões. O Desligamento do Mundo e a Questão do Humano, editado pela Documenta no ano de 2020, convida à ilustração da sociedade contemporânea e dos padrões da vida humana segundo a analogia do desligamento. Num confronto directo com a ideia de que estamos cada vez mais ligados em rede, o filósofo André Barata estabelece uma longa análise crítica do que esta ideia de senso comum representa, propondo que, pelo contrário, estamos cada vez mais desligados. «[N]a realidade nunca andámos tão desligados do mundo e de tudo o que nele não está sob o controlo do sistema de produção global», pode ler-se no princípio do prólogo. O livro, que se divide em 9 capítulos, debruça-se sobre diferentes ângulos da esfera global da vida em sociedade, problematizando-se. […] [entrevista completa em https://shifter.sapo.pt/2020/12/andre-barata-entrevista/, Revista do Shifter, 30-XII-2020] |
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