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BUBU DE MONTPARNASSE
Unidades:
PREÇO:
12.00€
AUTOR
EDITORA
Sistema Solar
SINOPSE

«Continuo os meus estudos sobre a prostituição. […] E descubro coisas horríveis. Sífilis, alcoolismos, canalhice, são os fenómenos quotidianos de mais de cinquenta mil mulheres de Paris. […] Sinto sobretudo uma compaixão imensa por esta miséria.»



A história contada em Bubu – que poderia ter-se limitado a prolongar outras histórias que em Zola ou nos Goncourt rondam os meios da prostituição – isolava-se por uma diferença. Fazia a sua denúncia com uma ambiguidade incómoda para muitos leitores dessa época, dir-se-á que escondia mal um elogio da força, que se afastava do bom exemplo moralizador e se decidia por um desfecho que dava vitória aos opressores. Philippe [Cérilly (Allier), 1874 – Paris, 1909] denunciava uma realidade parisiense do seu tempo apoiando-se em factos e em números, como se depreende de uma das suas cartas: «Continuo os meus estudos sobre a prostituição. […] E descubro coisas horríveis. Sífilis, alcoolismos, canalhice, são os fenómenos quotidianos de mais de cinquenta mil mulheres de Paris. […] Sinto sobretudo uma compaixão imensa por esta miséria.» De tudo isto o seu romance fez um retrato implacável mas com voz de homem seduzido pela força pessoal, incapaz de evitar uma vitória do «fortalhaço» Bubu. Que no mundo as coisas vão mal e os fortes vencem, é uma das afirmações que mais facilmente se extraem do seu texto. […] Em toda a sua obra literária Philippe inventa pouco e constrói levemente uma ficção que olha a sua própria vida ou o que bem perto dela andou. Os factos de Bubu de Montparnasse são quase todos reais.

[Aníbal Fernandes, «Apresentação»]


Já houve muitos romances sobre a vida no seu baixo nível, sobre o vício e a degradação das grandes cidades. Romances de sentimentalismos, romances de sátira, romances de indignação, romances de reforma social, romances de luxúria. Bubu de Montparnasse consegue não ser nada disto e não pertence ao último caso, categoricamente. É certo que Philippe incomoda e demora-se, complacente, no que podemos sentir pelo mundo como ele é; mas não tem um remédio que lhe permita fazer uma argumentação. É ao mesmo tempo compadecido e desapaixonado; no seu livro não condenamos ninguém, nem sequer condenamos um «sistema social»; e ao lê-lo, até o mais virtuoso poderá sentir isto: pequei enormemente por pensamento, palavra e obra.

[T.S Eliot, «Prefácio»]

INFORMAÇÕES
Tradução: Aníbal Fernandes
Apresentação: Aníbal Fernandes
Data:
Abril,2014
Acabamento:
Brochado, com badanas
Formato:
14,5 x 20,5 cm
Páginas:
144
Peso:
220
EAN:
978989566270

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