Nikias revela, no seu percurso e sucessivos balanços, um desejo de estar no seu tempo e para além do seu tempo, de ser um clássico (o que perdura do passado para o futuro) e um contemporâneo (o que coincide com o seu tempo).
Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Nikias Skapinakis – Antologia de Guaches 1950-2018», realizada na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa, entre 24 de Maio e 14 de Julho de 2018.
A presente exposição mostra cerca de centena e meia de trabalhos de Nikias Skapinakis, exclusivamente «obras sobre papel». A vocação programática da galeria da Fundação Carmona e Costa assim o pede; a vocação sistematizadora e auto-reflexiva do artista face à sua obra encontra estímulo e reage positivamente a esta delimitação material e técnica; e o estudioso, bem como o espectador, pode, de tudo isso, tirar bons proveitos interpretativos.
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Skapinakis afirma que «para o pintor, as imagens estão fechadas» no momento em que termina cada uma delas. Em exposição, porém, essas imagens abrem-se para o espectador (e para o pintor também). É o que se deseja aconteça aqui de novo. Ao olhar retrospectivamente para este conjunto reunido de trabalhos, Skapinakis passará certamente a olhá-los prospectivamente.
[João Pinharanda]
Edição bilingue: português-inglês.