0,00€
A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z
Anaïs Nin

Naquele registo de Neuilly-sur-Seine e numa página de Fevereiro de 1903 consta que o seu pai, um pianista cubano, e a sua mãe vagamente cantora com uma complicada ascendência de dinamarqueses, cubanos e franceses, lhe deram um nome de linha inteira; e vemo-nos incitados a percorrer num esforço de nove palavras, não menos, as que lhe chamam Angela Anaïs Juana Antolina Rosa Edelmira Nin y Culmell. Tudo o que veio a parecer-lhe — mesmo num tempo de alargados nomes que eram aviso de bons nascimentos — excessivo; e que aos vinte e nove anos de idade, quando teve de designar-se como escritora, fê-la chegar na sua folgada sucessão de títulos à simplificação que a resumia num Anaïs Nin agradável na música e que também soaria, num mais atento mundo de leitores, como Ana is (é) NIN, «a Ana é NIN», ou seja, marcada pelo I «eu» entalado entre idênticos e inter-negativos opostos — entendam-se aqui o sexo, os desejos e a vida.

[…]

Em 1963, já com uma firme celebridade literária, participou na cruzada pró-LSD: O LSD é um atalho que nos leva até ao inconsciente… é a mais agradável sensação que até hoje conheci, é como um orgasmo… mas essas paisagens já a minha escrita me tinha feito visitar. As feministas, que gostariam de tê-la entre as suas hostes, essas não conseguem mais do que um tom irado: São prova de uma desumanidade de revolucionárias, pessoas capazes de guilhotinar quem lhes aparecer com as unhas limpas.

Anaïs Nin morreu, cancerosa, em 14 de Janeiro de 1977. E muitos anos antes tinha escrito: O oceano vai deixar-me as cinzas à beira de todos os mares do mundo.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação», Casa de Incesto]

ARTIGOS RELACIONADOS
RECEBA AS NOVIDADES!
SUBSCREVA A NEWSLETTER E ESTEJA SEMPRE A PAR DE NOVIDADES E PROMOÇÕES
REDES SOCIAIS
© 2014. Sistema Solar. Todos os Direitos são reservados - Política de Privacidade | Livro de Reclamações Digital
design bin?rio