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LÓGICA DO ACONTECIMENTO - INTRODUÇÃO À FILOSOFIA DE DELEUZE
CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANASVOLTAR ATRÁS
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16.00€
AUTOR
EDITORA
Documenta
COLECÇÃO
Linhas de Fuga
SINOPSE

Através de um jogo de colagens de textos, de manipulações e de simplificações, de omissões e de ênfases, quisemos extrair da complexa obra deleuziana uma sóbria linha articulatória capaz de se propor como uma auto-apresentação do criador.

 

«A história da filosofia não é uma disciplina particularmente reflexiva. Antes é como a arte do retrato na pintura. São retratos mentais, conceptuais. Como na pintura, é preciso fazer parecido, mas por meios que não são parecidos, por meios diferentes: a parecença deve ser produzida, e não meio de reproduzir (o autor limitar-se-ia a repetir o que o filósofo disse) (…) A história da filosofia deve, não repetir o que disse um filósofo, mas dizer o que ele subentendia necessariamente, o que ele não dizia e que está porém presente no que ele dizia». Bastam decerto estas palavras do próprio Deleuze para desautorizar este nosso estudo, sem dúvida demasiado escolar, reprodutivo. Mas talvez não completamente frívolo, atentando na escassa bibliografia sobre ele existente, sintomática mas injusta ressonância da coerência exemplar de uma criação avessa a compromissos com as condições da época. Através de um jogo de colagens de textos, de manipulações e de simplificações, de omissões e de ênfases, quisemos extrair da complexa obra deleuziana uma sóbria linha articulatória capaz de se propor como uma auto-apresentação do criador. E de traçar os contornos originais da sistematicidade e, nesse sentido, do ostensivo classicismo de um dos mais estimulantes pensamentos do nosso tempo.
[...]
A concluir, como caracterizar em termos sumários o efeito único do trabalho de Deleuze sobre a cena filosófica, como dar conta do efeito-Deleuze? Como dizer o deleuzianismo como Acontecimento filosófico? Um vento, uma ventania refrescante, uma atmosfera mais respirável, mais habitável, mais livre. A suscitação do desejo, desejo de pensar, de ver e de ler mais, sem proceder por memória, por consciência cultural, vontade de uma vida mais intensa, um irresistível efeito nómada, segredo de estilo. A filosofia como pathos, uma paixão de pensar motivada não imediatamente por problemas, muito menos pela tradição, mas sempre por circunstâncias práticas, por situações concretas, por estados vividos, e como sua despersonalização. O pensamento como heterogénese, mas em nós, de nós. O conceito como passagem de um concreto a outro concreto, a teoria como passagem de uma prática a outra prática. Vitalismo. Viagem. Ou "devir não humano dos homens", fulgor desta fórmula, prescritiva tanto quanto especulativa, toda uma metafísica e toda uma ética. Toda uma negação do finito como medida humana, do espírito de finitude como infidelidade ao pensamento e à vida, dos limites e impossibilidades que fazem os nossos conformismos, toda uma exposição activa ao que nos excede, e uma afirmação desse excesso, do infinito-impessoal, como a nossa medida, a nossa realidade transcendental.

[da Conclusão]

INFORMAÇÕES
Data:
Outubro de 2012
Acabamento:
Brochado
Formato:
14,5 x 20,5 cm
Páginas:
208
Peso:
260
EAN:
9789898618146
OBSERVAÇÕES

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