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NOA NOA SEGUIDO DE REGRESSO À OCEANIA
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15.00€
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Sistema Solar
SINOPSE

Um exercício autobiográfico transtornado nas verdades mais cruas pelos símbolos de um Paraíso: um paraíso de cores.

 

Imperiosos deveres de família, diz o capítulo final de Noa Noa para justificar o regresso de Gauguin à França. Era difícil falar de má saúde, de alcoolismo, do «casamento» a complicar-se com uma gravidez perturbadora daquela liberdade de mãos livres; da expectativa de uma exposição de quadros em Paris; da tentativa fracassada de trocar as desilusões de Taiti pelas promessas intactas de uma das ilhas Marquesas. Ao repudiar a Europa e os seus homens, ao cantar céus clementes e terras saturadas de cor num lugar à imagem do Jardim original, Gauguin não podia ceder ao rasgo de franqueza terrena que nos fica a meio de uma das suas cartas, quando atira sombras àquele paraíso: todos os dias maiore, um fruto insonso que parece pão, e um copo de água; nem uma chávena de chá posso oferecer a mim mesmo porque o açúcar é caro. Suporto a situação com valentia mas altera-me a saúde, e os olhos de que tanto preciso estão neste momento a piorar.

Deste Gauguin doente e desiludido, que termina uma aventura maori repatriado pelo governo francês, vai toda a distância a outro: — o bancário, o agente de seguros que na vida folgada de vinte anos antes coleccionava pintura e comprava-a de nomes agora sonantes, a justificar-nos visita ao museu que a tivesse exposta. Que já pintava. Que suportava em si o Impressionismo mas inquieto por outra liberdade à espera do golpe de asa que iria afirmá-la com a supremacia da cor e do seu grito. Isto preparava um caminho difícil: A pouco e pouco esqueço os negócios, ou antes, a forma como se fazem. Mas abandonar a pintura — nunca!

[…]

Durante muitos anos Noa Noa foi remetido para citações copiadas da edição rara de 1901. Em 1924 ficou acessível o texto do «manuscrito do Louvre»; em 1954 o do «primeiro manuscrito». Hoje está bem divulgado com as suas duas formas. Escolher uma ou outra é dar preferência à pureza do primeiro ímpeto ou preferir a elaboração do discurso mais «literário».

Mas Noa Noa é sobretudo, e em qualquer dos casos, a sensação em palavras de um Taiti que conhecemos vivo e pintado sobre telas. Um sonho que nunca existiu exterior àquela arte, um exercício autobiográfico transtornado nas verdades mais cruas pelos símbolos de um Paraíso: um paraíso de cores.

[Aníbal Fernandes]

Tradução: Aníbal Fernandes
Apresentação: Aníbal Fernandes
Acabamento:
Brochado, com badanas
Formato:
14,5 x 20,5 cm
Páginas:
144 (a cores)
EAN:
9789898833600
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