Ana Bigotte Vieira: «[…] o facto de serem investigações levadas a cabo por gente muito próxima do fazer teatral coletivo (fazer este em que participaram ou que revisitam com os olhos no presente) enforma tanto o ponto de vista com que o fazem como as ferramentas teóricas que constroem e que convocam para o fazer. Ao mesmo tempo, tal procedimento desloca o objeto da investigação: não já o espetáculo, o seu autor, a biografia deste ou o conjunto mais ou menos coerente da sua obra, mas um problema, um local, uma “cena artística”, um período temporal, uma teia de relações, uma constelação de questões correlacionadas.»

Este livro dá a conhecer estudos singulares sobre episódios-chave do experimentalismo nas artes performativas entre a década de 1960 e hoje. Estruturado de forma transnacional, aborda vários contextos, procurando interrogar contaminações dramatúrgicas e estéticas. A partir de arquivos, viaja-se assim entre diferentes geografias e tempos, conhecendo e discutindo inovações formais como a primeira black box na Europa, a disseminação da ideia de criação coletiva, o foco na interdisciplinaridade ou no processo em vez de no produto, procurando entendê-las política e esteticamente nos seus contextos de origem e questionando a sua operacionalidade hoje.

Com o Teatro Praga (colecção «Sequência»).